Tua Ausência. escrita por Ginna Mills


Capítulo 16
Pedazos


Notas iniciais do capítulo

Depois de 1 mês, eu estou de volta �/ Quero agradecer a paciência e pedir um pouco mais dela... Semestre de final de ano sempre parece passar mais rápido....
Obrigada a todos os comentários e todos os fav... Vcs são incríveis... De verdade!!! Obrigada e obrigada....
DICA: Leiam, escutando "Pedazos - RBD"...
Beijos



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En ti encontré la fe otra vez
Em você encontrei a fé outra vez
Y si mi vida está en pedazos
E se minha vida está em pedaços
tal vez me ayudes a juntarlos
talvez me ajude a junta-los
Tengo que entender también
Tenho que entender também
que tu me estabas esperando
que você estava me esperando
Para completar tu espacio
Para completar seu espaço
con tus pedazos entre tus manos...

com seus pedaços entre suas mãos...

Parecia que tinham ficado ali por horas, no meio da creche, os dois adultos chorando e Roland pulando em comemoração. Até que Hope se fez presente, chorando mais uma vez no colo do pai e fazendo beicinho em direção a mãe.

— O que houve, meu amor? – pela primeira vez Regina se aproximou dos dois.

Parou na frente deles, sem saber o que fazer. Não queria tirá-la dos braços do pai, mas Hope estava extremamente sentida e querendo a mãe. Regina olhou para Robin que assentiu.

— Vem, joaninha. – pegou a filha que prontamente encostou a cabeça no ombro da mãe. – Está tudo bem! Mamãe está aqui.

Balançou a filha para frente e para trás sobre o olhar atento de Robin sobre as duas. Elas não pareciam real, o loiro tinha certeza que era um sonho que quando acordasse as duas não estariam mais ali. Em menos de minutos sua vida mudou completamente, antes era apenas um homem solteiro, machucado por saber que a mulher que amava estava nos braços de outro...

E agora... Era pai..

Regina sentiu a filha relaxar em seus braços, tinha adormecido. Passou o olhar ao redor da sala e avistou um berço e foi em direção a ele.

— Espera. – Robin pediu.

— O que foi? – se virou para o ex marido.

— Eu quero dar um beijo nela.

— Ok.

Ao chegar perto acariciou as bochechas da filha e lhe de um beijo na testa. Regina segurava a respiração, o perfume do homem invadiu suas narinas, ela queria mais que tudo abraça-lo e respirar o seu cheiro. Seu coração estava descompassado quando seus olhares se encontraram. Aqueles olhos, sempre aqueles malditos olhos, que a deixavam sem ar e a faziam se sentir despida de corpo e alma.

— Senhores? – Granny interrompeu o momento. – Desculpem, mas seria apropriado fazer um teste com Hope.

— Teste? Que tipo de teste? – Regina segurou a filha mais em seus braços.

— Deixá-la aos poucos aqui. Para se adaptar.- sugeriu.

A morena mordeu os lábios e olhou para Robin, ia pedir a opinião dele, afinal, ele era o pai.

— O que você acha?

Robin a olhou atônito.

— É uma ótima ideia. Ela precisa saber que você voltará.

— Sim. – beijou a cabeça da filha. – Vocês estão certos. Granny, pegue a bolsa dela e o bebê conforto, por favor?!

— O que você vai fazer? – Robin acariciou a mão da filha, parecia que ele tinha medo dela sumir.

— Levá-la comigo para a reunião. – sorriu satisfeita.

— Gold vai surtar. – deu um sorriso de lado.

— Pois que surte.- deu de ombros. – Robin?

— Sim?

— E por que você não está surtando? – perguntou receosa.

— Quem disse que não estou? – respirou fundo – Eu só acho que este não é lugar mais adequado para discutirmos isso. Já demos palco e fofocas para duas décadas.

— Tio Robin? – o menino puxou a jaqueta do tio.

— O que foi? – sorriu para o menino e o pegou no colo.

— Eu vou ter que ficar aqui, né? – abaixou a cabeça triste.

— Sim. – fez Roland o olhar. - Você é um menino grande e ficará bem.

— Além do mais. – Regina se aproximou e acariciou a bochecha do pequeno – Hope precisa de um exemplo. Você ficando aqui por hoje, mostrará a ela que não tem o que temer. Isso me ajudaria muito, Roland.

