Inalcanzable escrita por Karol Pasquarelli


Capítulo 6
A Pessoa Por Quem Não Pararia De Pensar Um Segundo


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado a: Amor Épico pela linda recomendação. o/



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"Na vida todos temos um segredo inconfessável, um arrependimento irreversível, um sonho inalcançável e um amor inesquecível."

POV Matteo

— Ai que delícia, eu adoro essa vitamina, eu amo. — comenta Flor sentando-se junto a mim no banco da praça.

— Você é a única pessoa que eu conheço que gosta tanto de vitamina de manga.

— É, pode ser, eu mal provei e amei. Às vezes a gente tem que provar coisas novas. Você deveria provar, pode ter uma surpresa. — insinua.

— Não estamos mais falando dos sabores de suco, né? — pergunto.

— Não, eu tô falando no geral. — responde. — Qual o nome daquela garota mexicana?

— É Luna, o que tem ela?

— Eu é que pergunto, o que rola entre vocês. — sorri com malicia.

— Entre nós dois? nada. — nego com aceno de mão.

— Hum, tem certeza? Porque em cima do palco vocês tinham muita química, muita conexão.

A imagem de Luna vem a minha mente neste instante. Seus olhos que tinham aquela tonalidade verde — que me encaravam com tamanha profundidade que seria capaz de descobrir meus maiores segredos. Seu sorriso iluminador que despertavam novos sentimentos em mim e então seus lábios, que depois do dueto cantado junto a mim estavam entreabertos prontos para mim, sentir seu sabor era o que mais queria naquele momento. Sacudi a cabeça afastando tais pensamentos.

— Você falou bem, em cima do palco, fora dele nós não nos aguentamos. — disse tentando soar convincente. — Além disso, essa menina não pode nem me ver.

— Mas, e você? Tá afim, não tá? — se empolga.

— Não, não. — discordo, não queria mais continuar no assunto Luna, porém Flor não estava cooperando.

— Hum sei, depois de ver vocês eu entendi meu ex. Se eu fosse sua namorada ficaria com ciúmes.

— Não se preocupa com a Ámbar. — peço. Logo lembro-me, que a uma hora atrás havíamos terminado, quer dizer, ela havia terminado comigo.

— Não me preocupo. Mas, sabe o que eu não entendo? Se você é afim da Luna, porque não faz nada? Você sempre encarou de frente, nunca te vi evitando uma menina, o que foi? Tem medo do que vão achar ou do que sente?

Eu estava confuso, não saberia reponde-la, quando nem eu mesmo sabia o que de fato sentia por Luna Valente. Será que eu estava  me apaixonando pela Menina Delivery e nem havia me dado conta?

POV Jim

— Jim, o que foi? tá estranha. — escuto Yam dizer. — O que, que é?

— O de sempre né Yam.

— Quem? O Nico? Jim, às vezes eu não te entendo, antes você nem queria ele por perto.

— Bom, agora é diferente, eu tô confusa. — comento.

— Eu também, você disse que gostava do Ramiro, tava louca por ele.

— Bom, louca, louca, também não. Eu gostava um pouquinho. — argumento, pois era verdade.

Não estava tão caída de amores pelo Ramiro como Yam pensava, no final das contas, o garoto egocêntrico não passava de uma paixonite, contudo, talvez tenha enxergado tarde demais a quem eu realmente pertencia. Nico. Confesso que me achava egoísta, pois embora, não quisesse admitir sabia que Yam estava caidinha pelo Ramiro e vice-versa, entretanto nada fiz só pensei em mim.

— Um pouquinho?

— Sim, a questão é que agora eu gosto do Nico. Eu gosto de estar com ele, eu gosto que sempre se preocupe comigo. — suspiro sonhadora.

— Sei, que lindo.

— E ainda é gente boa, bonito e não egocêntrico igual ao Ramiro.

— Bem, o Ramiro também tem um lado sensível, né? — defende.

— Bem lá no fundo tem um lado sensível. — fiz um gesto com a mão.

— Não fala assim, Jim. Todos somos de muitas maneiras ao mesmo tempo, não nos definimos por apenas uma característica. — sorri internamente, Yam estava realmente gostando do Ramiro, ela o defendendo apenas me fez ter mais certeza deste fato.

