Rise escrita por Mrscaskett


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, todo mundo com ódio da Alexis hahahaha Não quis transformá-la em "vilã" da história, mas foi preciso. Tava tudo tranquilo e favorável, será que continua assim?

Fiz um cap especial pra vocês, deitei porque queria que ficasse bom. E aí está. Espero que gostem.

Boa leitura.



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Ela apenas foi. Sem dizer tchau, sem me deixar explicar, sem dar uma chance pra nós. É nisso que ela é boa, em fugir. Meus olhos ardem e eu sei que as lágrimas que estou tentando contar não vão demorar a cair. A camisa que ela usava até pouco tempo atrás está jogada na minha cama perfeitamente arrumada. Um pequeno lembrete de ela esteve lá, e que foi embora. O quarto está maior, a cama está maior, tudo aqui é grande demais pra mim, falta a Kate aqui, uma noite e ela já se tornou essencial nesse quarto. Abandonado pela mulher que eu amo e pela minha filha. O irônico é que eu precisava escolher uma dela, e pelo visto, Kate já fez isso por mim. Tanto tempo para nos entregarmos a esse amor e ela simplesmente foi.

Por mais que eu tente, minhas pernas não saem do lugar. Talvez bem no fundo eu deseje que ela esteja no banheiro, ou no closet, terminando as se arrumar para me encontrar pro nosso tão esperado café da manhã. Sinto um frio na barriga só de pensar que ela ainda pode estar aqui. Mas eu sou um bobo de criar esperanças, ela não está aqui! É assim que eu venho sobrevivendo todos esses anos, criando esperanças. Esperanças que ela me olhe, esperanças que ela veja que eu estou ao lado dela pra tudo, que ela saiba o quanto eu amo, que eu não vou abandoná-la. Mas hoje, nesse momento, baseado no que eu conheço dela e na conversa que ela provavelmente escutou, eu não tenho que ter esperanças. Ela se foi, e só me resta aceitar isso. E pra ser bem sincero, eu já cansei. Cansei de correr atrás dela, de implorar por mais, de me humilhar por mais e ela simplesmente me deixar aqui. Isso foi demais pra mim. Ela se foi e eu não vou atrás dela.

Talvez se eu tivesse contado o motivo da minha tristeza dias atrás, quando eu estava mal e ela cuidou de mim como se realmente se importasse comigo, nada disso teria acontecido. Aliás, teria, ela teria me afastado dela mesmo assim, mas doeria menos do que agora. Ela se foi depois de uma noite de amor, de uma manhã de carinhos, de juras e declarações de amor. Ela se entregou pra mim e depois se foi. Ela prometeu que não fugiria de mim e mesmo assim se foi. Isso dói mais do que se pode imaginar.

Mas de repente, um pequeno fio de esperança surge em meu peito. Ela não faria isso comigo, ela mudou. Como resposta, minhas pernas começam a se mover por todo o meu quarto, e cada cômodo vazio faz com que aos poucos a realidade caia sobre mim como se fosse pedra. Uma pedra enorme que eu não seria capaz de suportar.

— NÃO NÃO NÃO! - grito saindo do meu quarto decidido a procura-lá em cada cômodo dessa casa para ter certeza de que ela não fugiu de mim.

Minha pernas param imediatamente quando chego a sala. Meu coração acelerado parece querer sair de dentro do peito, mas o que vejo me aquece por dentro. Ela não foi embora, ela está ali, sentada nos bancos altos da minha cozinha enquanto olha fixamente sua xícara de café fumegante. Ela não foi embora, ela não me abandonou, ela ainda está aqui comigo, ela ainda é minha Kate de ontem à noite. Ela pode não querer levar nosso relacionamento a diante, mas o fato dela não ter fugido me faz criar foças para lutar por ela. Eu nuca vou ter que escolher entre meu amor e minha filha porque elas estarão sempre comigo.

— Kate.. - sussurro, mas ela escuta e se vira pra mim.

Minhas pernas parecem ter vida própria, um segundo depois de olhá-la de longe eu já estava agarrado a ela, a prendendo forte em meu corpo como se ela pudesse escapar a qualquer momento. Eu não deixaria isso acontecer. Seus braços envolvem meu pescoço e seu rosto se instala no vão do meu pescoço, eu faço o mesmo com o meu rosto e a prendo mais forte em mim. Ela está aqui, ela está aqui!!!

