Remo e Bella Potter dormiam tranquilamente, meses depois da noite dos fogos de artificio, até mesmo Isabelle não estava mais zangada. No quarto, as janelas estavam abertas e as cortinas balançavam, apenas um filete de luz de sol iluminava o lugar.

Já podiam conhecer os gêmeos Potter somente entrando no quarto em que os dois dormiam, haviam duas camas ladeadas, duas cômodas com os mais diversos objetos mágicos já vistos, as paredes traziam as cores douradas e vermelha e as janelas eram brancas.

— Remo e Bella! – gritou Isabelle do andar de baixo – levantem que estamos indo para o beco Diagonal

Os dois levantaram com a cara amassada, haviam ficado até tarde na noite anterior, pensando em tudo que poderiam comprar no Beco Diagonal.

A garota se levantou enquanto Remo se espreguiçava na cama, foi até o guarda-roupa e vestiu um jeans despojado, um moletom vermelho e all star. Era uma garota ligeiramente baixa, com cabelos pretos, ondulados nas pontas e olhos azul elétrico, como os da mãe

— Levanta logo Rem – ela disse, puxando seu cobertor – vamos comprar os materiais

— Tá – ele resmungou, esfregando os olhos e indo até sua cômoda – vamos na Gemialidades Weasley?

— Mas é claro!

Depois de Remo vestir jeans, moletom e tênis, assim como Bella, mas de cores diferentes, os dois desceram para a cozinha, para encontrar Anthony tentando fazendo bacon na frigideira e Isabelle rindo dele enquanto colocava livros em uma prateleira na sala.

— Bom dia – disseram os dois juntos

— Bom dia – disse Anthony, tirando a frigideira do fogo

Os dois se sentaram na mesa e se serviram de torradas e suco de laranja, até mesmo experimentaram a tentativa de seu pai de não queimar bacon.

— Ansiosos? – perguntou Isabelle, entrando na cozinha

— Claro! – exclamaram os dois juntos

Depois de todos tomarem café, Anthony os avisou que chegariam ao Beco Diagonal pela rede de flu

— Quem vai primeiro? – perguntou Anthony, com o vaso de pó de flu em mãos

— Eu vou – disse Isabelle, se adiantando até Anthony – eles precisam ver como é antes de tentarem – ela se adiantou para a lareira com a mão cheio de pó de flu – Beco Diagonal! – disse ela e as chamas verdes a engoliram

— Gostei desse fogo verde – disse Bella, com os olhos brilhando

— Podemos ficar com um pouco disso pai? – perguntou Remo, apontando o vaso

— Não – disse Anthony, sorrindo – quem vai agora?

— Não podemos ir juntos? – perguntou Bella

— Infelizmente não

— Eu vou então – disse Remo, se adiantando até a lareira com a mão cheia de pó de flu – Beco Diagonal!

As chamas verdes esmeralda irromperam, o engolindo. Segundos depois reapareceu, em um bar úmido e ligeiramente sujo.

— Que bom que conseguiu Rem – disse Isabelle, o abraçando

Depois Bella surgiu, seguida de Anthony, a família seguiu para cumprimentar o dono do local e logo os gêmeos descobriram que estavam no Caldeirão Furado.

Anthony e Isabelle os guiaram até os fundos, onde Tony bateu em alguns tijolos com sua varinha e a parede se abriu, revelando o baco entulhado de pessoas. Os gêmeos olhavam para todas as lojas como se tivessem sete cabeças, apontavam e exclamavam para tudo.

Os dois eram a cópia exata dos pais, ambos adoravam aventuras e brincadeiras como Anthony, eram inteligentes como Isabelle, mas isso era camuflado pelas travessuras, explosões sem intenção, confusões e incêndios não intencionais, adoravam quadribol, embora nunca dispensassem um bom livro.

Enquanto os pais entraram no banco para pegar os galeões necessários para as compras, os gêmeos se sentaram nos degraus de pedra e ficaram conversando até Tiago aparecer, acompanhado dos pais e da irmã, segundo ele, Alvo somente queria ver o lugar quando fosse comprar seus próprios materiais.

A primeira loja que visitaram foi a de varinhas e depois de Remo quase explodir toda a loja, ele encontrou a sua, no entanto, Bella teve mais dificuldade.

— Experimente essa – disse o Sr. Olivaras, pela quinta vez

Ela fez um aceno com a varinha e com isso, a vitrine se despedaçou.

