— Sim. Bem, se você quiser é claro. - Naruto falou olhando para anel e o tirando da caixinha logo depois com a ponta dos dedos segurando na minha direção.

— Mas, você não acha que é cedo demais? - Perguntei com um pouco de medo da sua reação.

— Isso é um não? - ele me perguntou com certa magoa no olhar.

— Não amor é só que...

— Você não quer se casar comigo não é?

— E-eu não sei... Acho que estou com um pouco de medo... - Falei encarando o chão.

— Medo? - Naruto deu uma pequena gargalhada. - Ino... - ele disse agora pegando em minha mão me fazendo o fitar. - Eu prometo, que, se você aceitar colocar esse anel de compromisso, eu vou te fazer a mulher mais feliz que qualquer um já conheceu. - Embora as palavras que Naruto usou foram simples, e usadas por vários homens durante séculos, para mim teve um significado bem maior do que umas palavras qualquer. Não foram as palavras dele que me fez querer aceitar, e sim o modo como ele me olhava e o modo que ele segurava a minha mão e que me faz sentir segura e feliz onde quer que eu vá desde que esteja ao seu lado.

Meus olhos se encheram de lagrimas por alguns instantes com meus pensamentos.

— Se você não quiser eu... - O interrompi com um beijo apaixonado, que o loiro não demorou pra responder. Alguns minutos depois nos separamos e como se um lesse o pensamento do outro deixamos nossas testas unidas, fazendo com que nós não nos separássemos completamente.

— Me desculpe Naru. Acabei de agir como uma criança. - Falei enroscando minhas mãos em seu pescoço e passando de leve em seus cabelos dourados, enquanto Naruto dava uma pequena risada afastando uma mecha de cabelo que caia sobre meu rosto.

— Não se preocupe. - falou doce. - Mas você ainda não respondeu a minha pergunta.

— Acho que você já sabe a resposta. - falei lhe dando um beijo rápido.

Naruto sorriu e logo depois botou o anel em meu dedo.

— Coube certinho. - Ele comentou para si mesmo e logo depois me deu um beijo para selar o momento. - Esse anel era da minha mãe, meu pai deu a ela quando soube que ela era a pessoa certa. A pessoa que o faria feliz desde que estivesse ao seu lado.

Sorri quando escutei o que ele disse.

— Acho que meu pai me apoiaria nesse momento tão especial. Tenho certeza que ele me apoiaria por completo se te conhecesse. - Naruto terminou a frase dando um pequeno sorriso.

— Agora, olhando ao redor que pude perceber que fiquei por um bom tempo nessa praça. - Falei mudando um pouco de assunto.

— Sim. Aposto que a senhorita nem comeu nada. - Naruto falou me repreendendo.

— Verdade. Desculpe-me.

Depois que conversamos e que já estava tudo resolvido entre a gente, eu e Naruto fomos a um restaurante e almoçamos. Dalí, fomos para minha casa.

*****

Acordei na manhã seguinte um pouco ansiosa. Pois ontem o Naruto havia me dito que hoje seria a reunião para tentar resolver todos os assuntos pendentes sobre as ações que ainda ligam as duas famílias.

Estava vendo um pouco de TV quando a campainha tocou e quando fui atender me deparei com uma cabeleira rosa.

— Oi! Naruto me contou que vocês se resolveram.

— Ele só te contou isso?

— Só. Por que? Tem mais? - Sakura disse entrando para dentro da casa.

— Bem, ontem... Ele me pediu em casamento.

— O QUE?! - Sakura falou tão escandalosamente que chega ouvi um zumbido no ouvido direito.

— Isso mesmo que você ouviu testuda, eu e o Naruto, sabe, noivos. - Falei rindo da expressão que ela fazia.

— Como aquele loiro não me contou isso antes?! Teria vindo para cá mais cedo ainda.

— Fica calma Sakura. - Falei rindo.

— Ficar calma? - disse ela um pouco mais tranquila. - Eu descubro 10h depois que meus dois melhores amigos vão se casar e você ainda quer que eu fique calma Ino?! - Bem, eu pensei que ela estava mais tranquila né.