— Eu vou ser tipo o irmão mais velho?- os olhinhos castanho brilhavam. – E dar o exemplo?

— Isso. – assentiu sorrindo. – Conseguirá fazer isso?

— Siiiim, tia Regina.

— Obrigada! Depois podemos tomar um sorvete.

— Obaaaa.- Roland se despediu dos tios e foi em direção as outras crianças, não sem antes prometer a Hope que tudo ficaria bem e que no final da manhã contaria tudo para ela.

A pequena e nova família entrou no elevador. Regina carregando Hope no colo e Robin segurando todas as outras coisas. O loiro parecia calmo, Mills sabia que isso era por fora. Ele explodiria a qualquer momento...Se sentia tão culpada por ter escondido tudo, sempre tinha o pretexto de que tentou ligar para Robin várias vezes e o mesmo não atendia, mas essa era a desculpa mais fraca de todas. Afinal poderia ter ligado para família de Robin quando quisesse. Porém, o medo e o orgulho a fazia recuar todas as vezes.

Nem uma palavra foi troca no trajeto até a sala de reunião, Regina queria ter parado em sua sala e ter deixado a bolsa e o bebê conforto, mas já estavam atrasados.

— Fico feliz que resolveram se juntar ... – foram as primeiras palavras que Gold proferiu quando Regina abriu a porta, mas a fala parou no meio quando percebeu o bebê, - O que?

— Não acredito! – Belle saiu sorridente de onde estava para pegar Hope. – Oi, Hope.

— Oi para você também, Belle. – a morena revirou os olhos, seguiu a amiga e sentou ao seu lado.

Belle nem mesmo tinha percebido que Robin estava na sala este respirou fundo. Parecia que todos conheciam Hope muito antes dele.

— Você vai ficar aí na porta, querido? – Zelena de braços cruzados olhava de Robin para o bebê.

— Não... – sacudiu a cabeça e se sentou ao lado de Regina.

A morena engoliu em seco o olhar gélido que Robin lhe lançou.

— Regina, o que significa isso? – Gold apontou para a pequena.

— Minha filha. – sorriu – Ela não estava muito feliz na creche. Então, resolvi trazê-la.

— Certo, mas que não se repita!

Regina deu de ombros e pegou sua agenda para anotar os pontos da reunião.

— Belle? – Gold a tinha chamado mais de três vezes. Ela estava encantada com cada detalhe de Hope que não se deu conta.

— Desculpe, a primeira e última vez que eu vi a Hope ela tinha apenas 2 meses de vida. Logo depois que ela saiu da UTI, e olha como ela está enorme e saudável. – beijou a mão do bebê.

— UTI? – Robin praticamente gritou.

Todos da sala de reunião conseguiam sentir o ar pesado entre Robin e Regina, esta apenas olhava para baixo e se controlava para não enforcar Belle.

— Robin? – a mulher com Hope no colo levantou o olhar- Eu não sabia que...

—Bem, pelo menos de algo você não sabe. – fechou as mãos olhando com raiva para Regina.

— Senhores! – Gold bravejou – Isso não é local para vocês resolverem isso! Aguardem a reunião acabar.

O grito de Gold foi tão alto que fez Hope acordar e começar a chorar com o susto. Prontamente Regina a pegou no colo, em questões de instantes a menina se acalmou. A morena a sentou em seu colo de frente para mesa, Hope olhou com curiosidade para todos os lados da sala, se alguém tinha alguma dúvida de que aquela menina fosse filha de Robin, caiu por terra assim que ela olhava para eles. Hope avistou o pai e soltou gritinho alegre se jogando para o seu lado.

— Vem com o papai.

Assim que a pegou Hope sorriu contente e Regina não pode deixar de completar a cena, até que Gold pediu atenção para que a reunião pudesse começar, ele estava quase surtando. Hope ficou o resto da reunião quietinha, estava encanta com sua própria mãozinha, as vezes colocava na boca, as vezes batia incansavelmente na mesa.

— Espera!! – Zelena esbravejou depois de meia hora de reunião – Sou eu a responsável pelo marketing, foi para isso que eu fui contratada.

— Sim, Zelena. – Gold concordou – Porém, nossa cliente quer que somente Regina e Robin sejam responsáveis pela parte de administração e marketing.

— Pelo que eu lembre, Robin não é formado em marketing. – revirou os olhos.

— Seria uma pena se eu fosse. – Regina sorriu de lado – Não é?

— Então, por que me contrataram?

