Em busca de um novo mundo escrita por KTrice


Capítulo 1
O fim é apenas o princípio


Notas iniciais do capítulo

Olá! Bom, essa é originalmente uma produção que fiz para uma trabalho de técnicas de redação e por muito tempo ficou limitado apenas isso. Enfim, hoje tomei coragem para postá-lo, espero que gostem. Boa leitura!



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   Gritos, mortes, dor... Tudo ainda estava nítido em minha mente. Brasil entrou em guerra, na verdade, o mundo em inteiro o acompanhou. A Terceira Grande Guerra estava declarada e não iria acabar tão cedo. Os recursos naturais estavam esgotando, mas o que era pra ser a alegria brasileira aterrorizava muitas pessoas por causa dos olhares cobiçadores dos estrangeiros. Sabendo disso, nossos amigos da América do Norte, fizeram a sua tão esperada Aliança das Américas e fundaram a sua base aqui.  Como os norte-americanos têm uma aliança com a União Europeia, ela não iria ficar de fora. Logicamente, os países mais empobrecidos foram cortados da UE e juntando a grande frustração deles, vieram também os integrantes da BRICS (Rússia, Índia, China e África do Sul). O povo brasileiro sofreu bastante, os que eram de outros países foram deportados, para dar espaço às pessoas novas. Todos foram rigidamente treinados para o massacre, sem exceção de idade, sexo ou crença. O país virou um campo de batalha, quem se recusava tinha como opção trabalhar na medicina, produção de alimentos e demais. Em alguns anos, o que antes era a luta por uma política justa, transformou-se em uma luta interna pela liberdade. A ditadura instalou-se e a América foi modificada. Nos jornais, passava a notícia dos “inimigos”, muitos locais estavam devastados. Com toda essa emissão de gases tóxicos o clima mundial foi afetado de forma drástica, as geleiras derreteram e o oceano esfriou brutalmente. Antes, o que era uma zona tropical tornou-se temperada e a temperada ficou ainda mais fria. Uma coisa boa foi que as estações do Brasil tornaram-se mais marcadas e finalmente podemos identificar através do tempo em qual nós estamos.

 Boa parte da minha família morreu, fazendo-me entrar em uma profunda depressão. Agora, era minha mãe, eu e minhas duas primas. Para nos proteger de possíveis golpes externos, fizemos uma leve mudança em nosso nome. A partir daquele dia, atendia pelo nome de Jupiter. Mamãe, ainda era professora, como de costume não ganhava muito, mas deram um pequeno aumento para profissionais na área da saúde, educacional e militar, pelo aumento na jornada de trabalho. Atualmente habitamos em uma pequena vila do Minas Gerais, por sinal, muito bem cuidada. Ainda não pude me acostumar com o sotaque engraçado e a comida um pouco diferente da região. Minha mãe era responsável pelas aulas de português e inglês, eu e minhas primas dávamos aula para as crianças, que logo cedo aprendiam a colocar a nossa nação em primeiro lugar. Após um longo dia, quando estávamos indo para casa, avistamos alguns membros militares fazendo a monitoração diária. Era confortante, mas ao mesmo tempo assustador, apertamos o passo sem conversas e nem distrações. Boatos indicavam que algumas pessoas da fronteira conseguiram invadir o país e alguns poderiam ser terroristas.  Ao chegar em casa - que não tinha luxo algum, mas trazia a nostalgia dos tempos em que vivíamos em paz, correndo e brincando – mamãe preparou o jantar, enquanto eu e minhas primas nos trocávamos.

— Vocês viram? Essa é a quinta vez em que os militares rondam aqui, coisa boa não deve ser... – Disse Pamela, minha prima mais velha.

 Ela tinha longos cabelos negros que se estendiam até a lombar, era esguia com pele cor de oliva e olhos castanhos escuros. Era da minha altura.

— Será que tem a ver com a suposta invasão? Estou com um medo enorme! Dizem que é por volta de cinco pessoas, podem estar espalhados por qualquer canto! – Exclamou Bruna, irmã de Pamela e a mais nova do trio.

Com seus cabelos castanhos, totalmente cacheados e sempre armados, a moça causava inveja em muitas. Olho um pouco mais escuro que os cabelos, com pele um pouco mais escura que a da irmã, estava há centímetros, menor que eu.

