Rise escrita por Mrscaskett


Capítulo 4
Capítulo 4




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"— Bom dia, garota -Lanie diz chegando no quarto. São 7 horas da manhã e ela já está com essa disposição?

— Bom dia, Lanie. O que te deu pra vir aqui agora? É quase de madrugada -eu acabei de acordar para tomar um remédio, pretendia voltar a dormir até ela invadir meu quarto

— Nada de dormir. Vamos, vim passar um tempo com minha amiga antes de entrar no plantão -Lanie era a melhor amiga que alguém poderia ter

— Você dirigiu trinta minutos para ficar um pouco comigo? Lanie acho que vou te colocar no meu testamento

— Se você tiver alguma fortuna secreta, pode colocar -eu ri. Ela tinha esse poder sobre mim, não importa que eu esteja passando, ela sempre me faz rir

— Então.. Como estão as coisas por lá?

— No distrito? Com os meninos? Ou.. -lá vem ela- Com o Castle?

— Com todos? -digo meio na dúvida, mas a razão pela qual eu perguntei era pelo Castle. Ela já tinha comentado que ele sempre perguntava por mim.

— Está tudo na mesma. Já o Castle..

— O que tem? -digo rápido demais. Será que aconteceu alguma coisa?

— Calma, ele está bem. -ela se adianta em dizer e eu respiro mais aliviada. Não quero que nada aconteça com ele.- Na verdade é até divertido. Ele foi atrás de notícias suas e perdeu a Ferrari por três semanas

— Os meninos? -pergunto rindo. Eu sei que ele seria capaz de qualquer coisa para saber mais sobre mim, mas até a Ferrari?

— Eles estão se aproveitando, e o Castle sabe. Mas ele não tá nem aí, se tiver o mínimo de notícias sua ele pode até ficar pobre.

Ela está certa, e eu sei disso. Só não consigo vê-lo agora. Quando isso acontecer eu quero ter uma resposta para o que ele me disse. Foi por isso que eu lutei para sobreviver naquela mesa de cirurgia, foi por isso que eu o afastei, foi por isso que eu terminei o meu namoro. Foi pelo que ele me disse. Foi pelo que aquelas três palavras significam. Foi por ele.

— Você não acha que está sendo dura demais com ele? -Lanie me tira dos meus pensamentos.

— Acho. -eu estou sendo sincera. Não tem porque não ser.

— Então porque você não deixa eu contar onde você está? Ele vai fazer bem para você.

— Porque eu ainda não sei o que fazer Lanie. E se ele disse aquilo só porque eu estava morrendo? Por medo, por desespero..

— Não acredito que você ainda pensa assim do Castle. Kate, ele esteve com você em todos os momentos. Até quando vocês estavam brigados ele foi lá e te tirou daquele hangar onde o capitão morreu. Ele te protegeu sem nem você perceber. Ele estava lá. Só você não viu. Foi preciso acontecer isso tudo para você precisar de um tempo pra pensar. Kate, ele não disse da boca pra fora. E se ele disse com medo? Do que importa? Ele disse porque estava com medo de te perder, medo de nunca mais te ver, medo de não ter outra oportunidade para dizer que te ama."

Passei a noite inteira relembrando a conversa que eu tive com a Lanie dias atrás. Eu acho que foi por isso que não fiquei tão supresa com ela ter falado onde eu estava para o Castle, sabia que era só questão de tempo até ela ter pena dele e contar. Talvez seja por isso que eu nunca pedi a ela para contar, eu sabia que isso ia acontecer e não queria dar o braço a torcer. Eu sou teimosa, eu sei. Mas eu estava com medo de me arrepender se pedisse, e já que ela fez.. Fiquei feliz com a visita dele. Eu realmente estava sentindo falta das conversas com ele, da sua presença, e até dele me observar fazendo relatórios. Sorrio só de lembrar. Eu tenho que me lembrar de agradecer a Lanie depois, mas não antes de fazer um drama.

