Hunter × Hunter Sem Limites - Interativa escrita por Mackernasey


Capítulo 2
Exame Hunter: Primeira Fase - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Com um dia de atraso, aqui está o segundo capítulo da nossa ilustríssima Fanfic Interativa!
Através da votação no grupo e a na página, foi escolhida a opção de "Seguir o Garoto Suspeito". Espero que gostem do que escolheram!



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Hikari quase se decidia por embarcar no majestoso navio, mas aquele garoto exercia uma atração instintiva sobre ela, como se não a deixasse partir, como se fosse atormentá-la para toda a eternidade se não fosse seguido agora. Acabou cedendo ao impulso, afinal Hunters também devem confiar em seus instintos, e começou a seguir o jovem pela orla da ilha.

Chegou a considerar disfarçar que o seguia, mas ao ver que quase ninguém o fazia, se juntou a procissão descarada. Uma da pessoas mais atrapalhadas naquela perseguição era uma menina delicada, cabelo rosa bem arrumado em dois rabos inúteis, pois ainda havia muita franja em seu rosto feminino e ainda muito mais comprimento em suas costas, dando a impressão de dificultar o movimento. Não muito mais práticas ou estratégicas eram suas roupas, afinal o seu vestido marrom que, muito curto e sem mangas, poderia ajudar na batalha contra o calor, era acompanhado por mangas avulsas, presas por cordões, e uma gola fechada e aparentemente sufocante. Havia muitos ornamentos desnecessários, como laços, babados e duas caudas apenas na parte de trás do vestido, que nem escondiam suas coxas muito expostas nem a protegiam de alguma forma. Sua bota, que, por aquele recorte triangular na parte da frente de sua coxa, apontando como uma flecha para sua parte mais frágil, as pernas, poderia de alguma forma ajudar no movimento, tinha inconvenientes saltos médios. Ao ver aquela garota de idade indefinida, mas de pureza e ingenuidade óbvias, Hikari não sentiu nada além da vontade de protegê-la, ajudá-la a sobreviver àquele ambiente tão hostil que acabara se metendo. A órfã poderia não saber a história daquela preciosidade, mas seus olhos tão rosas quanto os cabelos denunciavam que não superava apenas o ambiente ou a impraticalidade de suas roupas para estar ali. Poderia estar enganada, mas Hikari via muita dedicação, sofrimento e força por trás de toda aquela fraqueza. A órfã pensou em falar com a garota estranha, mas, assim que percebeu que não saberia como puxar assunto, desistiu. Os olhos castanhos foram logo atraídos para mais uma figura na multidão: um homem, com certeza mais velho que ela, tinha não mais que sua altura. Ruivo, baixinho e com cara de poucos amigos, Hikari não entendeu exatamente por que aquele homem chamara-lhe a atenção. Também havia um garoto, provavelmente mais velho que ela, que usava um calção estufado, uma touca rastafari e uma regata simples, e tinha um olhar triste, ou talvez apenas tímido, Hikari não saberia dizer.

A caminhada já estava ficando monótona quando o jovem garoto que guiava aquele bando heterogêneo parou em frente a uma cabana costeira, que ficava entre duas lojas simples e de frente para a praia, toda feita de uma madeira escura e castigada pela maresia. Só então que Hikari percebeu que haviam atravessado a ilha caminhando pela praia, afinal estavam na costa leste. O menino loiro introduziu uma chave na velha porta de madeira e, após escancará-la, parou ao lado e estendeu ambas as mãos em um gesto que convidava educadamente todos os seus perseguidores a entrarem. Após alguns segundos de desconfiança, as pessoas começaram a adentrar a construção. A órfã não hesitou muito, sentia que estava no caminho certo, acompanhou a multidão e entrou na cabana.

O espaço era amplo, com um pé direito alto, não possuía janelas e fedia a mofo. Depois de alguns minutos, o fluxo de pessoas entrando cessou. O menino loiro ainda esperou um pouco, então fechou a porta e sorriu caloroso para todos.

— Meu nome é List, bem vindos ao Exame Hunter! Caso você me seguiu por algum outro motivo, por favor, queira se retirar. — List fez uma pausa enquanto mais de dez pessoas deixaram a sala — Vocês são a primeira leva de participantes do Exame, chegaram cedo e da forma mais fácil. A Primeira Fase, que será conduzida por mim, começará apenas depois de amanhã para dar tempo aos outros participantes encontrarem este local da forma mais difícil. Mr. Beans lhes dará suas plaquetas numeradas, cuidem bem delas, é provável que alguma fase as use. – uma criatura de cabeça verde começou a distribuir as tais plaquetas enquanto o Examinador da Primeira Fase atravessou a sala a passos largos e entrou por uma porta ao lado oposto da porta de entrada.

Hikari suspirou, irritada. Depois de amanhã, eh? Pensava, enquanto tirava um sanduíche embalado da mochila. A garota com certeza não tinha se preparado para isso, esperava que o Exame Hunter começasse no mesmo dia de sua chegada, mas não teve essa sorte, então teria que esperar dois longos dias e torcer para não ser morta por algum participante superior querendo se livrar de peso morto.

A garota pegou sua plaqueta — de número vinte e quatro —, agradecendo à criatura e pôs-se a analisar todos que a rodeavam. Mais do que nunca, Hikari se sentia indefesa, sentia-se sem ninguém com quem pudesse contar, sentia que estava realmente por conta própria. Mesmo que muito pouco, no Orfanato, Hikari podia contar com as irmãs. Também sempre pôde confiar a vida a Yoko e Zairo... Me pergunto o que eles estão fazendo agora, pensou a garota, e se sentiu um pouco triste. Um cara de boné verde e marcas estranhas nos olhos falando ao telefone a despertou dos devaneios.

