Psicopata de Seattle escrita por Duda Allen


Capítulo 10
Pity Party




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Enquanto isso, em High School, os alunos se divertiam com as músicas eletrônicas que tocavam no baile.

Uns alunos se reuniram em grupos e conversavam espontaneamente com taças de ponches nas mãos.

Ashley corria desesperada ajeitando seu vestido rosa e dizendo as pessoas para votarem nela como rainha do baile e de como ela merecia aquilo.

Abby olhou tudo aquilo enojada. Como as pessoas estavam felizes... Aquilo deixava a garota irritada.

"Sabe o que é issoqueridaEles estão se divertindo sem vocêEles não se importam com você!", as vozes irritaram na cabeça de Abby

— Eles nunca foram meus amigos. Não me importo com eles e mataria todos se eu quisesse...

"E por que não mataEstamos aqui para nos divertircertoIsso é um meio de diversão.", as vozes a incentivaram.

— Acreditem, eles não precisam de mim para morrerem. A vida deles é tão miserável que eles vão morrendo aos poucos por dentro. - Ela debochou, se sentido superior aos outros.

Ela passou a mão por cima do bolso do vestido, onde a adaga estava. Abby queria matar... Estava com sede de sangue. Era como se ela fosse uma máquina de matar ambulante, sem controle de seus atos.

Ela olhava os arredores daquele lugar, cada pessoa com quem estudou se divertia, e ela só pensava em homicídio. Como pôde virar uma garota tão má?

— Olhe, é aquela menina estranha. - Abby ouviu uma garota sussurrar para a outra.

— Ah, é ela. - A outra menina disse com desgosto. - Soube que o pai dela morreu.

— Sorte do pai dela, por ter se livrado de uma filha tal esquisita quanto ela!

Aquilo de uma forma machucou Abby profundamente. Mesmo sabendo que não era verdade, pois ela sabia que seu pai era o único que a amava de verdade, sentiu-se machucada pelas pessoas que viviam ao seu redor eram tão cruéis e infelizes.

Seres humanos são tão idiotas e maldosos!", ela xingou.

"Masqueridavocê é humana como elesmas é melhor que elesé claro."

"Acontece que agora não sou mais uma humana... Sou uma assassina sem coraçãoNão me importo com essas pessoas e não tenho a quem amarVocês são minhas únicas companheiras e ninguém pode tirar vocês de mimporque vocês vivem em mim"

Exausta de todo aquele tédio, a Waters decidiu ir ao banheiro ver se seu vestido ou sua pele ainda estava suja de sangue de sua tia falecida.

Se olhou do espelho do banheiro feminino, que estava um pouco escuro porque uma das lâmpadas havia queimado. Ela encarou seu reflexo com um olhar sério e psicopata.

Um sorriso sarcástico havia se formado em seu rosto, assim como havia deixado uma de suas sobrancelhas arqueadas. Aquele vestido lhe serviu muito bem.

Abby perdeu o foco em si quando ouviu um choro vindo de uma garota sentada no chão ao canto do banheiro.

A garota Waters estranhou, pois achou que já tinha vista aquela cena em algum lugar antes.

A loira estava com um vestido verde marinho com renda preta que tinha as mangas longas e a saia ia até a metade da coxa, cabelos presos em uma trança desarrumada e um salto preto de camurça.

A menina que chorava, também estava com a cabeça entre as duas pernas, por isso Abby não reconheceu quem era.

— Por que você chora, garota? - Abby perguntou a menina que chorava.

— Eles me chamam de inútil e que eu não tenho importância. Não aguento mais essa vida. - A loira respondeu aos prantos.

— Tome, querida. - A menina Waters a entragou a pequena adaga a garota, que levantou o rosto e revelou quem era.

Susan Jordan, sim era ela. A mesma menina que vivia tentando ser gentil e alegre com as outras pessoas.

— Muita coisa mudou nesses dias que você esteve fora, Abby. - Ela resmungou. - Sabe o que é mais incrível? Quando a gente cresce, a gente aprende que os verdadeiros monstros não vivem debaixo da nossa cama, e sim nas pessoas que nos cercam.

Abby ficou surpresa com tudo aquilo que Susan havia lhe falado. Provavelmente Ashley e suas amiguinhas deveriam ter feito algum tipo de bullyng com Susan todos esses dias que esteve fora.

Mas como era possível? No cemitério ela não estava assim. Talvez, ela soubesse ocultar seus sofrimentos mellhor que a Waters. E isso, de fato, era verdade. Ashley, Jully e Dianna fizeram da vida de Susan um inferno naqueles dias. Faziam ela de idiota na frente das outras pessoas, faziam ela para micos, chamavam ela dos piores nomes possíveis e até derrubavam as bebidas nas roupas bem passadas que Susan usava na escola.

— Não sei se tenho coragem para fazer isso, Abby. - Susan confessou algo que dava para ver em seus olhos da insegurança que ela sentia.

— Vamos lá! Faça! É apenas um corte, no lugar certo, e tudo isso acabará. - Abby a incentivou, voltando com aquele olhar psicopata e a sede de sangue.

Sede de morte...

A loira pegou a adaga e enfiou na lateral do pescoço e um grito agudo ecoou no banheiro em seguida.

Abby teve um leve susto com esse grito e quando se virou, percebeu que era Ashley totalmente horrorizada com o que havia visto.

