Era Uma Vez Um Evento Cosplay escrita por Leonardo


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores...
Essa ideia me acertou como um soco, simplesmente tive que escrever...
Espero que gostem de mais um passeiozinho pela minha imaginação estranha e louca...
Enfim, boa leitura...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/689078/chapter/1

Ana Luiza terminou de passar o batom e mandou um beijo para o espelho, estava linda com seu cosplay de Bela. Não só estava como também se sentia arrasadora, mas não pôde se impedir de respirar profundamente ao passar pelo portão de casa.

Por ser mulher e gorda, sempre era necessário estar preparada para ouvir comentários sexistas e/ou gordofóbicos em eventos. Ter se habituado a isso não a deixava mais confortável com o fato, porém a garota amava ser cosplayer e não desistiria por meia dúzia de idiotas.

No meio do caminho para Geek CosDay Festival, Nalu encontrou sua pequena coleção de malucos, também conhecida como amigos: Cris, Helinho, Lalo e Luna.

— Tu tá vestido de que, menino? — Logo tratou de implicar com menor do grupo, que usava apenas uma bermuda jeans, tênis e o cabelo com a aparência úmida por conta do gel.

— Jacob, o lobinho. — Lalo respondeu fazendo os outros três voltarem a rir. — Sem condições pra cosplay, vai cospobre mesmo.

Nalu riu também. — Ah sim, agora que vi tua tatuagem falsa.

— O que eu sei... — Cris disse enquanto enxugava uma lágrima do canto do olho. — É que tu tá mo gata, Nalu. Ah se eu fosse lésbica.

— Vamos ali num cantinho que você vai ser bem rapidinho. — A garota piscou e sorriu cafajeste. — Ou acha que pode me seduzir com essa fantasia de Arlequina e sair ilesa?

— Licença que a bicha destruidora aqui sou eu, monamu. — Hélio fez pose colocando a mão em seu chapéu de Luffy.

— Vão demorar muito ainda? — Luna revirou os olhos. — É “cosday”, não cosweek”.

— Já vamos, Mariana. — Lalo provocou fazendo Luna franzir o nariz em reprovação. Mariana era seu nome verdadeiro, mas como era fascinada pela personagem de J.K. Rowling e eram muito parecidas fisicamente, todos a chamavam por aquele nome.

— Bora. — Nalu puxou a mão de Cris que segurou a de Lalo que agarrou a de Hélio que entrelaçou o braço ao de Luna e enfim seguiram para o evento.

Depois de caminhar bastante pelo salão do Geek CosDay Festival, tirar algumas fotos com cosplayers impressionantes e gastar dinheiro com besteiras, o grupo parou para descansar e conversar um pouco.

— Disfarcem, meninas, mas tem um boy magia vindo pra cá. — Helinho murmurou indicando discretamente com a cabeça.

Ana Luiza não tinha como olhar, pois estava de costas e ficaria muito na cara, mas pela expressão de Cris e Luna, o garoto devia ser bonito.

— Ei? — Entretanto, ela não precisou ficar na curiosidade já que foi justo o seu ombro que ele tocou.

Nalu demorou um segundo para se virar, preparando-se para caso fosse algum idiota supremo de um grupo de outros idiotas que queriam implicar com ela. — Oi?

— Olá. — Jack Frost, foi muito fácil reconhecer a fantasia, seu sorriso carregava dentes tão brancos quanto os do verdadeiro guardião. — Se importa em tirar uma foto comigo?

— Uma foto? — Nalu estreitou os olhos, nunca haviam pedido para tirar um foto com ela em nenhum evento.

— Sim. Eu sempre tento convencer minha irmã a vir comigo porque ela quer e só não vem porque diz que não tem “o biótipo pra fazer cosplay”. Ridículo isso, né? Olha só pra você, tá arrasando.

— E num é que a bicha tá destruidora mesmo? — Helinho se intrometeu, recebendo um sorriso do Jack Frost como resposta.

— Então, tudo bem tirar uma foto? — Ele voltou a se dirigir a Nalu.

— Ah... Claro.

— Pode tirar pra mim? — Jack Frost estendeu o celular para Hélio.

— Sou um fotógrafo mara, monamu. — Respondeu espalhafatoso como de costume.

Ana Luiza pôs uma das mãos na cintura e sorriu sem mostrar os dentes enquanto Jack Frost repousou o cajado sobre um dos ombros e fez como se estivesse soprando nela flocos de uma bola de neve de brinquedo que carregava consigo, pretendia colocar efeitos na foto com photoshop mais tarde.

— Sabia que ia ficar show, olha isso aqui. — Jack Frost disse mostrando a tela para Ana Luiza depois que Hélio devolveu seu telefone. — Eu realmente adorei essa fantasia. Tá muito, mas muito bem feita. Mas... C não sente calor com essas luvas?

— O tecido é mais fresco do que parece. — Nalu sorriu encabulada.

— Sério?

— Não, eu to morrendo aqui dentro.

Ambos riram e Jack Frost comentou. — E eu que decidi me fantasiar justamente de um cara que usa moletom e tem cabelo branco? Ainda bem que tive o bom senso de não vir de maquiagem pra ficar pálido que nem ele, ou já teria suado tudo.

— Pera, você não tá maquiado? Que branquelo.

— Ow! Isso é bulling, viu?

Nalu sorriu. — Desculpa, é só brincadeira.

