Ladybug e Pequeno Eryk - Heróis de Paris escrita por Neryk


Capítulo 3
Marinette e Eryk


Notas iniciais do capítulo

Tenham uma Boa Leitura!



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Assim que Eryk avistou Marinette, o pequeno a reconheceu abrindo um sorriso bem na hora. Ele larga o que estava comendo e correu, até subir no balcão, de pé no banco.

— Ei! Eu conheço você! – Falou Eryk cheio de alegria.

— O-o que?! Não! Impossível! Quero dizer, c-como se é a primeira vez que nos vimos? – Marinette tentou disfarçar, mas aquilo a pegou de surpresa. Nunca imaginou que seria reconhecida bem na hora por ele. E o fato de ser justo o garotinho que ajudou a vencer a vilã de mais cedo com os seus poderes só a deixou mais nervosa ainda.

Eryk solta uma gargalhada infantil como resposta. Marinette estava engraçada tentando se explicar para o menor.

— Te reconheci pelo cabelo. Até a sua voz é igual! Agora eu sei! Você é a garota Bug-bug!

— Como é!? – Agora Marinette teve um treco. Olha o nome que o garoto usou para chamar a Ladybug. – Não é Bug-bug, é Ladybug, e eu não sou ela! – Se defendeu, cruzando os braços levemente ofendida com o apelido nada haver.

— Tá tudo bem, Marinette. – Tikki resolve aparecer na frente dos dois, surpreendendo a garota. Eram os únicos no local. – Consigo sentir uma luz pura vindo desse garoto. Mesmo sendo uma criança, é mais forte do que o normal. – O Kwami vermelho sobrevoa em volta de Eryk. O garoto a encarava com os olhos brilhando.

— Nooossa! Que bichinho é esse? É seu? – Pergunta Eryk inocente.

Marinette encara o garoto com um olhar de duvida enquanto Eryk brincava com o seu “bichinho”. Mas assim que a Dona Becky, a tia da Luane que acompanhava Eryk até ali, adentra no local, Tikki se esconde na hora, mudando completamente de assunto. A mulher estava acompanhada com o pai de Marinette, e ambos trocavam sorrisos como dois amigos de longa data.

— Marinette. Quero que conheça a Becky. Sua mãe e eu somos grandes amigos dela desde a faculdade. – Apresentou o pai de Marinette.

— Muito prazer, mochinha. Vejo que você está se dando muito bem com o amiguinho da minha sobrinha. – Afirmou a senhora bem simpática.

— Ah, ele é um amor. Eu também adoro crianças. – Marinette retribui a gentileza até virar para Eryk e encontrá-lo com a boca toda lambuzada de comida.

— Que foi? – Pergunta o menor vendo os olhares estranhos na sua direção.

— E-ele comeu toda a encomenda. – Alegou o pai de Marinette, sem querer parecer grosseiro.

— Nossa, menino! Olha o que você fez! – Com autoridade, Marinette repreendeu.

— Desculpa!!! Eu não sabia!!! – Justifica Eryk fazendo manha prestes a chorar.

— Foi uma longa viagem, ele estava com fome. Tudo bem, eu pago tudo. Mais ainda preciso da encomenda. – Dona Becky acalmou a situação, mas ainda se preocupava com o seu pedido.

— Está tudo bem. Minha esposa e eu podemos preparar mais. Pode entrar na cozinha se quiser por o papo em dia. Enquanto isso Marinette poderia ficar de olho no pequeno?

— O que?! – Marinette falou alto de espanto após ouvir o pedido de seu pai. Parece que tudo está acontecendo para que ela e o Eryk fiquem juntos. Embora fosse o que ela queria, não era a maneira que ela esperava.

— Ah não! Não quero incomodar. – Protestou Dona Becky meiga.

— Não será incômodo nenhum. Marinette é uma excelente babá. – Insistiu o dono da padaria.

— Oba!! Nunca tive uma babá antes! – Eryk já topou segurando a mão esquerda de Marinette. – Deixa eu brincar com ela, deeeixa? – A jovem até sorrir sem jeito pela alegria contagiante do menor implorando para a mulher.

— Hmm bom, se ela estiver de acordo... – Falou Dona Becky.

— Tudo bem. Eu fico de olho nele. – Respondeu Marinette.

— OBA!!! – Eryk pulou de alegria.

— Então está decidido. Fiquem juntos e comportem-se. – Alertou seu pai para os dois.

