Mais que amigos? escrita por Deuzalow


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Galera espero que curtam esse segundo capitulo. Digam o que vocês acham, nos comentários isso é muito importante e boa leitura a todos.



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POV. Percy

E literalmente tinha acordado com pé esquerdo, meu dia tinha começado do avesso. Eu tinha acordado um pouco mais tarde do que eu costumo, pelo horário que tinha ido para cama. Assim que apareço para tomar café, já sofro um baita inquérito do meu pai perguntando sobre a faculdade. Eu estava de cabeça quente, e preocupado com esse lance da Annie e acabo por falar algumas besteiras. Saio batendo a porta de casa e vou correndo para praia, o único lugar que seria capaz de me acalmar naquele momento.  Eu tinha acabado de sair do mar para me deitar na areia e vejo um carro passar lentamente pela beira da praia buzinando para mim. Quando chego à janela do motorista, a pessoa resolve abrir o vidro do carro revelando quem era.

—-- Escuta meu jovem, saberia me dizer se tem como pegar uma rota alternativa para esse lugar aqui. O cara fala me mostrando algo na tela do celular.  Assim que nossos olhares se cruzam uma corrente de ar fria percorre todo o meu corpo. Era o meu pai que estava ao volante daquele veiculo. Eu não sabia o que fazer, estava apenas de short de banho, cabelos molhados e muita areia sobre meu corpo.

—-- Percy eu não acredito, o que você está fazendo na praia essa hora da manhã em plena quarta- feira.

—-- Bem eu estou.... É fazendo uma pesquisa de campo para uma das aulas. Disse um pouco nervoso. Eu não queria ter que enfrentar a fera, mais isso ia acontecer uma hora. Nesse instante vi o rosto do meu pai se inchar e ficar extremamente vermelho de raiva.

—-- Por um acaso na sua turma só tem você de aluno? Hum? Anda cabulando aula há quanto tempo senhor Jackson?   

Eram muitas perguntas que eu sinceramente estava sem vontade alguma de responder. Até um certo ponto esse olhar desafiador e severo do meu pai estava me dando medo. Eu não sabia ao certo o que fazer. Passei as mãos pelos cabelos assim como meu pai fazia quando estava nervoso e comecei a falar.

—-- Olha eu não estou indo para faculdade. É que... Bem que eu tentava me explicar, mas estava bem complicado. Até que depois de uns segundos de silencio ouço meu celular tocar. Olho no visor e a foto do Grover aparece na tela. Um certo alivio apareceu no meu rosto, em seguida peço um minuto para meu  pai, afim de aceitar a ligação. Vejo que ele estava completamente impaciente.

—-- Ola Grover, quanto tempo. Como está sua viagem? Comecei a puxar papo com ele. Logo em seguida ouço meu pai sussurrar uma frase a acelerar o carro.

—-- Nem pense em dormir essa noite em casa mocinho. Quem sabe você possa dividir a casa com o cachorro.  Eu senti que dessa vez nossa briga tinha sido pra valer. Minha intenção nunca tinha sido provocar meu pai, mais o fato dele depositar todas as fichas no filho mais velho estava me dando nos nervos. Ele queria que eu fosse perfeito e que o ajudasse em sua empresa. Acontece que eu só tinha falhado até então.

—-- Está tudo numa boa. Alguma novidade? Já chamou a Annie para sair? Ele disse em um tom brincalhão.

—-- Você sabe que somos apenas amigos, porque insiste tanto nessa ideia.

—-- Só vocês dois não enxergam isso. Que tipo de amigo dorme junto do outro na mesma cama, se lembra disso Percy?

—-- Grover se sabe que eu só estava tentando ajudar. Annie estava doente. Tentei me explicar em vão.

—--Tudo bem, só liguei para dar um alô mesmo. Até semana que vem.

—-- Até mais, cara peludo. Assim encerrei a ligação. Ele tinha razão em uma coisa, quando o assunto era Annie meu extinto protetor era ligado e ficava no máximo. Nem com Drew eu agia assim.  Era uma coisa estranha, eu não me sentia bem vendo os caras da boate olharem como se ela fosse um objeto. Aquilo e muito nojento eu via a cara desespero que ela fazia, por isso tentava ao máximo ser companheiro nesse aspecto.

