O corredor escrita por Hiroki Haru


Capítulo 1
Não olhe para cima




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/690334/chapter/1

Muitos não acreditam em histórias de terror. Algumas exageram somente para ganhar atenção, mas pense duas vezes antes de duvidar de uma história real…

 

Na Universidade Charlesgate, Boston, haviam três amigos Peter, Gaby e Henry. No aniversário de Gaby, Henry queria lhe mostrar um ato de bravura, já que o mesmo não considerava a jovem somente como uma amiga e seria neste dia que planejara falar com ela. Onde poderia ser o lugar para provar a sua coragem para Gaby? Após conversar com alguns alunos mais antigos, descobriu que sua escola tinha um andar abandonado que era famoso por ser mal assombrado. “Ótimo!”. Conversou com Peter, seu melhor amigo e também sobrinho do diretor, marcaram às 11:30 da noite na escola. Peter tinha todas as chaves do colégio, então abriu todas as portas.

 

23:50

 

—Pessoal, faltam 10 minutos para entrarmos no andar abandonado.- Riu Peter, o garotão do trio.

 

—Para Peter! Eu nem queria estar aqui. Gostaria de estar comemorando com as minhas amigas líderes de torcida. Justamente por que sou a capitã.- Disse Gaby, o ego e frescura em pessoa.

 

—Eu queria fazer algo diferente. Sempre saímos, bebemos e zuamos.- Falou Henry, outro garotão, porém inseguro quando gostava realmente de alguém.

 

Quando deu exatamente meia-noite, os três subiram as escadas se deparando com cadeados trancando os portões de ferro, ferro puro. Peter entrou em ação e destrancou-os. Os dois empurraram e se depararam com outra barreira. Uma porta grande e larga de madeira antiga, coberta por tábuas, como se quisessem escondê-la.

 

—Já era. Vamos embora.- Disse Gaby.

 

—Não vamos não.- Peter ergueu um martelo que carregara até lá. Olhou para Henry que riu em agradecimento. - Espero que sua mãe me visite amanhã à noite.- Sussurrou para Henry, que lhe empurrou.

 

Após tirarem todas as tábuas, viram que em cada extremidade da porta haviam desenhos.

 

Sem se importarem com isso, entraram no andar, que estava escuro, sujo, frio e com um cheiro forte, quase tangível, de decomposição. Tentando tampar o nariz com um braço e o outro segurando uma lanterna, adentraram no andar que era composto por um corredor longo e largo, dezenas de salas e um banheiro.

 

—Ok então… O que vocês pretendem fazer hein? Jogo do compasso, Oujia ou loira do banheiro?- Zombou a menina. Tola.

 

—É o seguinte.- Disse Henry tirando de sua mochila três câmeras.- Cada um vai para um lugar. Gaby fica no corredor, por que é menos perigoso se algo acontecer. Peter vai para o banheiro e eu entrarei em uma das salas. Gravaremos em 360 graus e depois vazamos.

 

—Por mim Ok! - Respondeu Peter.

 

Mas onde estaria Gaby?

 

Olharam em volta e não a encontraram. Ambas lanternas se apagaram e um som terrível e assustador de gemido foi escutado. “O que está acontecendo?” Pensou Henry. Gritaram o nome dela e nada de respostas. Alguns segundos depois, ouviu-se um grito. Era Gaby. Era ela sim, cinco segundos depois rindo histericamente da cara de pânico de Peter.

 

—Vocês caíram direitinho! São tão medrosos. Vamos acabar com isso logo rapazes. Estou de saco cheio desse cheiro e essa poeira toda.- Ela se virou com sua lanterna já acesa e sentiu seu corpo gelar. Havia uma jovem, até que bonita, na sua frente. Gaby deu um grito, agora real, enquanto os meninos riam.

 

—Nossa! Olha quem tem medo no grupo!- Zombou Peter. Sendo repreendido por Henry. Era somente uma boneca em tamanho real. Perceberam que ali, havia um armário antigo todo em vidro. Dentro dele, descansavam troféus de times, pedaços de jornais e duas folhas de um diário.

 

“Querido diário. Hoje me encontrei com David ele é tão lindo e romântico. Sonho em me casar com ele… Diário, as garotas más me atacaram de novo, o que eu faço?… Diário, o monstro quase me pegou hoje, consegui fugir...” Estas páginas eram antigas, mas estavam limpas. As outras ao lado, estavam sujas de sangue. “ELE ME ENGANOU! Disse que me amava… Hoje as garotas más me pegaram, nunca esquecerei de seus rostos, aqueles pompos malditos, todas morrerão… O mostro me alcançou hoje, no banheiro, me machucou. Um dia cortarei aquilo que ele mais usa...”