— Siiiim! – Eryk e Marinette responderam ao mesmo tempo.

Enquanto isso...

Em um local secreto, numa sala bem espaçosa, se encontrava nada mais, nada menos que a Bruxa que enfrentou Hawk Moth cara a cara. A bela mulher estava lá concentrada apenas em uma só coisa:

Desvendar os segredos do livro do Miraculous que ela roubou de Hawk Moth.

— Hehehe... Finalmente tenho acesso a um dos maiores poderes do mundo. Graças a esse livro, combinado com a minha magia, eu poderei ter enfim os poderes da sorte e do azar ao meu dispor! Tudo o que preciso fazer é estudar esse livro e descobrir uma maneira de combinar os poderes do Miraculous com o meu proprio poder.

Discursava a vilã perante o livro aberto flutuando em sua frente. Seu olhar maligno não desgrudava da folha cuja mostrava imagens antigas, mas que lembravam muito Ladybug e Chat Noir.

Depois, na praça...

O cenário estava bem movimentado para Marinette e Eryk. Os dois passeavam tranquilos pelo bairro enquanto tomavam um sorvete e aproveitavam para se conhecerem melhor e falar sobre a vida dupla de super-heróis que ambos levavam.

— Eu sempre quis saber: como uma criança como você conseguiu poderes? – Pergunta Marinette bastante curiosa ao lado de Eryk.

— Para dizer a verdade eu nem sei dizer direito. Disseram que eu entrei em contato com a magia ou algo assim. Só sei que foi por causa disso que eu e os meus amigos ganhamos poderes. Acho que minha prima sabe explicar isso melhor. – Responde Eryk enquanto provava o seu sorvete tentando contar tudo o que sabia sobre os seus poderes.

— E tem outra coisa também. Se você é brasileiro, como consegue falar meu idioma fluentemente? – Perguntou a menina mais uma vez.

— Ah, é por causa disso.

Eryk retira de seu bolso algumas mentas de cores diferentes para mostrar para Marinette.

— Foi a minha prima Jessy que inventou. Cada uma possui uma língua. É só comer como qualquer menta e você consegue falar a língua de qualquer lugar do mundo como se você tivesse nascido lá. – Termina o garoto.

— Entendi... Eu também fiquei sabendo... Como um monte de gente ouviram falar de vocês, mas nunca foram entrevistados ou algo do tipo?

— Bem... É porque nossos pais são muuuito protetores. Então se eles ficam sabendo que a gente vive correndo perigo, eles nunca mais iam deixar a gente ajudar as pessoas e ainda vão proibir de nunca mais vermos os nossos amigos. Por isso procuramos não chamar a atenção. De vez ou outra não tem como evitar. Mas as pessoas acabam pensando que conseguimos por pura sorte, então fazemos elas acreditarem e depois acabam esquecendo. E também não fazemos isso para buscar reconhecimento ou algo assim. Só queremos ajudar as pessoas e impedir que os vilões vençam e comecem a fazer maldades. – Explica Eryk o seu lado da história.

— B-bom, eu até entendo o ponto de vista deles. Afinal, vocês são muito jovens. Como conseguem fazer isso? – Pergunta Marinette, fazendo Eryk abrir um enorme sorriso, fazendo questão de explicar aquilo.

— É por causa da nossa amizade! Nós não nos preocupamos com nós mesmo. Nos preocupamos um com o outro. Quando enfrentamos algum super vilão, nós usamos tudo o que conhecemos e usamos contra eles. São apenas truques baratos de crianças. Mas eles nunca esperam por isso haha! – Revela Eryk.

Marinette não parava de imaginar mil coisas que fizeram esse garoto ser assim. Mas após ouvir uma resposta dessas, a garota não pôde conter o seu sorriso meigo para o menino.

— É que nem você e o seu amigo vestido de gato. Vocês sempre contam um com o outro para salvar o mundo, não é? – Eryk levanta a questão, sem perder o ar infantil e despreocupado que sempre emanou até agora. Embora aquilo abalou um pouco Marinette. Após ouvir tanto sobre o trabalho em equipe e a força da confiança plena que Eryk tem pelos seus amigos, a menina não sabia como responder apropriadamente em relação ao Chat Noir.

— Bem... eu não sei dizer... Chat Noir e eu sempre contamos um com o outro para enfrentar algum super vilão. Embora não sabemos a identidade secreta um do outro. – Marinette revelou, desviando o olhar se sentindo um pouco mal pela sua confiança no Chat Noir não chegar ao ponto de contar a sua verdadeira identidade.