Eu não queria voltar para casa, estava muito ferrado e pensava em passar a noite fora. A primeira coisa que me veio à mente foi casa da Drew afinal éramos namorados, mesmo que tudo estivesse por um fio eu ia tentar pedir ajuda e conselhos a ela. Nesse momento eu estava sentado no sofá junto com ela. Meus braços se mantinham envoltos em sua cintura, porém não me sentia confortável nessa situação.  Parecíamos estranhos um para o outro. Acho que se me perguntassem sua cor favorita eu não ia saber.  Ela tinha um olhar malicioso e já estava com uma das mãos por de baixo de minha blusa.

—-- Drew, eu vim para conversar com você. Estou precisando de ajuda. Eu briguei com o meu pai e provavelmente não posso voltar para casa. Então eu... Ela não me deixa terminar e logo me interrompe.

—-- Sério que você veio para conversar? Ela disse sentando no meu colo a fim de diminuir nossa distancia. Eu sabia que Drew não era a melhor pessoa para uma conversa, mais estava sem opções no momento. Ela termina de retirar minha camisa e olha fixamente para meu peitoral. Definitivamente ela não queria me ouvir. Resolvi que ia tomar uma medida mais drástica. Levanto-me do sofá com a intenção de ir embora. Já estava sem paciência, esses olhares sobre mim, essas mãos que me tocavam sempre com segundas intenções. Tudo isso não fazia mais sentido, talvez eu estivesse mudando. Eu não queria mais uma coisa penas física, tinha passado essa fase. Que sentir que algo era verdadeiro dentro de uma relação.

—-- Olha Drew se você não quer me escutar, tem quem queria. Disse friamente.

—-- Já sei você vai atrás da loira de farmácia. Poupe-me Percy, eu sei que são amigos mais vamos admitir eu te ofereço coisas que ela jamais vai poder. Ela disse me jogando no sofá novamente. Em seguida me da um beijo acelerado mostrando como ela gostava das coisas. Assim que olho no relógio me lembro que já tinha começado o expediente de Annie, eu estava precisando beber algo e bater um papo com uma pessoa sensata para variar. Visto novamente minha camiseta e saio de forma abrupta do beijo de Drew. E falo de forma firme.

—-- Preciso sair. Nos vemos outra hora. Disse quase ignorando sua presença.

—-- Quer saber corre lá para sua amiga nerd babaca. O que ela vai fazer para você? Te ensinar matemática?

—-- Pois saiba que você está precisando Drew, também não passou no vestibular se lembra? Disse bufando de raiva batendo a porta na cara dela.

Eu andava pelas ruas em direção à boate. Uma das mais badaladas da cidade, torcendo para que estivesse com pouco movimento. Estava na intenção de desabafar com minha funcionária favorita do local. Quando adentro no local de um lado vejo umas mulheres dançando de forma sensual, quase sem roupa alguma de do outro vejo o balcão onde Annie atendia os fregueses.

Era impressão minha o uniforme que a Annie utilizava estava encolhendo? Ela usava uma camisa branca com uma gravata pendurada no pescoço, tinha uma saia rodada que ia até inicio de suas coxas com um sapato preto. Parecia uniforme de colégio interno, bem estranho para uma boate. Os botões de sua camisa estavam estufados contra seu peito como se gritassem para pular fora, do lado esquerdo tinha um broxe indicando seu nome. Eu tinha que me conter mais era inevitável não analisa-la de cima a baixo.  Ela estava muito atraente aquela noite. Pera ai ela só minha amiga, não é bacana ficar pensando essas esse tipo de coisa dela. Confesso que várias hipóteses passaram em minha mente, a história que Thalia me contara era uma delas.

Essa roupa só contribuía para a fantasia desses caras que passavam pelo local. Realmente esse emprego era repugnante eu tinha que fazer Annie desistir de tudo isso, olho para os lados vejo que um cara senta em frente ao balcão. Ele tinha o olhar fixo onde não devia no caso olhava fixamente para o decote de Annie, só faltava o cara babar em cima do balcão. Em seguida ele faz um sinal chamando sua atenção. Ele era apenas alguns anos mais velho que nós e vestia um terno chique. Devia ser um daqueles caras riquinho que financiava algumas dançarinas da boate.

