Losing your mind escrita por Oh my Stucky


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem deste novo capitulo❤



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Na noite do acidente quando me transformei em coiote eu soube da minha adoção mas sempre imaginei que meus verdadeiros pais estivessem mortos e não que teriam me recusado de livre e espontânea vontade, a mulher á minha frente me diz o contrário.  

— Você não é a única que anda por ai perseguindo pessoas, querida. - Ela diz me seguindo com a arma em punhos.  

— Você me abandonou, o que quer de mim agora? - Questiono sem me mover de onde estou, sentindo-me acuada com aquela arma imensa. - Que eu te chame de mamãe? Acho que não vai rolar.  

Ela ri sem humor. - Eu quero parte do meu poder que você tirou de mim quando saiu do meu ultero. Força, rapidez, instinto de sobrevivência, agilidade... Tudo isso você roubou de mim.  

— Sinto muito por ser uma consequência dos seus atos impensáveis. - Retruco.  

— Eu vou colocar esse prédio com seus amiguinhos abaixo se for preciso para ter o meu poder de volta. - Sou desafiada.

Analiso minhas chances de escapar dessa com vida ou ter alguma vantagem sobre ela, posso tentar enfrenta-la e talvez ser baleada ou tentar ganhar tempo para pega-la desprevenida, a ultima opção parece a mais viável.  

Isso vai doer, droga.  

Antes que ela tenha qualquer reação eu empurro meu corpo pela pequena janela de vidro e sinto meus ossos fraturarem quando me choco violentamente contra o chão.  

Ugh.  

Rolo para o lado quando quase sou atingida por um dos seus tiros e escapo pelos fundos, há um carro aqui, não parece muito rapido mas pode me ajudar á escapar no momento. Tento fazer a ligação direta o mais rápido que posso, não posso lutar com ela agora enquanto ela está armada e eu sem qualquer defesa além do meu próprio corpo para absorver balas que me matariam em algum ponto.  

Ela não está vindo atrás de mim mas eu continuo ouvindo tiros ecoarem dentro do prédio, o que me faz parar com as mãos no volante.  

Humanos são amigos e nós não abandonamos os amigos.  

Ouço a voz de Kira soar na minha cabeça então penso em Jax e Maggie... Eles são meus amigos, não são?  

De volta ao apartamento de Jax eu procuro por algum sinal da Loba do Deserto, infelizmente é tarde demais para Maggie, seu corpo ensanguentado está estirado no chão, meu coração se aperta mas eu penso que pode não ser tarde para Jax e eu preciso encontra-lo mas sou parada quando uma bala atravessa meu estômago, não é o suficiente para matar um coiote mas dá uma vantagem á ela, especialmente porque ela é a única que consegue  me ver no momento. Há um outro tiro mas dessa vez eu sou arrastada para trás de uma das portas, estou prestes á atacar mas respiro aliviada quando vejo que é apenas Jax.  

— Eu pensei que você estivesse morto. - Sussurro. - Sua mãe...  

— Eu sei. - Ele lamenta e encara o ferimento que só piora na minha carne. - Você está ferida?  

— Não é nada. - Eu literalmente rosno como um coiote ferido, fazendo Jax me olhar confuso.  

— O que você é? - Ele questiona aterrorizado.  

— Um coiote.  

— Isso é meio que uma gíria para alguma coisa? - Insiste.  

— Não. - Forço meus olhos á sua cor sobrenatural. - Um coiote de verdade.  

Sua boca se abre em espanto e ele parece horrorizado mas não lhe dou tempo de uma reação concreta, a loba nos encurrala e eu empurro Jax contra o chão enquanto me lanço contra ela, agarro sua arma e consigo tira-la da sua mão.  

— Parece mais justo agora, não acha? - Questiono atacando-a sem lhe dar chance de defesa.  

A ofensa as vezes é a melhor defesa.  

