A persistente e o covarde escrita por Nini Swiniie


Capítulo 1
Oneshot: A persistente e o covarde


Notas iniciais do capítulo

Oie! Tudo bem com vocês? Cá estou tomando um tempo dos estudos para escrever essa One.
Bom, a ideia surgiu depois que eu vi um vídeo Gruvia. Decidi escrever então porque né, a gente não pode perder a oportunidade. Pensei em fazer uma história mais longa, mas achei melhor focar na One, por ser mais rápida e tudo mais e por eu achar que talvez não conseguisse fazer algo legal em caso de uma história mais comprida. Espero que vocês gostem. Eu amo Gruvia, gente, vocês não têm noção do meu amor por esses dois ♥ Só espero poder fazer algo legal com eles nessa história. *--*
Boa leitura e nos vemos lá embaixo.



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ONE SHOT

A PERSISTENTE E O COVARDE

...

Eu costumava achar que ela era uma dessas mulheres doidas, mas percebi que, na verdade, de doida não tinha nada. Ela era persistente. E como todo bom persistente, ela corria atrás do que queria sem deixar-se abalar pelos empecilhos ou pelos julgamentos. Ela só ficaria feliz e sossegaria quando finalmente conseguisse uma resposta definitiva. Ou ela venceria ou venceria. Oito ou oito. Não havia meio termo ou oitenta com ela. Obviamente, seu intuito, a sua meta era vencer. Só a vitória lhe interessava. Pelo menos isso aconteceu até que ela esgotou-se. Esgotada de sempre dar com a cara na porta sempre fechada, ela decretou sua derrota.

E, assim, quando cansou e deu-se por derrotada, ela sequer pôde perceber que tinha vencido. Sim, ela vencera. Na verdade, nunca sequer houvera uma derrota. Desde o princípio estava certo que venceria. Eu sabia disso, mas ainda assim, lutei. Lutei e afastei-a.

Ela sempre foi persistente. Eu sempre fui covarde. Um verdadeiro medroso. Enquanto ela persistia, eu resistia. Não porque não queria, mas porque tinha medo. Eu a amava. Não no princípio, mas sem saber, de repente, peguei-me amando-a.

Eu tinha tanto medo de perdê-la e, no entanto, o resultado não foi outro se não esse. Eu era um tolo, um verdadeiro idiota. A merda de um covarde que por medo de perder o que mais amava, mantinha-se distante.

— Eu te amo, Gray. — Ainda podia ouvir sua voz dizendo-me o quanto me amava. Ainda podia ver seu belo rosto com aquele olhar em uma miríade de emoções. Seu sorriso direcionado a mim era capaz de derreter em um piscar de olhos a fortaleza de gelo com a qual eu revestira meu coração. Seu jeito estranho de falar e agir que, de alguma forma, cativara-me, deixava-me saudoso. Eu ainda podia senti-la tocando-me, jogando-se em cima de mim e declamando seu amor...

Ainda sentia tudo e sentia ainda mais saudade. Saudade da mulher que perdi, provavelmente para sempre. Saudade de tê-la por perto aquecendo meu dia, tornando-o mais suportável, mais belo. Eu a queria de volta. Queria poder dizer que a recíproca sempre fora verdadeira. Queria poder pedir perdão e perguntar-lhe se ainda havia chances de ela ser a mãe dos meus filhos, minha amada. Porque eu a queria. Queria para todo o sempre, além desta vida, por toda a eternidade, em todas as minhas encarnações.

— Eu te amo, Juvia. — Eu sussurrava ao vento com a esperança de que este pudesse levar minha voz até ela, mas sabia que isso não aconteceria. Já era tarde e as palavras que não foram ditas antes se perderiam no ar, jamais chegando ao seu destino. Era tarde, muito, muito tarde para dizer “te amo”.

Eu queria a sua loucura de volta, sua espontaneidade. Eu simplesmente a queria com todos os seus defeitos e qualidades. Queria-a me irritando, tirando-me do sério, constrangendo-me e, acima de tudo, amando-me. Eu a amaria de volta. Dessa vez eu o faria.

Mas já fazia um ano desde a última vez que nos vimos. Um ano de saudade, de pesar, de arrependimento. Ela partira sem um adeus. Partira, provavelmente, com ideia de curar seu coração. Um coração que eu maltratara sem, exatamente, intenção. Um coração que eu partira para manter o meu intacto. Eu era um egoísta. Um verdadeiro medroso de merda.

