Fim do Mundo – Interativa escrita por Sohma


Capítulo 12
Capítulo 09


Notas iniciais do capítulo

Me perdoem o atraso deste capítulo!
Estive muito ocupado com a faculdade nos últimos dias, e só agora tive tempo de postar alguma coisa!
Pra compensar a demora vai ter double update! Ok? Ok!



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Nicole – POV

Estávamos nos aproximando do grande prédio. O portão de ferro estava aberto e coberto de sangue. Obviamente teve uma luta por aqui.

Ana Lúcia estava na frente com aquela arma grande, Melody logo atrás dela, com uma arma que era quase metade de seu tamanho, e eu, carregava o grande fuzil que meu irmão encontrou. Eu na realidade tremia. Não por estar entrando num lugar onde – com toda a certeza – estaria cheio de zumbis. Mas por que eu não sei atirar. Uma vez meu pai levou eu e meu irmão para seu trabalho e nos mostrou como atirar, mas já fazia tempo, e eu atirei com uma pistola pequena. Uma diferença estrondosa com essa arma que eu estou empunhando. Mas eu estava com o punhal no meu bolso, ele estava sobre a bainha, qualquer coisa, eu poderia usá-lo.

Quando chegamos na frente do prédio onde Ana disse que a mãe dela estava. Paramos diante da porta, eu ia entrar mas Ana colocou o braço diante de meu corpo, me impedindo. Chamou eu e Melody para mais perto e sussurrou:

— Lembra do que Bella disse, eles são atraídos pelo som. É provável que encontremos muitos. Por isso, não atirem. Quando vir algum por perto use a ponta da arma para despistar.

Melody remexeu sobre o pequeno shorts, eu a vi tirando uma pequena faca. Aonde aquilo estava? Na calcinha dela? Vi quando ela posicionou a faca sobre a grande arma, e apenas com isso eu reparei que a arma dela tinha um suporte para faca.

Ana virou a cabeça por todos os lados e encontrou um grande rodo mais a longe. Ela retirou o cabo de ferro do rodo. Provavelmente usaria como uma arma para despistar os zumbis.

— Você tem alguma arma branca? – Melody sussurrou próximo a mim. Mexi no meu bolso e mostrei o punhal de 12cm. – Vai servir. Mas não se aproxime muito deles. E sempre acerte na cabeça! – Assenti com a cabeça.

Ana tomou a posição a dianteira, eu fui logo atrás dela e Melody ficou para proteger a reta-guarda. Subimos o primeiro lance de escadas, empunhamos as armas.

Nada no corredor.

Tínhamos que passar por três apartamentos até o próximo lance de escadas. E dois deles estavam com as portas abertas. Havia sangue por todo o corredor. Minha respiração estava alta e ofegante. Uma mão carregava o grande fuzil – que por sinal estava preso sobre meus ombros –, e na outra o pequeno punhal.

Uma porta rangeu.

Ana empunhou o cabo de ferro, eu o punhal e Melody a grande arma. Nada saiu de lá. Soltei um suspiro aliviada.

Continuamos andando até a escada. Tinha um corpo mutilado sobre o pé da escada. Senti meu estômago embrulhar. Era extremamente nojento ver aquilo. Dei uma pequena olhada para trás e percebi que Melody também tinha uma cara de nojo. Ela parecia que vomitaria a qualquer momento. Olhei para Ana e vi que ela passou pelo corpo com a maior naturalidade.