— Só foi 10h depois Sakura. Se lembre de uma coisa, eu sou a noiva se lembra? Sou eu que deveria estar mais nervosa. E é ao contrário? - Disse apertando sua bochecha.

— O problema é que eu também fui pedida em casamento e que até agora não contei pra ninguém porquê... Acho que agora que minha ficha está caindo... - Sakura falou se sentando no sofá. - Ino! Pelamordedeus! Gaara hoje me pediu em casamento e eu aceitei!

— Agora entendi todo esse escândalo... - falei baixinho - Sakura! Meu Deus! Quando foi isso?!

— Hoje de manhã... Eu tinha percebido que o Gaara estava um pouco estranho, mas... Sei lá achei que era normal. Então, assim que o Naruto saiu, bem, 1h depois mais ou menos ele me pediu em casamento.

— Haha, quem diria, o ruivo sério está realmente apaixonado hein!

— Ino... Estamos noivas... Tipo, nós duas, noivas! - ela falou me segurando pelos ombros. - E como consegue estar tão calma??

— Sei lá! Bem... Acho que já posso ver a minha vida ao lado de Naruto. - Disse sinceramente.

Claro, é uma coisa nova e o nervosismo não vai me deixar até nós dois dissermos "sim". Porém... acho que é uma coisa calma, mais como uma ansiedade.

Olhei para Sakura e depois de ver seu rosto sem nenhuma expressão, vi brotar um lindo sorriso de seus lábios.

— Você tem razão porquinha. - Disse Sakura, com o mesmo sorriso nos lábios. Porém, seu sorriso se desmanchou alguns instantes depois.

— O que houve? - Perguntei preocupada.

— Bem... - Sakura virou um pouco o rosto. - Como vou me casar com o Gaara... Vou ter que me mudar com ele para Portugal.

— Ah... Agora entendi.

— Embora ele disse que ai ser temporário... Só de pensar em deixar tudo o que é meu pra trás, o lugar onde fui criada...

— Eu sei... Mas... Você vai voltar não vai? Então pense positivo! - Dei um belo sorriso de incentivo. - Se é ele que você realmente ama, acho que vale a pena não é?

— Sim, vale. Entretanto, acho que não vou voltar em seis meses. - Sakura deu uma pequena risada.

— Err...? Quanto tempo então??

— Hehe, acho que... Uns três anos... - Sakura falou olhando para o teto.

— Err? Vai ficar pelo menos pro meu casamento né?

— Bem, se for daqui há sete meses pelo menos... Acho que posso.

— Hum... Ainda não conversei com o Naruto sobre data mas... Vamos ver né! - sorri. - Sabe, sei que você é uma testuda que quer saber de tudo mas, mesmo assim, é a minha eterna testuda! - Falei a abraçando.

— E você minha eterna porquinha!

Sakura ficou mais um tempo conversando comigo até ir embora. Naruto demorou mais do que pensava. Voltou já era um pouco tarde então foi direto para casa.

*****

Sakura se casou três meses depois da nossa conversa, e, infelizmente no mesmo dia pegou um voo para a Europa, mas me prometeu que iria voltar antes do meu casamento. E bem, missão cumprida porque agora ela está na minha casa um dia antes do meu casamento andando pra lá e pra cá falando coisas no telefone que não estava entendendo direito. Era como se fosse por código ou sei-lá-o-que.

— Pronto!

— Pronto o que? - perguntei arqueando uma sobrancelha.

—Você vai ver hehe.

— Ah, tá... Está aprontando né?

— Imagina! Não confia em mim?

— Muito pouco.

— Hey! - disse me dando um soco de leve.

— Bem, sei que não vai me contar então nem vou insistir. - dei de ombros. - Enfim, você voltou, e como anda a vida de casada? O ruivo chato continua o mesmo?

— Olha, tô até estranhando, sério. Ele anda animado demais. Quase todo dia me faz uma surpresa. Acredita que até uma serenata ele fez para mim um dia desses?

