Minefield escrita por undersevenkeys, Jubs L


Capítulo 12
Capítulo 12. Aaron


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos! Eu sei que fiquei sumida por um tempo, me meti em vários exames médicos, épocas de provas, cursos de férias e até cirurgias do dente do ciso KKKK. Mas estou com saudade de publicar os capítulos aqui! E tento continuar o mais atenciosa possível. Espero que gostem do capítulo, boa leitura c:



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Depois que a professora casada com o diabo me liberou tive que correr atrás da donzela agressora, sim eu ainda não tinha engolido o tapa que levei. Fomos ao mercado, fiz o almoço, sentamos para comer e parece que foi ali que tudo começou a dar meio errado, não sei…

“Aaron?”

“Sim?”

“Você vai me dar aulas de história, mesmo?”

“Você diz como se eu tivesse escolha.” Falei olhando para ela.

“Eu posso dar um jeito, tá legal? Posso falar para a professora que você está me ajudando, sei lá. Eu invento uma desculpa.”

“Ah claro, e queimar minha fita com a única professora daquele lugar que eu gosto.”

“E que culpa eu tenho de…”

“De ser burra? De ter inventado um intercâmbio? Ou de me envolver em tudo isso?” eu deveria manter a calma eu deveria tanta coisa, mas eu só falei grosserias e fui rude, ponto para mim.

“Esquece essa porra de aula. Eu me viro sozinha.”

Eu podia ter levado outro tapa e dessa vez ela teria razão, porque eu fui grosseiro, mas ela só me deixou lá sozinho. Eu ainda ia me ferrar com tudo isso, estava irritado, eu só queria minha vida de merda de volta, porque eu não conseguia aturar mais ninguém depois da Suzie.

Subi as escadas, peguei o material e lá estava eu batendo na porta do quarto que mais detesto.

“Vamos filho, não pode ficar aqui a vida inteira.” minha mãe dizia na porta com os olhos inchados.

“Não tem mais vida mãe, não tem mais nada.” eu falei sentado no chão olhando pro ventilador de teto que parecia embaçado pelas lágrimas que teimavam em ficar nos meus olhos.

“O pessoal tá aqui para reformar o lugar filho, precisa sair daqui agora.”

“Por mais que mudem tudo, nunca vão conseguir esquecer o quanto foram ausentes…”

“Chega, Aaron.” meu pai apareceu me interrompendo, falando mais alto que o necessário. “Sai do quarto agora, chega. Ninguém pode mudar nada.” ele falou a última parte mais baixo olhando para o chão e minha mãe começando a chorar de novo.

“Eu cansei de avisar, nunca ouviram…” falei me levantando. “Quem se importa agora?” Passei por eles e entrei no meu quarto, a medida que o tempo passava eu ouvia os barulhos da reforma, fazer isso em um quarto era barato, o mais valioso já tinha sido levado e não voltaria mais.

“Victória. Abre essa merda.” esmurrei a porta do quarto.

“A casa é sua, não é?” petulante, porra de garota.

“Senta logo. O que você não entendeu da aula?” Foi o que eu consegui dizer respirando fundo tentando manter a calma.

“Ah… Eu não entendi o… Hã… Aquela parte da…” Puta que pariu eu não aguentei.

“Você é muito sonsa mesmo, como é que eu vou te explicar uma coisa que você não sabe?”

“Aaron, sai daqui, Eu já disse que…”

“Não importa o que você disse! Eu não ligo pra porra nenhuma disso aqui, eu tenho que te ajudar, eu não quero te ajudar. Não estou fazendo isso por você. Entendeu?” eu falei gritando, que merda, custava falar com um pouco só de precisão o que não tinha entendido? Raiva de ter que passar por isso. Agora quem quer fazer intercâmbio sou eu para me ver livre disso.

“Olha, isso não vai dar certo...”

Eu saí do quarto não dava para continuar assim. Fui para cozinha pensando em tudo, qualquer coisa que pudesse me ajudar.

Eu estava na biblioteca procurando um livro.

