Humans escrita por Arya


Capítulo 16
XV - Quando tudo parece estar indo bem... A vida mostra que estamos enganados.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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Nenhuma vida é totalmente perfeita, mas uma coisa era extremamente certa ao ver de Hasuike An, olhando sua irmã do outro lado da calçada sentada em uma caçamba de lixo fechada atrás de uma boate, dividindo um cigarro com uma mulher com roupas luxuosas: A maioria era bem melhor que a dela.

Colocou um óculos quando a garota a encarou por um segundo, soprando uma fumaça de seus lábios com batons vermelhos. Ela era tão parecida e diferente da mesma, dava até um breve susto.

— Podemos ir, se quiser. — disse Sakuma olhando a rosada, que respirou fundo. — A mamãe disse que, se você não conseguir, ela faz por você. Bom, esse era o plano desde início.

— Isso é muito pesado. — disse Kim, encarando a situação. Tinha vindo para escoltar, caso ocorresse algo errado.

Ela negou e engoliu em seco, atravessando a rua quando o sinal fechou. Kim fechou o rosto, estalando os dedos brevemente para caso precisasse defender o grupo ou a própria Hasuike Ran. A garota desceu da caçamba e revirou os olhos, os olhando e depois a mulher ao seu lado.

— Boa tarde, garotos. — disse a mesma, andando graciosamente em seus saltos como um gato negro a noite. — O que precisam?

Hasuike retirou os óculos, e ela pode ver a gêmea arregalando os olhos verdes com um delineado perfeito. A mulher ao seu lado fez uma cara de espanto e olhou os outros, enquanto segurou a mão de Ran.

— … Ela é idêntica a você.

— Eu sei. É a minha irmã gêmea. —disse calmamente. — Meu pai falou que iria falar comigo após eu ser quase presa. — coçou a cabeça levemente e soltou a mão da mulher. — Ramona, poderia me esperar lá dentro?

— Na realidade… — Kim começou e parou quando a mesma a olhou. Mesmo que seus olhos fossem iguais aos e An, por algum motivo eles pareciam ver uma realidade diferente. A alegria que Hasuike An mostra em excesso em seu olhar não era visível nos olhos de sua irmã gêmea.

Ela arqueou a sobrancelha.

—Fala. — ela respirou fundo e estendeu uma petição para a levar a delegacia. — De novo?

—É para você vir morar conosco. — disse. — Minha mãe quer lutar por sua guarda.

— AH! — ela começou a rir e mandou Ramona realmente ir embora, e a mesma foi mesmo que tenha olhado para trás. — Você quer dizer que agora ela me quer?

— Por favor, entenda. Ela não sabia que nosso pai iria fazer isso. — disse e a garota levantou a mão.

— Eu tive apendicite aos doze anos, Hasuike, e meu pai ligou para ela para vir me ver. — começou.— Ela disse que viria, e nunca apareceu. Assim como em todos os nossos aniversários, momentos que eu precisava de uma mãe, e eu tentei defendê-la de mim mesma dizendo que ela estava ocupada com você e o filho do cara que ela se casou.

— Eu entendo que…

— An, esse é seu nome? — disse e a mesma concordou. — Nosso pai me espancou. Eu liguei para o trabalho da nossa mãe, e mesmo que eu insisti em ser uma emergência, ela simplesmente me mandou falar com a secretária telefônica. Eu falei, e ela nunca retornou.

An respirou fundo e tentou manter a calma mordendo fortemente seu lábio.

— Ela é uma boa mãe para você, porque como você disse, ela é a sua mãe. Mas para mim ela é apenas a mulher que me jogou fora depois de perder a fofura de bebês. — disse calmamente.

— Ela quer te ajudar, de qualquer forma. — disse An segurando a mão da mesma. — Ela quer te ajudar a sair dessa, não é o caminho que você deve seguir.

— Não é, mas é o que sobrou para mim.

An negou.

— Se você não quer vir por ela, vem por mim.

— Que significância você tem? — perguntou. —Nossa, somos idênticas e…

— EU SOU A SUA IRMÃ!