 

—Que bobeira! Idiotice! Vamos, estou perdendo meu precioso tempo.- Gaby pegou sua câmera lingando-a. Os dois meninos assentiram e cada um seguiu para o seu destino, com certeza era o lugar destinado, para sua morte.

 

Gaby, agora seguindo só. Começou a gravaro lugar “deserto”. Um sussurro despertou-a de seus pensamentos. “Eu sei o que você fez…” Ela se virou bruscamente, tremendo dos pés à cabeça. Não havia ninguém. “Sua snobe…”

 

—Quem está aí?! Se for você Peter, eu irei te matar idiota!

 

“Sua torturadora…” Ela se virava descontroladamente “Repugnante…” Correu em direção à porta. Com a câmera ainda ligada, foi protagonista de uma cena horripilante. Escorregou, aos poucos seu belo rosto foi caindo em direção ao chão, surgindo dali de forma sobrenatural, um troféu pontudo de líder de torcida. O troféu atravessou seu olho parecendo receber uma força, até atravessar seu crânio e cérebro, seus olhos azuis, o que mais se gabava agora era uma massa de carne e sangue.

 

Enquanto isso…

 

“Droga, como sou idiota, que surpresa de aniversário foi essa...” Era o que mais Henry pensava naquele momento. “Vou voltar e acabar com essa criancice”. Quando se virou a porta estava fechada. Sabendo que não a tinha fechado começou a ficar preocupado. Tarde demais. Tentou abri-la, não tendo sucesso e não querendo demonstrar fraqueza, começou a andar pela sala à procura de algum objeto para quebrar a fechadura. Começou a ouvir risadas crescendo aos poucos e misturadas a ela ouvia a frase sendo repetida assustadoramente

 

“Você não gosta dela… Você não gosta dela… Você não gosta dela…” Tentava saber de onde vinham aquelas vozes.

 

—Eu gosto dela! Eu a amo!- Ele disse não entendendo tal reação. Ouviu arranhões no quadro-negro e se virou lentamente.

 

“Não mais… ” Estava escrito.

Após isso, sentiu um aperto no coração, literalmente. Ele doía tanto. Sentiu algo querendo sair de sua boca, era sangue, muito sangue. Levantou a câmera e viu uma figura estranha, uma sombra muito densa escura e parte dela estava dento dele, segurando seu coração. Ouviu algo estourando e barulhos, como se carnes fossem amassadas em um cozinha. “Por que ainda não morri…” Pensou ele, sentindo uma dor descomunal. Ainda não havia acabado. Essa sombra foi retirando seu braço lentamente do dentro de seu corpo. Costelas foram quebradas, músculos arrancados e sua pele foi rasgada para fora. Seu coração estava fora agora. Foi sua última visão.

 

Não amaria ninguém agora.

 

Enquanto isso…

 

O banheiro estava sujo igualmente, porém estava claro, graças às lâmpadas.

 

—Hahaha! Idiotas otários! Fiquei com a melhor parte! - Disse Peter, o último. Largou a câmera na bancada da pia e se dirigiu para um dos miqui tórios. - Aqui daria um ótimo cenário para um pornô.-

Enquanto falava, imaginava como seria, estar ali talvez, com Gaby. Fazendo todo tipo de coisa. Um grande “amigo” de Henry. Enquanto ficava excitado ouviu um barulho vindo do espelho, se virou e leu aquelas palavras escritas com o sangue dos dois mortos.

 

“Corra e não olhe para cima”

 

Mais uma vez, a câmera foi a plateia. Peter ficou paralisado, talvez com mais medo que Henry e Gaby. A curiosidade acabou vencendo e ao olhar para cima, encontrou uma garota com um vestido branco largo sujo de sangue e terra. Seu rosto estava um pouco arroxeado e rasgado e seu pescoço estava enrolado por uma corda. Seus olhos não pertenciam mais ao seu corpo. E seus membros, estavam torcidos e virados, ela estava como uma aranha na parede. Sem o seu cabelo e com um grande buraco no crânio, ela retirou um martelo, o martelo de Peter. A cada movimento dela, se ouviam estalos, eram seus ossos. Tudo foi muito rápido, sem sussurros. A parte do gancho foi em direção ao membro ereto, talvez de medo, e o arrancou. A outra parte do martelo se distribuiu pelo corpo, até ficar irreconhecível.

 

Quando terminou, a garota desapareceu.

 

Acredita-se que este espírito, estava sendo trancado desde sua morte, suicídio, que ocorreu ali, naquele andar. Hoje, o espírito está liberto. Como morreu de forma trágica e permaneceu nesta dimensão, procura sempre por vingança. Ele persegue pessoas que cometeram ou cometem as mesmas atrocidades que Bety, Andrew e Josh, os personagens do diário.

 

Se você é um desses, neste momento, não olhe para cima.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Se gostaram COMENTEM. Gente, aceito opiniões e críticas construtivas.

Durmam bem com ele...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O corredor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.