“Aaron você precisa me ajudar.” era Suzie falando como se um monstro quisesse devorá-la.

“O que aconteceu?” perguntei assustado por causa da maneira que ela estava.

“O exame de história, sabe? Minhas notas elas estão no fundo do poço, Aaron vão comer meu fígado se eu não passar.” eu quis rir, era engraçado ver Suzie desesperada, ela era sempre tão alegre e calma, éramos praticamente opostos.

“Calma vai dar tudo certo. Ninguém vai comer seu fígado, eu não vou deixar, te protegerei.” disse passando meu braço pelo seu ombro a arrastando dali.

“Não preciso de proteção, preciso aprender história. Sem contar que você não conseguiria me proteger.”  E eu só queria que ela estivesse errada com relação a isso.

Victória não era a única a ter dificuldades, eu peguei os pontinhos com melão e subi destinado a trégua.

“Victória?” chamei batendo na porta.

“Entra.”

“O que...” mantenha a calma, mantenha a calma, a frase virou mantra, entreguei o prato para ela e me sentei comendo, sem querer falar sobre nada, apesar de saber que eu deveria, mas foda-se.

“Aaron.” porque céus ela não cala a boca?

“Hã?” mantenha a calma, mantenha a calma.

“Qual é o propósito disso?”

“Se você não quer melão é só não comer, não precisa…” porra eu posso ser ruim, mas o olhar de morte que a bunduda tem é de dar medo. “ O que eu fiz, agora?” eu só queria paz e melão.

“Você realmente espera que eu acredite que está fazendo isso porquê eu gosto de melão?”

“Tá legal.” falei enchendo a boca não querendo dizer aquilo.  ”Isso foi meio que uma bandeirinha branca. Uma proposta de paz, sei lá.”  

“Oi?” mas que saco. Mantenha a calma, mantenha a calma.  

“É o seguinte:” eu quero morrer, pensei sentando na cama dela.  “Eu preciso te ajudar. Sem mim você vai mal em história…”

“Ah, pronto…” fui interrompido, que saco.

“Sh! Deixa eu falar, Victória. Do mesmo jeito que eu preciso te ajudar eu preciso que você me ajude, por que não posso me queimar com a única professora que me admira naquela escola. Mas nós não podemos nos ajudar enquanto estivermos brigando.”

“Certo. E o que você propõe?”

“Proponho um acordo.”

“Um acordo?”

“Durante duas horas por dia eu te ensino história e esclareço todas suas dúvidas. Com algumas condições.”

“Que seriam?”

“Você não fala comigo a não ser que seja para tirar dúvidas e não pode ter nenhum tipo de agressão física. Temos um acordo?”

“Tudo bem.” eu não esperava por isso.

“Tudo bem? Então temos um acordo?”

“Parece que sim, Aaron.”

“Ok.”

Nos sentamos e comecei a explicar da melhor forma que conseguia, eu não estava bem em permanecer naquele quarto, fazia muito tempo, estava diferente, já na minha cabeça estava tudo igual e o tempo não havia passado. Como tudo que é bom dura pouco meu celular começou a tocar, eu tentei ignorar, mas aquilo estava me irritando, que porra, se não atendo é porque não posso.       

“O que você quer?” atendi ainda mais irritado por ser Melany a me ligar.

“Bebê! Cadê você? Ainda tô te esperando aqui em casa.”

“Eu já não disse que não ia hoje?”

“Tudo culpa dessa garota que tá morando na sua casa.” Melany começou a falar mais alto deixando a voz manhosa de lado.

“Não! Deixa ela fora disso.”

“Você tá me abandonando Aaron! Eu vou acabar com essa garota de merda.”

“Para de ser louca!”

“Não me chama de louca, eu só quero você aqui comigo é pedir de mais?”

“Eu não vou.” Só o que me faltava ter alguém mandando em mim, basta meus progenitores.

“E quando ele finalmente tomou posse…” eu podia sentir a bomba caindo e ela cairia no colo da Victória. “Victória?”

“Sim?” ela olhou para mim com atenção.