— Hum... Acho que não deveríamos nos preocupar tanto, temos tanta guarda por aqui que será quase impossível a entrada de alguém de fora.

— De qualquer forma, devemos ficar atentas, eu não confio muito neles... – Retrucou Pamela.

 O jantar seguiu tranquilamente, conversas aleatórias foram surgindo e por instantes, eu sentia como se estivesse tudo em paz. Minha família sempre tem o costume de comer reunido, mesmo que um esteja brigado com outro, todos se põem a mesa. Risadas são trocadas e as rixas, intrigas e problemas desaparecem. Estava sentindo falta disso. Na manhã seguinte, acordamos com um barulho ensurdecedor. Ao sair, vimos fumaça vindo da escola. Corremos rapidamente para o local, várias pessoas estavam em volta.

— O que aconteceu? – Pergunto para um jovem, que encarava o lugar espantado.

— U-Um homem bomba, explodiu-se dentro da escola, infelizmente.... Estava no horário de entrada – Diz com voz de choro.

— Ah! – Exclamo surpresa.

— S-Será que tem a ver com o...

 Antes que o jovem pudesse terminar sua frase, um avião seguido de bomba atacou a cidade. Todos começaram a correr, mamãe puxou-me e com passos rápidos, entramos diretamente em casa. Em meio de gritos e barulhos assustadores, descemos para o porão. Lá, era o único local seguro. Tinha mantimentos e um pequeno banheiro, além de uma porta que dava acesso a base central mais próxima.

— Estou com medo... –Diz Bruna choramingando.

— Calma Bru, vai ficar tudo bem, estamos seguras agora. – Pamela consola-a

— E você Ju, está bem? – Mamãe, indaga.

 Eu estava em pânico, deitada no chão, não conseguia respirar. Meus músculos enrijeceram, não conseguia me mover. Suor frio escorria pelo meu rosto, o barulho das bombas ecoava em meus ouvidos. Mamãe gritava e chorava, mas eu não conseguia ouvi-la. Após esta cena, tudo se apagou. Quando abri os olhos, a clareza do local me cegava, aos poucos fui me acostumando ao ambiente. Estava deitada em uma maca, uma enfermeira aproximou-se, estalou os dedos na minha frente e eu ficava olhando sem reação alguma. Não conseguia ouvir nada, além de um zumbido continuo. Aos poucos o som retornou...

— Jupiter! Jupiter consegue me ouvir? Pisque se pode me ouvir.

— Sim, eu posso te ouvir.  – Afirmo com a voz rouca.

— Como se sente? – Dizia a moça, com um relatório nas mãos.

— Eu estou bem... Espera, o que aconteceu? Onde está mamãe? E as meninas? – Falava agitada.

— Sua família está bem. O que se lembra?

— Ahm... Lembro-me de estar no porão, por conta de um bombardeio aéreo. Creio que apenas isso.

— Uhum... – Dizia anotando.

— Desculpe, mas agradeceria muito se tirasse a cara do papel e me dissesse o que aconteceu. – Irritei-me

Ela olha para mim surpresa e um pouco irritadiça.

— Você teve uma crise de pânico, muito violenta, sua família a trouxe para a base e agora estão em seus devidos quartos. Mais alguma coisa? – Perguntou.

— Não... Obrigada pela tamanha compreensão. – Ironizo.

— Bom, agora vou fazer alguns exames, depois já pode ter alta.

— Okay.

 Após todos os exames feitos, eu finalmente pude sair daquele lugar. Ficamos um tempo lá, quando o lado de fora ficou seguro, mamãe preferiu voltar para casa. Alguns pontos da cidade estavam destruídos, mães choravam em cima de seus filhos mortos. Tudo ficou sem cor, sem brilho, sem amor, sem vida.

— Venham, vamos ver o que restou de casa – Dizia mamãe, com ar triste.

— Eu irei ajudar as pessoas, podem ir, quando terminar eu irei. – Falo calmamente.

— Tudo bem – Todas falam em uníssono.

Depois de algumas horas ajudando, um toque amedrontador saiu do alto-falante. Longe, ouvia gritos de desespero. O jovem que havia falado sobre o homem-bomba, veio correndo em minha direção.

— Corre! Agora. – Falava esbaforido.

— Por quê? O que aconteceu? – Pergunto confusa.

— Os oficiais, estão recrutando a força pessoas para servir, retirando bruscamente as pessoas de seus lares; Independente do gênero.