— O-o o que?! Ele não sabe quem você é!? – Eryk perguntou alarmado. – Como assim vocês não sabem? Mas vocês... Que sinistro! Nem Batman e Robin são assim! Arqueiro Verde e Canário Negro, Super-Choque e Gear, Tropa do Barulho, Locademia de Polícia e... – De tudo que o menino sabia sobre super-heróis, essa é a primeira vez que encontra dois parceiros no combate ao crime que não conhecem a identidade secreta do outro.

— Nós trabalhamos muito bem como dupla do jeito que estamos. Eu fico preocupada de soubermos quem nós somos e isso acabar atrapalhando. Sem falar que ele se declarou para mim desde o dia que conhecemos. E eu não quero ferir os sentimentos dele. Você é primeiro a ficar sabendo disso. Infelizmente estou proibida para contar para alguém, embora eu acho que nada me impede de contar só pra ele, já que trabalhamos juntos. Mas você sabe por que acabou descobrindo sozinho e a Tikki disse que não tem problema você saber. Nem a minha melhor amiga sabe dessa minha vida dupla. – Tenta Justificar Marinette como se estivesse tentando sair de um enorme furacão de emoções.

— Quanta besteira! – Jogou na cara Eryk. – Eu guardo seu segredo sem problemas. Mas como é que a sua melhor amiga não descobriu. Você já falou com ela de Bug-bug.

— Ah, sim, mas-!

— Então ela já deveria saber. Sua roupa de super-herói também não esconde nada.

— O que!? – Berrou Marinette surpresa.

— Pois é. Mesma voz, cor de cabelo e ainda amarra do mesmo jeito. Dava para te reconhecer de longe.

— É-é sério!?– Marinette chega a pegar no seu cabelo para checar de tão preocupada.

— E tem mais! – Continua Eryk. – Se você e o seu amigo salvam o mundo sem problemas, o que pode mudar se descobrirem a sua identidade secreta?

— Essas coisas são complicadas demais para alguém da sua idade. Não é bem assim não, viu. – Retruca Marinette.

— É? Pois pra mim é bem simples. Embora... eu entendo porque você não quer contar. Mas se são tão amigos... Você não pode esconder isso dele pra sempre. Coisas assim não se faz com os amigos. E já que eu sei do seu segredo, me prometa: quando você puder, vai contar quem você é pelo menos pra ele, falou? – Exigiu Eryk agindo como um grande amigo para Marinette. Ela morde o lábio inferior ao se encontrar em uma grande encruzilhada. Como ambos entendem o peso de salvar o mundo e o valor da amizade, a garota se encontra obrigada a responder de acordo.

— N-não é tão fácil assim. Ele diz que ama a Ladybug, e eu nunca falei pra ele, mas eu amo outra pessoa.

— Puxa! É sério? – Eryk arqueia as sobrancelhas surpreso. Por essa ele não esperava.

— Sim... o Adrian Agrest. O garoto top model lindo, elegante, perfeito-tudo-maravilhoso-gatoirresistiveldivinocarinhososucessoomelhordetodosqueeupretendomecasarterummontedefilhosnetosbisnetosanelcasamentoluademel-!

— Tá! Tá! Captei a mensagem! Caramba! Nem dá para ler direito na fanfic. – Eryk não aguentava a quantidade de corações, cupidos, brilho rosa e nuvens que eram transbordados de Marinette devido ao tamanho amor por esse garoto Adrian.

— Há! Olha quem eu encontro aqui. A Mari-boba toda tontinha com um garotinho? O que foi agora? Resolveu abrir uma creche, é?

Marinette e Eryk param de falar quando uma jovem loira chega no local atrapalhando o momento.

— Chloe! – O sangue de Marinette chega a ferver com os insultos da jovem bem vestida. Maquiagem caprichada, jaqueta de couro amarela aberta com uma blusa listrada preto e branca por dentro, calça comprida branca bem limpa assim como os seus sapatos, óculos preso no cabelo destacando também seu rabo de cavalo, e uma bolsa em seu braço para dizer que tem grana. Mas embora esteja arrumada por fora está toda horrível por dentro. Sua cara mesclada de desprezo e superioridade deixava isso bem nítido.

— Ué? Quem é essa guria? – Pergunta Eryk.