— Viu? Está defendendo ele. Isso porque você gosta do Ramiro. — afirmei.

— Jim... — tentou dizer, mas, não lhe dei tempo.

— Não gosto mais dele, sério. Se eu fosse você iria atrás do Ramiro, ele também gosta de você.

— Tudo bem, Jim. Mas, por que você não segue seu próprio conselho e vai atrás do Nico? Tá afim dele não, tá?

— Esse é o problema, eu tô, mas, acho que ele não tá mais afim de mim. Que difícil é o amor, né?

— Não, você que é complicada, Jim. Bom, desculpa dizer, mas, você foi falar com ele? Sempre é bom conversar.

— E ele me entende, Yam? O Nico não acredita em mim. — resmungo mal humorada.

— Vai ver você não foi clara, por que você não vai e fala com ele claramente as coisas.

— É, vai ver você tem razão. — me convenceu. Yam sempre me dando os melhores conselhos.

— Vamos?

— Tá.

[...]

— Nico, eu tenho que falar com você. — começo assim que o avisto ajeitando os patins.

— Não posso, tô trabalhando. — seu tom era de indiferença.

— Mas, é bem rapidinho.

— Não tenho tempo, é sério, tenho que trabalhar.

— Tá bom, mas... — peguei algumas rodinhas, colocando-as uma em cima da outra.

— Que, que isso?

— Tô te ajudando.

— Não, não, pode deixar. — tenta me parar, porém, não o faço.

— Não, eu tenho todo o tempo do mundo, e já que não vamos mais nos apresentar na competição, então.

— Peraí, olha, se você fosse assistente de pista seria péssima, tá empilhando as rodinhas.

— Tá, mas, como parceira de patinação eu seria boa, né? — solto sugestiva.

— É, bom...

— Escuta, eu sei que tive um comportamento infantil, que deveria ter te tratado melhor, mas, dessa vez vai ser diferente.

— Jim, já disse que não parece tá concentrada na competição, não posso patinar assim com você.

— Confia em mim Nico, como disse, dessa vez vai ser diferente, é sério. Por favor, vai.

— Nossa Jim, não sabia que era tão insistente. — brinca. — Olha, agora não dá pra mim, mas, amanhã quando você sair do Blake esteja pronta para treinar.

— Obrigada, obrigada... — pulei em seu pescoço o abraçando, estava muito feliz. Rápido demais nos afastamos, nos encaramos por alguns segundos. Nico começou a se aproximar, e eu comecei a tremer e minhas mãos a suar. Será que ele ia me beijar? — O que você vai fazer? — pergunto por impulso, provavelmente estragando qualquer clima. Eu era um completo desastre em relação a garotos. Nico apenas sorriu se inclinando sobre mim.

— Isso, só ia pegar isso. — apontou para as rodinhas que estavam em cima do balcão. Sorri amarelo, então me afastei.

— Você já vai?

— Não, que dizer, sim. Já tô indo. — o vi sorri mais uma vez, seu sorriso era lindo, seus olhos... Não sei como aconteceu, só sei que enquanto ele sorria me aproximei novamente sem realmente perceber e grudei meus lábios aos seus.

POV Luna

Assim que cheguei ao Blake naquela manhã, fui à procura da Nina. Queria conversar com minha melhor amiga, ela sempre tinha um conselho inteligente para me dar. Confesso que me sentia confusa em relação à Matteo e Simón. No dia anterior, quando cantara com o primeiro me senti totalmente encantada por ele, a verdade era que estava gostando do Matteo, não podia negar. Entretanto, foi inevitável não sentir certo ciúme do Simón, assim que o vi beijando a Ámbar. Até perguntei a ele se gostava da loira, embora ele tenha desviado do assunto, percebi que meu melhor amigo havia ficado mexido com o beijo. Eu certamente deveria estar feliz por ele, mas, sinceramente não confiava em Ámbar, e muito menos estava convencida que ela era a garota certa para ele. Além disso, Ámbar ainda namorava o Mauricinho.