— Que?! É sério? Não estou acreditando nisso! - Falei rindo. - Sério, isso é o que o amor faz com as pessoas!

— Pois é.... - Sakura falou rindo.

Sakura me deixou sozinha algumas horas depois dizendo que precisava falar com as outras meninas. Bem, ela veio aqui em casa logo depois que chegou de viagem no dia anterior então nem deu tempo para falar com as outras meninas, nesse sentido até dá pra entender.

 Já estava tudo pronto pro dia seguinte, então, a única coisa que eu tinha que fazer era esperar. Claro, não vou dizer que não estou nem um pouco preocupada de que alguma coisa saia errado. É claro que estou, sabe, quero que tudo saia o mais perfeito possível, ou que, saia pelo menos, o mais perto disso.

 - Ino! - Sakura saiu entrando na casa com as outras neninas depois de eu ter atendido a porta. - Vamos, vai se arrumar.

— Eu? Me arrumar pra quê? - perguntei não entendendo nada.

— Você acha mesmo que eu deixaria você sem uma festa de solteiro porquinha?

Um grande ar de interrogação surgiu em minha cabeça. Sério, será que essa testuda esqueceu que amanhã é o dia do meu casamento?

— Está louca Sakura? É lógico que eu não vou sair de casa hoje e à essa hora.

— Falei que ela não iria aceitar? - Hinata falou.

— Hinata sua bobinha, por isso eu e a Sakura criamos o plano B! - Tentei falou orgulhosa.

— Plano B? - Perguntei assustada. Sério, tenho medo desses planos malucos da Sakura. Na época que eu morava em Konoha nós só nos mentíamos em encrenca quando ela vinha com esses planos.

— Bom, já vi que você estava se preparando para dormir, então, se não quiser passar por um constrangimento maior ainda, recomendo que mude de roupa rapidamente. - Me avisou a rosada com um sorriso no rosto.

—Sakura...

— Ino, pode ficar tranquila. - Temari falou tentando me acalmar. - Prometo que amanhã você vai estar na igreja pronta para dizer sim.

— Bom, já que perdi pra maioria só me resta ceder né.  - sorri e elas comemoraram me abraçando.

Subi para o andar de cima e botei uma roupa mais comportada.

Fico imaginando o que elas aprontaram pra essa noite.

— Pensei que eu ia ter que ir até lá te buscar. - Sakura falou se referindo ao meu atraso.

— Ué, mas o que que é isso ai? - perguntei me referindo aos salgadinhos, chocolates e um monte de bebida em cima da mesa.

— A sua despedida de solteiro. - Temari falou tranquila.

— Isso vai ser a minha despedida de solteiro?  - Perguntei achando que era alguma piada.

— E você achou que iria ser o que? - Hinata me perguntou inocente.

— Achei que, bem... - falei envergonhada e confusa. Poxa, de verdade, pensei que a Sakura iria contratar uns gogo boys.

— Pensou besteira né porquinha! - Sakura falou rindo. - Mas olha, se você quiser ainda dá tempo. Tenho o número de um ou dois aqui na agenda. - Ela falou pegando o celular.

— Não! - falei tirando o telefone de sua mão. - Está tudo bem. - dei um sorrisinho.

— Eu faço questão.  - a rosada falou tentando tirar o celular da minha mão.

— Sakura! - falei a olhando com um olhar fixo.

— Tudo bem. - falou deixando o celular na mesinha de centro.

Sério, depois disso só lembro que sentamos no chão da sala e começamos a beber e conversar. E bem, agora eu estou aqui, com essa dor de cabeça que parece que a qualquer momento e minha cabeça vai pros ares.

— Ino!

— Meu Deus Sakura! Fale baixo, por favor! - Falei me levantando da cama.

— Aqui, tome isso. Logo fará efeito. - disse ela toda sorridente com um copo de água e aspirinas nas mãos.

— Ah, obrigada. - espero que isso realmente funcione, sério. - Sakura, onde estão as outras meninas?

— Foram para casa se arrumar.

— Ué, mas já? Que horas são afinal?

