So You See, You And Me escrita por Sayumi Ota
Notas iniciais do capítulo
Olá, para você que está lendo. Tudo bem?
Espero que tenha uma ótima leitura neste capítulo!
"Quando você vem ou não?
O que você quer de mim?
Deixo por aí
O que você tem?
De onde você é?
Pode me esquecer
Se você quiser
Ou se deixar chover
Se você vier"
A menina fingia dormir profundamente, apenas para poder espiá-lo. O peito por baixo do uniforme personalizado subia e descia, lentamente. Sua vontade era de abrir os olhos de maneira sutil, só para observar a maneira a qual ele pegava o pincel e tingia a tela. O que ele estaria pintando desta vez?
Receosa, abriu o olhou direito bem pouco, o suficiente para vê-lo embaçado, concentrado como ela raramente o via. Fechou o olho apressadamente, e sentiu as bochechas se avermelharem. O que ela não fazia para ficar perto do rapaz?
Calculou mentalmente quanto tempo estava ali. Deveria ter se passado uma hora, ou duas, desde que a aula de pintura havia terminado. Ela ainda tinha de estudar para a prova do dia seguinte e precisava ir até seu clube, que, em um momento daqueles, deveria estar encerrando a reunião.
Sentiu o coração bater acelerado. Só de pensar nele dava a ela uma sensação de paz e uma ansiedade que ela nunca conheceu. Hatsune Miku sempre se perguntava quando deveria se declarar, se deveria fazê-lo, ou de que maneira. Era comum ter tantas dúvidas, já que o dono dos cabelos azul-marinho mais lindos que Miku já presenciara era o único garoto que ela tinha gostado.
Durante todo este tempo.
Ela se perguntava se deveria contar tudo a ele em alguma aula de pintura, ou melhor, na aula de pintura extra imaginária, que Kaito parecia tomar. Ele não se incomodava com a presença da garota, já que a mesma sempre fingia dormir, ou estar ocupada fazendo alguma outra coisa.
Ele não gostava de ser notado. De todas as características de Shion Kaito, aquela era uma das quais a menina se sentia mais atraída. Tão diferente e notável tentando não ser notado.
— Então, vai fingir até quando? – murmurou o rapaz. A surpresa da pequena foi tamanha, que jogou seu corpo para trás e bateu contra a cadeira desconfortável do colégio. Ela abaixou a cabeça, deixando que seu cabelo, cor verde-água, repartido em dois, pudesse escondê-la o tanto que ela queria.
Porém, no fundo ela sabia que ele não a encarava. Nunca o fazia, na verdade. Outro fato interessante, e para Miku, digno de nota.
Nervosa, a garota tentou esconder o rosto puxando algumas mechas do cabelos e embolando-as na frente do rosto, para tampar suas bochechas coradas. Ela não sabia o que fazer. Nunca conseguia conversar com o rapaz sozinha, apesar de terem amigos em comum, e, por consequência, serem amigos. Apenas o fazia com a ajuda de Len, ou qualquer um dos outros.
“Droga, Miku”, pensou ela, “não posso desperdiçar a chance que eu tanto queria”. Incerta, ela soltou as mechas e tirou os poucos fios que ficaram grudados em seu rosto branquíssimo.
— Ah, hum – Nossa, Miku. Meus parabéns por você conseguir puxar assunto tão bem assim. – Eu, ahn – A voz da garota estava rouca. – B-bem, há quanto tempo v-você – O coração de Miku batia forte. Geralmente ela tinha um planejamento antes de encontrá-lo e dialogar com ele, através de conversas dos outros, e não tinha nada a comentar naquele instante. Se ela pudesse corar mais, certamente o faria. – V-você sabe que estou fingindo?
Miku evitou sua vontade de olhá-lo. Ela soava ainda mais ridícula falando com ele.
— Bem, deixe eu pensar – murmurou ele. Seu tom de voz sempre era baixo. – Algumas semanas, eu acho.
A garota engasgou com a própria saliva ao ouvir que havia sido desmascarada fazia semanas. O que ele estava pensando dela? Será que achava a garota uma stalker? Ou o quê? Ela era uma stalker? Não sabia. Não queria ser. Só queria um tempo perto dele.
— Eu preciso ir. – disse ela, erguendo-se da sua cadeira. Rapidamente, a garota colocou todos os pertences dentro da mochila em forma de gato, e começou a andar rapidamente em direção à saída.
— Você está bem? – perguntou ele. Ela parou em meio à uma fileira de cadeiras. Se ela estava bem após toda a vergonha que sentia ao se expor para o garoto que ela gostava? Se ela estava bem ao ter a certeza de que ele nunca gostaria dela?
Mesmo perguntando em um volume acima do que costumava usar, as palavras de Kaito não reconfortaram a garota, que estava em pânico.
— Não, está tudo bem. – mentiu ela, correndo para longe daquela maldita sala de pintura.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Como foi? A última vez que escrevi uma fanfic entre os dois foi há 84 anos (entendedores entenderão). Gostaria de saber o que acharam, se possível, fico grata!
Espero vê-los! Bombons de chocolate e até o próximo o/!
OBS.: O trecho da música não é de algum vocaloid, e sim do Cícero. A música é Tempo de Pipa ^-^