— Acho que devo dar meus parabéns a você por ter cantado com o Matteo, né? — o tom nem um pouco amistoso de Ámbar me puxa para a realidade.

— Não, eu nem queria cantar com ele. — justifico um tanto medrosa.

— Claro que não. Eu imagino que foi por isso que você subiu no palco para cantar, né? Se queria se vingar, não rolou. — seu olhar era frio, o que me dava arrepios.

— Eu não faço essas coisas. Eu não gosto de me vingar de ninguém. Só que o Matteo me deixou desconfortável me chamando pro palco. — desenrolo verdadeira.

— Claro, com certeza, você parecia extremamente desconfortável cantando com o Matteo.

— Bom, eu te peço desculpas, eu sinceramente não queria causar nenhum problema com você e com ninguém. — peço sincera.

— Não? Então fica no seu lugar. Luna. Aqui todos nós temos um papel e justamente o seu, não é o protagônico, ficou claro? — lançou ruidosamente, com repulsa, seu olhar gélido era assustador. As palavras de Ámbar atingiram-me em cheio, talvez ela estivesse certa.

[...]

Já treinava fazia alguns minutos na pista, alguns passos estavam sendo difíceis de serem executados, então os fazia e refazia repetidas vezes.

— Atrapalho? — sussurrou perto demais, tomo um susto com a aproximação repentina. Matteo me encarava sorrindo.

— De onde você saiu? Eu me assustei.

— Do planeta terra, por um acaso já foi lá? — brincou ele. Eu não estava nem um pouco afim de entrar em mais um dos jogos do Mauricinho, meu humor estava péssimo.

— Não faça gracinha, eu tô brava com você. — aponto.

— Eu posso te ajudar, se você quiser, é claro. — ignora.

— Não, eu consigo sozinha. — recuso rapidamente.

— Não é o que tá parecendo. — debochou. Matteo era simplesmente insuportável, quando queria. — Sabe, mesmo você não gostando todo mundo falou que formamos uma boa dupla em cima do palco.

— O que? — externo com uma fúria contida. — Matteo, eu nem sabia a letra, você me fez passar vergonha. Além disso, eu não queria cantar com você, aquilo não foi nada legal.

— Tem certeza que não precisa da minha ajuda? — insiste.

— Não, eu falei que não preciso de ajuda. Então, no seu planeta escuta as pessoas ou não? — questiono mal humorada. Já estava perdendo a paciência com o Mauricinho.

— No meu planeta escutamos e observamos e sei identificar quando alguém precisa de ajuda e você precisa. — tentou novamente. Precisava manter Matteo o mais longe possível de mim.

— Não, nada que eu não consiga fazer sozinha.

— Acho que tem coisas que você não quer ver. — encara-me intensamente. — A gente se conectou lá no palco, parece que os outros terráqueos concordam com isso.

— Não ligo para que os outros acham, tá? Você deveria escutar as pessoas. Você fez muito mal pra Ámbar.

— Bom, isso é outra coisa. A Ámbar e eu terminamos.

— O que? — estava literalmente de boca aberta. Será que foi por minha culpa?

— O que foi? — pergunta com um levantar de sobrancelha.

— Olha Matteo, se foi por termos cantado eu...

— Não Luna. — suspira. — A verdade é que nosso relacionamento já não andava bem, mesmo que estivéssemos namorando, parecia que já tínhamos rompido há muito tempo.

— Uau. — exclamei surpresa. — É que essa é uma grande notícia, quer dizer, vocês são o casal perfeito e tal, não parecia...

— Nem tudo é o que parece. A Ámbar não é a mesma que eu conheci e eu também não sou o mesmo, nós dois mudamos muito.

— Sabe, eu tenho que ir.

— Mas...

— Desculpa Matteo, é que eu preciso mesmo ir, tchau. — saio sem esperar por qualquer resposta.

Estava confusa, e estar próxima do Balsano com minha cabeça embaralhada como estava não era uma boa. Tinha que encontrar Nina, ela seria uma boa ouvinte.

POV Yam

— O que acha de irmos patinar? — Ramiro propõe todo sorridente.

— É uma ótima ideia. — concordo.

— Então vamos?

— Claro.

[...]