— 11:30.

— O QUE?! Por que não me acordou antes? Você está louca Sakura? Sabe que o casamento é as 17:00!

— Bem, eu tentei te acordar de qualquer jeito, mas quem disse que você acordava?! Eu realmente não tenho culpa.

— Você é a madrinha! Me jogava até dentro do chuveiro se fosse preciso.

— Pode deixar que da próxima vez não falho! - Sakura botou a mão na cabeça em sinal de continência.

Me levantei depressa da cama, pensando que daqui há algumas horas eu seria a mulher mais feliz do mundo.

*******

(pov's Naruto on)

Acordei sem nem ao menos saber onde estava. Assim que abri meus olhos senti uma forte dor na cabeça, como se uma tonelada tivesse a atingindo. 

O lugar era escuro, mas ainda assim eu conseguia ver uma fraca luz no que parecia ser uma escada. Acho que eu estava em um sótão. Tentei me mover mas nada adiantou.  Percebi que estava amarrado e além disso, com algo que estava me impossibilitando de falar. Não fazia ideia do que estava acontecendo. Se era uma brincadeira, eu não estava achando graça nenhuma.

Pude contar as horas com o martelar dos ponteiros. Dez, vinte, trinta minutos. E nada de ninguém aparecer. Passaram- se cerca de duas horas até eu escutar algum tipo de movimento. Olhei, mas não pude ver o rosto da pessoa.

— Ah, então você finalmente acordou hein?

Não reconheci a voz de imediato. Sabia que era familiar entretanto, não pude reconhece-la.

— O que? Não sabe o que está acontecendo ainda? – Tentei prestar o máximo de atenção para ver se reconhecia a voz masculina mas tudo o que vinha a mente era um enorme breu.

— Bem, já que parece não saber o que está acontecendo, eu vou te explicar. – Senti uma mão puxando meu cabelos, e logo depois um enorme impacto no nariz. O desgraçado tinha acabado de me dar uma joelhada.

Tentei mais uma vez lutar para tentar me desamarrar mas foi uma tentativa em vão.

O homem que antes eu não sabia o nome mostrou sua face em uma pequena luz que fora acendida por ele mesmo. Vi a cara do desgraçado e o reconheci imediatamente. O bastardo se chamava Uchiha Sasuke. E o mesmo riu ao ver a minha expressão de dor e confusão.

— Eu acho que vou deixar você falar um pouco. – Disse ele com uma voz risonha tirando o pano que me impedia de falar.

— O que você está fazendo aqui? – Perguntei o encarando. Senti um enorme gosto de sangue devido a pancada no nariz.

— Bom, eu fugi da prisão e decidi fazer uma surpresinha para a sua querida noiva. Ora, eu não podia deixar de dar um presente não é mesmo? – Ele riu e então completou. – Acho que seria muito divertido ela ter que procurar o seu presente em muitos lugares diferentes... Eu particularmente não queria revelar o que é mas, olhando para essa sua cara de curiosidade eu vou revelar, não vou ser tão mal assim.

— Do que você está falando seu maníaco?!

— Me diga, você como médico e noivo, em quantos pedaços seus você acha que seria mais apropriado deixar de presente para a sua noivinha, hein?

— Sasuke, você quer mesmo acabar com a sua vida desse jeito? Você foi preso por uma coisa pouca e ficaria no máximo uns 10 anos preso. Se você cometer homicídio, sua pena será perpetua!

— Há! E você acha que eu estou ligando? Logo depois que me vingar de você vou dar um jeito de sair desse lugarzinho chinfrim. Com o tempo penso em como me livrar a loirinha.

— Não ouse em tocar um dedo sequer da Ino! Se fizer isso eu juro, que você é que vai estar dividido em pedaços!

—Ah, então tem forças para me fazer ameaças? Então quem sabe com isso – Sasuke enfiou uma barra de ferro em minha perna – não tenha mais coragem, hein!

Urrei de dor. E pela expressão dele estava apenas começando.