— Você não fugiu.. - sussurro depois de uns minutos abraçados.

— Não.. - Ela se afasta um pouco para me olhar.

— Eu tive tanto medo, Kate. - eu sabia que lágrimas começavam a surgir em meus olhos agora e eu não me importava em parecer fraco pra ela agora, só queria que ela estivesse comigo e ela está.

Seus dedos limpam as lágrimas que caem sem que eu permita em meu rosto. Me olhando fixamente enquanto faz carinho em meu rosto, e eu não posso acreditar que ela está mesmo aqui. Ela está séria, talvez um pouco triste, seu olhar meio perdido sem saber o que fazer.

— Você deveria ter me contado, Cas.. - sua voz é tão calma, tão acolhedora, tão carinhosa.

— Tive medo.. Eu sabia que você tentaria me afastar, sabia que você iria se sentir da mesma forma que a Alexis.

— Eu me sinto. Eu me sinto um alvo ambulante desde o dia que eu sai do hospital, e mesmo assim não te afastei quando você foi lá na cabana do meu pai.

— Kate eu não quero te deixar.. - não importaria de implorar mais uma vez para ficar ao lado dela.

— E você não vai.. - ela sussurra enquanto seus dedos acariciam meus cabelos. - mas a Alexis tem razão, essa luta não é sua.

— Não, Kate. Essa luta não é minha. Essa luta é nossa, minha e sua.

— Foi a minha mãe, Cas..

— E foi a minha teimosia que te trouxe pra isso tudo. Então por favor não me peça para não te ajudar mais nisso.

— Você tem uma filha, tem sua mãe.. Meus planos são de pegar o assassino da minha mãe, não procurar mais um. Castle se eles fizerem algo com você.. - ela para de me olhar e vira seu rosto, tentando esconder as lágrimas que se formavam em seus olhos. - eu não quero que a Alexis perca o pai e a Martha o filho.

— Você também não irá me perder. - agora eu enxugo suas lágrimas.

— Porque você tem que ser tão teimoso?

— Porque você gosta. - ela rir e me dá um tapa no peito, eu a puxo para meus braços e ela descansa a cabeça em meu peito.

— Eu tenho medo.. - diz depois de uns segundos de silêncio.

— Eu também tenho.. Mas não vamos pensar nisso agora, vamos pensar na gente. Quando você voltar a trabalhar nós pensamos em algo, juntos. - ela concorda sem tirar sua cabeça do meu peito e eu beijo seus cabelos.

Depois de longos minutos nos sentamos na mesa do café, e tentamos comer algo, mas nenhum dos dois conseguia.

— E a Alexis? - ela pergunta sem me olhar, beliscando sua panqueca.

— Eu vou conversar com ela. Ela não vai a lugar nenhum. - sou firme.

— Você aguentaria ver sua filha indo embora por nossa causa? - me assusto com a pergunta, mas a resposta é tão clara que não preciso nem pensar.

— Não, claro que não. - seguro sua mão - Ela não vai embora. Ela só está com medo, só isso.

— Eu sei.. E a entendo perfeitamente. Eu tenho o mesmo medo que ela, talvez um medo maior.

— Ninguém vai te machucar, Kate. - minha voz é protetora e ela solta uma risada irônica olhando pra nossas mãos.

— Já me machucaram, Rick. - sinto uma pontada no meu coração.

— Sim. Por minha culpa. Isso não vai acontecer de novo, eu não vou deixar. - sou firme e ela me olha por alguns segundos, como se estivesse arrependida do que acabou de dizer.

— Você sabe que não foi sua culpa, não sabe? - não falo nada, apenas a olho - Rick não se culpe por algo que você não fez..

— Tudo o que eu fiz foi te jogar na linha de frente, Kate. Eu não deveria ter insistido para mexer no caso da sua mãe, eu.. - ela cala minha boca com um beijo, apenas nossos lábios se tocando por alguns longos segundos enquanto ela se acomoda em meu colo como se precisasse daquele contato pra viver.

— Eu não te culpo... Você não deveria se culpa também - ela diz com sua boca próxima a minha.

— Kate não me afaste. - imploro mais uma vez e ela sorrir.

