— Já disse que não quero!

— Não tem que querer! Tem que ir e acabou.

— Não... – Disse o pequeno com voz chorosa. – Por favor, papai... – Tentou conseguir o que queria com o tom manhoso. O jovem homem olhou para o filho com a mesma expressão indiferente.

— Consegue compreender o verdadeiro sentido da frase “você vai e acabou”?

— Não, Uchiha! – Disse cruzando os braços, emburrado.

— Agora sobe, pega sua mochila e você vai entender assim que chegar à escola! – Disse fitando-o. O menino mantinha a expressão emburrada. Ficaram alguns segundos se encarando.

— Mas...

— Sobe, pega a droga da mochila. Agora. – Disse com o tom elevado pela irritação.

— VOCÊ É MUITO CHATO! - Falou subindo as escadas, pisando duro. O Uchiha sentou-se no sofá, apoiando seu cotovelo na coxa e o rosto entre as mãos.

— Não seja tão rígido com ele, Sasuke-kun, ele só tem quatro anos. – O homem levantou o rosto, fitando a silhueta feminina parada no batente da porta que dava para a cozinha.

— Eu sei, mas o “x” da questão é que eu não levo jeito com crianças. – Resmungou.

— Você sabe que tem jeito sim. Tamaki te adora. – A rosada de olhos esmeraldas disse enquanto andava. Sentando-se ao lado do marido, após chegar ao final de seu trajeto.

— Mesmo? – Perguntou. A mulher lhe deu um sorriso reconfortante junto com um movimento positivo da cabeça, em forma de resposta.

— Às vezes acho ao contrário. – Comentou pensativo.

— Normal sentir insegurança, mas eu posso te dar total certeza de que você está errado quanto a isso. – Sasuke apenas puxou a esposa para sentar em seu colo, e lhe deu um beijo rápido. – Não se preocupe com isso. Você é um bom pai, um ótimo pai. Claro, do seu jeito, mas é. – Disse enquanto acariciava o rosto do homem.

O mesmo apenas sorriu e deu mais um beijo nela, dessa vez mais demorado e com mais calor e intensidade. As línguas se entrelaçavam em perfeita harmonia. Aos poucos, foi deitando-a no sofá, enquanto ela mantinha os dedos enrolados nos fios macios e negros dele.

— Eca! – O casal parou o beijo, desviando o olhar para onde vinha a voz. Encontraram um menino de cabelos negros e orbes ônix com uma mochila nas costas.

— Sobe e vai dormir. – Disse voltando os olhos para a esposa, esperando ouvir os passos se distanciar pela escada. Esses não aconteceram. Voltou novamente o olhar para o local. – Está esperando o que? – Perguntou irritado.

— Você me levar pra escola, papai. – Disse aparentemente confuso.

— Não vai mais pra escola. Pode subir e pular, dançar, brincar, cantar, voar, falar, enfim, faz o que quiser, apenas vai.

— Mas pai... – Ainda se encontrava confuso.

— Prefere ir? Tudo bem... – No momento que o Uchiha disse, os passos foram ouvidos e a presença infantil não se encontrava mais no cômodo. – Ótimo! Enfim sós. – Levantou-se e pegou a esposa no colo e subiu as escadas com a mesma. Chegando ao quarto depositou-a na cama, e logo depois foi até a porta, trancando-a. Quando viu o moreno voltando em direção à cama, começou a gargalhar.

— O que foi?

— Retire o que eu disse! Você não é um bom pai. – Falou entre gargalhadas.

— A gente faz o que pode. – Deu um sorriso de canto, e deitou em cima dela com cuidado, voltando a beijá-la.

Informações (In)úteis:

— Está one-shot foi terminada às 11:33 do dia 31/03.

— Começada na aula de português e terminada na de história.

— Enquanto escrevia, o professor me deu uma cotovelada na cabeça (Doeu i.i).

— Foram usadas 3 folhas frente e verso (uma só frente ;p).

Detalhe: as folhas não eram minhas, era dos meus amigos. Eu saí pedindo folha. Por quê? Não sabia onde estava meu caderno.