Tua Ausência. escrita por Ginna Mills


Capítulo 7
Temblando


Notas iniciais do capítulo

Depois de muitas ameaças, indiretas e prantos a noite pq eu não estou conseguindo colocar sentimentos na fic, cá estou com mais um capítulo.

Obrigada a todos que comentaram que favoritaram. Obrigada as minhas duas bestas, digo, betas ♥.



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Intentando ordenar palabras
           (Tentando organizar as palavras)
               Para no hacerme tanto daño, tanto daño
                 (Para não causar muito dano, muito dano)
        Y yo estoy temblando
              (E eu estou tremendo)

Tempos Atrás

Respirou fundo e entrou no escritório que dividia com o marido, ele estava sentando olhando fixamente para algum ponto em sua frente, a expressão em seu rosto só a fez ficar mais confiante no que falaria a seguir.

—Robin? – sussurrou.

Levou alguns segundos para Robin olhar para esposa, deu um sorriso fraco e se endireitou na cadeira.

— Oi, Apple. Você está bem?- se preocupou.

Já se faziam oito meses desde o acidente, ele estava tão preocupado com a mulher a sua frente, Regina mergulhou em seu próprio mundo cinzento, Robin fez o que estava em seu alcance sempre ficando perto dela, mas era difícil ver sua mulher se tornando uma sombra do que sempre foi, a morena estava mais magra, se podia ver bolsas  escuras abaixo de seus olhos, ela não sorria mais, as conversas que tinham sempre acabavam em brigas, depois ela ia até seu escritório, como estava fazendo agora, sentava em seu colo, enterrava a cabeça em seu pescoço e chorava em desespero.  Só que agora ela estava em pé do outro lado da mesa, tinha uma pasta de documentos nas mãos e mordia os lábios. Robin levantou e foi para seu lado, ele tinha certeza que ela teria uma crise a qualquer momento.

—Regina? – franziu o cenho.

Regina o amava com todas as forças, por isso decidiu esse novo passo, ela lutou, mas em sua mente via Robin cansado dela. E o que mais queria é que ele fosse feliz.

— Eu.. – suspirou abaixando a cabeça, lágrimas se formavam seu olhos. – Estive pensando, não dá mais...

— Como assim? – colocou uma mão no queixo da esposa fazendo-a levantar a cabeça e olhar em seus olhos. – Do que você está falando?

— Nós precisamos terminar, Robin. – disse com voz embargada.

— O que? – incrédulo Robin tirou a mão do rosto da morena, olhando nervosamente para os lados.

— Eu pensei muito. Você deve estar cansado, eu tentei o meu melhor para manter essa relação, mas ela está tendendo ao fracasso. – deixou que uma lágrima escapasse – Eu não quero prendê-lo a mim por pena.

— Regina . – segurou uma das mãos dela e limpou a lágrima de seu rosto – Eu amo você, estamos passando por um momento difícil para nós dois e...

— Robin. – tirou a mão da deles e se afastou – Você merece ser feliz!

— Eu sou feliz! – tentou se aproximar da esposa, mas congelou no lugar, desesperado, quando a viu se afastar mais.

— Por favor! Não quero ser um fardo, quero que você tenha uma família. – engoliu em seco tentando prender novas lágrimas que ameaçavam escapar a qualquer momento.

— Você é a minha família. – suplicou se apoiando na mesa, tinha a sensação que iria cair a qualquer momento.

— Não sou o suficiente, você estava tão feliz e eu destruí tudo. – fechou os olhos e abraçou a pasta de documentos contra o peito.

— Foi um acidente. – ele queria tanto ir até ela e a abraçar, mas a ver se afastando quebrou o seu coração.

— O médico disse que o acidente só foi aponta do iceberg. – abriu os olhos para encontrar seu marido atordoado com tudo aquilo. – Eu fiz tudo errado.