—-- Uma cerveja, gata. Ele fala piscando o olho esquerdo. Annie estava extremamente vermelha e sem graça com a situação. O cara pega sua bebida, mais antes de seguir seu rumo deixa um papel com um número de telefone escrito nele. Eu não podia criar escândalos no serviço dela pra não lhe trazer problemas, porém nesse momento meu sangue fervia eu só pensava em espancar aquele idiota.

—-- Está vendo Annie é por esse e outros motivos que nem eu e nem minha mãe queremos que você continue trabalhando nesse lugar.

—-- Eu te entendo Percy, mais eu dependo disso. Ou vou ficar como você perambulando pela praia.

—-- Sobre isso, eu queria falar com você. Digo meio apreensivo.

—-- Pode falar, aconteceu alguma coisa? Sua cara não estava nada boa. Ela fala se apoiando no balcão.

—-- Não precisa mais me ajudar a mentir para minha família. Meu pai me pegou na praia hoje. Não foi nada bom, acho que não vou dormir em casa hoje. Digo de forma bem triste.

—-- Serio Percy? Eu nem sei o que te dizer. Como sua mãe reagiu?

—-- Ela provavelmente vai saber pelo meu pai, ainda não falei com ela. Digamos que não posso voltar para casa. Meu pai me mandou dormir com o cachorro. Ai fui pedir Ajuda para Drew, mais não deu muito certo.

—-- Vocês brigaram de novo? Ela falou sem espanto nenhum na voz, afinal estava ficando cada vez mais comum entre nós.

—-- Eu confesso que não sei como terminar com ela Annie. Não é mais a mesma coisa, ou nunca foi. Sei que não vou ter mais aquela moral com meus amigos mais me sinto preso com a Drew. Ela só pensa em coisa fútil e eu não posso nem abraçar minha mãe que ela fica com ciúmes. É sufocante.

—-- Olha não posso te ajudar com Drew, sabe que nunca nos demos bem. Quanto aos seus amigos acho que vai ser o menor dos seus problemas. Aqueles que realmente gostam da sua companhia não vão se importar se você chutar a Drew. Falo isso com todo respeito. Em seguida ela volta ao trabalho separando algumas notas no caixa. Sigo-a pelo balcão e torno a falar, precisava fazer um pedido um tanto ousado para essa hora da noite.

—-- Eu gostaria de saber se você pode abrigar um velho amigo em sua casa, o que acha? Disse fixando meu olhar nos seus, que agora estavam pensativos.

—-- Acho que por umas duas noites não têm problema. Só não sei como meu pai vai reagir. Ele fala um pouco nervosa.  Ele sabia que eu e a Annie tínhamos uma relação intima apesar não sermos namorados, mais o seu pai era extremamente protetor e coruja com ela. Era bem fofo e engraçado, mais no geral nos dávamos todos bem.

—-- Tem certeza Annie, se seu pai me pegar na sua casa. Como ele vai reagir?

—-- Sinceramente eu não sei, mais prefiro não pensar nisso agora. Do nada ela coloca uma das mãos sobre o ombro e da um suspiro profundo.  Sua feição estava mais severa e contida.

—-- Aconteceu alguma coisa Annie? Você não parece bem. Digo preocupado.

—-- Eu só estou cansada Percy. Estudar e passar a noite aqui, dormir por apenas 4 horas por dia, isso está me matando. Ela fala esfregando os olhos. Era visível o cansaço físico e emocional que Annie estava passando. Seus olhos continham profundas olheiras, ela vivia reclamando de dores no corpo e vivia a base de altas doses de cafeína. Seu humor estava alterado e bastante instável também. Parecia uma TPM sem fim.   

—-- Eu te levo para casa então, não vou deixar você dirigir nesse estado.

—-- Agradeço mais uma vez. Só vou pegar minhas coisas e estou saindo dessa espelunca.