Castle apareceu aqui e minhas pernas ficaram bambas. A vontade louca de abraçá-lo, de dizer o quanto eu sinto por tê-lo afastado de mim, o quanto senti sua falta. Por sorte consegui me controlar. Faz apenas poucas horas desde que ele saiu daqui e eu já estou com saudade. Castle tem esse poder sobre mim, eu estou quase ficando dependente dele. É isso é ruim, não é? Quer dizer, nós nem temos nada, somos amigos, parceiros.. qualquer que seja o nome disso que nós somos, eu sinto que não posso mais afasta-lo de mim. E eu não vou. Ele prometeu volta hoje e eu já estou ansiosa para isso. Tipo, ansiosa mesmo, são cinco horas da manhã e eu ainda não dormi.

A luz do sol começa a entrar pelo meu quarto, levanto e vou tomar meu banho. Daqui a pouco é hora de tomar meu remédio e eu tenho certeza que meu pai já vai está com a mesa farta me esperando lá embaixo. Passei a noite acordada e não me sinto cansada, mas sei que mais tarde vou dormir, o remédio me dá sono, acho que nunca dormi tanto quanto agora.

— Bom dia. -digo entrando na cozinha vendo meu pai terminar o café

— Bom dia querida, já tomou o remédio? -meu pai e sua mania de achar que eu tenho cinco anos de idade.

— Sim. Estou morrendo de fome.

— Fiz tudo o que você gosta. -ele está agitado, correndo pela cozinha como se estivesse atrasado para alguma coisa

— Pai, senta aqui. Vamos tomar café juntos

— Não posso querida, tenho uma audiência daqui a pouco -olho no relógio e são pouco mais que oito horas da manhã- eu trago nosso almoço tudo bem?

— Claro, não se preocupa. Qualquer coisa eu faço alguma coisa aqui.

— Katie querida, você pode ser uma ótima detetive, mas como cozinheira -ele faz cara feia- melhor eu trazer da rua. Além do mais, sem esforços ainda. Você já andou muito ontem com a visita do Castle.

— Primeiro, você ama meu macarrão. Segundo, eu posso andar -digo revirando os olhos- e terceiro e o mais importante, você não precisa falar pro Castle cada vez que eu falo o nome dela nessa casa -que são muitas por sinal.

— Desculpe, mas é que vocês falaram tanto que eu já estava para ir chamá-lo. -ele rir

— Só não faça mais isso, o ego dele já é grande demais.

— Certo. Agora que já vou

Ele me dá um beijo e sai catando suas coisas pela casa. Desde que me entendo por gente é assim, ele lê um caso e deixa na sala, vai para o escritório com sua pasta e deixa lá, pega o celular e deixa na cozinha, a chave do carro deus sabe onde, a carteira sempre está no banheiro. Não me pergunte porque. Mas meu pai é assim, meio desorganizado. Eu rio vendo ele procurar tudo, e quando finalmente parece pronto para sair ele me olha.

— Meus óculos

E eu não consigo conter minha risada, muito alta por sinal. Ele me olha como se não entendesse.

— Está na sua cabeça, pai -ele passa a mão pela cabeça e encontra sorrindo pra mim

— Obrigada querida, até mais tarde -ele abre a porta e quando vai sair da de cara com uma pessoa. A pessoa que eu esperava muito ver hoje, mas não tão cedo. Ela sempre me surpreende

— Seu pai parece um furacão -disse Lanie entrando

— Ele está atrasado para uma audiência. -paro de sorrir, hora da minha vingança- e você, faz o que aqui tão cedo?

— Vim ver se ainda tenho uma amiga -dramática como sempre.

— Eu não sei, vou pensar no seu caso.

— Qual é, Kate. Me diz que você não gostou de vê-lo?

— Eu não gostei de vê-lo -digo seria- eu amei vê-lo -eu abro o sorrio o máximo que posso, estou feliz mesmo. Muito feliz

— Me conta tudo -ela já está sentando na mesa servindo o café, ela já é de casa, eu não me importo

— Foi.. Surpreendente. Não esperava dar de cara com o Castle na porta da minha casa, mas eu gostei, tenho que admitir. Senti mais falta dele do que eu imaginava

— Garota, você realmente gosta dele.

— Ah, Lanie. Não vai começar.