— Como assim, Regina? –  franziu o cenho mais uma vez, ele não estava entendendo nada, a única coisa que entendia era que sua esposa o estava afastando-o  mais uma vez e o que tudo indicava poderia não ter volta

— Eu estava tão ocupada trabalhando que não seguia as recomendações médicas, eu mal me alimentava. Tive um princípio de aborto antes do acidente. – agora as lágrimas caiam livremente pelo seu rosto.

— O que? – nervoso passou as mãos pelos cabelos, as lágrimas nublavam seus olhos – O médico disse que foi algum mal estar.

— Eu pedi para que ele não falasse nada, já estávamos sofrendo. – limpou as lágrimas e respirou fundo.

Deus, era realmente difícil contar toda a verdade para seu marido, enquanto ele a olhava com aquele olhar de perda e suplica. A cada palavra que dizia tinha certeza que estava fazendo o correto, ele deve ser livre. Precisava ser forte não deixar que a dor acorresse e ela acabasse virando uma mulher como sua mãe, fazendo que Robin fosse embora, assim como seu pai, era melhor acabar tudo de uma vez.

— Não quero mais magoá-lo, Robin. Não quero mais brigas constantes – sussurrou – Tivemos anos incríveis, você foi a melhor coisa que me aconteceu, mas está na hora de recomeçar.

—  Apple. – criou coragem e se aproximou da esposa, colando sua testa na dela, não se importava mais com as lágrimas e nem com os soluços que saiam do lugar mais profundo de sua alma – Não, por favor. Não me afaste achando que isso é o melhor.

— Eu sinto muito. – se afastou e entregou a pasta que estava segurando, sua mão estava tremendo, teve que se controlar para não correr para seus braços e ficar ali até que todos as cicatrizes fossem curadas – Só assine, Robin.

Esperou que ele pegasse a pasta e foi em direção a porta do escritório, por um fio não acabou pegando os papéis novamente e se rendido aos seus braços, se ficasse ali, vendo o pranto de Robin, acabaria desistindo de tudo. Enquanto se afastava para o corredor, não deixou escutar a suplica e o soluço em sua voz.

— Regina?

 

Tempos Atuais...

— Regina?

Saiu de seus devaneios e olhou para o homem a sua frente.

— Desculpe, Andreas – sorriu e pegou o copo de água a sua frente.

— Sem problemas. Você deve estar com muitas coisas em mente, me falaram que o seu divórcio com Robin não foi tão fácil. – o homem mais velho sorriu.

Andreas Mcadams é um dos maiores empresários do país, mas para Regina ele era como um pai. O moreno era padrasto de sua melhor amiga Mary Margaret, elas se conheceram no internato, Regina passava as férias de verão com a família de Mary, assim, não ficava o ano todo presa no internato.

— Bem, você sabe. – suspirou – Depois do que aconteceu com o bebê, a relação ficou complicada, foi o único modo.

— Compreendo – sorriu simpático para ela – Mary comentou que Daniel voltou ao país.

Agradeceu aos céus pela mudança de assunto, não que “Daniel” fosse o melhor para se conversar, mas falar sobre o divórcio enquanto as palavras ditas por Belle mais cedo retumbam em sua mente, é demais para ela.

— Sim. -  depositou o copo a mesa e deu de ombros – Gold estava comentando algo sobre ele trabalhar na empresa.

— Hum, ele é um excelente rapaz, lembro de vocês dois quando mais jovens. – sorriu.

— Realmente, são ótimas lembranças. – sorriu.  – Lembro-me de quando Mary e eu fomos apresentar nossos namorados ao senhor e a Eva.

—Oh, nem me fale. – gargalhou – Eva ficou o tempo todo segurando na minha mão, achando que eu iria enforcá-los.

— Mary estava tão assustada. – riu.

Anos Antes.

— Você tem certeza, Regina? – a morena passou as mãos pela saia preta, enquanto esperava os garotos que marcaram de encontrá-las em frente à casa de praia de Mary.