Pov. Annabeth

Eu estava agradecida por Percy aparecer e me levar até em casa, não estava em condições físicas para dirigir. Meus olhos mal se mantinham abertos. Eu já tinha perdido as contas de quantos caras eu tinha visto vomitando no banheiro da boate, só de lembrar me dava náuseas. Tinha sido uma noite difícil, mais para minha sorte o meu fiel freguês não tinha dado as caras. Isso me deixou aliviada, porém apareceu outro para ficar se insinuando para mim. Eu sabia que isso ainda ia gerar brigas entre eu e o Percy. Sento no banco do passageiro e encosto minha cabeça sobre o vidro, fechando vagarosamente meus olhos. Percy da partida no carro, seguindo para minha casa.

Estava quase dormindo, quando sinto uma mão acariciar levemente minhas bochechas. Dou uma piscada rápida e percebo ser Percy. Continuo ali me aconchegando ao seu carinho, dava para sentir o calor que sua mão transmitia para meu corpo. Eu me senti tão bem ao seu lado, tão segura. Era como se tivesse mais uma pessoa para confiar meus segredos, além do meu pai. Eu e ele éramos grandes amigos, era uma ligação antiga e que só foi evoluindo com o tempo. Confesso que agora era um pouco difícil não pensar em como seria me envolver com Percy, ainda mais com tanta gente insinuando que tinha algo entre nós.

Lógico que eu nunca tinha falado com ele abertamente sobre isso, até porque ele tinha uma namorada que não ai muito com a minha cara. Em fim eu não queria arrumar confusão para o meu lado e nem estremecer nossa amizade. O balanço do carro para de repente me fazendo olhar para janela.

—-- Já chegamos? Perguntei um pouco grogue por conta do sono que sentia.

—-- Sim, me passa suas chaves. Atendi seu pedido sem protestar muito, estava sem forças para perguntar o motivo do ato. Em seguida vejo ele se segurar pelo colo como meu pai fazia quando me levava para cama no tempo em que eu era pequena e dormia no sofá.

—-- Ei Percy, o que você pensa que está fazendo? Sussurro no seu ouvido para que meu não nos ouça.  Vejo seu corpo se arrepiar logo em seguida.

—-- Estou levando meu bebê para cama, não posso? Ele fala em um tom brincalhão.

—-- Bem, acho que uma pessoa não ia gostar. Falo me referindo indiretamente a Drew.

—-- Quem liga. Nesse momento tem uma pessoa precisando de mais cuidados agora. Ele fala me provocando. Mais no fundo ele tinha um olhar preocupado em mim. Eu não queria dar trabalho para ninguém, mais resolvi não protestar. Estava adorando esse cuidado todo, além disso, estava fornecendo abrigo a ele. Ele entra com cautela no meu quarto me colocando vagarosamente sobre a cama. Termina me cobrindo e dando um beijo em minha testa de boa noite. Quando ele já estava próximo à porta eu crio coragem e começo a falar.

—-- Percy, você pode dormir no sofá que é um pouco duro, ou aceitar o espaço que sobrou da minha cama. O que acha? Vejo-o pensar, algo que não era muito comum de sua parte.

—-- Não vai dar nenhum problema para você?

—-- Quem liga. Falei repetindo sua fala de momentos atrás. Não deu nem dois segundos e ele já estava dentro das cobertas comigo. Deitei de lado para que ele coubesse na cama, senti uma enorme vontade de dormir sobre seu peito. Foi então ele mesmo percebe meu olhar sobre ele e sede um espaço para que eu deitasse. Porém antes ele resolve tirar sua camisa a jogando sobre o chão do quarto. Confesso que estava bem tímida há essa hora, isso já tinha acontecido antes. Fazia muito tempo e eu estava doente, não tinha aproveitado muito.

—-- Não se acanhe Annie pode deitar sobre mim. Ele disse me abraçando pela cintura com sorriso caloroso no rosto. Assim que me aproximo de seu corpo, sinto seu cheiro tranquilizador de maresia. E foi assim que passamos a noite toda dormindo abraçados. Era algo incrível, que podia não acontecer de novo. Por isso aproveitava cada segundo. Não tinha demorado muito eu já tinha pegado no sono. Eu sentia que tinha alguém vigiando meus sonhos pela noite toda, para que eu não tivesse pesadelos.


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Notas finais do capítulo

E ai o que achou?? Se puder pare alguns segundo de deixe sua opinião sobre a história. Obrigado a até a próxima.



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