— O quê? Eu preciso ir pra casa agora!

Quando estava me retirando, ele segura meu pulso firme.

— ME SOLTA! – Esbravejo.

— Não adianta! Provavelmente nesse momento elas já foram pegas, pense Jupiter. PENSE!

Um pouco conturbada, meus olhos enche-se de lágrimas.

— E o que eu faço? 

— Fuja! Corra o mais rápido que puder. Há boatos que em Rio Grande do Sul, existe uma cidade em paz, onde não tem guerra, nem comandantes e é refúgio para muitos.

— O quê? Impossível!

— Essa é a sua única escolha...

 Antes que ele terminasse, avistei o carro do exército. Sem delongas, o abracei fortemente e corri o mais rápido que pude. Antes de sair, entrei em uma casa e coloquei suprimentos dentro de uma mochila. O caminho foi longo, estava assustada, não sabia aonde ir. Todas as noites, debulhava-me em prantos, lembrando-me da família que havia perdido. Não podia crer no que estava acontecendo, aquilo tudo era um pesadelo e eu rezava todos os dias para acordar.

❖❖❖

 Passei meses, andando a margem de estradas, cada cidade que entrava era um perigo. Algumas pessoas me ajudavam e outras me delatavam... Incrível saber que tem gente satisfeita com essa vida. Muita coisa aconteceu dentro desses meses, fiquei com fome e sede, sem um teto para dormir. Foi assustador. Felizmente, meu sofrimento estava com os dias contados. Era só eu passar por uma estrada longa e contínua que estava tudo bem. Era tarde, a paisagem estava bem mudada. Antigamente, o sol que irradiava queimava meu corpo, ao meu redor tinha carros abandonados, pontes derrubadas, postes de energia caídos com seus fios expostos, corpos em detrimento... Agora, o cenário mudou completamente. Altas árvores, com suas copas folhas em tons avermelhados, laranja e amarelo. De longe, notava-se... Era Outono. Minha estação favorita! Detrás das árvores tinha lindos campos, com vegetação rasteira, com suas cercas baixas feitas de madeira. As lindas folhas caídas espalhavam-se pelo chão. O sol estava brando, invadia as copas e me tocava com sutileza, dando o famoso efeito Komorebi. Nunca tinha me sentindo tão em paz, era como se todos os problemas tivessem desaparecido. O cheiro daquele lugar alegrava meu olfato. Estava ficando cada vez mais sonolenta, minhas pálpebras pesavam, o toque do vento era macio e suave o que me deixava ainda mais com sono. Não resisti, deitei em cima das folhagens e dormi por um momento. Ao acordar, sinto um gato lambendo meu rosto. Ele era listrado, em preto e branco...  Quando eu coço meus olhos, ele desaparece! Impossível, eu senti o gato me lambendo. Argh... Só posso estar ficando louca.

 A tarde estava em seu fim, o vento perdeu seu charme e ficou frio, cortante. Acelerei o passo, avisto ao longe uma maleta velha em meio da estrada. Abro-a pra ver o que tem dentro e percebo que era dinheiro, pilhas e pilhas de dinheiro. Minha mente alarma para pegá-lo, mas meu subconsciente diz que não é necessário, afinal o lugar que irei não vai precisar disso, então tornará apenas um fardo. Em razão a minha consciência, fecho a maleta e deixo no mesmo local em que tinha avistado. Prossigo meu caminho, sem cessar. O céu estava em mistura de cores, roxo e alaranjado, era tão lindo! Se mamãe estivesse aqui... Paro um pouco, sento-me em beira da estrada e fico observando o local. A nostalgia me leva direto à minha mãe, minhas primas... Sinto tanto a falta delas. Como eu queria que estivessem do meu lado. Meu coração está aquebrantado, cheio de mágoas, tristezas... Se eu tivesse ido a casa, talvez elas ainda estivessem comigo ou pelo menos estaríamos juntas. Nossa promessa era cuidar uma da outra e eu falhei brutalmente.

“Um erro no sistema... Um... Dois... Três... Alarma o desespero, o toque do sinal vermelho aumenta. Sem volta, sem perdão, sem trégua. Quando se trata de uma guerra, tudo está em jogo. Tudo? Com que finalidade o homem mata outros de sua raça? Oras, será que o mais forte realmente sobrevive? Sua luta psicológica acaba de começar. Boa sorte.”