Sua localização eu não sabia qual era. Ninguém sabia. Ou melhor, Lucy sabia, mas jamais me contaria. Ela me culpava e não estava errada em fazê-lo. Eu era culpado. Mas queria mudar as coisas. Dessa vez, queria fazer diferente. No lugar de quebrar, eu gostaria de remendar. Eu poderia até mesmo arrancar o meu coração e dar a ela e tomar o seu quebrado e colocar no lugar do meu.

— Eu te amo, Juvia. — Repetia toda vez que via uma fotografia nossa, repreendendo-me por nunca ter sabido aproveitar e desfrutar de sua companhia. Repreendendo-me por toda a expressão mal-humorada que fazia. — Eu sempre te amei. Desculpe-me. Perdoe-me. Volte. Só volte. — Pedia, sabendo que isso não aconteceria.

Eu disse que se possível, daria meu coração à ela, entretanto, não poderia dizer que este encontrava-se em perfeito estado. No dia em que ela partira, meu coração partira-se junto. Cada vez que eu via seus olhos expressarem tristeza quanto a alguma coisa muito ruim e torta que eu tinha lhe dito, meu coração se quebrava. Eu não queria ter sido aquele a machucá-la, mas eu era um covarde. A merda de um covarde. E covardes só ferram com tudo. Eu não fiz diferente.

— Eu te amo, eu te amo, eu te amo — disse enquanto fitava uma foto de nós dois. A última foto que tiramos. Ela estava linda, seu sorriso deslumbrante. Minha linda garota. Minha mulher preciosa.

Deus como eu pude deixá-la partir? Como pude afastá-la de mim? Qual era o meu maldito problema?

— Sinto sua falta — disse novamente para foto, acariciando seu rosto com meu dedo indicador. Lembrando-me de mais momentos juntos que eu não pude apreciar porque estava com medo, memorizando novamente seu rosto.

Eu já havia perdido tanto nessa vida. Temia tanto perdê-la...

— Você sabe que é um idiota, não é?

Tomado pela surpresa e susto, virei-me na direção de onde vinha a voz para observar Lucy andando em minha direção.

— O que está fazendo aqui? — Eu não iria perguntar o motivo pelo qual ela não batera em minha porta, seria perda de tempo e eu ainda teria que aguentar o seu discurso sobre fazer isso justamente porque eu também fazia com ela, portanto, voltei minha atenção à foto em minhas mãos.

— Pagando de fada madrinha, é claro — ela deu de ombros antes de me acertar um pedaço de papel.

Eu não entendi muito bem o que ela quisera dizer com isso. Na verdade, tudo o queria era ficar enfurnado em minha casa, remoendo o passado e afundando-me em arrependimento. Principalmente hoje. No exato dia em que completava um ano desde a partida de Juvia.

— O que é esse papel? — Perguntei segurando-o.

— Se você não o abrir, jamais saberá do que se trata. E, se eu fosse você, abriria.

Porque ela me deixara desconfiado e curioso, eu o abriria. Sabia que poderia ser alguma gracinha dela junto com Natsu para cima de mim, mas mesmo assim, abri. Quando li o que estava escrito meus olhos arregalaram-se e um sorriso, o primeiro sorriso verdadeiro que apareceu em meu rosto há meses, tomou conta do meu rosto e eu fiquei, durante alguns minutos apenas fitando aquele pedaço de papel, perguntando-me se isso era um sonho ou se era mesmo real. Tinha que ser real.

— Gray, seu grande idiota, se você a ama tanto assim o que é que está fazendo parado aqui se lamentando?

Eu rapidamente levantei-me e fui em sua direção, segurando o papel apertadamente em minha mão. Esse papel era precioso. Não o papel, mas o conteúdo impresso nele.

— É por momentos e gestos assim que eu te amo — eu dissera, puxando-a para um abraço apertado. Eu que não era afoito a demonstrações de afeto, não pude deixar de fazer isso. Lucy estava me dando a oportunidade que eu tanto esperara.

— Que Natsu não o ouça dizer isso ou você será um homem morto. Mesmo que saibamos que não é esse tipo de amor. Agora, vá logo buscar sua garota — Lucy se afastou e o empurrou.

— Por que está fazendo isso? Achei que você tivesse dito que ela estaria melhor sem mim.