— Tudo bem, tudo bem. Mas que você gosta, gosta.

Eu não posso negar. Posso até não admitir, mas também não posso negar. Eu gosto dele, gosto muito. Mas eu quero entender esse sentimento. Querendo entender o que significa, o que ele sente por mim, quero entender tudo antes de tomar alguma decisão, e com o Castle aqui, perto de mim, pode ser que me ajude a entender tudo isso.

— Bom, eu já vou. Diz pro seu pai que o café dele está maravilhoso. Amanhã volto pra ter ver -eu levanto e abraço ela

— Obrigada

— Pelo que ?

— Por ser minha amiga, por estar comigo, por cuidar de mim.. Tá bom assim?

— Tá. Mas vou sair daqui antes que essa conversa fique muito melosa e a gente acabe chorando feito dois bebês -não aguentei, tive que rir

Essa é a Lanie, fazendo graça até quando está falando sério. Ela pega a bolsa dela e abre a porta para sair mas Castle está do outro lado da porta com duas sacolas nas mãos.

— Ia gritar para alguém me ajudar -diz ele com o sorriso mais lindo do mundo

— E parece que você já tem quem cuide de você. -Lanie diz com malícia em seu tom

— Castle! O que você tá fazendo aqui tão cedo?

— Eu disse que viria

Ele entra na minha casa e coloca as sacolas sobre a mesa, tirando um monte de coisa de dentro dela.

— Eu já vou, tchau pombinhos -claro que Lanie não ia perder a piada. Eu reviro os olhos e me viro para Castle.

— O que é isso tudo?

— Sabe aquele tédio que você sentia ontem? Isso não é mais problemas. Trouxe tudo. -ele está animado, não sei com o que, mas isso me anima

— Tudo?

— É. Vídeo game, filme, sorvete, chocolate, pipoca. Tudo o que a gente precisa.

Impossível não se contagiar com a animação dele. Já estou gostando da ideia dele ter vindo cedo.

— Qual filme? -pergunto já puxando a sacola pro meu lado

— Vários. Não sabia qual você gostava, então trouxe ação, comédia, drama, comédia romântica

— Idas e vindas do amor -interrompo ele- vamos começar por esse, eu amo esse filme

— Sério? -pela cara que ele fez, parece que ele não gosta, e isso me faz ter certeza de que eu quero esse filme

— Claro. Eu estou doente aqui, eu escolho.

— Tá bom. -ele aceita. Com raiva, mas aceita. E eu não posso evitar um grito de felicidade. Faz tempo que eu não assisto esse filme, e eu amo esse filme.- eu vou fazer a pipoca e.. Você pode comer pipoca né?

— Posso -digo já pegando o filme é indo em direção à sala para colocar.

Eu estou me sentindo cada vez melhor, a cicatriz está quase boa e eu já consigo me mover normalmente. Não posso correr, mas logo estarei de volta à ativa.
Coloco o filme e senti no sofá à espera dele, e então Castle me vem com uma bacia enorme de pipoca e um saco de chocolates coloridos, o meu preferido.

— Castle, quanto exagero.

— Isso aqui não vai dar nem até a metade do filme -ele faz uma cara engraçada e eu não consigo controlar o sorriso que surge me meu rosto.- vem, vamos deitar no chão, é melhor

Ele arruma algumas almofadas para ficarmos confortável e me ajuda a sentar.

— Posso apertar o play? -diz ele já com o controle na mão. Eu afirmo com a cabeça e nós nos deitamos assistindo o filme.

É meu filme favorito, já assisti mais de cem vezes, e parece que até o Castle está gostando, ele está concentrado. Nós estamos próximos, o cheiro dele me invade e eu amo esse cheiro. Pertence a ele, só a ele e mais ninguém. Não está nem na metade do filme e eu sinto minhas pálpebras pesarem, talvez porque eu não tenha dormido nada a noite inteira, e tudo por culpa do homem que está ao meu lado. Acomodo mais a cabeça nas almofadas e fecho os olhos. As falas dos personagens vai ficando cada vez mais longe e então não ouço mais nada. Eu durmo.


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