 - Porque Regina tem muitas responsabilidades. – Gold deu de ombros. – Vai ser isso e pronto! O projeto de assessorar a senhora Smith ficará nas mãos de Regina e Robin, porém, vocês ficarão à disposição deles. Declaro a reunião encerrada.

— Regina e eu podemos usar a sala? – Robin estava sério apesar de ter uma Hope babando na cola de sua camisa.

Gold olhou para Regina que concordou com cabeça.  

— Tudo bem!

Belle segurou a mão de Regina e sussurrou um “boa sorte” e saiu juntamente com seu marido. Um a um dos funcionários foram saindo, Zelena parou na porta e se virou para os dois.

— Robin, querido, te espero para o almoço?

— Não! Irei almoçar com o meu sobrinho!

A ruiva mordeu os lábios desapontada e deu um olhar de raiva para Regina, que simplesmente não esboçou reação alguma. Estava mais preocupada com o que iria ouvir assim que aquela porta fosse fechada.

— Regina! – foi o que ouviu assim que a porta se fechou. – Olhe para mim.

Ela largou a caneta e olhou para o loiro, ele parecia menos ameaçador com um bebê nos braços.

— Eu.. – respirou fundo – Você tinha intenção de me contar?

— Sim! – sacudiu a cabeça.

— Quando Hope tivesse com quantos anos? – levantou uma sobrancelha.

— Eu ia te contar, assim que descobri que estava grávida! – ela não tirou o olhar dele um minuto.

— Espera, quantos meses Hope tem?

— Seis...

— As contas não batem... - divagou

— Ela nasceu prematura- os olhos lacrimejaram.

— Por isso a UTI? – Robin abraçou a filha.

Não conseguia imaginar a sua pequena lutando pela vida e ele a milhas de distância.

— Pelo amor de Deus, Regina. – entregou a filha para a morena e alterou o tom de voz – Se ela não tivesse sobrevivido, você iria me contar algum dia?

— Robin!! -  segurou a filha contra o peito.

— Nada de Robin!!- se levantou e passou as mãos pelos cabelos. – Eu tinha o direito de saber no mesmo instante que você descobriu que estava grávida!! Tínhamos feito as pazes, Regina! Eu estava contando os dias para voltar e você...

— Estava contando os dias? – foi a vez de Regina alterar o tom de voz. – Pois não me pareceu! Você estava aos beijos com a arroto de fanta no mesmo dia em que, como você disse, fizemos as pazes.

O loiro a olhou confuso, não tinha a mínima ideia do que ela estava falando.

— Eu não beijei ninguém! A errada aqui é você! Foi você que escondeu de mim. – apontou o dedo – Fui a última pessoa a saber da existência da minha própria filha.

— Liguei para você inúmeras vezes!!-  levantou, pois Hope estava agitada no colo da mãe. – Você não atendeu nenhuma.

Robin se lembrou de todas as vezes que Regina o ligou e ele não atendeu por orgulho, por achar que ela estava com outro.

— Onde você estava esse tempo todo? – andou de um lado para o outro na sala.

— Storybrooke. – levantou o queixo segurando as lágrimas. – Hope nasceu em Storybrooke, com sete meses de gestação.

— Sete? – parou na frente das duas.

— Sim! – deu um beijo na testa da filha – Com menos de 1kg, ficou dois meses na UTI...

— Céus!! – deixou que as lágrimas fluíssem livremente. – Eu tinha o direito de saber...

— Eu sei. – fungou.

— Não pude acompanhar nada da sua gravidez. Quais foram os teus desejos, estar na sala do parto... segurando a sua mão.

Cada palavra que Robin proferia, era como se uma flecha atingisse o seu peito e tudo ia escurecendo ao redor...

— Você foi egoísta! – bateu na mesa com a mão fechada. – Você não foi a única que perdeu um filho! Eu estava lá quando as cinzas do nosso filho foram jogadas no jardim da cabana nas montanhas. Nós enterramos um filho juntos, mas não trouxemos o outro a vida... juntos. Seu egoísmo gritou mais alto, Regina!

Esse foi o último golpe, um desses certeiros, que te fazem cambalear para trás e juntar todas as suas forças para que seus pulmões inspirem O2 e expirem CO2. Estava cansada de lutar contra as lágrimas, tinha um nó imenso no peito.... Os primeiros soluços eram baixos, mas ao se lembrar do dia que disse adeus para seu pequeno Matthew of Locksley, eles aumentaram... Assustando até mesmo Hope que tremia a boquinha e chorava baixinho no pescoço da mãe.