Eu sei que ela não pode comigo desarmada, ela se entregou quando confessou que roubei parte do seu poder, isso faz de mim um pouco que seja mais forte e eu pretendo não tornar isso demorado. Ela tenta me atacar, seguro seus braços e pressiono-a contra a parede enquanto cravo minhas garras no seu peito agarrando-me a cada pedacinho de poder que ainda existe nela, o poder que que deveria me pertencer.  

Sinto o poder fluir entre minhas veias á cada respiração dela que reduz. Eu devia sentir remorso por matar e roubar o poder da mulher que me colocou no mundo mas não sinto, não sinto nada, ela não sentiria por mim e talvez eu ainda viva segundo ás leis da natureza selvagem.  

Tiro até o último suspiro que posso tirar dela e o som que o seu corpo faz quando cai ao chão faz minha cabeça zonza girar ainda mais e meu corpo fraquejar mas braços frigidos me impedem de cair e me agarram enquanto todo o mundo desaparece ao meu redor.  

✖✖✖✖✖✖✖✖✖✖✖✖ 

Acordo assustada, quase sufocada mas me acalmo quando o rosto de Jax entra em foco.  

— Você está bem? - Pergunta enquanto tento me localizar, parece o apartamento dele agora muito mais habitável.  

— Maggie... - Sussurro e automaticamente e seguro a sua mão porque é a única forma de conforto que consigo encontrar. - Eu sinto muito por isso e odeio que tenha sido minha culpa.  

Seu silencio me diz que ele concorda comigo o que só piora a situação.  

— Você voltou por nós? - Pergunta por fim.  

Concordo com a cabeça. - Se eu ainda tivesse na forma coiote, eu os deixaria, se tivesse com fome os devoraria e então os deixaria mas minha amiga Kira me diz que não deixamos as pessoas para trás.  

— Sua amiga parece legal. - Comenta.  

— Ela é incrivel. - Concordo. - E eu preciso sair para falar com ela.  

— Você foi baleada. - Jax informa. 

— Eu estou bem. - Garanto.  

— Antes de você apagar... Seus olhos, eles pareceram se acender.  

— Eu acho... Acho que se coiotes tivessem alfas eu seria um agora. - Dou de ombros sem entender realmente.  

Eu volto a lan house do dia anterior e tento entrar em contato com Kira da forma que ela me ensinou: e-mail.  

"Estou aqui." Ela responde rapidamente."Noticias?" 

"Acho que encontrei a minha mãe, minhaverdadeira mãe". Envio de volta.  

"Do que está falando?" Pergunta.  

"Longa historia, eu a matei, meus olhos mudaram, eu tirei o seu poder."   

"Uau... Bom, você o encontrou? O Soldado, eu quero dizer." Ela quer saber.  

"Sim." Digo. "Mas eu o perdi outra vez".  

"Acho que ele não atua mais como o Soldado." Ela comenta despertando meu interesse.  

"??" É a única coisa que envio mas é o suficiente para obter uma resposta.  

"Parece que ele também é alvo da Hydra agora, organização na qual ele atuava como Soldado invernal." Responde no mesmo instante.  

Sua resposta me pega de surpresa ou nem tanto talvez porque seu comportamento ultimamente não me parece com o método Soldado Invernal. Não sei o que pensar sobre isso realmente, talvez ele queira um recomeço, uma nova vida mas ele nunca poderá ter isso enquanto eu não conseguir colocar a minha cabeça no travesseiro e sentir que não estou mais em dívida com a minha família.  

"Bom, ele ainda matou a minha familia então sugiro que a Hydra tente encontra-lo antes de mim." Encerro a conversa.  

Saio da lan house para uma volta em Nova York, eu não quero ter que voltar na pensão agora. Jax precisa de consolo, ele é apenas um garoto que viu a mãe ser assassinada mas eu não serei a pessoa que lhe dará esse consolo, eu seria no minimo rude lhe dizendo para superar, pessoas morrem todos os dias e além do mais a pessoa que fez isso já está morta agora e não é disso que ele precisa.  

Por um lado eu sinto, assim como o Soldado, a necessidade de um recomeço mas por outro ainda existe um Jax em mim esperando por consolo, que nunca poderia seguir em frente realmente.  

