No dia seguinte já estava bem descansada. Emma acordou, e foi se vestir. Indignada com o uniforme da escola começou a reclamar. O uniforme não era tão feio assim. Era azul a saia não era nem muito curta nem muito longa. Mais pra Emma  sempre tinha que arrumar alguma desculpa pra não fazer o que se mandava. Ela pegou o uniforme colocou uma meia calça preta amarrou o casaco  na cintura e disse que estava arrumada.

_Deixa a Madre Berta te pegar assim.

_A dona pingüim tem que cuidar da vida dela. Os meus pais pagam essa joça então eu uso o que eu quiser.

      Saímos pelo corredor é descemos as escadas quando esta vamos quase. Fomos ao refeitório e tomamos café, depois quando esta vamos indo para nossa sala, encontramos com Daniel e Pedro. Ele nos olhou de cima em baixo eu fiquei com tanta vergonha que não consegui falar nada. A Emma como sempre é que nos apresentou.

_Olá, meu nome é Emma Stevens e essa é minha irmã Clarisse.

_Olá. Eu sei quem são vocês, as meninas que chegaram ontem. Meu nome é Daniel e esse é meu amigo Pedro.

_Daniel é Pedro, agente só podia estar mesmo em um convento.

_Então, vocês não são daqui?

_Não somos de Windsor. - eu disse meio sem graça, eles eram realmente tão lindos.

_É o que fizeram para vir parar aqui?

_Bem eu fui uma menina muito má, então meus pais me mandaram pra cá de castigo. - diz Emma com sua vozinha provocante.

_Nossa você deve ter aprontado algo muito feio. - Daniel pareceu responder ao "jeitinho" de Emma.

_Você nem imagina...

_Hey vocês duas, já não deviam estar em suas salas? - era a menina que quase brigou com a Emma no outro dia. Emma fez pose e disse.

_E quem é você magricela? - ela veio até nós como uma cara horrível.

_Eu sou a monitora. Vocês deviam estar em suas salas.

_Mais não estamos. - diz Emma. Quando a megricela estava pronta para partir pra cima dela Daniel veio a seu socorro.

_Pare já com isso Maria! - ela parou na hora e muito envergonhada olhou para Daniel.

_Me desculpe padre Daniel.

_Não me chama de padre. Eu vou levar as meninas para suas salas.

    Nós saímos e Maria nos encarou com um olhar de ódio. Emma achou aquilo tudo hilário mais eu  não. Era perigoso  fazer inimizades em um lugar como aquele, apesar de ser um convento não me sentia segura ali.

    Fomos pra sala, Emma grudada no braço de Daniel e eu conversando com Pedro.

_Aqui é a sala de vocês. Vê se não vão se perder de novo heim?

_Obrigada meninos.

_Tchalzinho amores. - diz Emma enquanto os meninos iam embora. Quando eles já estavam longe eu disse:

_Emma como você pode?

_Posso o que menina?

_Ficar se insinuando pros meninos?

_A fala serio  Clarisse. Os meninos são uns gatos é muita maldade eles serem padres.

_Mais eles são. Agente tem que repeitar se não vamos para o inferno.

_O inferno não existe Clarisse. Ele só é uma versão deturpada da Terra. O inferno é aqui. Os adultos falam essas coisas pra botar medo na gente.

 _Você não tem medo de Deus?

_Não. Deus não nos fez pra ter medo dele. Ele criou o mundo pra gente aproveitar, por isso tem tanta coisa boa nele. Agora para de dar uma de santa e vamos logo pra aula.

    Fomos para nossa sala e ao entrarmos olhares curiosos e de deboche se viraram em nossa direção. Emma achava aquilo tudo hilário mais eu sentia medo. Não sei o por que Emma sempre foi a mais forte bonita e a mais inteligente, sabe se la Deus como. Emma entrou na sala e eu a segui. Ela se sentou na segunda carteira da fileira perto da  parede e eu me sentei ao seu lado. A  aula até que não foi ruim.

    Depois da aula fomos almoçar no refeitório, estava lotado. Peguei um pouco de sopa e  pãozinho não estava com muita fome, já Emma pegou logo um monte de pure de batatas com arroz e frango. Emma podia comer o que quisesse que não engordava. Sentamos perto de Doris novamente, que nos olhava estranhamente durante todo o almoço. Não aguentando os olhres Emma pergunta:

_O que foi Doris? Algum problema?

_Eu ouvi dizer que vocês brigaram com a Maria.

_Quem?

_Maria Emma a menina de hoje cedo.

_Ata a nojenta.

_Ela é a monitora do colégio. A mais importante. Madre Berta a vê como filha. Conselho, não fiquem no caminho dela

.

_Conselho, é melhor ela não ficar no nosso caminho.

_Já chega vamos comer. Não queremos criar inimizades Doris.

_Mais eu acho que vocês já criaram.

_Tá de que lado Doris?

 _Chega Emma! Isso não teria acontecido se você me escutasse. - não dizemos mais nada. Para nossa surpresa Maria apareceu e se sentou na nossa mesa. Olhando para Emma ela diz:

_Então quer dizer que as novatas acham que podem fazer o que quiserem aqui.

_E quem você pensa que é pra falar com agente assim. - diz Emma se levantando da mesa.

_Eu sou monitora desse convento e exijo respeito. - Maria também se levanta.

_Eu não respeito ninguém que usa um corte de cabelo tão ridículo.

    Já era, o circo estava armado. Emma e Maria se pegaram em cima da mesa. Começaram a brigar feio. Todos a gritavam Briga! Briga!, e elas não paravam até que de repente as luzes do refeitório começaram a piscar, um vento forte e frio invadiu todo o lugar e eu senti um arrepio muito forte o ar ficou pesado, uma mistura de medo com enjôo. De repente tudo comçou a girar e quando dei por mim, perdi os sentidos.

     Quando acordei estava no meu quarto com Emma do meu lado é a Doris sentada em sua cama. Me levantei meio zonza olhei para Emma e perguntei:

_O que aconteceu?

_A nada de mais, você desmaio, eu parei a briga, te trouxeram pro quarto é estamos aqui.

_O vento é o vento?

_A aquilo deve ter sido uma janela aberta só isso.

_Não não foi. - digo eu gritando. _Foi forte eu senti eu...

_Clarisse! - diz Emma em um grito. _ Não pira. O que você precisa é ar fresco. Vem vamos dar uma volta no jardim.