— Ah ela é uma... Colega de classe. – Responde Marinette a contragosto.

— E quem é esse butijãozinho? Que feinho. Acho que é isso que acontece quando se anda com a Marinette hahahahahaha! – Zombou Chloe irritando Eryk.

— O que?! Falou a guria com cabelo de macarrão!

— Como é?! – Agora foi Chloe que se alterou de raiva. – Quem você está chamando de cabelo de macarrão, hein?! Por um acaso você sabe quem eu sou?

— Uma garota com um rosto borrado de tinta! – Xinga Eryk mais uma vez.

— MEU ROSTO O QUE!? – Como se sua vida dependesse disso, Chloe puxa de sua bolsa um espelho para ver se estava todo sujo de tinta. Mas ela só descobre a verdade quando Eryk começa a rir caçoando da cara dela.

— Ei Eryk! Não é para tanto! Embora tenho que concordar. – Marinette tenta aquietá-lo, mas também estava adorando isso. E mesmo se ela fosse contra não ia adiantar. O menino não suporta gente metida. Já conhecia um monte.

— Olha aqui, garotinho! – Chloe chamou a atenção dos dois enquanto guardava seu espelho. – O meu pai é o Prefeito dessa cidade, tá?! Você sabe o que isso significa? Eu acho que não. Na sua idade só deve se importa em fazer coisas de criancinha. Então eu vou simplificar pra você: É bom me tratar muito bem se não quiser ter problemas, entendido? Você entendeu ou quer que eu desenhe pra você? Pensando bem, só um desenho já deve bastar para você entender tudo o que eu disse. Gastei saliva à toa.  – Advertiu sem paciência.

— Que tipo de filha fica falando mal dos outros e ainda diz que o seu pai deixa? Já ví que você não é feliz!

— Eryk! Deixa ela! Não vale a pena. – Agora Marinette chama a atenção dele pela ultima vez. Porém, Chloe solta uma risada debochada pro garoto.

— Em que mundo você vive, pivetinho? Porque você não volta para a creche de onde veio? Ou será que você foi expulso de lá por ser burrinho e feio? Isso explica porque está com a Mari-chata. São a dupla de lesados perfeita.

— A Marinette é mil vezes mais legal e bonita que você, sua lasanha estragada! – Declara Eryk mostrando a língua para a Chloe por fim e corre para bem longe dali, não suportando mais a presença dela.

— E-ei Eryk! Volta aqui! – Marinette já ia atrás dele se a Chloe não tivesse agarrado seu braço.

— Não! Deixa o gordinho correr. Ele estava precisando mesmo perder peso. – Debocha a loira fazendo questão de complicar a menina. Mas Marinette nem quis saber. Ela se solta de Chloe e vai atrás do menino.

Eryk estava tão irritado com o jeito maldoso da Chloe que nem prestava atenção para onde ia. Ele entra em uma esquina deserta de cara fechada murmurando um monte de xingamentos, transbordando vários sentimentos negativos de si.

— Em todo lugar, sempre, SEMPRE tem alguém ruim. Custa ser gentil com alguém? CUSTA?Eu odeio, odeio, ODEIO!!!

No covil do grande vilão de París, a enorme janela redonda se abre em um formato de um redemoinho, trazendo a luz naquele local escuro. Com a iluminação espantando as borboletas azuis, que sobrevoam no local, Hawk Moth aparece lá no centro deles.

— Ah... Um pequeno coração clamando por justiça. Sorte que “vilões” é o que não falta nessa cidade. – Comentava o vilão serrando o punho, encontrando uma oportunidade de usar isso como uma forma de dominar o mundo.

Uma das borboletas pousa na palma da mão direita de Hawk Moth e usando a mão esquerda, ele a cobre carregando-a de poder maligno, a transformando em uma sinistra e sombria borboleta obscura.

Agora, qualquer um que estiver tomado por sentimentos negativos, será transformando em um impiedoso e descomunal ser maligno, controlado por Hawk Moth.

— Vá meu pequeno Akuma... Mostre para esse garoto que salvar o mundo não é brincadeira de criança. Hehehehehehahahaha... HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!

O Akuma deixa o local pela enorme janela e sobrevoa París, até localizar seu alvo de costas emanando tristeza e raiva na rua:

O pequeno garoto de oito anos chamado Eryk.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Muito obrigado por terem lido até aqui!

Fiquem com Deus e Até a Próxima!



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