Fim do Mundo – Interativa escrita por Sohma
Notas iniciais do capítulo
Finalmente a tão esperada cena de ação da história!
Espero que curtam esse capítulo.
Boa leitura!
Alan – POV
Levantei meu corpo para observar Nick do outro lado da rua. Eu estava com dois galões nas mãos, preparado para a segunda parte do plano. Minha irmã estava andando na ponta dos pés e segurava a grande lata de milho conservado. Ela queria chegar até o outro lado da quadra para poder jogar o enlatado e atrair a atenção deles. Assim eu teria aproximadamente 10 minutos para encher os dois galões.
Suspirei pesadamente. Minhas mãos tremiam levemente. Pensava que se algo acontecesse a minha irmã eu não poderia fazer nada, nossa distância era muito grande, e até eu chegar nela ela poderia ser mordida.
Nick chegou num ponto distante da quadra. Olhou ao redor por algum motivo e ela jogou a lata com toda a força sobre uma caçamba de lixo que estava na rua.
O barulho das duas superfícies de alumínio se chocando não foi alto, mas bom o suficiente para atrair a atenção desses monstros. Nick andou na direção oposta e subiu numa grande árvore que estava naquela quadra.
Fiquei observando os monstros se afastando e quando achei a distância segura eu corri em direção ao posto, e nem percebi quando Bellatrix apareceu ao meu lado:
— O que você está fazendo? – indaguei alto correndo. Ela me mostrou um outro galão em sua mão.
— É bom termos um de reserva. Nunca se sabe. – ela sorriu para mim.
— Mas... não planejamos isso. – falei perplexo chegando ao destino. Peguei a mangueira e a posicionei sobre a boca do galão e comecei a encher o primeiro.
— Melody disse pra nos precavermos e me deu esse outro galão. – ela foi até o outro tanque que estava na minha frente e também começou a encher o galão que estava com ela.
— Ela é a líder de vocês? – perguntei trocando de galão.
— Não! – ela se exaltou deixando o galão aberto tombar e derramar um pouco. Bellatrix levantou o galão e encheu o resto que havia deixado derramar. – Nenhuma de nós é líder. Estamos apenas juntas. Somos um time. – Ela sorriu. Senti minhas bochechas corarem.
— Vocês dois! – ouvi a Nick gritando e olhei em direção a árvore. – Corram!
Olhei para frente e vi um carro descontrolado em nossa direção. Pude ver pelo vidro do carro que o motorista estava sendo mordido pelo passageiro, e as mãos tentavam se afastar do monstro. Empurrei o corpo de Bellatrix para frente e me joguei para o outro lado. O carro entrou em contato com o tanque de gasolina e uma explosão tomou conta do lugar. Senti meu corpo ser atingido pela explosão e minha perna começou a doer. Olhei e vi que minha calça rasgou e sobre o rasgo tinha um grande machucado superficial. Ardia como o inferno. Mas ignorei.
— Bellatrix! – gritei. – Bellatrix!
— Eu estou bem! – ouvi o grito dela. – Acho que só machuquei o braço! Mas estou bem!
Minha cabeça não raciocinava até que senti uma mão se envolver no meu braço e me puxar. Olhei para trás e encarei o olhar de Ana Lúcia que tentava me arrastar para longe do fogo.
— Corre! – ela me disse apontando para o lado onde Nick correu e os zumbis começaram a se aproximar de nós. Merda! O som da explosão chamou a atenção deles.
Corri em direção ao meu carro e entrei nele. Vi que Ana Lúcia correu até o carro enorme de Melody e retirou uma grande arma e começou a atirar nos monstros. Vi que Melody apareceu no teto do carro com uma outra arma, bem maior da que Ana estava empunhando.
Mexi nos bancos de baixo do carro e retirei o pequeno extintor de incêndio, mexi nos bancos de trás, remexendo na minha mochila e retirei um revolver de calibre 36 que encontrei num carro de polícia abandonado. Abri a porta com força e corri em direção ao incêndio. Aproveitando que o barulho das armas das duas distraíam os monstros.
Quebrei a trava de segurança do extintor e comecei a usar nas chamas que consumiam o posto.
— Bellatrix! – gritei.
— Estou aqui. – segui sua voz e comecei a usar o pequeno extintor na direção que a ouvi.
Quando a encontrei ela estava com uma mão sobre o braço esquerdo que parecia estar machucado. Ela não parecia estar queimada nem nada. Parece que havia se machucado apenas na hora do empurrão que eu a dei.
Estendi minha mão para poder ajudá-la a se levantar. Quando ela foi pegar a minha mão apontou o dedo para trás. Eu rapidamente apontei a arma e não pensei duas vezes antes de atirar bem na cabeça do zumbi que estava atrás de mim. O sangue dele espirrou sobre meu rosto e roupas.
Peguei-a pelo braço e a posicionei sobre meu ombro. Andei o mais rápido possível para fora do incêndio.
