Blissfull darkness escrita por S0nicrubinh0


Capítulo 3
Capitulo 3-The girl


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, tive um imprevisto e não pude postar mais cedo, em compensação este é um cap maior do que o normal .



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/689347/chapter/3

Eu daria tudo naquele momento para que o tempo parasse, eu não conseguia me mexer nem um milímetro, tinha a sensação que aquele era o meu fim por isso fiquei imóvel aproveitando os meus últimos momentos de vida e se passaram 30 segundos e nada aconteceu, passaram 2 minutos e nada acontecia e eu pensei:

—Eu ja não deveria estar morto?!Será que já morri e nem me apercebi?

lentamente rodei a cabeça para a esquerda, a direção do vulto e o meu coração cada vez acelerava mais até que eu encarei a origem do vulto que aparentemente estava morto?!Sim, era o velho de antes na caverna mas ele estava morto, apunhalado aparentemente por ele mesmo com uma faca que me era um pouco familiar, sim, era uma faca chamada “alguma coisa” inglês, ele segurava com a mão a faca que estava espetada mesmo no seu peito.

A sensação de ver alguém morto mesmo á nossa frente era indiscritível: náuseas, vômitos e sentimentos que não conseguia descrever, eram como uma espécie de medo só que diferente do que eu alguma vez tinha sentido, aquele corpo inanimado sem alma desistiu da sua vida, a sua única vida e eu só podia olhar agonizado sem poder fazer nada. Os sentimentos que cresciam em mim eram horríveis e não paravam de crescer, eu comecei a correr pela floresta a dentro aterrorizado, eu não podia aguentar mais aquilo, estava a ficar maluco, eu só queria sair dali. Enquanto corria com todas as minhas forças caia varias vezes, as minhas roupas ficaram rasgadas e eu fiquei cheio de feridas pelo meu corpo dos troncos e das pedras que me rodeavam mas mesmo assim eu continuava, eu não conseguia ficar mais ali, tinha de voltar a todo o custo.

Corri, corri e corri sem parar, passava as arvores sem me importar se me acertavam ou se caia, eu continuava sem parar ate que ja depois de sofrer tanta dor eu embato de frente e o meu corpo cai no chão atordoado e fico com a visão turva por alguns segundos, deparo-me com uma figura humana caída no chão na minha frente, não dava para ver com exatidão como era porque tinha a visão limitada por causa da minha queda. Abanei a minha cabeça e movi-me para o lado dela para  ver o que era aquele ser aparentemente humano. Era uma rapariga, tinha cabelo branco, vestia uma yukata, tinha um colar de pérolas cor de rosa e parecia ter a mesma idade do que eu, ela abriu os olhos, um deles era verde mas o outro era branco e vazio como se fosse cega desse olho. Ela olhou para mim com um ar de assustada e como se tivesse ainda meio a dormir. De repente eu avisto de entre das arvores uma alcateia de lobos selvagens, eram pelo menos uns 7 e nos estávamos sendo encurralados por eles aos poucos e quando eu me apercebi ja não havia uma possível fuga então agarrei nela ainda um pouco inanimada e saquei o meu machado e apontei-o na direção dos lobos eles aproximavam-se e eu recuava devagar, o meu coração batia muito forte mas não tanto como antes, talvez já tivesse habituado á constante sensação de morrer e cai bem no fundo de um buraco. Ela já acordara nas minha costas e eu disse:

—   Eu vou atrair a atenção deles enquanto você foge, quando eu disser…

—   Não quero, vai você?

—   Como assim?!?! Você não quer viver?

—   Não tenho qualquer motivo pelo qual viver.Ela disse com uma voz vazia

—   Você é retardada? Qualquer um aceitaria isso.

Ela não respondeu. Eu continuei recuando sem saber o que faria a seguir até que dei um passo a trás e caí bem fundo até bater no chão. Acordei, sentia-me pesado, era ela, estava mesmo em cima de mim, suspirei de alivio, ela era a única pessoa em quem podia confiar, ela desceu de cima de mim e eu levantei-me, sacudi a terra das minhas roupas e ela disse:

—   Porque não fugiste como os outros?

—   Jamais fugiria sem te salvar primeiro.

—   Como podes dizer isso, nem me conheces.

—   Não faz diferença, eu me importo mais com a vida dos outros do que com a minha.

—   Porque?

—   Simples, eu ja desisti da felicidade e não quero que os outros também desistam, prefiro que eles sejam felizes.

—   Entendo. Eu e tu somos parecidos, eu também desisti da felicidade só que eu não me importo minimamente com os outros ou para ser mais correta eu odeio o ser humano em geral.

—   Porque?

—Eles se acham superiores ao resto mas são apenas animais irracionais com inteligência acima da média, os homens só agem por instinto sexual retardado e só interagem com mulheres com características físicas que lhes agradem para fins de instintos primitivos e não se importam com mais ninguém  e as raparigas tendem a copia-los para sentirem que têm os mesmos direitos que eles desde a era medieval.