“Se caso alguma coisa…” não, eu podia estar estar bem errado. “Ah, foda-se. Quando Lincoln tomou posse…”

“Espera. O que você ia falar?”

“Nada.” Aaron e sua boca grande, eu tinha que aprender a me calar.  

“Não. Você não pode simplesmente começar a falar alguma coisa e…”

“É dúvida de história?” eu a interrompi.

“Não, mas…”

“Então cala a boca.”

“Mas, Aaron…” que bosta, ela também deveria aprender a calar a boca.

“Ainda temos uma hora e meia pela frente. A gente tem um acordo.”

Continuamos a estudar, eu explicava da melhor forma possível, só faltava meia hora para acabar, mas ficar naquele quarto não estava me fazendo bem, de repente começou a ficar calor e abafado e eu me perdi muito na explicação.

“Victória, você pode por favor abrir a janela?” pedi encostando na cadeira e me abanando, o quarto parecia diminuir.

“Tá meio quente mesmo, acho que o clima melhorou um pouco.”

“Deve ser.”  Então ela se levantou e foi abrir as cortinas, eu comecei a olhar a bagunça que fizemos em cima da mesa e foi quando vi cápsulas de inhaler para a bombinha de asma, tinha duas caixas e uma fora.

“Aaron.” escuto alguém me chamando bem baixinho quando estou no meu quarto.

“Suzie?” levantei da cama e sai do quarto, encontrando Suzie sentada no corredor respirando com muita dificuldade. “Suzie, cadê sua  bombinha?” Ela não me respondia, apenas negou com a cabeça me mostrando a bombinha, mas parecia que a cápsula tinha acabado. Eu entrei em desespero, desci as escadas correndo, fui até a bolsa dela, mas não estava lá.

Fui para a cozinha e encontrei as compras que minha mãe tinha feito mais cedo naquele dia, por sorte ela comprou outra cápsula. Eu peguei e corri para cima, Suzie estava estava deitada e seu rosto estava muito vermelho, seus olhos estavam cheios de lágrimas. Fui até ela é troquei o refil da bombinha, dando para ela inalar, foi a pior crise que eu tinha presenciado, ela demorou muito tempo para voltar ao normal.

Peguei Suzie no colo a levei para o quarto e fiquei deitado ao seu lado até ela olhar para mim sorrindo enquanto eu estava chocado.

“Para de ser bobo, eu tô bem.” ela falou meio baixo.

“Agora, mas antes não estava.”

“Eu não vou morrer agora, não precisa ter medo.” ela disse passando a mão no meu cabelo. Era um dom que Suzie tinha, me acalmar, fazer o mundo parecer melhor do que realmente era, eu apenas a abracei e ficamos ali a tarde toda.

A cama era outra, o sentimento era o mesmo de anos atrás, eu estava sendo esmagado.

“Aaron? Você tá bem?” Victória estava parada na minha frente. “Você só tá com calor?” ela me perguntou com o cenho franzido, eu apenas concordei.

“Aqui podia ter um ventilador né?” Eu não aguentei, me levantei e fui saindo do quarto a medida que meus olhos transbordavam, meu peito pesava uma tonelada.

“Depois a gente repõe o tempo que falta, eu não tô bem.” Tentei falar com a voz mais firme que consegui.

Mais uma vez, a mesma coisa, o mundo parecia diminuir e eu junto com ele. Eu estava sumindo mais uma vez, me acabando, tudo parecia me consumir, o caminho até o meu quarto parecia muito longo, assim que entrei tranquei a porta, me joguei na cama e fiquei lá, eu não me lembrava de chorar tanto, não vi o tempo passar, não sentia fome, sede, nada, eu só fiquei lá deitado me abraçando esperando tudo acabar, mas não era como se realmente fosse.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo, quero muito saber como foi o primeiro contato de vocês com os sentimentos do Aaron, não deixem de nos contar, por favor! Obrigada a todos que estão acompanhando e a todos os reviews que tivemos até agora, vocês são incríveis! Até mais ♥



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