Em uma cidade pequena chamada Midgard que não era localizada no mapa, era muito conhecida pelas pessoas do mundo inteiro, nela habitavam um número pequeno de habitantes, cerca de vinte mil pessoas. O que torna esta cidade famosa é o fato de existir uma  Torre que arranhava os céus transcendendo as nuvens, ninguém nunca jamais alcançou o topo, também nunca conseguiram entrar nela já que não haviam portas ou janelas.  Nenhuma pessoa entrou ou saiu desta cidade, em razão de ser rodeada por vastas florestas e montanhas sem fins.

*No orfanato*

— ...Essa é a história de nossa cidade, fim! - Contava Bryan para as crianças menores do orfanato.

— AHHH!!! conta mais histórias pra gente tio Bryan! - Derrubavam Bryan da cadeira puxando-o e pedindo pra contar mais histórias.

— Já está ficando tarde crianças, vamos lá, cada um para a sua cama que amanha vocês tem escola e eu não quero ver ninguém se atrasando. - Dizia a jovem Sophia, dona do orfanato.

— TÁ BOM!!! - Gritavam as crianças enquanto se preparavam para ir dormir.

— Essas crianças não sabem quando parar. - Resmungando, Bryan se levantava do chão.

— Me ajuda a guardar estas cadeiras "Tio Bryan" - mandava Sophia, repetindo sarcasticamente a fala das crianças em chamar Bryan.

— Que "tio" o que Sophy, até você com isso. Olha só, eu tenho 17 anos e sou 1 ano mais novo que você. - respondia emburrado arrumando as cadeiras.

— Ok ok Bryan.

Gargalhava-se Sophia enquanto Bryan arrumava a sala guardando as cadeiras.

—Ei, será que você poderia dar uma mão aqui Sophy?

Sophia fugia um pouco do assunto, como sempre.

—Está uma noite linda lá fora, cheio de estrelas.

—Sophy, não finja que não está me ouvindo e pare de fazer com que eu exerça todo o seu serviço!

E Sophia continuava fingindo em não ouvir o que Bryan dizia para não ter que ajudar a organizar a sala do orfanato.

— Tá, tá, entendi. Quer dar uma caminhada lá fora pra descontrair um pouco, Bryan?

— Hummm... Pode ser, faz tempo que a gente não faz uma caminhada de noite.

— E você viu o Oliver por aí?

— Ele estava na cozinha, pelo menos até a ultima vez que eu... - Bryan é interrompido por uma voz que vinha da porta da sala.

— Me chamaram? - Perguntava Oliver com uma voz desanimadora.

— Bem na hora Oliver, o Bryan e eu estávamos pensando em andar  um pouco e tomar um ar fresco, não quer vir junto?

— Vamos lá, faz tempo que nós três não fazemos uma caminhada na noite como antes - Empolgava Bryan tentando convencer Oliver a ir junto dos dois.

Oliver não parecia muito interessado, dava uma imagem de que estava cansado e sem vontade de andar, porém aceitou mesmo assim, já que era convite de seus melhores amigos.

— Não sei... Deixa eu pensar... Ah, vamos, não estou fazendo nada mesmo.

 Oliver, um garoto de 18 anos que mora no orfanato de Sophia, aos 8 anos de idade seus pais morreram em um acidente de carro e sem ter parentes por perto, junto com sua irmã de 3 anos ficou sob os cuidados do orfanato da cidade. Lá conheceu Bryan, que acaba por virar seu melhor amigo, juntos cresceram e viveram ao abrigo da família de Sophia que na época, a garota tinha a mesma idade de Oliver.

 10 anos se passaram, muitos vieram e se foram do orfanato, mas estes três tinham um forte laço de amizade parecendo que nada poderia rompe-los.

— Que ar fresco! Como é gostoso sair de noite. - Dizia Sophia sentada num balanço.

— Quando foi a ultima vez que saímos assim? - Questionava Oliver.

— Deve fazer uns dois meses. A gente podia sair mais! - Exaltava-se Bryan ao se balançar no balanço ao lado de Sophia.

— E se fossemos fazer o nosso "caça tesouro" lá na torre gigante?

— Sophy, isso é coisa que a gente fazia quando tínhamos 12 anos, já não somos mais crianças. - Diz Bryan suspirando alto.

 Anos atrás Oliver, Bryan e Sophia gostavam de ficar brincando de caça tesouros perto da torre , escondendo objetos para depois ir procurar. Entrar ao redor da torre era proibido e isso tornava o jogo deles mais emocionante já que teriam que procurar o "tesouro" sem que os guardas percebessem, porém eram sempre pegos e acabavam levando bronca dos senhores do orfanato.

 Com uma voz desanimada Sophia diz:

—Ahhhnnn... seria interessante se aqueles tempos voltassem.

—Realmente, dá uma saudade de quando eramos crianças e não tínhamos nada pra nos preocupar. - Fala Oliver olhando para o Céu estrelado.

 Enquanto os três estavam conversando admirando o céu e a torre, algo de estranho estava para acontecer.

— Esta torre não fica bonita quando se tem tantas estrelas rodeando o topo dela? - indagava Sophia aos meninos.

— Ultima vez que vimos uma noite tão bela assim foi há muito tempo lá perto da torre. - lembrava Oliver de suas lembranças.

Espantado e Gaguejando, Bryan olhava para o topo da torre dizendo:

— Ge... Gen.. Gente! falando em torre.. O que é aquilo no topo dela????

— É a mesma luz que daquele outro ano! - dizia Sophia espantada olhando para a luz no topo da torre.

— Sera que... Não pode ser...

— ESPERA! OLIVER, AONDE VOCÊ ESTÁ INDO?! - questionava Bryan que via Oliver correndo desesperadamente em direção da torre.

— EI MENINOS ME ESPEREM!!! 

 Eles correm em direção a luz que era emanada de cima da torre, quanto mais perto eles chegavam, mais forte ela ficava, até que a luz ofuscou a torre inteira com o brilho da luz. Era como um pilar de luz sobre a Terra e um grande sol em cima na noite estrelada.

 Oliver não parava de correr e só tinha olhos para um lugar, ofegante e quase sem forças continuava correndo como se não importasse com mais nada.

— Não é possível... Será? Eu posso conseguir descobrir alguma coisa se eu chegar lá a tempo!

 E então ao se aproximar da torre com o brilho ofuscante, Oliver se depara com uma garota caída no chão encostada na torre. A garota aparentava ter seus 17-20 anos, ainda parecia jovem, era loira com uma pele muito linda.

—Ester! - Gritou Oliver olhando para a mulher caída.

—OLIVERRRRR!!! - Escandalizou Bryan correndo até seu amigo.

— Ei, vocês correm de mais meninos, o que tá acontecendo aqui, que luz foi aquela?

 Bryan e Sophia encontram Oliver chorando e abraçado a loira que estava caída.

— Oliver... Ela.. não pode ser! - ressalta Sophia com uma voz tremula.

— Sim Sophy... parece, não parece?

— Muito!...

E então um silêncio toma o lugar, só se escutava os prantos de Oliver. Bryan e Sophia não podiam fazer nada, ou melhor, não conseguiam fazer nada. E junto ao Oliver, Sophia começa a chorar também.

— É ela, com certeza é ela. Olhe pra ela, É IDÊNTICA A MINHA IRMÃ! É a ESTER- espantado com a situação, chorando e soluçando, olhava para Bryan e Sophia.

— Oliver... A sua irmã... Ela não tinha morrido há 5 anos atrás?... - Perguntava Sophia.