—Eu também pensava assim mas aprendi que eles não têm culpa de serem retardados, eles não têm culpa de serem levados pelos seus instintos, eles apenas não percebem que ao fazerem o mais fácil machucam os outros.

—   Eu não posso aceitar esse mundo retardado, tenho vergonha de ser humana!

—   Eu compreendo, eu também sinto isso mas hoje eu encontrei uma pessoa com ideias parecidos aos meus então não estou com tanta raiva assim do mundo e pisquei-lhe o olho. Ela corou e eu percebi que ela estava embaraçada e mudei de assunto:

—   Então como vamos sair daqui?

—   Não sei.

Eu tentei escalar as paredes do buraco mas sem sucesso, ele era um pouco apertado e tinha mais ou menos 3 metros de profundidade, a luz do sol ainda iluminava a escuridão do buraco mas já não era tão brilhante quanto antes, o sol ja estava a pôr-se e algo me dizia que durante a noite ficar na floresta não era seguro. Pensei, pensei e tive uma ideia:

E se nos déssemos as mãos e esticarmos os nossos corpos nas paredes para tentar escalar o buraco?

Talvez resulte apesar de ser pouco provável. Vamos tentar, afinal é a nossa única hipótese.

Eu e ela demos as mãos e esticámo-nos na parede o que exigiu muita força dos dois, senti uma sensação estranha ao tocar nela, uma espécie de arrepio talvez pela mudança de temperatura do meu corpo, é que ela era quente comparada comigo. Tenho de me controlar, eu sou racional e tenho controle dos meus instintos, eu não posso perder o respeito que ela depositou em mim. Nós já tínhamos escalado metade do buraco e ela mostrava sinais de cansaço:

—   Achas que consegues aguentar mais um pouco?

—   Acho que ja não aguento mais…

E caímos no fundo do buraco, tivemos sorte de o chão ser de terra macia por isso não aleijou tanto quando caímos. Eu levantei-me e disse:

Estás bem?

Não obtive resposta, rapidamente virei a cabeça para o lado dela e ela parecia estar inconsciente, num momento esgueirei-me para o lado dela e abanei-a tentando reanima-la, ela acordou e disse numa voz cansada:

—Desculpa, é que eu já não como nada á alguns dias…

—   O quê?!?!?! Não disseste nada mais cedo porquê?

—   É que tu pareces ser uma pessoa que merece ser feliz, tu és diferente dos outros e eu acho que me preocupo…-interrompi-a:

—   Não digas nada eu ainda tenho alguma comida comigo.

enfiei as mãos nos bolsos a procura das barras de cereais mas só encontrei uma, o meu bolso estava rasgado, provavelmente rasgou-se enquanto corria pela floresta. Eu dei-lha para ela comer e ela devorou-a e agradeceu com um sorriso mais feliz do que o normal dela. Ela tentou-se levantar e eu impedi-a:

Primeiro vamos descansar durante uma meia hora e só depois tentamos sair daqui.

Mas eu já estou melhor, não te preocupes tanto comigo.

Claro que me preocupo contigo, tu és minha amiga.

Ela corou e baixou a cabeça e eu mudei de assunto:

Posso te fazer uma pergunta?

Sim,qual?

Lembras-te da tua ultima memória antes de estares aqui?

Hm…eu estava em Tóquio num festival ao qual fui obrigada a ir pelos meus pais e eu fui no Banheiro e no momento seguinte eu estava aqui.

Exatamente como me aconteceu. Espera lá, tu és japonesa?

Sim

Então como conseguimos nos entender, é que eu sou americano.

Não sei, esta ilha é aparentemente sobrenatural e não obedece a algumas leis do nosso mundo.

Estás a dizer que estamos noutra dimensão?

Essa é uma das minhas teorias mais improváveis.

Qual é a outra?

Isto é tudo um sonho e tu és só uma pessoa que o meu subconsciente criou para me fazer sentir menos solitária.

Espero que a primeira teoria seja a correta.

Ela não disse nada e eu limitei-me a dizer-lhe o meu nome:

Eu sou o Tyler, e tu?

Chamo-me Shizuko, Tsuki Shizuko.

Depois de falar com ela durante algum tempo:

Enfim acho que agora devemos tentar sair daqui.

Eu e ela levantámo-nos e tentámos fazer o mesmo de antes e fomos escalando e escalando e já quase no topo eu e ela estávamos extremamente cansados, eu subi o meu pé direito e consegui chegar ao topo e puxei-a cá para cima comigo também, ao puxa-la escorreguei e por um reflexo saquei do meu machado e cravei-o no topo para não cair de novo, desta vez tive mesmo sorte. Ela ia me ajudar a subir quando algo puxou-a, desesperada chamou por socorro e tentou resistir mas em vão aquilo que a raptou era mais forte do que ela, o indivíduo deu um pontapé no machado e eu caí de novo no buraco, seria este o fim?

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado e deixem os seus comentarios ajudam muito :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Blissfull darkness" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.