A noite caía, continuei minha jornada. Essa estrada é muito monótona, sem curvas, nem casas ao redor... Começava a entediar-me. A vegetação começava a aumentar, isso começou a soar estranho, a estrada ficou íngreme e ao fim dela vi um pântano. Ele era enorme! Vagalumes iluminavam-no... Fiquei pensando se tinha apenas vagalumes no local. Tinha algumas vitórias-régias, como é que iria passar?

— Bom, eu não posso parar aqui. Terei que seguir em frente! – Disse a mim mesma.

Fui adentrando na água suja e com um cheiro desagradável.  Minhas roupas estavam rasgadas, então podia sentir a água tocando meu corpo. Felizmente não era tão fundo como eu imaginei, caso contrário eu poderia morrer afogada, pelo simples fato de não saber nadar. Pisar em todo aquele lodo, me arrepiava! Em cima, era coberta com algo verde claro e a cor da água era verde musgo. Olhei para cima, rezando para não ter nenhum bicho e eu acabar me apavorando e morrendo ali mesmo. A água batia logo abaixo de meus seios, trêmula, andava devagar. Quando acabei de atravessar, fui me certificar de que nada ficou preso ou grudado em mim... Péssima ideia. Encontrei uma sanguessuga em minha coxa, gritei o mais alto que pude. Sacodi, sacodi, sacodi e nada. Procurei algo para remover, mas em meio de um pântano, não tinha nem um galho que preste! Inacreditável. Peguei uma pedra – depois de muito esforço para retirá-la do chão – E removi-a com um alivio no coração.  Assim continuo minha longa caminhada.

 Cansei-me novamente, mas desta vez poupo-me de ter que parar. Quero chegar ao local o quanto antes e ficar parando toda hora não vai ajudar em nada. Avisto a estrada, do mesmo jeito que estava antes do pântano. Aquilo me espanta um pouco, mas depois de uma sanguessuga, minha meta para espanto tinha sido alcançada. Horas e horas caminhando, aquela noite estava muito longa. Andava cambaleando pelos cantos, não conseguia manter-me de pé. Os mantimentos tinha se esgotado há um tempo, eu e minhas roupas parecíamos estar em greve do sabonete desde a época passada. Meus cabelos fritavam batata frita, de tanto óleo. Ai... Por que fui lembrar-me de comida? Estou morrendo de fome, sede, cansaço... Mas mesmo assim, continuo. Percebo a estrada dá acesso à ponte, que faz a continuação da mesma, mas a ponte está quebrada. Como irei atravessar? Um lago enorme está entre mim e a minha felicidade. O nível dele aumentou consideravelmente, estava tomando conta de parte das estradas. Olho em volta e encostado á uma árvore, vejo a minha salvação. Não era Grand Cheddar McMelt, mas... Um barquinho, onde poderia atravessar. Coloquei-o em posição e comecei a remar, ele ecoava uns sons estranhos, e isso me fez remar mais forte, quebrando o remo que descia lago á baixo. Infelizmente, o barco cedeu e eu fui direto em choque ao lago. Comecei a me debater e engolir água, meu consciente dizia para eu lutar contra minha vida pela minha família... Mas meu subconsciente falava pra eu me acalmar... EU NÃO ACREDITO NISSO. Justo o lado que eu mais dava ouvido, me falava para relaxar em uma hora dessas?! Humpf... Não tenho escolha... Tentei relaxar-me o quanto pude e comecei a afundar. A água azul escura, iluminada pela lua, consumia meu corpo. Era mais fria que a do pântano. Parecia que mil facas atravessavam meu ser a cada segundo, quando pensei que tinha perdido tudo. Lembro-me das aulas básicas que tive com minha prima, quando estávamos na praia. Comecei a trabalhar braços e pernas, em busca de oxigênio. Meu corpo estava pesado, mas tentei da mesma forma. Enfim, cheguei à superfície que me esperava alegremente com um oxigênio de presente. Nadei ou pelo menos tentei nadar, até o outro lado.

 Estava ensopada. O frio cortante do vento me fazia almejar por um chocolate quente. E, agora, em passos lentos fui continuando meu caminho. Em alguns minutos, vejo o gato correndo entre os arbustos. Parecia estar me chamando, sigo-o e me deparo com uma trilha. Andando por mais algum tempo, encontro uma casa. O atendimento de minhas preces! Vou correndo ao seu encontro, ela era pequena e simples.