— Bem, isso foi antes de eu perceber que o amor entre vocês era recíproco. Ela está sofrendo. Você está sofrendo. Vocês precisam um do outro para serem felizes. E eu finalmente consegui obter o endereço de onde ela está. Ao contrário do que você imaginava, Juvia em momento algum deixou-me saber sua localização. Pelo menos, até agora. Então, homem, pelo amor, só não seja idiota de novo ou eu vou matá-lo. Dê valor a ela dessa vez, Gray. Aproxime-a e não a afaste. Você não sabe a maravilha que é ter alguém que o ame da maneira como ela o ama. Dê valor e estime-a. Você é um cara sortudo, garotão — ela me deu um soquinho no ombro e eu não pude deixar de sorrir com o que dissera. Eu era muito, muito sortudo por ser amado, sabia disso.

— Sim, eu sei. Sei que eu fiz merda, mas vou acertar as coisas ou, ao menos, tentar. Tentarei quantas vezes for possível. Você acha que ela poderá me perdoar?

— Ela só está esperando que você a encontre. Tenho certeza disso. Juvia nunca deixou de amá-lo. Ela não é do tipo de pessoa que troca de amor assim tão fácil.

— Muito obrigado! Vou ficar lhe devendo.

— Bem, você sempre poderá me pagar quando Natsu estiver dando a louca...

Fiz uma careta, mas dei de ombros. Eu tinha um lugar para ir e precisava me adiantar se quisesse chegar lá ainda esta noite.

Sem nem mesmo separar uma muda de roupa, pegando apenas minha carteira com o dinheiro e documentos parti para a estação de trem. Juvia tinha ido para um lugar um pouco recluso, mas isso não me importava. O importante é que eu estaria cara a cara com ela e poderia dizer-lhe tudo o que eu vinha reprimindo todo esse tempo. Eu poderia ter uma chance mais, só teria que saber aproveitá-la.

...

Eu estava nervoso. Muito nervoso. Nunca fizera nada parecido antes. O que eu deveria falar? Como deveria lhe implorar para voltar? Será que ela ainda me amava como eu a amava? Será que Lucy estava mesmo certa quanto ao fato de Juvia não ter encontrado ninguém?

Encarando a porta à minha frente, tomando uma respiração profunda, dei um passo à frente. O passo definitivo. Cara a cara com a porta agora e o olhar fixo na campainha, eu a apertei e, ansiosamente aguardei que alguém viesse me atender.

Quando a porta foi aberta por um homem, minhas esperanças murcharam. Ele fitou-me com um olhar indagativo enquanto eu o encarava pensando o que falar. Deveria fingir que havia errado a casa ou deveria perguntar por Juvia?

— Olá... — O homem cumprimentara.

— Hm... A Juvia está? — Eu não poderia continuar sendo um covarde, eu não poderia voltar a desistir dela, precisava saber se estando com esse cara ela era feliz... Eu precisava ouvir de sua boca que eu já não significava mais nada para si, que ela já não mais me amava. Precisava apenas saber.

Antes que o homem postado a minha frente pudesse responder qualquer coisa, uma voz vinda detrás de mim, chamou-me.

— Gr...Gray?

Ah o doce timbre dessa voz. Como havia sentido falta desse tom suave. Virei-me para encará-la, entretanto, quando ficamos cara-a-cara um com o outro, nada havia me preparado para o impacto que eu tomaria ao vê-la após meses.

Estonteante. Essa era a única palavra que me viera a mente. Olhá-la levara todo o ar que eu tinha em meus pulmões. Ela me deixara sem folego. Amor. Meu amor. Minha amada. Ela estava linda. Ainda que sua expressão não tivesse mais aquela suavidade sorridente no olhar. Ainda que ela parecesse diferente de antes. Juvia era simplesmente linda.

— Juvia... — sussurrei, incapaz de fazer minha voz sair mais alta que isso.

Era real, eu estava aqui. Ela estava aqui. Finalmente. Finalmente.

— O... o que você está fazendo aqui? Como descobriu onde eu estava? — Ela ainda não se aproximara nem sequer um passo de onde eu estava. Estática, assim estava, da mesma forma que eu.

— Nós precisamos conversar. — Foi tudo o que eu dissera e diante minha fala, uma torrente de emoções se manifestaram em seu olhar, prevalecendo a confusão.