— Você deixou de ser a partir do momento que você me olhou naquela festa de família e foi embora, porque a partir daquele momento… — ela respirou fundo. — Eu te liguei naquele dia também. Você estava ocupada com o que? Com seu novo irmão?

Ela olhou Sakuma.

— Você?

— Oi. Sou o irmão dela por causa do casamento e… — ele sorriu nervoso.

— Eu não sei que dia foi e sabe, isso acontece! Para de ser tão teimosa.

— TEIMOSA? — ela gritou com os olhos marejados.—Sabe com quantos caras velhos eu transei para conseguir viver sem apanhar? Milhares. Sabe quantas vezes eu também liguei para vocês? Milhares. E me diz, quantas vezes você se perguntou como eu estava?
An não pode mentir dizendo que foi milhares também, porque ela realmente nunca pensou em sua gêmea. Ran ficou decepcionada mesmo que não estivesse surpresa, então soltou-se e virou, mas Ramona meteu em sua frente a parou.

— Vá, ao menos, até a polícia. Você também quer sair daqui e eles querem ajudar. —disse o garoto. — Vá, por favor, eu posso te substituir em seu turno.

— Ramona…

— Eu já estou nesse mundo, estou velha já e ninguém me quer, então nesse mundo eu continuarei por muito tempo, ou o pouco que você sabe que me resta. Eles te querem, porque não vai atrás? — disse.— Tente apenas conversar. Se não for por você, por mim.

— Porque por você?

— Eu quero lembrar que uma das minhas aprendizes tentem ser felizes com segundas chances, e não morram após uma transa de overdose, hepatite ou AIDS. — disse sorrindo e empurrou Ran. — Podem a levar.

Ran a olhou e abaixou o rosto, concordando. e olhou a eles revirando os olhos. An estendeu a mão para ela e a mesma a pegou após a gêmea ser tão insistente, então seguiram para fora daquele beco. Ramona sorriu, olhando o homem atrás de si.

— Ainda bem que eu não quis a contratar. — disse o homem. — O horário dela…

— Eu faço. — disse o entregando o cigarro e retirando o casaco, jogando no mesmo e entrando na boate.

***

Domingo sempre foi um dia de descanso, e por algum motivo aquele não era nada calmo para ninguém. Na noite passada, não tinha conseguido dormir direito esperando a ligação de Hasuike sobre o caso de sua irmã. No final, a única ligação que ganhou foi a de Nagumo Haruya, cujo ela atendeu quase no último toque após ficar muito confusa sobre o que fazer.

— Oi.— disse. — O que foi?

— Sei que você não deve estar muito feliz em falar comigo, mas se você for até a janela, estaria fazendo um grande favor a mim. — disse.

Lorelai levantou-se e olhou em volta, indo até a janela de seu quarto e olhando para baixo, não acreditando ao ver que realmente o garoto estava com um violão, microfone conectado a uma caixa de som que estava no colo de Suzuno, que tampava o rosto por estar brevemente sem vontade de estar ali.

— Então.. — ele desligou o telefone e começou a falar no microfone. — Desculpe atrapalhar você, Victor, mas…

— Puta merda, NaguLai. — pode escutar o grito do mais velho do outro quarto e Lorelai revirou os olhos, rindo brevemente.

— Eu preciso falar com a sua irmã, mas como ela não me responde por mensagem, e foi um milagre atender a minha ligação...Eu precisei fazer isso. — disse sorrindo. — Oi Sra. Salazar, tudo bem? Abaixa essa vassoura.

— MÃE! DEIXA ELE FALAR. — disse, mesmo que não quisesse muito ouvir.

— ELE VAI CANTAR! — gritou Suzuno.— Não acredito que eu concordei com isso.

Nagumo riu levemente e começou a tocar no violão, e Lorelai revirou os olhos.

