Novamente Alice escrita por Sol


Capítulo 4
Um gato de Cheshire


Notas iniciais do capítulo

Ta ai uma das primeiras surpresinhas ;)



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~Cheshire~

 

 

O sol estava radiante como sempre, em Copas não havia um dia que não fosse tão quente, até os dias mais frios eram quentes, só que menos, eu havia ido me sentar na varanda, mas nem isso diminuiu meu incomodo com o calor.


Suspirei, chutando o ar, e fingir não notar a presença do menininho que se arrastava até mim. Fechei os olhos e deitei no chão gelado. Menos mal.


—Ches você não devia estar trablalando? Quem era a menina que passou aqui? – Ele se ajeitou ao meu lado, com o dedinho na boca, realmente uma menina estranha havia parado aqui na frente e logo corrido para longe, eu não sabia de quem se tratava, mas sabia que ignorá-la e deixa-la ir embora não havia sido uma boa ideia, eu certamente teria problemas mais tarde, mas... —Em? - Encarei o miúdico que me fitava com curiosidade e dei de ombros. — Você é mesmo bagabundo!


—Não, Let, eu não deveria estar trabalhando. – Let era um serzinho pequeno, uma criança de cabelos cinza, um dom incrível de falar tudo errado e que era tão branquinho que podia ser confundido com um floquinho de neve. —E é vagabundo que se fala e não bagabundo.


—Eu falo do jeito que eu quelo! – Ele emburrou a cara e mostrou a língua, a doce maturidade de uma criança de seis anos. —Mas eu quelia ver a duquesa.


—Ela foi para o esconderijo Let. Peça ao Chapeleiro para leva-lo até ela. - O pequenino resmungou e fez bico. —Não adianta reclamar.


—Chato! Então vou ver a Calime. – Ele resmungou, se virando dramaticamente e dando um passo com cara de dor.


—Para de drama Let! Cresce menino. – Comentei tentando não demonstrar o incômodo que tive ao ouvir o nome dela. Let parecia menciona-la de propósito. —E o nome dela é Carime, não Calime. – Dei um leve tapa na testa dele. —Você é burro de mais.


—Quem tem que clescer aqui é você! – Ele tentou me empurrar, mas era tão miúdo que nem fez diferença. —Quando eu fica maior você vai vê. – Ele cruzou os braços, aceitando a derrota, suas bochechas estavam um pouco vermelhas, era o preço de ser tão branquinho. Nessas horas eu gostava do fato de ter nascido loiro, pelo menos um pouco mais de cor eu tinha.


—Certo miúdico, agora você realmente tem que ir para casa!


—Não quelo!


—Não brinca Let, o Chapeleiro já deve ter sentido sua falta.


—Não!


Suspirei e olhei para frente, a floresta estava tranquila, mas eu sabia que não duraria.


Continuei encarando o nada e ignorando Let até que me deparei com Às se aproximando, o comandante da guarda real, seu olho vermelho parecia reluzir em contraste com o olho preto. Isso o deixava ainda mais esquisito, mas é claro que não importava, se ele veio me ver era sinal de problemas.


Let fez um biquinho quando o encarou e ergueu as mãozinhas.


—Quack! - Ele praticamente gritou e riu em seguida, Às o encarou com cara de poucos amigos.


—Vai passear patinho.


Let pareceu desanimar e, mesmo resmungando e aos tropeços, correu para longe de nós, pelo menos ele tinha a mínima noção de perigo.


Às se voltou a mim.


—Quer arrumar problemas, querido Cheshire? - Apenas abaixei a cabeça, eu sabia que iria me dar mal, mas assim tão rápido?

—A rainha te deu uma ordem. Vai simplesmente desobedecer e continuar agindo como se não fosse com você?


—Às eu... Não posso continuar. Não aguento mais. -Consegui dizer. Ele apenas suspirou.


—Você ainda tem dezesseis anos, não brinque comigo. E sua função não é opcional.


—Mas...


—Você tem que decidir logo a quem você é leal. E então eu decido se estamos ou não do mesmo lado.


Eu o encarei, seus olhos tinham um brilho estranho, encará-lo era um tanto assustador, mas ele tinha razão, eu não poderia me esconder para sempre.


—Eu entendo Ás, por mais difícil que seja... Eu já decidi!

 

~ # ~

 

Cheguei até a floresta rapidamente, Ás havia sumido depois da minha resposta, não pude definir se ele gostou ou não dela, mas não me importava no momento, eu não podia mais ignorar a existência daquela menina, ainda mais depois de saber quem ela era. Somente o fato de Ás ter me procurado pessoalmente significava que só poderia ser uma pessoa...


—Ótimo Alice! Você tinha que esquecer o caminho? – Sorri ao ouvir a voz dela, como eu imaginava. 


Já estava começando a entardecer e ela estava perdida, me mantive a distancia e a observei, ela era loira como a avó, mas seu cabelo era cacheado e seus olhos verdes e não azuis.
Eu sorri, mas eu tinha certeza que suas atitudes seriam as mesmas. Peguei uma moeda em meu bolso e me concentrei nela, em fazer com que ela brilhasse.


— Quem está ai? – Ela indagou quando eu finalmente consegui, suspirei aliviado e comecei a me aproximar lentamente pelas sombras, ela parecia assustada.


Cheguei até bem perto de onde havia um pouco mais de luz e sorri, estava na hora de ver no que mais essa Alice era diferente, talvez ela pudesse me ajudar.


Tomei coragem e apareci totalmente para ela.

— Falando comigo?


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Notas finais do capítulo

Capitulo curtinho, mas é bem para apresentar nosso queridinho mesmo :v



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