— Bem, vou deixá-los a sós. Estarei lá dentro, caso precise de mim para qualquer coisa, Juvia — falara o homem que atendera-me. Percebi a indireta em seu tom. Esse cara estava pronto para me botar correndo de volta para Magnólia, se fosse preciso. Incomodou-me saber que ele a mantinha protegida. Não porque eu não queria que a protegessem, mas porque eu queria tomar esse papel. Era o meu dever protegê-la.

— Então...

— Ele é o seu namorado? ­— Indaguei enquanto a passos lentos, aproximava-me de sua figura. A proximidade só fazia-me desejá-la mais e mais. Minha linda menina.

Juvia meneou a cabeça. — Ele é meu primo.

— Vocês têm alguma coisa? — Não era porque era o primo dela que isso me deixaria mais aliviado. Sabia como relações entre primos era algo bastante comum.

Novamente, Juvia negou.

— Bom. — Sorri.

— Bom? — Perguntou confusa.

— Sim, dá-me mais esperança.

— O que você quer dizer com isso, Gray?

— Quero dizer que vim aqui pedir-lhe perdão. Perdoe-me por ser um covarde e por deixá-la partir. Quero dizer que não teve um dia durante todo esse um ano de distância que você manteve de mim que eu não senti sua falta e me arrependi de cada momento em que eu lhe tratei de maneira seca ou grossa. Quero dizer que eu amo você, que, na verdade, amei-a desde o primeiro momento em que você persistiu por ficar ao meu lado mesmo eu tentando resistir. Quero dizer que eu a quero em minha vida. Para sempre. Além disso, se possível. Quero dizer que eu vim lhe buscar e levá-la de volta para o lugar ao qual jamais deveria ter partido. Quero dizer um monte de coisa, mas vou dizer-lhe apenas três coisas, dentre as quais, quero que fique claro que eu a amo. Eu amo você, Juvia. Perdoe-me. Volte para mim.

— Gr...Gray?! — Eu vi as lágrimas rolarem por seu rosto. Aproximei-me mais ainda, praticamente mandando a lei de Newton de que dois corpos não habitam o mesmo espaço, para o espaço.

Tomando a liberdade de abraçá-la, de sentir seu corpo de encontro ao meu, afundei minha cabeça em suas madeixas, inalando seu maravilhoso aroma. Ah, como eu tinha sentido falta desse contato. Senti falta de seu cheiro, de seus braços circundando minha cintura e puxando-me para mais perto de si. Senti falta dela por inteiro.

— Por que você demorou tanto? — Ouvi-a dizer.

— Por que eu sou um covarde idiota, amor.

— Eu amo você também — ela sussurrou em meu peito.

— Sim, eu sei. Obrigada por isso. Eu também a amo.

— Você jura?

— Eu juro, querida. Eu só fui um grande medroso por não demonstrar o que de verdade sentia. Perdoe-me por todo o inconveniente. Você acha que é capaz de me perdoar?

— Sim.

— Bom — sorri, afagando seu cabelo.

Tomando uma pequena distância entre nossos corpos, Juvia olhou-me. Seu rosto uma mistura de lágrimas derramadas e sorriso.

— Você acha que agora é capaz de me beijar?

— Oh, sim, eu acho que sou capaz disso e um pouco mais.

— Um pouco mais? — ela corou. Tão adorável.

— Sim, um pouco mais, mas isso fica para depois — respondi, trazendo-a de volta para mim, colando seu corpo ao meu. — Por agora, vamos só dizer que eu vou beijá-la a noite toda.

— Eu gosto disso.

— Eu também.

E, como prometido, eu a beijei. Beijei até eliminar todo o fôlego de nossos pulmões. Beijei-a repetidas vezes. E porque eu podia, levei-a de volta comigo para nossa viagem rumo ao felizes para sempre. Esse não tinha sido o fim, mas o começo de nossa história. Uma história que, dessa vez, daria muito certo. Nós viveríamos felizes para além do sempre. Ela era mim e eu era dela. Ela me amava e eu a ela.  


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Notas finais do capítulo

Bom, é isso. Espero que tenham gostado. Sei que não ficou lá essas coisas, mas eu pelo menos consegui me livrar da vontade que estava de escrever. Estou com um projeto de uma long Nalu, mas ainda estou arrumando as ideias. Ainda planejo escrever sobre mais casais de FT e farei isso assim que tiver tempo. Féria sua linda, venha logo que quero lhe usar ♥ kk
Comentários? Quais as críticas? Sorry qualquer erro. Eu sei que o final ficou meio tosco.
Fui o/
~Nini Swiniie



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