— Alguém em casa? – Digo após bater duas vezes, infelizmente, não obtenho sucesso.

 Resolvo invadir, pois meu frio e minhas pernas não vão ficar esperando alguém chegar.  Vagarosamente vou vagueando pela casa, ela parecia um pouco maior por dentro, estava tão quentinho. Tinha uma sala muito aconchegante e uma cozinha belíssima. Em cima da mesa, na sala de estar, vejo um vaso. Ele era de cristal, bem singelo, nele tinha um par de flores de cerejeira, minhas favoritas. Observo que dentro, havia algo prata... Levo o vaso para cozinha, retiro as flores e coloco-as em cima da pia. Jogo a água fora e junto vem uma chave brilhante. Coloco tudo em seu devido lugar. Vou olhar um pouco mais a casa e vejo um corredor, nele tinha várias portas abertas, menos uma que era a que ficava no centro. Poupei a curiosidade no momento, preparei algo para comer e após a refeição tomei um banho. Em um dos quartos, tinha um guarda-roupa, com algumas roupas mais ou menos do meu tamanho. Coloquei um vestido azul e deitei-me, foi o fim de noite mais relaxante de todos. Ao acordar, observo o relógio e vejo que passam do meio-dia. Havia dormido muito! No balcão, vejo a chave novamente, lembro-me da porta fechada e com a curiosidade aguçada abro-a. Fiquei espantada com o que tinha, eram... RATOS! Vários deles, todos olhando fixamente para mim. Fechei a porta, morrendo de medo. Infelizmente, por impulso abro-a lentamente. Todos estavam aplaudindo... Espera... APLAUDINDO? C-Como assim? Isso é possível? O caso da sanguessuga não se compara a esse. Fecho a porta e pretendo nunca mais abri-la, devo ter enlouquecido, a água do lago ainda deve estar vagueando em meu cérebro ou esses tempos sozinhas me trouxeram sérios distúrbios. Só pode. Sim, isso! Continuando a trilha... Vejo uma saída, que dá acesso á estrada. Contento-me, pois aquela trilha já estava me dando medo. A linda estrada estava mais bela do que nunca. Continuava com suas árvores mescladas de avermelhado, amarelo e laranja. O sol era radiante!

 Depois de algumas horas de caminhada, deparo-me com um muro enorme. Onde não podia nem espiar o que tinha do outro lado. Sua largura era imensurável, pois cada lado parecia infinito. Felicitei-me ao vê-lo... Mas... Como eu iria atravessar? Logo o sorriso transformou-se em descontentamento.

— EU NÃO ACREDITO! PASSEI POR TUDO ISSO! PARA AGORA EU NÃO TER SAÍDA? – Esbravejei.

Ouvi um miado, ao olhar para baixo era o gato... Ele estava escavando o muro por baixo.

—BOA IDEIA!

Comecei a cavar com as mãos o muro, cada vez que eu escavava era uma dor de cabeça enorme! O buraco foi muito profundo, mas felizmente achei uma brecha. Ao sair para o outro lado, vejo mamãe e minhas primas. Estavam com umas roupas simples, flores na cabeça... Eu não entendia nada.

— MAMÃE! Como conseguiu escapar? – Dizia em meio de um abraço apertado e lágrimas nos olhos.

— Isso não importa, o que interessa é que você está aqui, agora. – Falava calmamente.

— Eu te amo! Muito! Desculpa por não ter voltado, eu deveria ter ido com você. Perdoa-me, por favor. Eu senti tanto a sua falta, pensei que fosse te perder para sempre. Eu preciso tanto do seu carinho, seu abraço, seu conforto. Fiquei com tanto medo...

Elas me abraçavam e levavam para o refúgio que aquele jovem havia me dito. Finalmente, eu consegui! Estranho... Uma voz em minha cabeça dizia forte: “A X-8809 foi implantada com sucesso, missão sucedida. Preparar para o extermínio”.

  ❖❖❖

Mal sabia eu que fora neste exato momento que meu pesadelo começava.


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Notas finais do capítulo

Finished! Enfim, espero que tenham gostado, comentem suas opiniões a respeito. Críticas construtivas ou sugestões são sempre bem vindas, principalmente pra mim. Agradeço de coração por ter lido até aqui e até logo!



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