Memórias de Uma Vampira escrita por Yabi


Capítulo 3
Chapter O3 – Discoveries.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, ta aí!



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Lucidez, foi o que eu pensei sentir, quando me vi num lugar que eu conhecia bem... Minha antiga casa. Sim, e em frente a ela, estava minha irmã, parada, sorrindo sem parar com aquela expressão que sempre me tranqüilizava em qualquer situação... Estava linda como sempre, e acenava para mim. Foi quando o imenso céu azul ficou turvo, e dois grandes olhos vermelhos apareceram dentro da casa... Os lobos, grandes, peludos e ferozes.

Tentei gritar, mas a voz não saia, me senti sufocar... E então, quando o maior se aproximou de mim... Eu acordei.

Acordei assustada, e chorando. Nunca havia sonhado com aquilo antes, mas num único dia eu conheci coisas que jamais pensei que existissem, então achei que fosse até um pouco normal. O quarto em que estava era muito escuro, e sinceramente... Me dava arrepios, e uma sensação de desconforto.

Imediatamente chamei por Edward, que logo apareceu na porta.

_Bella... Aconteceu alguma coisa? – Quando o vi na porta, corri e o abracei.

_Tive um pesadelo, Ed... – Como uma criança, eu também me assustava com sonhos surreais e com criaturas bizarras, ainda mais quando o que esta no seu sonho é real.

_Não se preocupe com pesadelos, eles não podem se tornar reais...  – Notei que toda vez que Edward me olhava, procurava se encontrar com meus olhos, onde talvez pudesse achar algum traço de minha irmã, ou alguma memória perdida.

_Esme fez um jantar, acho que está com fome, não é mesmo? A viajem foi cansativa... – Ele me pegou no colo, e eu ri ingenuamente limpando as finas lagrimas, enquanto era carregada pelos imensos corredores.

_Eu estou morrendo de fome, Edward... – Me abracei a ele, que mesmo sendo frio, me confortava ali no meio daquele imenso lugar, onde era o único rosto conhecido.

_Você vai gostar, Esme é uma ótima cozinheira. – Ele tentou rir, mas algo o perturbava, tanto que percebi seu afeto até um pouco ‘demais’ para alguém que costumava ser até pouco tempo frio e calculista. Não disse nada, estava realmente com fome, e a fome estava provocando uma dor aguda em meu estomago, que roncava sem parar.

_Onde fica sua cozinha, afinal? – Reparei que já havíamos seguido por dezenas de corredores e salas, porem não havíamos chego a nenhuma despensa ou cozinha, aquele lugar, na minha mente, era realmente um castelo, grande e com centenas de quartos.

_É no andar de baixo, é que não quero correr e te fazer ter uma ânsia de vomito. – Nós dois rimos, ficando em silencio logo em seguida.

O lugar era realmente tirado de um conto de fadas, enorme e com uma vista incrível sobre todas as proximidades. Quadros e fotografias antigas pendiam nas paredes, e mostravam pessoas estranhas, em outras, garotos bonitos, e até Edward ocupava um pouco de espaço entre algumas. Nunca havia estado em um lugar com tanta luxuria e mordomia, os lustres de cristais ao alto davam um ar espectral ao lugar, e as maçanetas de ouro brilhavam ao serem tocadas pela claridade.

_Chegamos. – Ele abriu uma porta maciça, e deixou a mostra uma magnífica sala de jantar, com uma mesa de cedro extensa, coberta de variados tipos de comida, frangos, porcos, e muito mais. Me maravilhei com tantas coisas, e ainda mais com o bolo de chocolate que estava em cima de um recipiente de vidro.

_Vampiros comem chocolate? – Perguntei, afundando o dedo na camada grossa, enfiando logo em seguida em minha boca.

_Não, e não coma assim, fará mal a você. – Esme e Rosalie apareceram, sentando-se a mesa, Edward também se sentou, a borda. Percebi que todos tinham um tom semelhante de cor, eram muito brancos e bonitos. Esme aparentava ser mais velha, enquanto Edward e Rosalie tinham a aparência jovem. Ficamos ali sentados, eles nada faziam, apenas me olhavam devorar um pedaço de frango, faminta.