— Eu fiz essa música para você para lhe entregar no aniversário, mas… Acho melhor a usar agora, não vou conseguir segurar até lá e nem sei se você estaria falando comigo.  Eu fui realmente um babaca, você sabe que às vezes eu sou impulsivo e faço merda. — disse calmamente. — Se puder escutar, ao menos, a música até o final.

Lorelai começou a escutar a melodia, então quando chegou no momento, Nagumo começou a cantar suavemente. Ela viu seu irmão abrindo a porta de seu quarto, indo para seu lado cruzando os braços.

Lá estava eu, de novo nesta noite,

Forçando risadas, falsificando sorrisos

Mesmo velho cansaço, solitário lugar

Paredes da insinceridade

Olhares tristes e vazios

Desapareceram quando eu vi seu rosto

Tudo o que eu posso dizer é que foi encantador conhecer você.

Lorelai se lembra levemente de quando conheceu Nagumo. Era seu primeiro dia na Raimon, mas para Nagumo que estuda ali desde o fundamental, era só mais um dia comum na vida dele. Lembra que ela não iria falar com ele de primeira, até o garoto cair da cadeira que estava inclinava enquanto a olhava, o que a fez cair brevemente na risada.

Desde sempre, Nagumo sempre se demonstrou um garoto adorável mesmo que fizesse algumas coisas meio idiotas por não pensar direito e ser impulsivo.

Ela olhou o irmão calmamente em seu lado, balançando a música no ritmo da música calmamente, dando um sorriso quando ele disse “Oh Lori, eu fiquei tão encantado em conhecer você também”. E então o refrão começou, e ela pode ver algumas pessoas da vizinhança olhando a cena e ficou levemente constrangida, mas não se importava.

Esta noite está brilhante, não a deixe ir

Estou perplexo, corando todo o caminho para casa

Vou ficar para sempre me perguntando se você sabia

Que eu fiquei encantado em conhecer você também

— Vou filmar sua reação. — disse Victor sorrindo pegando o telefone e começando a filmar Lorelai que ficou meio envergonhada, mas não ligou muito. Estava brevemente tremendo por causa daquele momento, lembrando de algumas coisas aos poucos.

Ela escutou seu celular tocar e pegou, vendo que era Yasmin. Olhou em volta da rodinha que se formava e viu a garota dando pulinhos ao lado de Honoka, que estavam de pijama porque as três iriam fazer uma festa daquele tema.

— EU SEI! — gritou brevemente Lorelai ao atender.

— Olha, é com você. Fique atenta a ele, mas sabe...— disse Yasmin. — Acho que ele realmente se arrepende.

— Porque? — perguntou Honoka do outro lado da linha.

— Ele estava chorando quando notou a merda que fez. — disse sorrindo. — ELe é um cara bom, mas as vezes faz coisas babacas. Não sei, é com você.

Lorelai respirou fundo e desligou a ligação, rindo do irmão simplesmente filmando aquilo tudo. Ela mordeu o lábio enquanto a música chegava em seu segundo refrão. Lorelai pegou seu casaco e vestiu, saindo correndo do quarto enquanto a música continuava a tocar.

Este sou eu rezando pra que

Essa seja apenas a primeira página

E não onde a história termina

Seu nome vai ecoar na minha mente

Até que eu te veja de novo

Estas são as palavras que eu segurei

Ao ir embora cedo demais

Eu fiquei encantado em conhecer você também

Ela parou na frente da porta da casa, olhando o garoto que sorriu enquanto cantava a mesma. A mãe a olhou e a entregou a vassoura, passando a mão em sua cabeça calmamente enquanto olhava o mesmo. Ela o olhou e foi andando até o garoto, colocando a vassoura em um canto e riu calmamente, enquanto ele tentava se focar brevemente na letra mesmo que tivesse se perdido. Assim que acabou, com a breve frase: “Lori, eu estou tão apaixonado por você”, a garota respirou fundo enquanto todos o aplaudia.

Ele a olhou.