— Porque eu faria isso? - seus olhos percorrem meu rosto, como se observasse casa pequena expressão minha, como se amasse cada célula do meu corpo. Seus dedos acariciam meus lábios e permanecem lá. - eu não posso te afastar, Rick. Eu não quero te afastar.. Eu te amo! Só que eu não quero que você brigue com a sua filha por minha causa.

— Kate..

— Espera - ela me interrompe - nós não pensamos como isso afetaria a Alexis. A única coisa que ela sabe disso tudo é que você está namorando uma mulher que a querem morta. Tem noção do quanto isso pode assusta-la? E se fosse você no lugar dela? Você iria pedir a mesma coisa.

— Sim, mas ela é minha filha..

— Ela te ama - ela me interrompe novamente. - ela te ama e isso é motivo suficiente para ela querer você longe de quem possa de machucar.

— Você não me machuca, Kate.

— Não.. Mas os caras que querem me ver morta talvez. Castle nós só precisamos lhe dar com isso pensando no lado dela.

— Eu preciso. - a corrijo.

— Não. Nós, eu e você.

— Você não precisa, Kate. Alexis é um problema meu.

— Mas eu quero. Ela me aceitar como parte da vida de vocês é tão importante quanto te ter.. Você não precisa estar nessa sozinho. Só.. Só me deixe te ajudar, tá legal? - ela faz carinho em meu rosto e eu fecho os olhos enquanto suspiro.

— Ta bem.. - sei que ela sorriu e isso me alegra.

Kate está aqui comigo, e vai ficar aqui. Sempre.

— Quem era no celular? - pergunto enquanto estamos indo pra sala depois de arrumar toda a bagunça do café.

— Meu celular não tocou. - ela senta no sofá e se acomoda em meu corpo assim que eu me sento ao seu lado.

— Não agora, de manhã, quando eu saí do banheiro você estava no celular.

— Ah, não era ninguém - ela começa a mexer os dedos, esse sinal nervoso que ela tem quando está escondendo algo.

— Kate, o que houve? - digo sentando de frente pra ela.

— Não houve nada, Cas.. -ela desvia seu olhar do meu mordendo o lábio sem saber ao certo pra onde olhar. Eu espero, sei que ela irá falar algo. - era os meninos.. Perguntei se tinha alguma pista sobre o meu atentado. Mas não há nada.

— Kate, você disse que não ia mexer nisso agora..

— Eu sei, mas foi mais forte que eu. Saber que alguém está tentando me matar não é tão legal quanto parece.

— Eu vou te proteger. - ela me abraça forte e volto a nossa antiga posição, aninhando-a em meus braços mais uma vez.

— É disso que a Alexis tem medo, ela não quer te perder. - sua voz sai como um sussurro.

— Nenhuma das duas irá me perder. Vou está sempre ao seu lado inventando teorias malucas e sempre ao lado dela, vendo ela crescer e se tornar uma adulta, se apaixonar, casar, ter filhos..

— Como você pode ter tanta certeza?

— Eu só tenho... - eu não sei como, mas sinto que vamos ficar bem. Todos nós.

Alexis entra em casa falando no celular com alguém, sequer olhar pra nós, sobe as escadas com pressa e se tranca no quarto mais uma vez.

— Acho que tá na hora de vocês conversarem - ela diz soltando-se dos meus braços.

— Você não queria ajudar? Ótima hora pra começar...

— Não, agora precisa ser apenas vocês.. - ela me oferece a mão e eu aceito, levantando do sofá e acompanhando ela até a porta.

— Eu posso ir te deixar. Não gosto de ver você usando esse vestido curto por aí.. - tento descer a barra de seu vestido mas quanto mais desço, mais o decote nos seios aparece. Ela rir.

— Pode ficar tranquilo, vou pegar um táxis e vou direto pro meu apartamento, ok? - eu concordo. - e você, - ela fica próximo a mim enquanto brinca com a gola da minha camisa. - vai conversar com sua filha, com calma, e tire um tempo pra vocês. Não importa quanto tempo. Essa semana eu vou começar a minha mudança, vou está ocupada, estão tire esse tempo pra vocês.

— Eu quero te ajudar na mudança.

— Não precisa. Ajuda eu tenho de sobra, você vai tirar um tempo pra sua filha, só isso.

— Mas.. - tento protestar mas ela me interrompe

— Sem mas, Rick. Me liga qualquer coisa. Ou manda mensagem se precisar, eu virei correndo. - sorrio s beijo seus lábios uma última vez antes de vê-la saindo pela porta.

