Annie estranhava a presença de uma carruagem em seu jardim, normalmente seu marido vinha a cavalo, para não tomar mais tempo. A surpreendendo, Finnick Odair saiu de dentro da carruagem com duas rosas na mão, um gesto delicado que poucos maridos se importam em fazer.

— Para a rosa mais lindo do meu coração – disse entregando para a sorridente mulher a sua frente.

— São lindas Finn, obrigada, venha entre deve estar cansado – falou dando passagem para o loiro adentrar em sua casa. Quando este estava no meio da sala, já se sentindo aquecido pelo calor familiar que sua casa lhe emitia.

— A viagem foi boa, os negócios foram finalmente fechados e está tudo indo bem querida. E a visita a seus pais?

— Ótima, apenas temo por Katniss, minha irmã pode não encarar muito bem a situação é acabar se machucando.

— A algo se errado com sua irmã?

— Mamãe me confidenciou que a mão de Katniss está prometida a Peeta Mellark, antes mesmo dela nascer, um acordo feito por ambas as familiar quando eu ainda tinha dois anos.

— O que há demais nisso? Muitos pais fazem isso, meus pais mesmo casaram-se deste modo.

— Sim, a questão é que tanto Katniss como Peeta não se suportam, por motivos desconhecidos. E Katniss pode ser bastante, hum...ativa quando quer.

— Não poderia arrumar melhor marido a sua irmã, Mellark é um cavalheiro e uma ótima pessoa. Prometo que sempre cuidarei dela, sua irmã é como a minha.

— Fala como se o conhecesse o Mellark a anos...

— E conheço, os Odair's são amigos antigos dos Mellark's, foi assim que a vi pela primeira vez e meu coração foi roubado. Eu estava passeando pelos jardins de Peeta na campainha de Prim, quando a vi com sua mãe entrando na carruagem.

— Mesmo assim estou aflita.

— Amanhã pela manhã deixo você lá, se isso a fizer feliz.

— Fará, obrigada. Eu te amo.

— Eu também.

Juntos sentaram-se nas cadeiras em frente à lareira apagada. Annie bordava uma delicada flor azul, uma cor que lhe lembrava o mar, que tanto era amado pelo marido, em um tecido branco. Ele a observava como se estivesse gravando todos os detalhes. Ele sabia que não havia mais volta, sabia que seu coração para sempre lhe foi roubado pela aquela criatura delicada a sua frente, como uma pintura perfeita feita pelo melhor artista. Era com aquela mulher que ele sempre desejou montar uma grande família, ter uma casa cheia de filhos e daqui há alguns anos cheia de netos.

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Peeta Mellark estava mais furioso do que nunca, parece que a notícia real sobre o casamente/negócio fora cair somente ao amanhecer. Com seu fiel amigo Thor, um cavalo negro robusto, ele correu ao longo da propriedade da família Mellark e adentrou na floresta que separava sua casa do lago, um lugar de paz, que era o que realmente precisava.

O som das patas de Thor batendo contra as folhas caídas das árvores fazia Peeta pensar no motivo que levou aos pais escolherem ele. Gale não era tão irresponsável assim, apenas queria aproveitar como qualquer jovem, mas era respeitoso, inteligente, esforçado e sem dúvidas um cavalheiro. Porém parece que os pais fizerem apenas de propósito, escolherem logo ele por ser o mais velho e por se tratar de Katniss Everdeen, uma garota totalmente insolente.

Quando desceu do cavalo, chutou uma enorme pedra do caminho sem ao menos se importar se isso o machucaria. Nunca havia ficado tão chateado com os pais, nem mesmo pensado em desobedecer um deles algum dia. Porém tudo que ele sabia era que precisava falar com sua...noiva? O mais rápido possível.

— Sabe Thor, minha vida está horrível ultimamente. Me arranjaram logo Katniss Everdeen como...noiva – sua garganta travou com a palavra noiva  era algo que ele não conseguia se referir a Katniss, a garota birrenta e teimosa como uma mula que conhece desde de moleque, como noiva e mais tarde esposa.

Ele olhou para os olhos negros de Thor e o observou se abaixar para bebericar água doce do lago. Ele passou o começo da manhã, tentando concluir um plano que seja proveitoso para ambos os lados, já que pelo o que ele conhece de sua futura esposa, ela também não deveria estar nada contente.

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Katniss esperou que Mags finalmente saísse de seu quarto para pular a baixa janela. Loucura? Sim, mas a palavra certa talvez fosse desespero. A garota correu até o estábulo e preparou o primeiro cavalo que viu em sua frente, montou e saiu galopando ferozmente. Ela não fazia a mínima ideia de onde Peeta Mellark podia estar, mas ela não poderia simplesmente bater em sua porta.

Ela brigou consigo mentalmente por tamanha estupidez. O ato impulsivo a impossibilitou de pensar no próximo passo, já que estava ocupada pensando em como sairia sem ser notada. Agradecia a sorte por não ter se machucado ou quebrado o tornozelo.

A égua que pegou se chamava Linda, nome dado pela a mesma quando ainda era uma menina, corria em uma boa velocidade. A verdade era que se a mãe a visse a mataria, principalmente o pai, que não considerava seguro para uma moça.

Aos poucos foram diminuindo a velocidade e avistaram uma pequena nascente de água doce, perfeito para um pequeno descanso de Linda e uma ótima oportunidade para pensar no próximo passo. Das suas possibilidades estava: casa, floresta próxima a casa (foi em uma daquelas árvores que ela caiu quando pequena), porém como um relâmpago, rápido e luminoso, a resposta chegou em sua mente.

— Vamos Linda – chamou enquanto subia novamente em sua égua.

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Peeta pensava em como encontrar Katniss sem que a mesma arranque sua cabeça e sem estarem nas vistas dos pais, para poderem conversar sobre como acabar com o acordo. Talvez ele fosse fazer uma visita, sugeri uma caminha pelos jardins e eles conversarem lá, porém certamente alguém os acompanharia, talvez Clara ou até mesmo a ama de Katniss.

— Vamos Peeta, pense – disse para si mesmo enquanto andava de um lado para o outro em busca de uma solução.

— Peeta! Peeta Melllark!

Aquilo só poderia ser brincadeira...