— Eu sei que eu não irei lhe conquistar com uma música, isso não é um seriado, mas… Lorelai, você sabe, eu sou um impulsivo que acaba sendo babaca as vezes, e também sabe que eu estou tentando mudar isso.  — disse calmamente. — E eu realmente não cantei em vão, eu me apaixonei e por algum motivo você não acredita que é você a garota que eu amo. Um ano juntos, mesmo como um tipo de namorados sem esse termo e sem o compromisso também, eu tenho realmente certeza disso.

Ela olhou para baixo e o olhou novamente.

—Sobre a Fuyuka… Cara, eu não sei o que deu em minha mente, achei que se eu ficasse com ela, você poderia… Ah, eu sou idiota. — ela concordou. — Por favor, não diga que essa página é onde a história termina.

—Não diga que eu estou aqui para nada! — exclamou Suzuno irritado e Lorelai riu.

Ela o olhou e correu até ele, o abraçando calmamente e o garoto riu, a abraçando brevemente na cintura por ela ser muito alta. Lorelai o beijou no topo da cabeça.

— Eu lhe dou uma segunda chance. — disse calmamente e o garoto a olhou, pegando um banquinho que tinha trago estrategicamente e ficando na altura dela. Eles escutaram uma breve risada de todos em volta.

— E eu não irei precisar de mais nenhuma. — disse sorrindo e a beijou.

— AWWWWN! — disse as pessoas em volta.

— Ah, que merda. — disse Suzuno revirando os olhos. — Agora podemos ir para casa? Já deve ter começado Game of Thrones!

Lorelai deu um riso e olhou Suzuno.

— Pode ver lá dentro.

O albino largou a caixa de som no chão e saiu correndo para dentro da casa dos Salazar, enquanto Nagumo deu um riso e abraçou a garota.

— NAGUMO! — gritou Honoka no meio da rodinha que ia se desfazendo. — SE VOCÊ FAZER MERDA DE NOVO, EU SOCO O SEU CU!

— Calma, calma.— disse saindo de cima do banco e pegando o mesmo para se defender de Honoka.

Eles riram calmamente e a mãe pegou a vassoura, mandando todos entrarem em casa para comerem algo e assistirem Game Of Thrones, porque o albino estava em cólicas para saber o que iria acontecer naquela aclamada série. Victor olhou a cena e respirou fundo, olhando o quarto da irmã e decidiu dar uma olhada o diário aberto dela… Mas logo sua irmã o chamou para decidir o sabor da pizza, então apenas o fechou e decidiu não invadir o espaço privado da mesma.

Talvez, no futuro, ele iria querer ter invadido. Pelo o bem de Lorelai Salazar.

***

Hasuike respirou fundo e desistiu de ligar para Lorelai, passando as mãos no cabelo e vendo toda a confusão que estava tendo. No final, após quase uns ataques, Ran acabou indo ficar na casa deles por um tempo devido a notável péssima condição física do pai de cuidar da garota: Ele estava bêbado e quase batendo em sua mãe.

A garota passou a mão em sua nuca e olhou a gêmea ao seu lado.

— O que vocês fazem em casa?

— Normalmente a gente fica cada um em seu canto, mas provavelmente a gente irá arrumar um espaço… VOCÊ PODE DORMIR COMIGO!

Ran a olhou seriamente e revirou os olhos, enquanto Hasuike foi ver quem mandou mensagem.

— Sério? —  perguntou e a outra a encarou por um tempo depois da mensagem. —  O que foi?

—  Eu não ouvi o que você falou.

— Estava recebendo uma mensagem do namorado?

— Namorada. —  disse calmamente e Ran sussurrou um tanto faz. —  Digo, não é namorada, é uma garota que eu gosto.

—  Entendo.

—  Entende?

—  Não. —  disse. —  Nunca gostei de uma garota, mas eu já gostei de alguém que queria namorar, mas… Nunca rolou.

—  Quem?

Ran a olhou brevemente e ficou calada, e quando An ia comentar alguma coisa, Sakuma acabou aparecendo com dois copos de café e as entregou, mas Ran negou dizendo que não gostava de café. A outra a olhou assustada e pegou os dois copos.

— Eu amo café.