— Que incrível, são passos muito complicados, mas, que ficaram muito naturais. — disse enquanto bebia um pouco de água por conta do cansaço.

— Eu sei, acontece que eu tô anos praticando, por isso parece que é super fácil.

— Então eu preciso de mais alguns anos pra aprender esses passos.

— Não, você consegue. Você consegue mais do que parece, você tem que confiar sempre no seu próprio ritmo. — o olhei admirada com um quase sorriso, mas isso foi por pouco tempo. — Mas, ainda falta um pouco de pratica, eu diria que faltam uns dois anos. Não, muitos anos de pratica ainda. — zombou, típico dele.Garoto idiota.

— Você sabe animar as pessoas, hein? — replico revirando os olhos.

— Se você quiser, eu posso te dar um curso intensivo, se a gente treinar muito pode até chegar ao meu nível.

— Não, eu treino sozinha! — anuncio com convicção.

— Desde quando?

— Desde sempre. — dei as costas a ele.

— Yam... — chamou se aproximando.

— O que é?

— Desculpa, ok? Às vezes sou meio grosseiro. — pediu coçando a nuca. — Você me deixa ensinar alguns passos pra você?

— Tudo bem, mas, espero que não seja insuportável como sempre. — confirmo desafiadora.

— Insuportável eu?

— Sim, agora vamos.

[...]

— Que pena que fomos eliminados da competição. — lamentou. — Bom, são eles que vão perder, porque somos uma ótima dupla, com um excelente ritmo. — sorriu convencido.

— Não acredito que disse isso. — comento.

— Por quê? Nós dois somos talentosos, nós dois patinamos bem, por que não? — argumentou.

— Não, não é por isso. É que sei lá, você tá diferente, parece outro.

— Parece que não sou o único, acho que tem outra pessoa que não tá na defensiva como antes.

— Eu tava na defensiva porque você me atacava. — devolvo não gostando de seu tom acusatório.

— E você não parava de me tratar mal. — retruca.

— Eu te tratava mal? — aponto para mim mesma sorrindo com a afirmativa dele. Com certeza não era de mim que ele estava falando.

— Sim.

— Acho que sua memória tá falhando.

— Impossível, a minha memória tá perfeita. Eu acho que tem outra pessoa que tá esquecendo como foram as coisas.

— É, você tem razão, eu me inscrevi com você porque é o melhor de todos. — debochei. — E eu faço tudo errado, e você é talentoso, e criativo...

— E generoso, e solidário e humilde. — continuou zombeteiro. Ramiro era um gabola irritante.

— Principalmente humilde. — enfatizo. Começo a rir, e ele me acompanha descontraído. Ramiro entrelaçou as mãos as minhas com delicadeza — o gesto me pegou de surpresa —; então lançando um olhar diferente.

— Yam eu... — começou. Acho que ele vai se declarar para mim. — Quer patinar comigo amanhã? Tem um passo que eu quero te mostrar que é muito legal, eu não aceito um não como resposta.

— Tudo bem, amanhã a gente ver. — sorri com o convite. Embora, minha vontade mesmo fosse que ele tivesse se declarado para mim.

POV Gastón

“Quando se apaixonar de verdade por alguém, não vai conseguir ficar sem pensar nessa pessoa nem por um segundo.”

Essa frase não saia da minha cabeça, talvez Flor tivesse razão, eu de fato não estava apaixonado por ela, na verdade estava apenas encantado. Sai do Roller, enquanto passava pela praça avistei Nina sentada em um dos bancos bancos, sorri instantaneamente me aproximando, sentei ao seu lado. Ela me encarou lançando seu típico olhar envergonhado. Confesso que a achava linda e toda vez que a via tinha a necessidade de me aproximar.

— Ainda se escondendo? — pergunto.

— Como é?

— Se você ainda tá mal pelo Extreme Singers.

— Ah tá, isso. — diz sem graça. — Eu gostaria de ser um avestruz. — solto um riso pelo nariz após seu comentário.

— Um avestruz, e por quê?

— É porque ela é uma ave que pode se esconder debaixo da terra. — responde. — Eu ainda não me recuperei, mas, são os pais que eu tenho, é melhor aceitar como eles são e pronto. — analisa sincera.