— Tonpa-saan! — gritou o sujeito, então levou um tapa na cabeça.

— Não grita, Imori! — disse o responsável pelo tapa, um homem grande, gordo, também de boné e com as mesmas marcas nos olhos. Hikari se aproximou sorrateiramente, curiosa.

— Desculpe, bro — o primeiro homem disse, tapando o celular, então pôs o aparelho no rosto novamente — Tonpa, nós já estamos no local do Exame, ele fica numa cabana velha de madeira na costa leste da ilha, a cabana é de madeira escura e meio podre e fica entre um salão de beleza e uma peixaria... Não, não vou cobrar nada pela informação... Isso mesmo, novatos problemáticos... Sim, você fica nos devendo uma... O Examinador disse que começa depois de amanhã... Ah, sim... Tudo bem... Ok, até. — O homem guardou o aparelho e se virou para o homem gordo e para um terceiro homem, este usando uma touca vermelha, com as mesmas marcas nos olhos — Ele disse que está vindo pra cá assim que terminar de preparar os sucos.

Os três homens continuaram conversando, mas Hikari achou melhor se afastar e achar algum lugar para dormir antes que todos os cantos confortáveis fossem ocupados. Encontrou um toco de árvore encostado em uma das paredes e se ajeitou como pôde. Com o cérebro perdido em devaneios aleatórios, a garota se sentiu totalmente tapada porque nunca antes havia considerado uma hipótese crucial: Será que ela teria irmãos? Para órfãos comuns, a possibilidade de ter um irmão era sempre muito remota, afinal alguém que abandona um filho dificilmente teria outro posteriormente, isso sem considerar as circunstâncias de pais mortos. Entretanto Hikari havia descoberto que sua mãe a abandonara por um motivo fútil e não duvidaria se não fosse a primeira ou a última vez que estivesse fazendo algo assim, pelo que a carta transpassara da pessoa que sua mãe seria. Mas, bem, ela havia descoberto isso quando tinha doze anos e nunca até então pensara que alguém com seu sangue caminhasse por aí, que poderia um dia se encontrarem sem nem desconfiarem que eram irmãos, se já não tivessem se encontrado. Aquela possibilidade assustou a jovem, era sinistra demais! Será que sua mãe havia deixado uma carta igual para seu irmão ou irmã? Qual seria sua idade? Teria o mesmo pai? Não, provavelmente não.

Pode ser qualquer um, era a frase que a assombrava. Por sorte, o barulho de algo caindo a despertou de seu tenebroso delírio. Vamos lá, Hikari, você não veio aqui pra ficar pirando!, a menina pensou enquanto estapeava as próprias bochechas. Ela tinha um objetivo ali! Precisava passar naquela desgraça de Exame, ir naquele maldito Continente Negro, achar a tal pessoa que saberia sobre sua mãe para que um dia pudesse acertar-lhe um tapa bem no meio da sua cara mesquinha. Mesmo sendo sua mãe, Hikari não a imaginava nem um pouco parecida com ela mesma, mas sim como uma pessoa feia, esnobe, nariz arrebitado, maquiagem exagerada e voz esganiçada. Realmente, a garota não nutria qualquer carinho por aquela pessoa, mas infelizmente era tudo que (não) tinha. E agora estava sentada num toco de madeira úmido e fedido dentro de uma cabana de madeira úmida e fedida rodeada de pessoas estranhas e perigosas, que a qualquer momento poderiam  puxar uma faca e cortar sua gargante e ela não poderia fazer nada para se defender, mesmo que fosse mais forte do que aparentava. Tinha que ser esperta, tinha que ser sagaz! Aquela era uma boa hora para falar com alguém, não era? Não seria seguro começar o exame sem qualquer aliado. Mas quem? Havia a garota de cabelos rosas, ela despertava a curiosidade de Hikari. O ruivo mal encarado, cujos olhos brilhavam simpáticos, destoando de sua expressão irritada, não parecia uma boa escolha, mas o sexto sentido de Hikari não a deixava olhá-lo de forma negativa. Os três homens de marcas nos olhos pareciam bem perigosos, mas talvez isso lhe daria vantagem se fingisse que era totalmente ingênua, mas de forma alguma baixasse sua guarda. E também havia o garoto tímido, tão apagado que a garota teve que olhar a multidão de ponta a ponta algumas vezes até localizá-lo, mesmo ele estando bem visível para ela. Talvez ele fosse um bom aliado, afinal era possível que a falta de presença dele a “envolvesse” também. Claro que havia mais dezenas de pessoas lá dentro, mas nenhuma delas pareciam interessantes a Hikari. Com quem deveria falar? Como deveria puxar assunto? Era hora de pôr o cérebro pra funcionar.


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Notas finais do capítulo

E então, gente, o que acharam?

—----> Conversar e tentar fazer aliança com o ruivinho mal encarado
ou
—----> Conversar e tentar fazer aliança com a garota de cabelos cor de rosa.
ou
—----> Conversar e tentar fazer aliança com os Irmãos Amori.
ou
—----> Conversar e tentar fazer aliança com o garoto tímido.
ou
—----> Não conversar com ninguém e esperar uma outra oportunidade para fazer alianças.

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