— Eu sou sua irmã gêmea, não você. — disse e Sakuma fez um “Ouch”. — Além disso, eu gosto de chá.

— Eca.— falou e riu. — Além de café e chá, o que será que temos em comum?

— Eu gosto de pintos e você não? —perguntou e Hasuike se engasgou, caindo na risada e concordando. — E eu não sou virgem.

— Como você sabe que eu sou virgem?

— Você olhou para a mensagem da garota lá como uma virgem puritana. — disse e Sakuma riu.

— Lorelai? — perguntou e a garota concordou. — Lorelai é uma garota fofa, Hasuike gosta dela desde o primeiro ano. Você vai a que escola, aliás?

Ran sorriu.

— Meu pai parou de me mandar para a escola desde o final do primeiro ano, que eu repeti por não ter ido a recuperação pois ele me trancou em casa. —disse sorrindo e eles fizeram uma cara espantada. — Eu queria ter continuado, mas…

— Estudava aonde?

— Alien Gakuen.

— Ah, sério? Temos um amigo de lá! Midorikawa Ryuuji. Ele entrou no meio do ano letivo na Raimon.

— Ah, conheço. — disse Ran.— Ele parou de falar comigo quando eu mais precisava, que lindo.

— Porque?

— Fogo no cu. Acreditou mais em uma garota chamada Haruna, de qualquer forma.

— E porque você precisava dele?

Ela a olhou e passou a mão no cabelo, logo vendo uma garota chegando rapidamente até a mesma. Era Claudine, e ela estava exausta, mas tinha vindo correndo quando Hasuike mandou a mensagem de que estava na polícia com a irmã gêmea.

— Claudine, o que está fazendo aqui?

Claudine sorriu a mesma.

— Vim ver sua irmã gêmea e ajudar com as coisas na casa. De qualquer forma, estava por aqui e moramos quase uma do lado da outra. — ela disse sorrindo.

Assim que ela viu Ran, arregalou os olhos.

— Você… Coelha? — perguntou Ran e a morena concordou.—Mundo pequeno, não?

— Você conhecia a Ran? — perguntou An. — E você a Claudine?

— Não exatamente. — disse Ran. — Nos encontramos em um pediatra.

Claudine arregalou os olhos e Ran notou, vendo o rosto de Hasuike confuso e depois olhando a barriga da garota e a garota, dando um grito no meio do local junto a Sakuma e a mesma fez sinal para eles calarem a boca. Ran fez bico.

— O que você estava fazendo no pediatra? — perguntou a An. — Você tem um filho?

—Ramona estava grávida. — disse. — Só acompanhei.

— Entendo. —disse. — E Claudine…Então os boatos eram verdadeiros?

Ela respirou fundo e sentou-se para os explicar tudo, enquanto Ran apenas levantou dizendo que ia pegar água enquanto eles escutavam toda a história. Respirou fundo, foi até o bebedouro e pegou um copo de plástico, enchendo de água. Assim que se virou, viu sua mãe — Ou deveria chamar de Sra. Sakuma? — sorrindo andando até a mesma.

— Oi. — disse secamente, passando reto.

— Por favor. —disse. — Desculpa por tudo.

Ran respirou fundo e bebeu água, pensando em Ramona e suas palavras, então resolveu não ser grossa naquele momento e aproveitar o momento. Queria realmente uma mãe, então correu até a mesma e a abraçou, fechando os olhos para as lágrimas não saírem.

Sakuma olhou aquilo de relance do fundo do local e sorriu abertamente, logo voltando e sentando-se ao lado de Hasuike e Claudine.

— Nós iremos a ajudar em que você precisar. — disse sorrindo.

— Obrigada. Eu pensei um pouco sobre abortar após o que a sua irmã me disse, mas acho que irei doar a criança.

—Para quem?

Claudine mordeu os lábios e passou as mãos no cabelo, os prendendo em um rabo de cavalo.

— Kira e Shiryuu. Eles ainda não deram a resposta, querem um tempo para pensar.— disse e Hasuike fez um “Wow” com a boca.