Anos antes

Com uma mão Robin segurava uma pequena urna branca, enquanto a outra segurava firmemente uma Regina com óculos escuro e lágrimas banhando o seu rosto. Se encontravam no mesmo jardim da casa em que Robin lhe pediu em casamento. Amavam aquela cabana, aquele jardim. Sempre lembrariam com carinho daquele lugar, como as cerimônias fúnebres são feitas para os vivos, deixar o filho ali junto com as mais belas lembranças, dava um conforto imensurável a eles.

— Você está pronta? – sussurrou.

— Estou se você estiver. – colocou a mão na tampa da urna.

— Vamos. – retirou a mão da cintura da esposa e colocou também na tampa.

Abriram a urna, juntos, tremendo.... Tudo era mais real ainda... Estavam dando adeus ao filho. Robin foi o primeiro a pegar um punhado de cinza, levantou a mão... Com os olhos embaçados, o coração em pedaços...

— Adeus, pequeno... – abriu a mão e deixou que o vento calmo daquela manhã de um domingo levasse as cinzas para longe.

Logo foi a vez de Regina, que ao pegar as cinzas, levou o a mão fechada até o peito. Como se pudesse abraçá-lo antes de se despedir.

— Adeus, Matthew! Mamãe sempre irá te amar.

Aos poucos a urna foi ficando vazia, o pequeno Matthew voltava para o universo, ou para aqueles mais religiosos, ele voltava para junto de Deus.

Ninguém nunca irá poder responder o porquê de ter acontecido essa tragédia com eles, de porquê a vida foi negada a um ser que ao menos conseguiu sentir a brisa desse mundo. Alguns dirão que é uma prova que eles estão passando, algo que os tornarão pessoas melhores... Uma lição de vida. Entre ter que passar por prova, Regina teria escolhido mil vezes ter o filho em seus braços.

—Apple.... – Robin segurou a mulher em seus braços.

Ficaram lá, abraçados, quebrados pela dor, mas juntos. O vento começou a soprar mais forte, mas eles não se importaram, tinha um ao outro.

Tempo Atual...

— Apple...- Robin se aproximou das duas e passou as mãos pelos cabelos negros de Regina.

— Você... – soluçou – Está cero! Foi egoísmo. Eu sinto muito...

O loiro olhou para o desespero de sua ex mulher e o choro fraco da filha. Seu coração partiu, Regina foi errada em não ter contado, mas se ele também foi, se tivesse engolido o orgulho.... Nada disso importava agora, deixaria o passado onde se deve estar. Tinha uma menina linda de olhos azuis e sorriso fácil para amar e cuidar. E quem sabe com o tempo as coisas se ajeitam com Regina e tudo se acerte.

— Eu sinto muito também. – desceu a mão para as costas de Hope e fez movimento em círculos tentando acalmá-la.

Regina mordeu o lábio inferior e limpou as lágrimas do seu rosto. Hope sentiu a mãe se acalmando e foi respirando mais calma, porém, segurava firmemente uns fios de cabelos entre os pequenos dedos.

— Eu não deveria ter... – colocou as mãos no bolso.

— Está tudo bem, Robin – sacudiu a cabeça. – Nós somos uma bagunça.

— Sim! Nós somos... – concordou – Hope terá um grande trabalho.

A morena respirou o cheiro da filha e sorriu para o ex marido.

— Acredita que nós fizemos esse pequeno ser?

— E como acredito! Na verdade, se eu fechar os olhos eu me lembro. – fechou os olhos e sorriu. – Seu sabor ainda está nos meus lábios.

— Locksley!! – tapou os ouvidos da filha.

Só Robin tinha o dom de sair de uma conversa dramática e cheia de acusações para uma conversa com teor sexual. Ela sabia que ele fazia isso porque estava se sentindo culpado com tudo que falou, e queria que o ar entre eles ficasse mais ameno. Porém, as coisas mudaram... o futuro era incerto...

Robin riu com a reação de Regina e abriu os olhos. – Senti sua falta, Mills.

— Senti sua falta também, Locksley!


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Notas finais do capítulo

Sorry os erros... E aí?? Comenteem e me contem como foi esse mês para vcs...
Até a prox... Q ainda não sei quando será =s
Beijooos



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