— Sim. – sorriu – Temos que apresentá-los ao seus pais.

— Tenho certeza que papai vai ficar furioso. – mordeu os lábios e olhou para amiga.

Regina se aproximou da amiga, olhando em seus olhos, segurou suas mãos.

— Quando ele ver a forma como seus olhos brilham quando David está por perto e como seu sorriso fica mais lindo, se sentirá feliz! Ele ama você e tudo que mais quer nada vida é vê-la feliz. – sorriu.

— Você tem razão. – sorriu e a abraçou com força. – Você é como uma irmã para mim, Regina! Eu amo você.

— Eu também amo você, Snow White.- se afastou, sorrindo, assim que ouviu o som do carro parando na frente da casa. – Vamos nos arriscar, Mary, vamos ser felizes.

Tempos Atuais.

— David faz a minha filha imensamente feliz.

Andreas foi interrompido pelo garçom trazendo a conta.

 - Obrigado, senhor. – o garçom se retirou.

    - Sou feliz de ver minha menina tão feliz. – sorriu.

      - Pelo menos uma delas é. – sussurrou.

A morena estava realmente feliz pela sua amiga, Mary se casou com David, estão juntos até hoje.  Eles têm um filho de dois anos, Neal, é um pequeno príncipe.

— Você foi imensamente feliz com Robin, Regina. Em todos esses anos que eu a conheço, eu nunca a vi tão feliz, como a vi quando estava com ele. – segurou na mão dela por cima da mesa. – Pode falar o que quiser, mentir até para si mesma, mas o divórcio de vocês foi um erro.  Estava com medo e assustada com tudo, eu realmente entendo, estava se sentindo culpada.

— A culpa foi minha. – tirou a mão da dele e se levantou. – Desculpe, Andreas, mas não quero falar desse assunto. 

— Regina, querida. – se levantou também.

— Está tudo bem. – abraçou o amigo. – Diga a Eva que um dia desses eu vou visitá-la.

— Pode deixar. – deu um beijo em sua testa – Coloque a culpa de lado e dê mais uma oportunidade a felicidade.

Regina fechou os olhos, queria falar para ele sobre a possível gravidez, o medo que tudo isso está trazendo, mas tudo o que ela conseguiu foi abraçá-lo mais forte e dizer um tchau.

Saiu do restaurante e entrou em seu carro, ficou dando voltas e voltas pelo seu bairro, sabia exatamente onde queria ir, mas a insegurança e o medo não a deixavam.

— Vamos, Regina – disse a si mesma enquanto procurava um lugar para estacionar.  -  É só para provar a Belle que não estou grávida, tirando essa dúvida poderei seguir a minha vida.

Estacionou o carro em frente a uma farmácia 24 horas, bateu os dedos no volante do carro, a sua vida poderia virar de cabeça para baixo mais uma vez, ou não, na melhor das hipóteses, se realmente estivesse grávida, seria de não conseguir manter a gravidez. Não aguentaria nutrir um imenso amor novamente por um ser que acabaria morrendo e levando consigo todos resquícios de forças que ela juntou nesses meses. Era melhor nem fazer o maldito teste. Fechou os olhos e jogou a cabeça contra o banco do carro, porém, se Belle tivesse razão? Se aquele 1% fosse o suficiente? Se o bebê conseguisse ficar em seu ventre, se conseguisse mantê-lo quente e protegido como não conseguiu com seu outro filho? Deveria dizer a Robin... Não, melhor não!  Ele já sofreu muito, não poderia dar esperança a ele e depois arrancar isso dele. Abriu os olhos e tirou o cinto. Antes de qualquer coisa deve saber se está ou não grávida, deixaria para ter uma crise com o resultado em mãos.


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Notas finais do capítulo

Sorry os erros =( Eu sei, vocês vão me matar por ficar enrolando '-'
Espero que gostem, fiz com carinho ♥ Beijos e até o prox capítulo!!



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