[pov’s Ino On]

Não acreditei que aquilo realmente havia acontecido. Fiquei esperando o Naruto até o anoitecer e nada. Ele não apareceu. O mais estranho era que ninguém tinha o visto. Os meninos disseram que depois da despedida Naruto foi para casa pois queria descansar para o dia de hoje. Naruto não é o tipo de pessoa que faria algo assim comigo.

Liguei pra ele um milhão de vezes e a merda do celular só cai na caixa postal raramente chama. Estou totalmente desnorteada. Não é possível que isso realmente está acontecendo.

— Ino? – Chamou Sakura.

— Ah, oi.

— Estão procurando ele, não se preocupe.

— Sah... Já faz dois dias! Dois dias sem nenhuma notícia! Já procuramos em todos os hospitais, delegacia de polícia e nada! Nenhum sinal de vida... – Falei exaltada. As lagrimas escorriam mais uma vez naquele dia. – Deus, se ele fugiu então pelo menos que ele dê um sinal de vida! Eu preciso pelo menos saber se ele está bem.

Sakura me abraçou. Senti que ela estava tentando conter as lagrimas mas eu não era tão forte a esse ponto. Só de pensar que algo de ruim pode ter acontecido com ele...

— Ino, olhe para mim. – Limpando algumas lágrimas que caiam sobre meu rosto a rosada falou. – O Jiraya está fazendo de tudo para o encontrar. Logo você o verá e bem, você está me ouvindo? – Concordei com a cabeça tentado acreditar nas palavras da rosada.

Escutei a posta se abrir bruscamente.

— Ino! Acharam o Naruto! – Gaara me disse e eu levantei na mesma hora do sofá.

— O que?! Onde? Onde ele está? Quero vê-lo imediatamente! – Disse indo em direção à porta.

— O que? Não, você não pode.

— Hã? Claro que posso. Vamos me diga onde ele está agora!

— Gaara, vamos, diga agora! – Sakura gritou.

Convencemos o ruivo a nos levar até o local enquanto ele contava tudo o que estava acontecendo.

— Rastrearam o celular dele em uma casa abandonada no subúrbio. Mas...

— Mas o que?! – Perguntei preocupada.

— Parece que ele foi sequestrado por aquele seu ex-namorado...

— Ele foi o que?! – Sakura gritou em meu ouvido.

Claro, agora tudo faz sentido. Eu tinha isto no noticiário que um bandido havia fugido da prisão alguns dias antes do meu casamento. Não dei muita atenção a reportagem devido a campainha que havia tocado.

— Não estou acreditando que foi ele que fugiu da prisão...- Falei em um sussurro.

— Você sabe qual é o estado do Naruto?

— Parece ser crítico. E Sasuke está o fazendo de refém... Caso ele não consiga sair da cidade ele disse que irá mata-lo.

Olhei para Sakura em pânico. A palavra mata-lo não parava de martelar em minha cabeça.

— Gaara, por favor, vá mais rápido! – Disse com urgência.

Sai correndo em direção ao mutuado de policias que estavam ao redor da casa. Tentei passar da barreira porém, um dos policiais me parou falando que não era para mim estar ali.

— Por favor! Deixe-me passar! Meu noivo está lá dentro. Preciso saber como ele está! – Disse ao policial inconscientemente.

— Desculpe, mas está área está proibida.

Senti pequenas mão me puxando. E Sakura disse para eu ter paciência e controle.

— Não tem como! Ele está ali! Bem ali! Como pode pedir para eu ter calma? – Sakura me olhou tristonha e me abraçou.

— Ino, eu sei que é difícil atender a esse pedido mas se você não me escutar vai acabar pondo tudo em risco. E quando falo tudo, refiro-me a vida do Naruto. Não pode sair agindo por impulso. É muito perigoso. – Ainda me abraçando ela disse tais palavras de conforto.

— Me desculpe. Você tem razão. É que... Eu não sei o que fazer. Não sei como agir diante de uma situação tão delicada como essa. Eu apenas quero que isso acabe. É como se meu mundo estivesse desmoronando.

