O Segredo de Narcissa Malfoy escrita por LudmilaH


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Oi gente,
Essa fic é uma oneshot, e não é das mais felizes que eu já escrevi. Enfim, espero que gostem.



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~

Narcissa observava seu bebê muito lourinho dormir tranquilamente sob o mobile decorado. Já era madrugada alta, e ela apertava o robe contra o peito, tentando conter aquela angústia que a dominava. Mas o que era aquilo agora? 

 

Talvez fosse apenas o choque do quanto aquilo tudo parecia cruel agora. Ela se lembrava da face presunçosa de Snape, de pé ao lado do Lorde das Trevas, sem conseguir segurar aquele sorriso de lado. Ele havia dado ao Lorde informações valiosíssimas, informações sobre aquele que um dia poderia vir a derrotá-lo. Mas O Escolhido tinha nascido no fim de Julho. No fim de Julho. O Escolhido não tinha então nem um ano de idade. 

 

Draco pareceu estranhar alguma coisa no sonho de criança que estivesse tendo, franzindo o cenhozinho pequeno para depois mexer a boquinha uma ou duas vezes e continuar respirando fundo e compassado, ainda dormindo. Narcissa apertou mais o robe, contendo um arrepio. Como alguém poderia pensar em fazer aquilo com uma criança? 

 

— Narcissa - chamou Lucius, aparecendo de repente à porta do quarto do filho. - Venha se deitar, já é tarde. 

 

A mulher voltou a olhar o filho, sorrindo fracamente por um instante. 

 

— Estou indo - disse ela, mantendo os braços cruzados. 

 

Lucius aproximou-se dela devagar, abraçou-a pelas costas, envolvendo seus braços. Narcissa fechou os olhos, deitando a cabeça em seu peito quente. 

 

— Em que tanto pensa? - quis saber ele, aquela voz rouca macia como veludo, suave como aquela noite roçando o ouvido da mulher. Ela suspirou.

 

— Na vida. - respondeu ela simplesmente. - Na morte - completou, sombria. Em seguida, levantou a cabeça e olhou novamente para o bebê que dormia. - No que Draco vai enfrentar quando crescer. Eu só queria que ele vivesse em tempos melhores do que os nossos. 

 

— Mas ele viverá em tempos melhores, Narcissa - respondeu Lucius, e sua mulher conseguia detectar aquele sorriso presunçoso que estampava sua face tão frequentemente. - Ele será idolatrado e terá tudo o que quiser, será tudo o que quiser. Será parte da geração gloriosa que tomará o controle de tudo no mundo. - continuou ele. - Assim que aquele bebê Potter estiver morto - completou ele, cuspindo o sobrenome. 

 

Narcissa desvencilhou-se dele, caminhando para longe. Lucius franziu o cenho, estranhando. 

 

— O que foi? - perguntou ele. 

 

— Você não acha - respondeu ela. - cruel demais? Lucius, ele é apenas uma criança. 

 

— Narcissa, - começou o homem, sério. - Potter tem nos envergonhado desde que se aliou a um lobisomem, na época de Hogwarts. E depois, se casou com uma sangue-ruim. Potter e aquele bastardo do Black tem envergonhado as famílias puro-sangue desde que tiveram idade o suficiente para saber o que isso significava. E agora eles não vão fazer nada a não ser pagar pelo que têm feito à própria raça. 

 

— Mas o filho dele não fez nada disso.

 

— O filho dele foi O Escolhido para derrotar o Lorde das Trevas. - interrompeu-a Lucius. - Seus pais escolheram o lado errado desta guerra, Narcissa, e sua queda significará nossa eterna ascensão. Por que é tão difícil aceitar? 

 

— Porque ele tem a idade do Draco, Lucius - cuspiu Narcissa, incapaz de se refrear. - Como você se sentiria se estivéssemos do outro lado? Como você se sentiria se estivessem atrás do nosso bebê em vez do dele? 

 

— Se isso significasse o domínio bruxo sobre o mundo, eu o entregaria - respondeu o homem. - Eu o faria, Narcissa, se fosse pelo bem da nossa raça. 

 

Narcissa abrira a boca, e seus olhos lacrimejavam. Sentia de repente um nojo imenso pelo homem com quem dividia o leito há anos. 

 

— Como você pode dizer uma coisa dessas? - questionou ela, em um fiapo de voz. - Ele é seu filho! 

 

— Sim, é nosso filho, e morreríamos com ele se nos puséssemos entre ele e o Lorde das Trevas! 

 

— EU morreria por ele, se fosse preciso! - gritou Narcissa de volta, batendo com força no peito, as lágrimas caindo em enxurrada. 

 

Lucius avançou contra ela, e a mulher recuou, sentindo a parede atrás de si. Draco havia acordado com a gritaria e chorava muito agora. Narcissa olhou o marido nos olhos, e a expressão dele era dura. Seu queixo tremia e ela segurava as lágrimas com firmeza, mostrando uma força que de fato não tinha. 

 

Nunca mais repita isso, Narcissa - disse ele, muito claro. - Ele nos mataria. E mataria Draco também. E mataria qualquer um que se atrevesse a carregar o nome dos Malfoy depois de nós. 

 

Uma lágrima caiu com força do olho da mulher. O barulho do choro de Draco a desconcertava.

 

— Nós vamos ser grandes, Narcissa - continuou Lucius, suavizando o olhar. - Grandes como jamais um Malfoy foi. Grandes como nenhum outro bruxo jamais foi. Seremos felizes então. 

 

Ele levou a mão ao rosto da esposa, no intento de lhe fazer um carinho. Narcissa fechou os olhos assim que sentiu o afago, o queixo tremendo outra vez. Estavam todos cegos. Cegos demais pelo poder prometido para enxergar a atrocidade que era tudo aquilo. Mas ela não podia mais recuar. Lucius tinha razão. Se alguém tivesse ideia do que passava por sua cabeça naquele momento, eles seriam mortos. Todos eles. 

 

Lucius colou a testa na da esposa, as respirações lentamente se acalmando, compassadas. Narcissa deixou sua cabeça pender para a do marido, e sentiu quando ele depositou um beijo suave em sua testa. 

 

— Vamos ser felizes. - ele prometeu, se afastando uns passos. 

 

Narcissa limpou as lágrimas do rosto, caminhando para o berço de Draco, pegando-o no colo. 

 

— Você vem? - perguntou o homem, oferecendo-lhe uma mão. Narcisa encarou sua mão estendida por um longo instante. 

 

— Estou indo - respondeu, por fim, enquanto tentava acalmar a criança. Lucius recolheu a mão, sorrindo fracamente, e caminhou para o quarto, fechando a porta atrás de si. 

 

Depois que o filho parou de chorar e voltou a dormir, Narcissa ainda ficou de pé ao lado de seu berço por um longo tempo. Faria o que fosse preciso para ajudar os bruxos das trevas que os levariam ao topo. Mas faria mais do aquilo que fosse preciso para proteger o seu filho daquela loucura. Nem que isso significasse ficar do lado oposto ao Lorde das Trevas.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Curtinha, mas achei que ficou interessante. Sempre tive vontade de escrever sobre Narcissa, e o que ela passou aqueles anos todos tentando proteger Draco daquela insanidade toda. Enfim, comentem se gostarem! Ou se não gostarem também, rs.

Beijos



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