— Ei, an... — Jack Frost coçou a nuca. — Não quer tomar um suco ou refrigerante, sei lá? Por minha conta.

— Até que seria legal, só que eu to acompa... — Nalu apontou para trás com o polegar, mas a frase morreu em sua garganta ao virar um pouco de lado e perceber que sua pequena coleção de malucos não estava mais lá graças a Luna que puxou discretamente os outros ao notar um clima surgindo. — É uma boa, vamos lá.

Jack Frost riu e deu passagem para que a garota fosse à frente. — Ah, antes que eu me esqueça, porque sou desses, o meu nome é Kauê.

— Ana Luiza. Mas pode me chamar de Nalu.

Batatas fritas, refrigerante e um pouco de silêncio. Kauê parecia querer puxar assunto sem saber qual, então Ana Luiza resolveu tomar iniciativa.

— Então, Frost. Como entrou para o maravilindo mundo dos cosplays?

Antes de responder, ele riu fazendo Nalu sorrir e franzir o cenho. — É uma historia um pouco engraçada. Eu devia ter uns 12/13 anos, minha fase de rockeiro. Meu cabelo era longo, mas não ensebado como de metaleiro geralmente é, era uma juba preta ondulada e brilhante. Aí meus primos ficavam zoando e eu zoava junto pra não ficar por baixo, numa dessas de fazer auto-bulling, eu vesti uma fantasia de branca de neve da minha irmã e eles me desafiaram a sair na rua daquele jeito, valendo a incrível bagatela de um real mais cinco chocolates batom. E como sou cara de pau, fui mesmo. Só que no dia tava tendo um concurso amador de cosplays e uma galera fantasiada ficou desejando boa sorte pra mim na rua. Eu fiquei tipo what the fuck e os segui até o concurso junto com meus primos, me inscrevi e fiquei em terceiro lugar. Ou seje, além das coisas da aposta, ainda ganhei um balde de sorvete. #Arrasei. E nunca mais saí dessa vida.

Ana Luiza estava rindo de forma um pouco menos discreta do que pretendia, porém não ficou com vergonha já que Kauê acompanhava seu riso. — Melhor entrada no mundo dos cosplays ever.

— E você? Como entrou nessa? — Questionou colocando vários palitos de batata-frita na boca de uma vez só.

— Ah, nada de extraordinário. — Nalu tomou um gole de refrigerante e prosseguiu. — Eu só estava dando uma olhada nos álbuns lá de casa e achei umas fotos super fofas do meu niver de dois anos. O tema era Toy Story e minha mãe me vestiu de Jesse. Aí me veio certo interesse por fantasias e eu decidi jogar no Google. Apareceu tanta, mas tanta coisa de cosplay e eu olhei pra tela, a tela olhou pra mim e eu pensei “quero”. É isso.

— Meu primeiro evento, quer dizer, que eu fui intencionalmente mesmo, foi de Wood. — Kauê comentou com um sorriso.

— Amo Wood, mas como as cenas engraçadas são as minhas favoritas, Buzz é o dono do meu coração.

— É mais fácil arrumar uma roupa de cowboy bem feitinha do que a de astronauta quando não se tem muito dinheiro, mas um dia ainda faço um cosplay de Buzz.

— Essa eu quero ver, Frost. — Nalu sorriu e Kauê tomou ar para pedir seu número de celular, porém o aparelho tocou antes que sua voz pudesse sair. — Pera só um minutinho. Cês tão aonde, seus doidos?

— Aqui na entrada. — Era Lalo do outro lado da linha. — Precisamos de você, rápido.

— Por quê? O que aconteceu?

— Um mosquito tava no braço da Cris e ela matou, tinha um pouquinho de sangue...

— Não me diz que...

— Sim, ela desmaiou de novo.

— Anda logo, sua vaca. — Luna gritou por cima da voz de Lalo.

— Ai meu ouvido, sua piranha.

­Nalu desligou prevendo que Lalo e Luna começariam a discutir e esqueceriam que ela estava na linha. — Já tenho que ir embora, minha amiga desmaiou.

Antes que Kauê pudesse abrir a boca para dizer qualquer coisa, a garota levantou e se foi a passos largos. Mesmo de longe ele gritou. — Prazer te conhecer.

— Digo o mesmo. — Nalu respondeu se virando para ele e andando de costas. — E na próxima é por minha conta.

— Fechado. — Kauê sorriu.

Como a casa de Ana Luiza era mais perto e o grupo estava habituado àquela situação, levaram Cristina para lá e fizeram-na cheirar um lenço banhado em álcool. Depois que o susto passou, Nalu parou para pensar a seu um tapa na própria testa.

— Que foi? — Helinho perguntou.

— Esqueci de pegar o número do Kauê. — Murmurou cobrindo o rosto com as mãos e grunhindo.

— O Jack Frost?

— É.

— Ai bicha, um boy magia daqueles e tu deixa escapar? Assim não dá pra lidar contigo, monamu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então? Gostaram? Eu amei escrever isso aqui e shippei Kalu pacas (quem entendeu essa referência, dá aqui um abraço o/)...
Como sempre, se quiserem fazer uma continuação e me mandar ou postar, sintam-se livres...
xoxo
Atenciosamente, Leoa Santana...

P.s.: Por incrível que pareça, o Helinho não é gay, então tentem não shippar Lelinho... E como eu não escrevo muito hetero, vamos deixar o holofote em Kalu, não Crislu mesmo que eu tenha shippado levemente...