— Ahh! - Ashley gritou. - A Waters matou a Susan! A Waters matou a Susan! - Saiu gritando desesperada por todo o salão da festa.

A Waters ignorou totalmente aquela cena de Ashley e aqueles gritos, pois estava tão animada por ver o sangue de Susan escorrer pelo chão do banheiro.

"Queridamuito bemEssa garota merecia morrer mesmo"

— Mas ela era uma garota boa... - Abby lamentou, porque mesmo estando feliz por ver aquele sangue todo, estava incomodada pois Susan ainda era um pouco feliz... Ao menos ela achava isso.

"Queridavocê não deve ter pena de ninguémVocê é melhor do que elesVocê  deve matar e ver o sangue escorrerentendeu?"

— Sim, eu entendi, me desculpem por isso, foi apenas uma recaída. - Ela se recompôs.

"Escutevocê não deve amarMas não se preocupevamos te ensinar isso... Você  precisa confiar em nósquerida"

— E eu confio! Eu faço tudo o que vocês me mandarem fazer! - Ela se sentou ao lado do corpo morto de Susan e passou a encara-lo.

Tão frio e pálido. Assim era o corpo sem alma... Assim era o corpo de Susan...

— Eu fiz Susan Jordan se matar! Eu fiz Susan Jordan se matar! Eu fiz Susan Jordan se matar! - Abby repetia isso em meio a risadas malucas.

Ela entrelaçou os braços nas pernas e começou a balançar o corpo para frente e para trás, como se estivesse em uma cadeira de balanço qualquer.

Ela ficou uns 15 minutos naquela posição, repetindo aquela mesma frase várias vezes, ignorando as espadas de alguns alunos bisbilhoteiros na porta do banheiro.

— Saiam daí, alunos! Vão para suas casas como os outros fizeram! A polícia pediu para que nós a deixasse dentro do banheiro, porque ela está ficando maluca lá dentro. - Um guarda, que estava perto da porta do banheiro feminino, afastou os bisbilhoteiros dali.

— Guarda Wilker, onde está a menina? - Um policial alto e de pele escura apareceu ao lado de mais 3 outros policiais, cumprimentando o guarda.

— Ela está lá dentro do banheiro feminino. Bom sorte, vai precisar, porque essa garota está bastante perturbada.

O policial assentiu e entrou no banheiro feminino com os outros policiais, que ficaram horrorizados com o que viram.

Abby estavam toda suja de sangue, acariciando o cabelo da falecida Susan e repetindo a mesma frase como se fosse maluca: Eu fiz Susan Jordan se matar!

— Garota, você está bem? - Um dos policiais perguntou calmamente a Abby, tentando não apavorar ela.

— Saiam daqui! Elas disseram que eu não devo confiar em vocês! - Ela gritou como resposta.

— Elas quem?

— As vozes! Elas disseram que eu não deveria confiar em nenhum de vocês, seus monstros!

— Essa daí vai precisar de várias sessões no psicólogo. - Outro policial fez uma piada, que foi um pouco sem graça naquele momento.

— Escute-me, garota, venha conosco e nós iremos lhe ajudar. - O primeiro policial, de pele escura, estendeu a mão, forçando um sorriso no rosto.

— Espere! Preciso perguntar se vão deixar. Eu posso ir com eles? - Ela perguntou as vozes.

"Sei que dissemos que não deve confiar em pessoasquerida, mas isso vai ser um tanto quanto divertido... Se você souber brincaré claro!", as vozes responderam, "Pode ir com elesmas não confiepois  sabe as consequências disso."

— E então? O que a tal das vozes responderam? - Um policial perguntou com um tom de deboche.

— Vamos logo, preciso sair desse lugar. - Ela sorriu maluca e com um olhar assassino.

Arrumou o vestido sujo de sangue e seguiu policias até o carro da policia.

Delicadamente, ela se sentou no banco de trás ao lado de dois dos policiais, e os outros dois foram na frente, no banco de carona e outro dirigindo, é claro.

— Para onde iremos? - Abby perguntou curiosa ao policial que estava sentado ao seu lado.

— Para a delegacia, senhorita. Precisamos preencher sua ficha para que nós possamos... Bem, é complicado, mas você está presa, tecnicamente. - Ele respondeu tentando ser o mais sério possível.

— Como assim? Tecnicamente?

— Bem, se você não for um tipo de maluca psicopata, que eu acho bem difícil que não seja, você será presa. Porém, se tiver tais problemas, será levada para o centro de reabilitação, e também irá participar de sessões no psicólogo.

— Sessões no psicólogo? Mas quanta baboseira! - Debochou Abby.

A Waters estava ficando entediada de ficar naquele carro, com policiais que forçavam expressões sérias no rosto.

"Queridanão fique entediadaAinda tenho muitas idéias que farão você se divertir bastante!"

— Espero mesmo que saibam o que estão fazendo, porque perdi até a noção do tempo. - Ela riu, fazendo com que os policiais a olhassem confusos.

— Desculpe, mas não entendi. - Um dos policiais falou coçando a nuca.

— Silêncio! Não vê que eu estou conversando. - Ela o fuzilou com o olhar raivoso.

— Essa garota é maluca. - Outro policial sussurou rindo.

— Você nem tem idéia... - Abby comentou, com um sorriso psicopata no rosto.


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