Mas diferente do que eu imaginei mais cedo, ela não esta fugindo. Ela voltará! Encaro as escadas a minha frente e não consigo subir, não quero outra briga, apenas quero que ela converse comigo, que me escute, que me entenda. Mas parece impossível para era. Queria minha mãe aqui nesse momento, pra me ajudar a convencê-la de que morar com a mãe é a maior burrice que ela poderia fazer na vida. Respiro fundo e começo a subir as escadas lentamente, juntando forças para encara-la.

— O que você está fazendo? - pergunto assim que vejo duas malas grandes abertas sobre sua cama enquanto ela dobra suas roupas.

— Eu te falei que ia passar um tempo com a mamãe. - ela não me olha.

— Alexis isso não faz sentido, você está no meio do semestre, você não pode abandonar seu colégio, seus amigos..

— Eu já tenho créditos suficientes para me formar. E eu não estou abandonando ninguém. Estou me livrando de tudo isso por algum tempo.

— Você estande livrando de mim? - ela não responde. - Você está tentando se livrar de mim?

— SIM! - ela grita me olhando pela primeira vez desde que entrei no quarto. - estou me livrando de você, do meu namorado idiota, da vovó, do colégio, de NY, de todo mundo.

— E o melhor é ir ficar com sua mãe?

— Foi a que você escolheu. - eu não escolhi, a verdade é essa. Se eu pudesse escolher com certeza a Meredith não seria, nem de longe, a escolhida. - suas escolhas nem sempre são inteligentes não é?

Eu sei que ela não está falando da mãe.

— Não precisa ser assim.. Você sabe que não.

— Ela vai está me esperando no aeroporto. Já falei pro porteiro pedir um táxi, meu voo sai em quatro horas. - ela simplesmente joga as palavras em minha cara.

— Pra onde você está indo?

— LA.

— Adianta se eu te pedir pra ficar?

— Adianta se eu te pedir para deixá-la? - ela rebate.

— Não - solto um sorriso irônico - Ela não queria que eu me arriscasse também. Mas não pensou em me abandonar, nem por um segundo. - sento num canto vazio de sua cama e olho pra baixo, ela se aproxima senta o chão, olhando para cima na tentativa de encontrar meus olhos.

— Pai você correu até ela. Você teria se jogado na frente dela e aquele tiro teria sido em você. - pela primeira vez sua voz é calma. - você consegue imaginar tudo o que eu senti nesse meio tempo? Ninguém sabe quem é o cara que tentou matar ela, ele pode esta aí, esperando o momento certo de atingir um de vocês. Ao contrário do que você pensa eu não tenho nada contra a Kate, mas sim do fardo que ela carrega consigo só por ser uma policial. Esse é o trabalho dela, eu entendo, mas não é o seu. Aquela é a luta dela, mas não é a sua. A sua luta é criar personagens como ela para lutarem no papel, só isso.

— Se fosse você ? - eu pergunto me lembrando das palavras da Kate. - e se fosse você loucamente apaixonada por um garoto que só te colocaria em perigo mas você sabia que ele precisava de salvação, que só você poderia ajudar, só você e mais ninguém. E se eu te pedisse pra deixar ele pra lá, pra você não se arriscar porque tenho medo de te perder? - ela me olha fixamente. Depois de alguns segundos ela levanta envolta a fazer a mala em silêncio.

Depois de alguns minutos de total silêncio entre nós, e da torturante visão dela fazer aquelas malas, ela finalmente está pronta para ir e eu não posso fazer mais nada.

— Você não precisa ir. - tento.

— Eu preciso. Mas eu não estou indo pra sempre, eu só preciso.. Ir. - ela conclui.

— Me deixa te levar. - sussurro.

— Não.. Melhor não. - ela me abraça e desce as escadas.

Me encosto na parede me recuando a descer e vê-la sair de casa. Assim que escuto click da perto se fechando eu desabo a chorar descontroladamente, descendo lentamente pela parede até está no chão, encolhendo meus joelhos e escondendo minha cabeça ali. Meu coração dói de uma maneira inexplicável, ninguém será capaz de me ajudar nessa dor. Ninguém. Só a Alexis.


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Notas finais do capítulo

Kate não abandou ele :O
E ai, será que agora ela vai consolar o Rick? aguardem o próximo.
Obrigadaaa