Malfoy a arrastou até uma sala de aula vazia, onde poderiam conversar melhor. Hayley estava extremamente curiosa para saber o que elequeria conversar com ela.

— Eu não ia falar nada para você sobre isso, mas a Sarah acha que é uma boa ideia. - começou Malfoy.

— Deve ser algo sério, para você estar falando comigo.

— É sobre o sonho que eu tive hoje mais cedo. - ele diz, ignorando o que Canaghan dizia— Você estava certa. Eu estava sonhando com você. Venho tendo esses sonhos há meses.

— Que sonhos?

— Você nunca é você. Sempre está com um vestido antigo, dizendo que é Ravena Corvinal, e me acusando de ter roubado o seu Diadema. Mas, eu sempre tenho esses sonhos quando estou dormindo. Dessa vez foi... diferente.

— Pareceu real. - diz Hayley. Estava parecendo com os seus sonhos.

— Exato. Como sabe? - pergunta Scorpius, confuso.

— Há quanto tempo, exatamente, anda tendo esses sonhos? - ela pergunta.

— Uns quatro meses, eu acho. Por quê? O que sabe sobre isso?

Hayley ficou em dúvida se contava a ele. A única pessoa que ela havia contado era Rose, nem o próprio irmão sabia sobre. Mas ele confiou nela para contar seu segredo.

— Tive uns sonhos parecidos. Começaram há quatro meses, também. Mas os meus sonhos são com o Albus, dizendo que é Godrico Grifinória, e pedindo que eu o devolva sua Espada. - Malfoy a encarou. - Não pode ser coincidência. Eu sabia que tinha alguma coisa errada com esses sonhos!

— O seu amigo sabe dos sonhos?

— Claro que não! A Rose até me disse para contá-lo, mas acho que não vai ajudar em nada. Além de ele, provavelmente, achar que eu sou louca.

— Bem, é sua decisão. - diz ele. - Mas acho que devia contá-lo. Pensei o mesmo que você, quando Sarah me disse para te contar sobre isso. Se eu não tivesse contado, nunca saberia que eles realmente significam algo.

Ele tinha razão. Mas precisava saber mais sobre esses sonhos para ir contar para o amigo. Precisava contar ao irmão, antes. Ele poderia ajudá-la.

Eles ficaram conversando sobre seus sonhos, e o quão diferente foi essa última vez. Decidiram que iriam fazer suas próprias pesquisas sobre isso, e que se encontrariam novamente, caso encontrassem algo novo sobre o assunto.

— Por que nunca tivemos uma conversa decente, como essa, antes? - perguntou Scorpius.

— Porque a Rose está sempre tentando te matar quando podemos ter essas "conversas decentes", que você disse. - diz Hayley, rindo.

— É verdade, tinha esquecido desse pequeno, ruivo e irritado problema. - Os dois riram.

— Precisamos ir. Daqui a pouco é a hora de irmos para os dormitórios.

— Tem razão. Nos falamos, então.

E como na noite anterior, Hayley não foi direto para a cama quando chegou na sala comunal da Corvinal. Ela sentou-se em uma das poltronas, pensando em o que fazer. Para ela, contar a Albus sobre tudo aquilo seria insano e estava completamente fora de cogitação. Ela pegou um pergaminho e uma pena e começou a escrever a carta para o seu irmão. Essa deveria ter sido a primeira coisa que ela deveria ter feito quando começou a ter esses sonhos, contar ao Josh.

"Querido irmão,

Como está? No dia em que nos vimos, quando me levou até o trem, não pudemos nos falar muito. E eu precisava ter dito muitas coisas importantes.

Há uns meses comecei a ter esses sonhos, ao qual Albus, um amigo meu, aparecia de repente e dizia que era Godrico Grifinória e me acusava de ter roubado sua espada. As vezes ele aparecia na forma de um leão, como um animago ou algo do tipo, me atacava e me acusava de roubo. Eu pensei que era besteira, de início. Mas os sonhos não pararam. E agora, um outro amigo diz estar tendo uns sonhos bem parecidos com os meus, mas nos dele, eu apareço dizendo que 'sou Ravena Corvinal e que quero meu diadema de volta'. Mais do que nunca, tenho certeza que esses malditos sonhos significam algo. Eu preciso da sua ajuda. Qualquer coisa que você souber. Adivinhação, alguma lenda, qualquer coisa.

Estou morrendo de saudades suas. Só aquele abraço não foi o suficiente. Não vejo a hora de abraçá-lo novamente. Te amo muito.

Com amor,

Little Haly. "

— O que está fazendo acorada, essa hora? - perguntou alguém. Haly deu um pulo de susto, e ouviu uma risada. Quando se virou para ver quem era, percebeu que era Steve.