Alguém está me seguindo, eu posso sentir, minhas novas habilidades podem dizer isso mesmo á quilômetros de distância.  

Eu sei que é ele.

Paro onde estou e antes mesmo de me virar agarro seu braço, não o de metal, e o empurro para   um entre os milhões de becos estreitos de Nova York.  

— Você está me seguindo? Acho que essa é a minha função. - Vocifero pressionando-o contra a parede de pequenos tijolos laranjas.  

Sua voz não sai e eu odeio estar tão perto dele porque eu não consigo ver toda a maldade que gostaria de ver em seus olhos, ele se parece mais como um filhote perdido no mundo, assustado, acuado e ferido.  

Eu estou com ele em mãos e por que diabos eu não faço ideia do que fazer?  

— Eu me lembro deles. - Sua voz finalmente escapa, deixando-me desconcertada porque ele está falando sobre meus pais. - Ele os matou, o Soldado, eu não sou ele.  

— Mesmo? - Tento segurar as lagrimas que ameaçam escapar. - Você me parece muito com ele.  

Ele tenta se mover mas eu aperto meu antebraço contra a sua garganta mesmo sabendo que ele escaparia se quisesse, talvez apenas porque isso me deixa um pouco mais confiante.  

— Eu não sou mais ele, meu nome é Bucky.  

Eu acho que odeio o fato de acreditar nele o que nos faz entrar em uma luta corporal não muito justa uma vez que ele apenas se defende dos meus golpes.  

— Eu não vou lutar com você. - Diz. - Você é só uma garota.  

— Eu era só uma garota quando você os assassinou na minha frente! - Berro empurrando meu punho contra o seu rosto, ele para a minha mão com seu braço de metal e me empurra violentamente contra a parede.  

Sua mão ainda está sob a minha e seus olhos nunca vão para longe dos meus e eu odeio não conseguir afasta-lo agora porque ele está invadindo meu espaço pessoal.  

— Eu não quero começar isso com você. - Ele diz. - Me tiraram tudo também, até a minha mente, a minha vida, minhas lembranças, eu perdi tudo. Eu não sou o vilão aqui, Malia.  

— Como você... - Minha voz não sai e preciso me esforçar um pouco mais. - Como sabe quem sou?  

— Você não é a única brincando de detetive, o único motivo de você ter me encontrado é porque eu quis, eu sempre soube das suas buscas, eu permiti que você me encontrasse porque achei que você deveria saber da verdade.  

— Eu não sei o que fizeram com você mas é do seu rosto que me lembro quando tento dormir em paz, são os seus olhos que me assombram nos dias frios.  

Ele solta meu braço e se afasta um único centímetro o que o deixa ainda muito próximo a mim e me faz suar frio.  

— Você não vai me matar. - Desafia. - Não vai me matar porque eu sou o único motivo pelo qual você ainda vive.  

Eu quero rir e dizer que ele está blefando mas estou intimidada pela intensidade do seu olhar que parece ver através da minha alma e pelo seu tom de voz que causa um grande impacto em mim.  

— Eu sou o motivo pelo qual você levanta todos os dias, se você me matar... Você perde a razão pela qual você vive, você tenta se enganar dizendo que faz por eles mas a verdade é que você inventou essa desculpa para que não pareça egoísta o fato de você querer estar viva enquanto eles estão mortos.  

E como num passe de magica eu volto á ser a garotinha assustada de dez anos, insegura, assombrada pela imagem de um homem terrível mas agora este homem terrível parece o único que pode ver além da máscara, o único que conhece o meu segredo.  

— Eu sei que se sente assim, Malia, porque não é a única movida pela vingança.  

Ele agarra meus braços delicadamente de uma forma que achei ser impossível para alguém como ele e me força a olhar em seus olhos, força meu corpo á reagir incrivelmente bem àqueles olhos.  

— Você é mais parecida comigo do que imagina e sei que isso te assombra todos os dias.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo



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