— Eu acho que não pode se preocupar com uma coisa que não pode mudar. — disse simplesmente.

Depois disso não falamos mais nenhuma palavra, ficamos em silêncio por alguns minutos, porém aquele silêncio não era incomodo, muito menos constrangedor ao contrário. Estava com meu pensamento longe quando a ouvi... cantar? Não sabia que a Nina cantava, nem que sua voz era tão linda. Olhei admirado e abobado a garota sentada ao meu lado, porém ela abaixou a cabeça pedindo desculpas ficando com as bochechas completamente ruborizadas.

— Perdão, perdão, eu nem havia me dado conta. — não sabia de fato o porquê dela ter ficado assim e ainda ter pedido desculpas. Ela cantava muito bem, queria ouvi-la novamente, sua voz era tão doce.

— Imagina, canta. — incentivo. — Você canta bem, sua voz é linda. — elogio sorrindo para ela.

— Não, não minta, eu sei que eu canto mal.

Todo vez que nós conversávamos eu percebia o quanto sua autoestima era baixa, ela tinha essa mania de se achar inferior aos outros e eu não gostava disso. Ela era perfeita e única a sua maneira, embora nem ela mesma tivesse se dando conta disso ainda.

— Você canta bem. — afirmo novamente. — Nunca te disseram isso?

— Quem vai me dizer se nunca ninguém me escutou cantar, bom, só no chuveiro, mas, ele ainda não tem a fala bem desenvolvida. — responde corando.

— Eu acho que você deveria cantar em público. — comento honesto. — Sua voz é linda.

— Não, não, esquece. O público e eu não somos compatíveis.

— Sabe, o que faz um sonho impossível é o medo de fracassar. — digo encarando-a. — Mas enfim, se seu público fosse de um só espectador, você cantaria? — indago.

— Sim, se o público cantasse comigo. — solta sugestiva. Embora seu tom fosse de brincadeira ao falar, ainda sim, não deixava de ser um convite que eu estava inclinado a aceitar de bom grado, sorri internamente com isso.

— Quer cantar comigo?

— O que? Não eu...

— Vamos Nina, só você e eu, não vai recusar, né?

— Mas, aqui? Na praça?

— O que, que tem?

Ela ainda meio relutante concordou, então com o maior sorriso do mundo entrelacei suas mãos as minhas; — elas estavam geladas e tremiam provavelmente efeito do nervosismo — lhe dei um olhar encorajador, então comecei a cantar.

Gastón: Yo no sé lo que me pasa
Cuando estoy con vos
Me hipnotiza tu sonrisa
Me desarma tu mirada
Y de mi no queda nada
Me derrito como un hielo al sol

Gastón e Nina: Cuando vamos a algún lado
Nunca elijo yo
Porque lo único que quiero
Es ir contigo
Vivo dando vueltas
A tu alrededor
Como un perro abandonado
Que en la calle te siguió

Gastón: Pero yo no soy tu prisionero
Y no tengo alma de robot

Gastón e Nina: Es que hay algo en tu carita
Que me gusta
Que me gusta
Y se llevó mi corazón

Gastón: Y se llevó mi corazón

Nina: Puede ser por tu carácter
O mi voluntad
Me hipnotiza tu sonrisa
Me desarma tu mirada

Gastón e Nina: Pero yo no soy tu prisionero
Y no tengo alma de robot
Es que hay algo en tu carita
Que me gusta
Que me gusta
Y se llevó mi corazón

Gastón: Y se llevó mi corazón

Nina: Tu carita
Que me gusta

Gastón e Nina: Y se llevo mi corazón

 Assim que acabamos de cantar sorrimos um para outro —, “Quando se apaixonar de verdade por alguém, não vai conseguir ficar sem pensar nessa pessoa nem por um segundo.” — a voz de Flor veio a minha cabeça nesse instante, acho que já havia encontrado a pessoa por quem não pararia de pensar um segundo.

POV Ámbar

Estava na lanchonete do Jam & Roller acompanhada de Delfi e Jazmín. A primeira estava com os pensamentos distantes, já a outra não parava de falar sobre como o vídeo em que eu ensaiava sozinha havia recebido muitos likes.