— Desculpa pelo susto. - diz ele, ainda rindo – Não foi minha intenção te assustar.

— Esperava que eu não fosse pensar que era um assassino, né? Acontece. - diz ela – O que você está fazendo acordado?

— Eu perguntei primeiro.

— Estava escrevendo uma carta para o meu irmão. Sua vez. - responde.

— Ouvi um barulho aqui em baixo. Eu sou o amigo que morre primeiro em histórias de terror, então vim atrás do barulho. - ele responde, sentando-se em uma poltrona ao lado da escrivaninha - Descobri que era você. Fiquei feliz em saber que não era um assassino.

— Quem disse que eu não sou? - brinca Haly. Steve ri.

— Tem razão, não parei para pensar nessa possibilidade. - ele diz, fazendo uma cara de pensativo.- O que aconteceu com você hoje, mais cedo? Eu tentei ir te visitar na Ala Hospitalar, mas não deixaram, por causa das aulas. Você está melhor?

— Ah, não foi.. não foi nada. - ela diz, com as bochechas coradas. "Ele estava preocupado comigo?", pensou. - Eu estou bem. Obrigada pela preocupação, Steve.

— Que bom que está bem. - ele diz – Sua amiga, Rose, estava bem preocupada com você. Não parava de implorar aos professores para ir te ver.

— Eu imagino! - diz Haly – Quando ela me encontrou, me abraçou tão forte, que eu mal consegui respirar. - eles riem.

— Acho que deveríamos ir dormir, está tarde. - diz Steve. Ele levanta-se e dá um beijo na bochecha de Hayley. A garota fica mais vermelha do que antes. - Boa noite.Vê se descansa, ok?

— Po... Pode deixar. - ela gagueja – Boa noite.

Steve começa a subir as escadas e, no meio do caminho, pára e olha para as costas da garota, com um sorriso bobo. Hayley, com o rosto já virado para escrivaninha, tem o mesmo sorriso estampado no rosto.

Scorpius' POV

O salão comunal Sonserino é uma longa sala, com janelas que dão para as profundezas do lago de Hogwarts, permitindo ouvir a água do lago bater contra elas de noite, e ocasionalmente, ver a lula gigante passar. Tapeçarias medievais ilustrando as aventuras de famosos sonserinos adornam as paredes, e lustres de prata pendurados no teto. Quando Scorpius entrou lá, Sarah o esperava, deitada em um sofá.

— Achei que tinha se perdido no meio do caminho. - diz Smith – Porque demorou tanto?

— Fui até a biblioteca procurar um livro. - ele responde. Ele e Hayley combinaram de fazerem pesquisas para entender o que estava acontecendo com eles. Então, quando saiu daquela sala de aula, passou pela biblioteca e decidiu já começar a sua parte.

— Então, como foi? Ela achou que você estava cantando ela? Disse que ela é menina dos seus sonhos? - brinca a amiga.

— Não, idiota. - diz, rindo. Ele levanta as pernas da amiga e senta no sofá, deixando as pernas dela sobre as suas. - Obrigado, por me fazer ir falar com ela. Eu devia ter feito isso antes.

— O que ela disse, louco? Vai me deixar na curiosidade, mesmo? - ela diz, fazendo um biquinho.

— Acho que vou. - ele responde, sorrindo brincalhão – Acontece, que ela anda tendo os mesmos sonhos loucos que eu. Quer dizer, um pouquinho diferentes.

Ele contou para Sarah tudo o que conversou com Canaghan. Os sonhos, o combinado.

— Quando, e se, vocês descobrirem o que é esses sonhos, o que pretendem fazer?

— É uma excelente pergunta. Talvez achar uma maneira deles pararem.

— Achei que gostasse de sonhar com Canaghan todas as noites – brinca a amiga, parecendo estar com ciúmes. Scorpius dá um tapa na perna da amiga. - Ai, doeu!

— Foi para doer. - ele diz – Eu já te disse que eu não gosto dela. Essa é a primeira convesa que temos, sem ela e a Rose estarem em cima de mim. Eu sei, a frase ficou estranha – ele diz, quando vê a cara de Smith.

— Bom, se precisar de ajuda com alguma coisa, estou aqui. Sempre. - ela diz, piscando para ele.

— Eu sei. Obrigado. Agora, se me dá licença, eu vou dormir, porque eu estou morrendo de sono. - diz Scorpius, levantando-se e depositando um beijo na testa de Sarah. - Boa noite, Sah.

— Boa noite, Scorp. Sonhe com a sua amada. - ela diz, rindo. Scorpius toca uma almofada,que estava na poltrona ali perto, na amiga.

Scorpius' POV off