— Bellatrix! Alan! – Nick gritou assim que nos avistou. Ela estava bem em frente a porta aberta do carro.
— Corram logo e entrem no carro! – a voz de Melody soava alta. Corri o mais rápido que pude com Bellatrix no meu ombro.
Quando nos aproximamos do carro, Nick pulou para o banco de trás e joguei Bellatrix para o banco do passageiro. Peguei de forma desajeitada as chaves que estavam
no meu bolso. Coloquei sobre a ignição e pisei no acelerador.
— Espera! Melody e Ana ainda estão lá atrás! – Bellatrix gritou colocando a mão sobre meu ombro.
— Não tem como dar a volta, Alan! Eles são muitos lá atrás e a gasolina não vai durar até você fazer a manobra toda! – Nick gritava ao meu ouvido colocando o rosto sobre os dois assentos.
— Você não pode deixá-las lá atrás! – Bellatrix segurou com força a manga da minha camiseta. – Sem a ajuda delas eu estaria morta agora, precisa voltar e ajudá-las.
O que eu devo fazer? Eu ouvia duas opiniões distintas e não fazia a mínima ideia de qual delas seguir.
~~~
Ana Lúcia – POV
— Merda! – ouvi Melody praguejando, estávamos sobre o teto da humvee. Era o local mais alto onde nenhum "deles" poderiam nos pegar. – São muitos, e estou ficando sem balas!
— Precisamos entrar e sair daqui! – falei apontando e atirando para um que estava bem na minha frente.
— Ana, você consegue quebrar o teto de vidro da humvee? – que tipo de pergunta é essa?
— Você quer que eu quebre o vidro? – repeti para ter certeza do que ela estava falando.
— Precisamos entrar e sair daqui o mais rápido possível! As janelas são bem resistentes, mas o vidro do teto solar nem tanto. Você consegue quebrar? – ela virou seu rosto em minha direção e seu olhar era bem determinado.
Foquei meu olhar sobre o pequeno teto solar da humvee. Pisei com toda a minha força e não cheguei a fazer nem um arranhão sobre o vidro.
— Uso o cano da arma, idiota! – Melody gritou. Até mesmo nesse momento de tensão ela consegue ser tão esnobe?
Forcei o cano da arma sobre o vidro e consegui quebrar uma pequena parte e usei o cano para retirar os outros vidros em volta para que eu pudesse entrar.
Pulei para dentro e saltei para o banco da frente ligando a chave de ignição. Ouvi o barulho do motor se aquecendo e pisei com tudo no acelerador.
Depois parei para analisar como Melody conseguiria se manter no teto com a humvee em movimento. Dei uma pequena olhada para cima e vi de relance a mão de Melody presa em algo que estava no teto do carro. Voltei minha visão para frente e pela quantidade "deles". Pisei com força no acelerador. Se Melody conseguiu passar por eles na noite anterior eu também conseguiria. A humvee deu uma pequena inclinada sobre os corpos que estavam por baixo e depois de alguns minutos voltamos para a estrada.
Melody – POV
A minha sorte é que eu consegui me prender as grades que estavam sobre o teto da humvee e não fui de encontro ao chão.
Mas o que estava me incomodando foi que aqueles pirralhos nos deixaram para trás, sem se importar em nos ajudar. Eu estava com muita raiva deles.
Fechei os olhos e levemente, para não cair, movi meu corpo para frente. Observando o caminho. Eu vi algo que reconheci e senti meu sangue ferver mais ainda. Era o Uno prata de Alan.
Ana deu uma freada no carro que quase me fez cair. Ela desceu do carro e observei que a porta de Alan se abriu e o mesmo saiu de dentro.
— Você está bem? – foi o que Ana disse observando a perna machucada do rapaz.
Desci do teto dando um salto e andei em passos leves até ele, levantei minha mão e dei um tapa com toda a minha força sobre o rosto amorenado dele.
— Por quê você fez isso? – Ele disse colocando a mão sobre a bochecha que estava com as marcas de meus dedos.
— Por que você nos deixou para trás! E se nós não conseguíssemos sair de lá? Estaríamos mortas agora! Você parou pra pensar nisso? Eu te ajudei e é assim que você me retribui. – eu cutucava o peito dele com força, demonstrando toda a minha ira.
— Desculpe... Eu tentei voltar, juro que tentei, mas...
— "Mas" nada! – berrei alto.
— Não fala assim com meu irmão, sua vaca! – Nicole saiu do carro ficando bem em frente a mim. Ela podia ser pirralha, mas era mais alta do que eu, mas eu não perderia minha pose de autoridade por causa de uma criança petulante.
— Vaca? Quem você pensa que é pra me chamar assim? – empurrei o corpo dela com força, que a fez cair sobre os braços de Alan.
Nicole se levantou e também me empurrou, mas como eu estava mais preparada não caí. Também dei um tapa no seu rosto e levei outro em resposta. Abri minha boca perplexa e comecei a bater nessa pirralha metida a adulta. Senti as mãos de Ana Lúcia me segurando pela cintura enquanto Alan segurava Nicole pelos braços.