— O que foi? — direciono a pergunta a Delfi. — Não, espera, não me diga: É o Gastón. Você tá muito monotemática Delfi, tá irritante.

— O que você quer que eu faça?

— Já falei o que tinha que fazer, se não quer me escutar não é culpa minha. — respondo revirando os olhos.

— Eu consegui.

— Ah Delfi, se o Gastón não te quer, ele não te quer e pronto. — opina a ruiva.

— Não precisa falar assim, Jazmín. — protestou.

— Bom, é a verdade, né?

— Não, eu já disse ele gosta de mim, mas, não se anima.

— É, mas, com a prima do Matteo ele se animou. — replica Jazmín, Delfi olhou-a furiosa.

— Dá pra ficar quieta, Jazmín? Não precisa falar tudo que passa pela sua cabeça. — repreende exaltada.

— Tá, não falo. — fez um zíper na boca com os dedos, porém, não durou por muito tempo. — Mas, olha pelo lado positivo, pelo menos você tem por quem ficar mal, eu nem isso tenho. — lamenta-se.

— Ai Jazmín, olha ao seu redor. Tem um monte de garotos que ficariam loucos para estar com você. — disse a ela.

— Ah, é óbvio, mas. eu não ficaria louca pra estar com eles. — arregalei os olhos surpresa com o comentário de Jazmín, comecei a rir e Delfi me acompanhou. Mordi o lábio inferior. — É verdade. Mas, se bem que tem um que poderia ser a exceção. — ela suspira enquanto olha para a entrada do Roller, acompanhei seu olhar.

Simón estava lá, seus olhos passavam por todos que ali estavam, talvez estivesse procurando algo ou alguém, ele estava completamente absorto aos olhares apaixonados que Jazmín o lançava, não sei porquê, mas eu não havia gostado nada disso.

— Não Jazmín. — censuro com um maneio de mão. — Já falamos, esse não é nenhuma opção.

— Esquece ele. — concorda Delfina.

— Mas, por que meninas? Ele é tão lindo. — choraminga. Eu realmente não sabia o que Jazmín queria com Simón, mas, eu não a deixaria chegar perto dele.

— Quantas vezes temos que repetir, Jazmín? Esse garoto é péssimo. — retruco em desprezo.

— Eu sei, é brincadeira. Eu não gosto dele. — sinceramente, não acreditava em suas palavras, embora elas me trouxessem um alívio incomum.

— Então para com essa cara: “Sim, por favor, fala comigo que eu adoro você.” — debocha Delfi. Eu nada fiz, apenas as olhei indiferente, aquele papo todo estava me irritando.

— Tá bom, chega meninas.

[...]

Assim que Jazmín e Delfi foram embora, fui atrás de Simón. Eu precisava daquele garoto e ele iria me ajudar, afinal, ele e amiguinha dele foram os culpados pelo fim do meu namoro com o Matteo. O encontrei limpando uma das mesas, logo me aproximei.

— Precisamos conversar. — o puxei sem aviso pelo braço, o levando até perto dos armários. Lá não havia ninguém, então teríamos privacidade.

— Ei, dá pra me soltar, Ámbar. — desvencilha-se, o larguei sorrindo.

— Você vai se apresentar comigo na competição. — solto pratica.

— O quê? Eu? Você ficou louca? — externa com rigidez. Desmancho o sorriso e lanço-lhe um olhar irritado.

— Mas, é óbvio que não. E sim, você vai se apresentar comigo, afinal você foi o culpado por eu ter terminado meu namoro com o Matteo, agora estou sem par.

— Nem sabia que tinham terminado, e outra, não fui eu que me agarrei no seu pescoço. — rebate petulante.

— Como é que é?

— Olha Ámbar, eu tô cansado, trabalhei o dia todo e eu quero ir pra casa, se me der licença. — me deu as costas passando por mim. Não mesmo que eu iria desistir tão fácil. O agarrei pela segunda vez no dia pelo braço o parando no meio do caminho.

— Você tem que me ajudar. — pedi com o olhar triste, talvez isso o convencesse. O olhar de coitadinha era infalível.