Quando chegamos no andar superior olhamos ao redor. Aparentemente nada. Abaixei um pouco a guarda. E logo ouvi um barulho vindo do corredor da esquerda. Logo atrás de Melody.

~~~

Bellatrix – POV

Já fazia alguns minutos que as meninas haviam ido na direção do prédio. Eu estava encostada sobre a janela do carro. Desviei meu olhar e observei Alan. Ele estava com a cabeça baixa, os braços estavam apoiados sobre as pernas, e suas mãos cobriam a cabeça. Ele parecia pensar em alguma coisa.

Com o meu braço bom eu me aproximei dele e o toquei no ombro. Ele pareceu se exaltar. E eu logo recuei meu braço.

— Desculpa. – ele falou me lançando um sorriso sincero. Eu fiquei sem reação, o sorriso dele me confortava por alguma razão.

— Não tem problema. – minha voz soou baixa, e eu não sabia exatamente o motivo disso. Desviei meu olhar e voltei para o grande prédio. – Você parecia estar pensando em algo muito triste. – falei querendo puxar assunto.

— Só estou preocupado com a minha irmã. – o sorriso de Alan desapareceu de seus lábios e ele voltou a ficar sério.

— Elas vão conseguir! Se elas sobreviveram aquela horda de algumas horas atrás, elas vão conseguir passar pelo o que tiver lá dentro. – tentei animá-lo. Eu também estava preocupada, mas não queria demonstrar.

Levei minha mão até o pingente do meu colar e começou a brincar com ele. Isso me distraía as vezes. Mas por alguns segundos eu pensei no meu pai. Ele desapareceu há anos. Mas ele ainda estará vivo? Terá sobrevivido a esse ataque de zumbis?

— Bellatrix... – Alan me chamou. Voltei a encará-lo. – Você tem família?

Arregalei os olhos. Eu estava evitando de pensar nisso. Não tive mais contato algum com meu irmão, não sabia se ele havia cumprido sua promessa.

— Desculpa! Eu não queria ser indelicado. – Alan me tirou de meu transe. – Mas sabe, eu tenho apenas meu pai e minha irmã. Minha mãe morreu quando eu ainda era pequeno, e meu pai trabalha para a segurança internacional. Ele sempre viajou, e eu sempre fui o homem da família. Cuidei de Nick desde que ela era apenas uma criança. E eu me sinto responsável por ela. – um pequeno sorriso se formou no seu rosto.

— Alan... – balbuciei, seu olhar castanho escuro se encontrou com o meu. – por que você vive sorrindo? – eu não sei por que perguntei isso, mas isso me incomodava nele. – Quando nos encontramos você estava sorrindo, logo nesse apocalipse todo. Eu não entendo.

— É uma maneira de não enlouquecer... – sua expressão se tornou séria outra vez. – Eu sorrio pra falar pra mim mesmo que todo esse inferno vai acabar bem.

Desviei meu olhar. Era uma teoria e tanto.

— E você, Bellatrix? Qual sua forma de não enlouquecer?

Eu? Eu teria alguma forma de me manter lúcida?

Senti quando a mão de Alan tocou a minha. Um grande calor subiu até minhas bochechas. Minha respiração ficou descompassada. O rosto de Alan se aproximou do meu, fechei meus olhos e abri minha boca esperando o beijo...

TRIIIIIIIIM

Um barulho de telefone interrompeu nosso momento. Espera... Telefone? Empurrei o corpo de Alan, ignorando a dor que pulsava sobre meu braço esquerdo. O telefone de Melody continuava tocando. Procurei debaixo dos bancos, tentando seguir o barulho. Consegui encontrar o iPhone debaixo do banco do motorista. Deve ter caído quando Melody ligou para a mãe de Ana.

— Alô? – falei afobada atendendo o celular.

~~~

Ana Lúcia – POV

Uma porta se abriu no corredor onde estávamos. Empunhei o cabo de ferro e esperei. Uma silhueta conhecida apareceu, meu coração falhou uma batida e logo voltou, começando a bater com toda a força.

— Mamãe! – gritei. Passei correndo por Nicole e Melody e abracei minha mãe.

— Lúcia? Ah, meu amor! – a voz de minha mãe chegou como música aos meus ouvidos.

— Mamãe! Eu estava tão preocupada! – minhas lágrimas manchavam a blusa que ela usava.

— Lúcia... – minha mãe sussurrou ao meu ouvido. – Fuja daqui...

Como?

— Como? – perguntei me afastando de seu corpo e encarei seus olhos, que estavam inchados, parecia que ela tinha chorado por dias. – Mamãe, por quê? Você vem comigo, nós vamos achar uma maneira de sobrevivermos!

As mãos de minha mãe tocaram o meu rosto, seu indicador passou pelo meu nariz como uma carícia. Ela sempre fazia isso antes de me dar uma péssima notícia.

— Eu fui mordida... – meus olhos arregalaram e eu desci meu olhar. Sua perna estava em carne viva. Uma grande parte estava comida. Os nervos estavam visíveis. As lágrimas desciam cada vez mais pelo meu rosto. – Fuja, antes que seja tarde.

— Não! Não! Nós vamos sair daqui! Vamos curar você, cuidar do seu ferimento. Você... Você... – eu não queria aceitar. Minha mãe não podia morrer.