Sakura me guiou até onde Jiraya estava com alguns policiais conversando. Shikamaru também estava junto a ele.

— O que ela está fazendo aqui? – Jiraya perguntou incrédulo. – Não disse para não a trazer?!

— Eu tenho direito de saber de tudo!

— Olha aqui mocinha, em primeiro lugar, a culpa disso tudo estar acontecendo com o Naruto é sua culpa. Então não me venha com essa agora! Se ele não tivesse se envolvido com você nada disso estaria acontecendo agora! – Ele berrou ferozmente essas palavras para cima de mim.

— Pare com isso! Não está vendo que ela tem direito tanto quanto você de saber da situação! – Gaara me defendeu.

No meio da discussão ouvimos barulhos que pareciam ser de tiro. Senti meu coração gelar na possibilidade de ter acontecido o pior.

 A grande maioria das pessoas que estavam ao redor tentaram se proteger e vi uma enorme movimentação dos policiais que estavam no local. Ouve gritos a mais tiros que pareciam incessantes. Escutei um policial gritando por um paramédico. E quando me dei conta os tiros haviam cessado.

Vi uma cabeleira loira em cima de uma maca. Corri, quase não dando tempo de me equilibrar direito. Não me importava de cair. Apenas queria ver se ele estava bem.

Vi brevemente seu rosto. Estava com muitos hematomas e havia sangue por todo lado. Não pude me aproximar mais pois os paramédicos me afastaram e pude ver Jiraya entrando na ambulância junto dele.

Olhei ao redor sem saber o que fazer direito. Precisava ir ao hospital o mais rápido possível. De longe, vi um saco preto no chão com o formato de um corpo. Não fiquei feliz nem triste pelo acontecido com Sasuke não tive emoção alguma com a morte do Uchiha.

— Ino! – Vi Sakura correndo na minha direção. Conseguiu vê-lo? Como ele está?

— Não tive nenhum tipo de notícia do seu estado. – Suspirei entrando no carro.

— Que droga! Não se preocupe, logo estaremos lá!

Chegando ao hospital procurei de imediato pelo nome Uzumaki. A recepcionista me indicou o lugar onde ele ficou internado. Até a espera para o elevador parecia uma eternidade. Assim que sai do elevador, dei de cara com Jiraya e um médico. Logo procurei saber sobre seu estado.

— Dr., Por favor, me diga. Como está a situação do Naruto?

O homem olhou para mim e respondeu em um suspiro.

— O que a senhorita é dele?

— Noiva.

— Bem, seu noivo sofreu muitos tipos de tortura durante esses dois dias. Alguns ossos da costela, perna e braço foram quebrados. Há também alguns ferimentos por seu rosto e corpo. Mas infelizmente, devido a um trauma que ele sofreu na cabeça e está em coma.

— Coma...? E quando ele sairá desse coma?

— Não sabemos ainda. Pode durar alguns dias, meses, ou talvez anos. Não sabemos. Me desculpe. – O médico deu as costas e seguiu pelo corredor.

— Ino... – Sakura estava bem ao meu lado ouvindo tudo. Ela me conduziu até uma cadeira e me sentou. Não tive reação ao ouvir tudo aquilo. Só pode ser uma brincadeira de muito mal gosto. Ou melhor, um pesadelo.

Era impossível de acreditar que tudo isso era verdade. Que o dia mais feliz da minha vida tenha se tornado um total Apocalipse na Terra.

Só o que pude fazer era não acreditar pois não sei o que será de mim sem aquele loiro travesso ao meu lado.

                                        ***

Todos os dias visitava Naruto ao hospital com a esperança de ele levantar e me dar um de seus sorrisos largos e cativantes. Quase dois anos havia se passado desde o atentado. Naruto se curou totalmente de seus ferimentos e infelizmente ou felizmente, não ao certo, a única sequela foi o coma.

— Oi. – Olhei para a porta e vi Sai na porta do quarto. – Como você está?

— Ah... – Olhei para Naruto deitado na cama. – Acho que estou indo.

— Caramba... Você acha.

— Sabe que não posso fazer muita coisa. – Disse a ele.

