Victoire Weasley Lupin,lembro-me do dia que a levei,aquela idosa de 65 com uma mente fértil digna de uma corvinal.

Trouxe-a comigo em uma noite quente de verão,ela estava sozinha naquela enorme casa.Seu quarto escuro,dormia esboçando um sorriso,mesmo com a idade avançada continuava bela,ela sabia que ia morrer,encontrar seu marido,uma de suas filhas,que eu havia levado ainda bebê,sua irmã,pais e avós.Fiquei tocado.Como sempre dei uma volta pela casa.Na cozinha não tinha comida,e em todos os outros cômodos tinha caixas,estava preparada.Sabia que era sua hora.

Acompanhei seu dia,como sempre muito agitado,digno de alguém importante.A acompanhei ao banco,onde ela tirou todo seu dinheiro.Em seguida voltou a casa embalou tudo.Na cozinha deixou apenas algo para poder almoçar e jantar.O resto da comida que era farta,levou a uma instituição carente,onde também doou metade de todo o seu dinheiro.O restante colocou em uma caixa.Visitou o cemitério e foi ao encontro do túmulo da irmã primeiro,deixou flores e seguiu até o túmulo de Teddy,seu falecido marido.

Ver aquela mulher dormindo tão confiante sem nenhum segredo a mostra,me deu vontade de a deixar viver mais um anos de sua maravilhosa vida,nem tão maravilhosa,era só abrir a segunda gaveta da pia de seu banheiro para ver um número enorme de remédios para depressão.Tomava aquilo descontroladamente.Pobre Victoire.Fazia 3 anos que começou o seu vício.3 anos que Teddy morreu.Lembro-me da noite:

Estava chuvoso e os dois estavam naquele mesmo quarto dormindo.Ao sentir a minha presença Ted se levantou,percebendo o meu propósito.Deu um beijo na bochecha de Victoire,ainda dormindo,e veio em minha direção.Foi tão fácil.Sua alma era leve,sem culpa,tinha cumprido seu papel.Mas ao contrário de sua esposa,só percebeu que iria "embora" quando foi "chamado" por mim.Aquele senhor me enfrentou com um sorriso,não tentou fugir.

Cheguei ao lado de Victoire,percebendo minha presença,sorriu feliz ao me encontrar.Era tão boa,estava grata,por ter a tirado do sofrimento,pronta para reencontrar todos após longos anos de espera.

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No outro dia voltei a sua casa,já havia levado a sua alma,agora seria responsável para ver seu velório.

Esperei algumas horas até alguém ligar.Era a sua "única" filha.Parece-me que ela não se preocupou,só voltou a ligar de novo no outro dia,daí foi várias vezes de novo até a mulher de 40 anos entrar na casa furiosa resmungando palavrões em francês,ela tinha cabelos loiros longos e olhos azuis igual a mãe,mas nem um pouco delicada.Havia cinco filhos,talvez por isso era tão estressada.Precisava manter a expressão severa e confiante.Mas claro que ao ver a mãe sem vida se debulhou em lágrimas.Aquilo me emocionou.A morte não mexe comigo.Afinal eu sou ela.