Um mergulho em oblivion. escrita por Brom


Capítulo 1
Um estudo em carmesim.




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Eu acordo no campo de batalha, mente turva e corpo exaurido, minha armadura antes tão leve agora parece três vezes mais pesada, não consigo entender onde estou. Tudo que sinto é o cheiro de sangue e o som de ossos sendo quebrados, como é bom ter algo familiar em meio ao desconhecido. Me levanto penosamente a procura das minhas laminas mas nem sinal delas, maldição, as runas encantadas nelas não tem preço em ouro.

Olho ao redor a procura de algo afiado e logo sou atacado por dois guerreiros portando espadas e escudos, um mais alto e moreno e o outro de porte atlético e estatura mediana. Não foi difícil abate-los, arrebentei o escudo do menor com uma explosão de gelo verdadeiro e usei sua espada para espetar o abdômen do segundo. Usarei suas armas por enquanto, já estas placas de ferro com alças de nada me servem, o mais forte dos escudos é feito do meu próprio sangue e carne.

Quero voltar para casa, mas antes vou descobrir onde estou e como diabos cheguei aqui. Eu não entendo o motivo destes humanos me atacarem e muito menos porque lutam entre si, tentei me apresentar como general da Aliança mas eles não respondem, talvez nem mesmo me entendam. Preciso encontrar alguém de patente e pedir informações, toma-las se preciso for.

Começo a entender melhor esta disputa, é um cerco a uma cidade murada e bastante fortificada. Os combatentes são em sua maioria humanos, mas vi alguns poucos anões e elfos, estes últimos um tanto diferentes dos que conheço. Parecem mais altos e esguios, embora tenham o mesmo aspecto pomposo e alvo. Os homens lutam em ambos os lados do conflito, não sei dizer se isso é confuso ou se ainda não recuperei completamente minhas faculdades mentais.

Sou flanqueado por três combatentes, todos humanos e de pouca idade, deixo que iniciem a investida para medir sua força, embora fortes e vigorosos, não foram bem treinados no caminho do aço, certamente apenas camponeses recrutados pelo exército. Foi fácil obliterar dois deles com um golpe gélido concentrado em minhas laminas, suas couraças cederam como cedro jovem. Achei por bem matar o ultimo asfixiado, seria útil reanimá-lo como um servo.

 Eu começo a impregnar seu corpo com a essência do profano, ao mesmo tempo que lhe devolvo uma lufada de vida e ensino o básico de minha língua, somente o suficiente para que possa comanda-lo. Apagar suas memorias de quando individuo é o melhor a se fazer, só nos cavaleiros sabemos o quanto foi penoso sofrer nas mãos do Lich Rei.

—Levante-se guerreiro, levante-se e lute ao meu lado!

—Sim...mestre...

—Eu acredito que posso te chamar de Lukh.

—Sim...mestre...

Juntos Thassarian e Lukh possuem uma cadencia mortal, fatiando e cortando em um ritmo frenético; os dois combatentes logo destroçam um destacamento inteiro, um festival de sangue e vísceras digno de nota. É impossível dizer o quanto mataram, desnecessário até. Um bom servo da morte não se prova por quantos soldados matou, mas pela repulsa e medo que inflige aos seus inimigos, e nesses termos a dupla se destaca com maestria.

 Os dois partilham de uma ligação sensorial tamanha, que permite a Thassarian varrer um campo inteiro com suas laminas sem se preocupar com a própria retaguarda; pois enquanto existir uma única fagulha de vida na carcaça pútrida de Lukh, seu único propósito será protege-lo em batalha. Tal conexão não se compara a de um cavaleiro e seu dragão, mas não é menos impressionante, visto o curto tempo que leva para ser forjada.

A carnificina gerada atrai o olhar dos Varden, um guerreiro que massacra tanto aliados quanto inimigos chama muita atenção. Após observar por algum tempo, um dos elfos do destacamento concedido a Nasuada resolve voltar para repassar o seu assombro a ela, um guerreiro tão forte requer atenção especial antes de ser interpelado pelas tropas principais.


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