— Você não pode viver neste quarto para sempre Ino. Sabe que o Jiraya já comentou na possibilidade deles desligarem os aparelhos.

— Não quero falar sobre isso Sai. – Respondi ríspida.

— Tudo bem... – Sai bufou. – Mas saiba que está jogando sua vida fora. Ele não iria querer isso. Já fazem quase dois anos! Você deixou seus negócios nas mãos dos seus pais Ino. Aquilo que...

— Já disse um milhão de vezes que não me importo! E sobre ele querer ou não... quem sabe da minha vida sou eu.

Sai me encarou. Vendo que não tinha mais jeito perguntou num suspiro. – Você quer café?

— Sim, por favor. – Assisti Sai se afastar do quarto.

Mesmo que o Jiraya tente desligar os aparelhos não vou deixar. Sinto que o Naruto pode acordar a qualquer momento. Não posso deixar simplesmente lhe tomarem a vida.

Suspirei e olhei pro loiro e quase pude ver ele se mexendo. Seguei em sua mão como sempre fiz durante cada dia que passei na sala daquele hospital.

— Se não acordar logo, estaremos muito velhos para termos filhos. – Falei para o loiro esperando uma resposta. Mas infelizmente nada. Apenas uma leve aperto em minha mão.

Que? Aperto em minha mão?!

Fiquei atenta. Talvez fosse apenas algum dos meus delírios.

Senti outro aperto. E os bipes das batidas do coração não paravam de mudar. Olhei para o rosto do loiro e vi aquelas lindas orbes azuis escondidas devido ao cerramento dos olhos.

— N-naruto! – Não pude conte a empolgação.

Ele me olhou com o rosto confuso mas instantes depois arregalou os olhos.

— Já volto. Por favor, espero só mais alguns instantes.

Sai correndo procurando uma das enfermeiras. Bati de frente com Sai pelo caminho.

— O que houve?

— E-ele, ele acordou!

Achei a enfermeira e ela saiu correndo pelos corredores devido a minha pressa.

Naruto ainda estava acordado. A enfermeira logo tratou de examina-lo dizendo que iria chamar o médico.

— Oh, então finalmente o senhor acordou. - disse o médico para Naruto. Que ainda não havia falado uma única palavra. O médico o examinou e disse que dentro de alguns dias Naruto estaria totalmente recuperado.

Não aguentei de tanta felicidade as lagrimas só jorravam em meu rosto. Queria poder abraça-lo naquele momento mas tive que sair do quarto para ele poder descansar e absorver tudo o que estava acontecendo.

No dia seguinte fui ao hospital não acreditando no que tinha acontecido. Talvez fosse só mais um dos meus sonhos. Mas quando o vi sorrindo pela janela no quarto percebi que era real e era bem melhor que um sonho.

Dessa vez não fiz cerimonia. O abracei o mais forte possível. Chorei como se nunca mais fosse o ver novamente. Pois até ontem, eu estava me negando a acreditar que isso realmente poderia acontecer.

— Ino... – Naruto falou me abraçando.

— E-eu pensei que nunca mais... – Não consegui terminar a frase. Apenas neguei com a cabeça entre as lagrimas. Não me importei com a presença de pessoas no mesmo quarto. Para mim aquilo não era nem um pouco constrangedor.

— Não chore. Agora estou aqui e vai ficar tudo bem. Eu prometo. – Naruto limpou minhas lagrimas.

— Não sabe o quanto foi torturante não ter você ao meu lado todos os dias. Não escutar a sua voz todas as manhãs...

— Me desculpe. Prometo que nunca mais entro em coma. – Olhei para ele não acreditando na piada.

— Assim espero. – Bati de leve em seu peito. Sorri, e ele retribuiu o sorriso. – Eu te amo seu bobo.

— E eu te amo mais ainda, meu Amor. – Ele falou pegando meu rosto e colando ao seu. Nos beijamos como se os dois precisassem disso para viver. No beijo, cada dor e magoa ia se dissipando, acabando com toda tortura que ambas as partes passaram.