_Então... Bella, está gostando do lugar? – Edward perguntou, todos olharam para mim.

_Sim... É bem espaçoso. – Mordi mais um pedaço, falando de boca cheia.

_A partir de agora você passara a morar aqui, e permanecer aqui dentro em segurança... – O tom frio de sua voz havia voltado.

_Apenas aqui dentro? Não posso mais sair? – Ri sozinha, achando que era brincadeira.

_Saíra uma ou duas vezes por semana acompanhada de Esme ou Rosalie, não posso deixar sua vida em risco...

_Como em risco? Que risco eu corro em brincar lá fora? – Edward olhou para mim, curvando os lábios.

_Qual é o risco? Não se lembra dos lobos que quase nos mataram? – Ele parou de rir e ficou me olhando como se fosse a criatura mais estranha desse mundo, nesta hora eu corei de vergonha. Porem um homem desconhecido chegou correndo, quebrando o momento constrangedor, e chamou por Edward em particular, logo eles saíram correndo para algum lugar que eu não vi, e Esme me acolheu.

_Vá brincar um pouco agora que já comeu, está bem? E tente não irritar Edward, ele já está muito preocupado com nossa situação...

_Não quero brincar, quero ir para meu quarto... – Para uma criança pode ser muito confuso estar num local tão grande que é capaz de se perder, alias, eu estava ainda mais assustada pelo tratamento que Edward me dava, afinal, eu era apenas uma criança. Irritante e meio bobinha, mas ainda sim uma criança. 

_Tudo bem... – Ela sorriu para mim, e me levou até o quarto onde estavam todas as minhas coisas, fechando a porta levemente.

_Fique a vontade... – Disse antes de sair, não respondi. Me sentei em cima da cama onde havia tudo o que tinha conseguido trazer. Uma boneca de pano, algumas roupas, e um cordão que aparecerá em cima do criado mudo, e continha a foto de minha irmã. Coloquei-o em volta do pescoço, e me deitei na cama, abraçada a boneca que Alice costurará quando eu ainda era muito pequena, e chorei, lembrando dos meses e anos que passei ao lado de minha família, e em como minha vida havia mudado repentinamente.

A fase da minha infância foi realmente algo marcante, ela definiu o resto de minha vida, e foi marcada por sofrimento e desgosto. Edward e eu conseguíamos uma vez ou outra conversarmos direito, porem mesmo assim não havia como deixar as intrigas de lado. Ele me lembrava muito Alice, pelo pensamento de que deveria cuidar de mim, custe o que custasse. As memórias de minha irmã vinham sempre a noite, e me faziam chorar, quase todos os dias, lembrando-me de que agora ela já não pertencia mais a este mundo.

Como dito, eu saia de duas a três vezes por semana para tomar sol, sempre acompanhada por Esme. Rosalie havia criado um sentimento de competitividade de atenção comigo, porem, como humana, eu era mais frágil e sempre precisava de mais cuidados e atenção, e mesmo que nunca tenha dito ou feito nada para ela, ela continuou com esse sentimento imaturo, até depois da minha infância.

Eu havia entendido o porquê dos lobos terem nos atacado também. Os lobos são inimigos mortais dos vampiros, desde séculos passados, e como a linhagem de Edward tinha como principal tema não transformar humanos em vampiros, os lobisomens cresciam seu numero em velocidade assustadora, colocando em perigo o reinado dos Cullen, o último clã de vampiros de toda a terra.

Eu já havia tirado de minha cabeça a idéia de me transformar em uma vampira. Todos ali também concordavam que ser vampiro não era um dom, e sim uma maldição eterna, e sempre brigavam comigo quando falava no quanto queria ser um deles. Mas eu queria me transformar, e não ser tão fraca para ficar ali, trancada naquele lugar enquanto Rosalie podia sair para brincar perto das cerejeiras.

Mas como eu ainda era humana, eu crescia, e então, depois de minha traumática infância, veio a calorosa fase da adolescência, onde a rebeldia me tomou, e igual a todos que estão com os hormônios a flor da pele, eu me revoltei com minha situação, irritando ainda mais Edward, que as vezes parecia querer me jogar aos leões, e eu... Adorava vê-lo irritado...


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Notas finais do capítulo

^^



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