Capítulo Seis

Bem-Vinda a Hogwarts!

Quando digo que um Potter atrai confusão por onde passa, muitos não acreditam.

A prova viva disso, que a confusão esta no sangue Potter, sou eu, que subia as escadarias de Hogwarts acompanhada por vários pirralhos de onze anos, completamente encharcada e congelada.

E não. Não estava chovendo e nenhuma das crianças está molhada.

O motivo disso é que eu simplesmente caí no lago.

Quem cai no lago logo no primeiro dia?

Pelo que parece, eu: Samantha Aylin Potter. A rainha do azar.

Para começo de conversa, eu teria permanecido bem sequinha se tivesse ido de carruagem para o castelo, junto dos outros alunos e não de barquinho com os primeiranistas.

De acordo com Hagrid, o Guardião das Chaves e dos terrenos de Hogwarts (um meio gigante super gentil e bondoso, que é uma prova de que as aparências enganam), todos tem que ter como experiência a entrada de barquinho pelo lago negro, não importa o ano que irá cursar.

E foi assim que, em um barquinho ao lado de Hagrid, segui no inicio da fila de barcos.

Só não contava com o fato de eles chacoalharem muito na água, e como meu equilíbrio não é dos melhores (até hoje não sei como posso ser capaz de me manter em uma vassoura e ainda por cima jogar quadribol. Esse é um dos mistérios da minha vida que não consegui responder e talvez nem consiga), e por está distraída observando a beleza do magnifico castelo a minha frente acabei por me desequilibrar e tive um encontro com a água gelada do lago.

É por isso que não gosto de barcos. Eles são traiçoeiros.

Digo isso porque não é a primeira vez que caio de um, mas essa é uma historia que não estou muito a fim de lembrar.

Com a ajuda de Hagrid voltei para o barquinho de madeira em que estava, e ignorando as risadas irritantes das pessoas de meio metro dos outros barquinhos, sequei o melhor que pude meu cabelo e minhas vestes.

— Mas o que é que aconteceu? – perguntou uma senhora alta, com uma expressão severa presa ao rosto, de veste verde esmeralda e chapéu pontudo. Se não me engano, esta deve ser Minerva McGonagall, vice-diretora de Hogwarts e professora de Transfiguração.

— Bem... Eu caí no lago. – respondi segurando o riso. Pode ter sido sim uma situação constrangedora, mas devo confessar que também foi engraçado.

Foi assim que, ainda molhada do banho que tomei no lago, junto dos pequeninos parei de frente a enorme porta do Salão Principal, de onde podia se ouvir o burburinho de conversas animadas.

Eu poderia ter me secado com apenas um feitiço, ou a própria professora poderia ter feito isso, mas já estávamos muito atrasados por causa do meu pequeno acidente.

— Bem-vindos a Hogwarts - disse a Professora Minerva depois de todos estarem formados - O banquete de abertura do ano letivo vai começar daqui a pouco, mas antes de se sentarem às mesas, vocês serão selecionados por casas. A seleção é uma cerimônia muito importante porque, enquanto estiverem aqui sua casa será uma espécie de família em Hogwarts. Vocês assistirão... - se eu dissesse que ouvi tudo o que ela falou seria uma grande mentira.

 Já sabia que ela explicaria sobre os quatro casas e sobre as regras da escola, então me permiti apenas a ajeitar o máximo possível meu cabelo que, sem duvida nenhuma, deveria estar um verdadeiro pesadelo. Resolvi deixa-lo molhado mesmo enquanto secava apenas minhas vestes.

Só voltei a prestar atenção quando uma das meninas que estava na minha frente se virou e me deu um cutucão na barriga, me avisando que a professora falava comigo.

E só de olhar para Minerva McGonagall eu percebi o erro que cometi por não prestar atenção.

O olhar dela chegava a ser quase pior que o olhar de Euphemia Potter.

— Desculpe. – murmurei envergonhada.

— Como eu estava dizendo, Srta. Potter, você ficara aqui fora até ser chamada para a sua seleção. A não ser que queira entrar agora juntamente dos primeiranistas. – pronunciou McGonagall.

— Prefiro esperar aqui, Professora. – encarar uma seleção com um bando de pirralhos era de mais pra mim.

— Muito bem então. – disse ela – Alunos novos me sigam.

Quando as portas se abriram, não pude deixar de me surpreender. O lugar era iluminado por milhares de velas que flutuavam no ar sobre quatro mesas compridas, que acomodávamos alunos de suas respectivas casas. O teto não era um teto, era magicamente a copia do céu lá fora, algo lindo.

Mais a frente havia uma quinta mesa, onde se encontravam os outros professores e o diretor Dumbledore.

McGonagall guiou os pequeninos até um banquinho de quatro pernas que estava à frente da mesa dos professores, que possuía sobre si um chapéu velho e remendado.

— Quando eu chamar seus nomes, vocês porão o chapéu e se sentarão no banquinho para a seleção. – comunicou a Professora após o Chapéu Seletor acabar de cantar, algo em que eu também não prestei a mínima atenção.

Enquanto a professora chamava nome por nome dos novos alunos, fiquei encostada no batente da grande porta dubla apenas observando os alunos já residentes de Hogwarts.

Encontrei meu primo sentado quase no final, em uma das mesas ao lado do corredor central, e perto dele seus três amigos inseparáveis. As meninas já estavam mais pra frente e me acenaram quando viram que eu as olhava. Acenei de volta achando graça da cara de espanto das quatro por causa do meu estado deplorável, e retornei a atenção para a Professora McGonagall, que já retirava o chapéu da ultima criança selecionada.

— Peço a atenção de todos por mais uns minutos. – ela começou a dizer – Hoje estaremos recebendo uma aluna que veio transferida do Instituto das Bruxas de Salem, que irá ingressar no quinto ano. Samantha Potter.

Ao atravessar o longo corredor pude sentir os olhares em cima de mim, sendo um deles do meu primo, que me lançava uma pergunta muda sobre o que tinha acontecido comigo. Pelo jeito estava pior do que imaginava. Que bela primeira impressão estou dando, que só piora com os risos nada contidos dos pirralhos que já se encontravam cada um em sua mesa. Só pude dar de ombros como resposta.

Lancei um pequeno sorriso para a professora antes de me sentar no banquinho e ter o Chapéu Seletor posto em minha cabeça, tapando parte da minha visão.

Ah, uma Potter! – disse ele em minha mente – Uma mente brilhantemente fantástica. Uma inteligência que cairia muito bem na Corvinal. Mas também há o sangue que corre em suas veias. O sangue de um verdadeiro sonserino. Sua coragem também é grande e o valor de uma amizade não tem preso para você. Com toda certeza se daria bem em qualquer uma das quatro casas, mas apenas uma é realmente a ideal. Grifinória.- gritou o chapéu.

Com um suspiro de alivio por ter caído na mesma casa que meu primo, segui em sua direção sentando-me entre ele e Lupin.

— Bem-Vinda a Hogwarts! – me desejaram os quarto assim que me acomodei e o jantar foi servido.