— Eu devia ter deixado vocês na estrada quando tive a chance!
— E eu deveria ter cortado esse seu rostinho bonito quando eu te vi! – Nicole cuspia sua raiva sobre mim.
Quando eu estava prestes a responder algo, todos nós ouvimos um grito vindo do carro. Alan largou Nicole e correu para dentro. Eu e Ana Lúcia demos a volta e fomos para o lado do passageiro ver Bellatrix.
Bellatrix – POV
Soltei um grito quando tentei mexer meu braço. Ele doía muito, e e mau conseguia movimentá-lo. Vi Alan se apoiando sobre mim, seu olhar parecia preocupado, olhei para minha direita e vi Melody e Ana Lúcia aparecerem e uma delas – não soube exatamente qual – abriu a porta.
— O que houve? – Ana e Alan falaram ao mesmo tempo.
— Meu braço. Dói. – Ana colocou a mão sobre as minhas costas, me colocando um pouco mais para frente. E puxou a manga minha jaqueta, relevando apenas um dos meus braços, justamente o machucado. Ele estava roxo sobre a articulação. Ana tocou levemente e gemi de dor.
— Deve ter sido uma luxação. Alguém tem um kit de primeiros socorros?
— Eu tenho! – Melody falou correndo para pegar.
Depois de alguns minutos ela apareceu com uma pequena caixa branca com uma cruz vermelha. Ana remexeu em algumas coisas dentro da pequena maleta e retirou de lá uma gase, esparadrapo e uma pomada. Eu pude ler na pomada que estava escrito "Calminex". Ana abriu a pomada e passou sobre a área roxeada. Senti a sensação gelada da pomada e uma pontada de dor. Ana enrolou um pouco da gase e a cortou com uma faca que estava no bolso dela. Ela pegou um pedaço do esparadrapo e cortou com os dentes, colocando sobre a gase para manter fechada.
— Evite mexer esse braço por alguns minutos. E daqui a pouco a gente passa a pomada de novo. Parece que não foi nada muito sério. – Ela falou soltando um sorriso sincero que me deixou mais tranquila.
Ficamos os cinco num silêncio absurdo. Ana estava encostada na janela do carro, Alan estava sobre o banco do motorista, Nicole e Melody estavam encostadas em áreas paralelas do carro. Eu cheguei a ouvir a discussão das duas. Acredito que foi um momento de raiva passageira.
— O que vamos fazer agora? – a voz de Nicole quebrou todo o silêncio.
— Precisamos encontrar algum outro posto. Estamos sem gasolina. – Alan falou passando a mão sobre o rosto limpando um pouco do suor que estava sobre sua testa.
— Ana, você disse que conhece esse bairro. Tem algum posto de gasolina aqui perto, além daquele? – desta vez foi Melody que imperou.
— Se não me engano, tem um indo pro leste do bairro. Naquela direção. – Ana apontou para uma rua bem na nossa frente. – Se me
lembro bem, umas 4 quadras.
— Ótimo! Vamos para lá. – Melody falou andando em direção ao humvee.
— Espera aí! – Nicole falou alto. – Quem é "vamos"?
— Todos nós, não é fofa? – Melody falou esnobe.
— Espera! – Alan saiu do banco do motorista, indo para fora do carro. – Quer que nós vamos juntos com vocês?
— É. O seu carro sem gasolina não vai ajudar muito, e minha humvee é espaçosa para 5 pessoas. Exceto que vocês tenham planos melhores para seguir.
O silêncio imperou novamente. Remexi minhas pernas com cuidado e saí de dentro do carro, com o auxílio de Ana Lúcia. Fiquei em frente a todos e falei:
— É melhor estarmos juntos. Quanto mais gente mais a chance de sobrevivermos! – soltei um sorriso verdadeiro. Vi que Alan e Nicole se entreolharam e riram entre si.
Ele deu meia volta e retirou do banco de trás duas grandes mochilas. Abriu o porta malas e retirou de lá um rifle. De canto de olho encarei Melody que soltou um pequeno riso.
— Uma sniper M24! Onde vocês acharam essa belezinha? – Melody falou tocando na arma como se fosse a mais bela joia.
— Quando nos afastamos do bairro onde moramos, encontramos um grande carro do exército vazio. Tinha dois revólveres e esse rifle. Pegamos as armas e as munições que estavam perdidas lá dentro. – Alan explicou segurando o rifle.
Melody estendeu a mão para Alan que a apertou.
— Bem vindos a sobrevivência. – ela falou baixo, mas alto o bastante para que a ouvisse.
Todos entramos na humvee, eu, Alan e Nicole no banco traseiro, Melody no passageiro e Ana no motorista. O carro logo foi ligado e começamos a andar na direção antes indicada por Ana.
E assim passou mais um dia da nossa sobrevivência.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Eu queria saber de vocês, qual o personagem que mais te agradam? (não diga seu próprio personagem por que isso num vale T.T)