— Ana Lúcia... – o olhar de minha mãe era sério. – Eu te amo. Faça o que for necessário para você sobreviver!

Minha mãe beijou minha testa. E antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, ela vomitou sangue. Litros e litros de sangue. Seu corpo caiu inerte no chão. E em menos de três minutos, ela levantou. Sua pele estava roxeada, e seus olhos estavam brancos e opacos.

Ela se tornou um "deles".

Empunhei a arma que Melody me deu, e mirei diretamente na sua cabeça.

— Eu te amo mais... Mamãe.

BANG!

O corpo dela caiu novamente no chão. A cabeça estava estraçalhada sobre o tiro que eu dei.

— Você é louca? – Melody gritou.

— O quê? – minha cara era de total confusão.

— Não era pra você ter atirado!

Antes que eu pudesse responder qualquer coisa, um barulho alto foi ouvido atrás de mim. Vários "deles" saíam das portas e desciam pelas escadas superiores.

Minhas pernas seguiram qualquer instinto e começaram a correr em direção a escada. As meninas também desceram correndo. Quando chegamos no andar de baixo tinham seis deles. Automaticamente dei um passo para trás e fiquei imóvel. Tínhamos que sair daqui antes que os que estavam no andar de cima chegassem até nós.

Melody saltou sobre um, usando a arma como uma lança. A faca que estava sobre a arma atravessou a cabeça de um "deles". Vi um se aproximando de Melody e ela deu um tiro sobre a cara dele. Mas ainda não seria o suficiente. Pulei até o fim da escada e usei o cabo de ferro acertando dois na cabeça.

Ouvi um outro tiro. Desta vez veio do fuzil de Nicole. Com o coice que a arma deu, Nicole caiu direto no chão.

— Nicole! – Melody gritou, passando a faca sobre o rosto de mais um. – Mantenha a arma um palmo distante de seu ombro, olhe pela mira, foque no peito e atire!

Nicole seguiu todas as instruções na pressa. E conseguiu atirar na cabeça do último. Ela saltou pela escada. Após ter feito isso, vários "deles" também estavam caindo da escada.

Corremos para o portão. Havia alguns deles se aproximando. Ouvi um tiro do meu lado, Melody estava com a arma empunhada

— Eu dou cobertura! Vão! – eu e Nicole passamos correndo pelo portão e fomos em direção a humvee. Abri a porta do carro com toda a força e vi Alan e Bella com expressões assustadas.

— O que houve? – Bella perguntou se aproximando de mim.

— Não da tempo de explicar! – girei a ignição do carro e segui até onde Melody estava. Abri a porta do passageiro. – Corre!

Melody saiu em disparada e pulou para dentro da humvee. Pisei com toda a força no acelerador.

Eu observava pelo retrovisor o quanto a gente se afastava do prédio. A adrenalina começou a cessar sobre meu corpo, e eu relaxei. Foquei meu olhar em Melody e Nicole, as duas também pareceram relaxar.

— O que aconteceu lá dentro? – Alan perguntou, colocando seu rosto entre o meu e de Nicole. – Você encontrou sua mãe?

A pergunta de Alan me fez lembrar. Eu matei minha mãe. Não, aquilo não era minha mãe. Minha mãe se despediu de mim antes de partir desse mundo. Eu pude, pela última vez, ver o olhar sincero de minha mãe.

— Vamos deixar isso pra depois... – falei me ajeitando sobre o volante. Pelo silêncio, Alan e Bella pareceram compreender. – Bom... Para onde vamos agora? – perguntei alto.

— Como assim? – Nicole perguntou no mesmo tom que eu.

— Melhor voltarmos com o plano inicial. – Melody falou soltando o rabo-de-cavalo. – Vamos para a capital. Precisamos achar algum lugar para passar a noite e comer. – o tom esnobe voltou para a voz de Melody.

— Então... Isso quer dizer que você vai ficar com a gente, Ana? – Bellatrix falou, soltando um leve sorriso.

— Irei cumprir a última coisa que minha mãe ordenou. Irei sobreviver!


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Notas finais do capítulo

Quero me desculpar com alguns, por que eu tenho 3 personagens que ainda precisam aparecer, mas a história já tem uma ordem na minha cabeça, e eu preciso seguir essa ordem pra poder fazer os outros aparecerem.

Peço um pouco de paciência, seus personagens vão dar as caras por aqui!