— Acho que não – disse ele, pegando a varinha, enquanto Anthony concertava a varinha com um feitiço

— Deixe me ver – ele disse, tamborilando os dedos das estantes, até pegar outra caixinha

— Essa talvez – ele disse, se estendendo a varinha

Um sentimento de fortalecimento passou por ela e ela sorriu, intencionalmente

— Parece que encontramos – disse o velho, sorrindo – vendi a gêmea dessa a pouco tempo

— Serio!? Para quem?

— Um rapaz, mas me pediram sigilo

— Por quê?

— Eu não sei, mas muitos estudiosos de varinhas, viajaram e arriscaram a vida para produzir essas duas, cujo o núcleo contém uma gota de veneno de basilístico, as duas varinhas contém o veneno do mesmo

— Nunca ouvi falar sobre uma varinha com núcleo de veneno de basilístico Sr. Olivaras

— É porque são muito raras Sr. Potter, pouquíssimos bruxos tendem a ser destinados a essas, os últimos que tive consciência de possui-las, foram Merlin e Morgana

Bella sorriu de excitação junto com Remo, mas Anthony sentiu um frio na espinha, mas forçou um sorriso.

Depois de quase ter sua filha mais velha sequestrada anos atrás pelo sua irmã, sempre manteve atenção em seus filhos para ver se mais algum deles corriam perigo e tinha medo que poderia ser Bella.

Em seguida eles foram até a Floreios e Borrões para comprar os livros e lá encontraram Harry e Gina, comprando os livros de Tiago, enquanto Lilian estava inquieta ao lado deles.

— Podemos olhar em volta? – perguntou Remo, aos seus pais – procurar algum livro?

— Podem sim

— Não preferem nos ajudar...

Antes de Anthony pudesse terminar de falar eles já subiam as escadas para o segundo andar, carregando Tiago junto.

— Por que estão correndo? – perguntou Tiago

— Papai ia dar piti para ficarmos perto deles – disse Remo

— E nós odiamos os pitis dele com isso – completou Bella

— Eu não gosto muito de livros – disse Tiago – posso esperar lá em baixo?

— Não – disseram os dois juntos

Ele se sentou em um banco resmungando e olhando em volta, nada lhe interessava.

Remo andou mais para o fundo, carregando Tiago, que persistia em esperar lá em baixo, deixando Bella sozinha no corredor.

Ela pegou um livro intitulado sobre marotices e outro sobre azarações, já ia saindo para procurar o irmão, quando esbarrou em alguém e derrubou os livros, logo se abaixando para pega-los

— Desculpa – murmurou a pessoa

— Desculpa também – disse Bella

Ela se esticou para pegar o livro ao mesmo tempo que o outro o fez, os dois se levantaram segurando o mesmo livro e soltaram uma risadinha.

A garota vacilou no sorrido ao ver o garoto na sua frente, o cabelo era comprido com uma franja quase nos olhos de uma cor castanha clara quase loira, seus olhos eram um cinza chumbo que parecia fumaça e um sorriso torto brincava em seus lábios, os dentes tão brancos que brilhavam, vestia um moletom preto, jeans cinza e tênis de skatista.

— Desculpe – ela disse, se recuperando do transe – seu livro...

— Na verdade é um caderno – disse ele – mas obrigado

— De nada – disse vagamente – sou Bella, Bella Potter

— Sou Andrew... – ele pensou um pouco, imaginando se deveria dizer seu sobrenome – Andrew...

— Andrew! – alguém o chamou. Um garoto apareceu atrás dele, seus cabelos eram preto espetados, seus olhos negros como besouros e uma expressão de desgosto invadiu seu rosto ao ver os dois ali – encontrou alguém como você eh? Conversando alegremente com uma Potter mestiça igual a você

— Calado seu imbecil – ele disse, perigosamente, seus olhos irradiavam raiva – chega do seu veneno Viktor! Saia daqui!

Viktor pareceu assustado de início, depois mudou para arrogância e saiu dali, mas antes disse:

— Estamos indo embora

Andrew se virou novamente para Bella e voltara a sorrir calmamente. A garota presenciou a cena perplexa

— Desculpe por ele – disse Andrew, parecendo envergonhado

— Tudo bem

— Não está tudo bem – ele disse – ele é um imbecil, com sua ridícula mania de sangue puro

— O que você é dele?

— Ele é meu...

— Achei o livro que você queria – disse Remo, chegando perto dos dois – ah...oi

— Oi – respondeu Andrew – desculpe, mas eu tenho que ir, foi ótimo conhecer vocês

Assim que ele se virou e começou a descer as escadas, Bella o observava de longe, quem era ele?

— Quem era? – perguntou Remo

— Só sei que se chama Andrew e vai começar em Hogwarts esse ano também