— Ámbar...

— Por favor. — peço mais uma vez.

— Não, acho melhor você conversar com o Matteo e esclarecer as coisas e assim vocês se entendem e se apresentam juntos.

— Nem morta que eu vou voltar a ficar com ele! — afirmo convicta. Matteo não era uma opção no momento.

— Então encontre outro parceiro. — sugeriu.

— Eu escolhi você. Vamos Simón, não será tão ruim assim, além do que, você estará patinando com a melhor, a rainha da pista. — ele riu. Cretino.

— Eu realmente não me importo como você se autointitula Ámbar, a verdade é que você se esquece de um detalhe: Eu estou inscrito com a Luna na competição.

Luna, sempre essa menina. Eu realmente havia me esquecido desse pequeno inconveniente. Até quando não está por perto essa sem sal da Luna me atrapalha a vida.

— Fácil, já que a Luninha e o Matteo se deram tão bem em cima do palco, porque não se dariam na pista? Matteo pode se apresentar com ela.

— Não mesmo, não vou deixar aquele cara se aproximar da Luna. — seu tom era raivoso. Sorri internamente ao constatar uma coisa: Simón estava apaixonadinho pela Luna. Uma ideia me surgiu naquele exato momento.

— Você gosta dela, não é?

— O que, da Luna? Não, claro que não, eu só digo isso porque ela é minha melhor amiga e eu não vou deixar ninguém a machucar. E eu não confio no Matteo.

— Você mente muito mal, mas, continua tentando. — bato uma das minhas mãos em seu ombro. — Sabe, se você me ajudar, eu posso te ajudar.

“Me ajudar?” Do que tá falando, afinal?

— A conquistar a Luninha, eu posso te ajudar.

— Não eu...

— Ah, pelo amor, para de negar Simón. Eu sei que gosta dela, e sei também que vocês foram feitos um para o outro. Então não será uma tarefa tão difícil assim fazê-la enxergar o que está diante de seus olhos. — argumento.

— Você acha que tenho chances? — pergunta. O idiota havia se entregado. Aos poucos ele estava cedendo.

— Mas é claro, ela gosta de você. — confirmo. — Se você se apresentar comigo, eu o ajudo Simón, o que me diz? É uma troca justa, não é? — silenciou-se por alguns segundos, parecia pensar sobre.

— Não posso. — bufei com raiva. Ele já estava me irritando.

— Ai garoto, qual é o seu problema?

— Eu não quero que a Luna patine com o Matteo.

— Você ou ele patinar com ela não vai fazer diferença, no final ela vai escolher você.

— Pra mim vai. Por que não patina com ele, hein? Não foi você mesma que afirmou varias vezes que vocês eram a dupla perfeita, os reis da pista. — garoto abusado!

— Você é irritante! — cruzo os braços.

— Eu preciso ir, Ámbar.

— Não Simón. — chamei o parando. — Olha, então vamos fazer assim, você podia treinar comigo até o dia da competição.

— Não dá. — desconsidera. — Tenho ensaio com a banda, treino com a Luna e ainda o trabalho no Roller.

— Que saber? Eu não me importo! — explodo farta. Quem ele pensava que era para me negar algo? — Você vai treinar comigo é ponto final. — mando autoritária apontando o dedo na sua cara. Simón já tinha me irritado o suficiente em uma só noite. Ele me encarou sem medo algum, segurou a mão que eu apontava em sua cara, me puxando para perto de si.

— Você não manda em mim. — cospe próximo demais, senti seu hálito quente bater contra meu rosto, seus olhos chocolates me miravam desafiadores.

— Me solta idiota. — desvencilhei-me ficando o mais longe possível. — Fique longe de mim. — então o olhar de Simón vacilara por breves segundos, caindo sobre os meus lábios.

“Se não for hoje, um dia será. Algumas coisas, por mais impossíveis e malucas que pareçam, a gente sabe, bem no fundo, que foram feitas para um dia dar certo.”


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Notas finais do capítulo

Bom é isso espero que gostem. Obrigada a quem leu, comentou, favoritou.

P.S: Ainda vou responder os comentários.



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