— Quem mais sabe disso?

— Estou esperando o momento certo para falar com todos, no entanto além de vocês, meu irmão, Mayumi e os professores. — disse. — E o resto da escola, digamos assim.

— Você sabe que eu não sou realmente de fofoca, então só soube dessa e nem quis saber se era verdade porque… Eu estava com um problema um tanto maior que saber de fofoca que eu achava que era mentira, mas não é.

Claudine riu e concordou, então Hasuike beijou o topo da cabeça dela para desejar boa sorte assim como fazia com Lorelai. Por isso, a morena olhou a ruiva e sorriu de ponta a ponta.

— Você soube que o Nagumo fez serenata para a Lorelai hoje?

— O QUE? — gritou Hasuike.

— Eles voltaram.

A ruiva fez um “ah” enquanto a garota contava a novidade que bom, nota-se que não era grande novidade para An, mas ela entendia Claudine. Não eram todos que sabiam que ela gostava de Lorelai, e nem queria, pois isso poderia afetar a amizade que Lorelai tinha com ela.

Respirou fundo e disse que ia atrás de Ran, indo ao banheiro rapidamente e começou a lavar o rosto e segurar o choro. De novo, ela gosta do Nagumo Haruya, e nem a culpa porque realmente o menino é adorável e muito legal, mesmo que às vezes comete uns erros gritantes como aquele assunto da Fuyuka.

Uma garota saiu do banheiro e a olhou, arqueando a sobrancelha e ajeitando os cabelos. Brevemente ela lembrava Hasuike em seu estilo, com maquiagem pesada, cabelos curtos e negros, várias tatuagens, além da roupa escura. No entanto, ela era extremamente alta e ficava cada vez mais com as suas botas de couro de salto fino. A ruiva parou de olhar a de cabelos negros e a mesma a entregou um lenço, piscando e saindo andando sem dizer mais nada.

Ela usou o lenço para secar o rosto e foi andando atrás da garota, mas não a encontrou mais. Sussurrou que aquilo era muito clichê e colocou o lenço em seu bolso, vendo Ran andando ao lado de sua mãe conversando enquanto bebiam um copo de café. Sorriu.

— Oi! — disse alegre indo até elas. — Então, que tal colocarmos o papo em dia fazendo brigadeiro, unhas e festa de pijama?

— Nem fudendo. — disse a gêmea, dando um breve riso em seu rosto meio inchado de choro. — Não devemos fazer festa, não sabemos se irão ganhar a minha guarda.

— Óbvio que vamos! Seja positiva. — disse a mãe. — Aliás, o que pode dar errado?

***

— Tudo. — disse Yuri.

Irene olhou Pavel com Tsurugi e concordou, cruzando os braços.

— Está tudo errado. — sussurrou vendo os dois saindo da casa. — Puta merda, Jake White.

— Jake White é o novo Valdir.— disse Ivan comendo pipoca. —Vocês falam tanto “Puta Merda, Jake White” que o “Puta Merda, Valdir” fica com inveja.

— Jake fez cagada, Valdir é a cagada.— disse Irene. —Nem precisa ter inveja.

Yuri revirou os olhos e acabou por concordar, enquanto conversava com o namorado por privado. No entanto, logo recebeu uma foto de Allen e fez cara de sem saco, porque odiava fotos ocupando seu espaço do celular — principalmente quando eram coisas que provavelmente ele não queria receber.

Pegou a garrafa com suco de laranja e clicou da mensagem, arregalando os olhos e cuspindo-o em seguida, engasgando-se ao ver aquilo ali, exposto. Não que ele nunca tivesse visto um, mas assim… Não é porque ele gosta, que ele quer ver o de todos.

Sim, Allen tinha acabado de mandar um NUDE para ele.

— ALLEN! — gritou entregando o suco para a Irene e saiu correndo para o quarto para falar com o mesmo sem os irmãos se meterem, passando por Dimitri que estava com outro balde de pipoca.

Entrou no quarto, assim caiu na risada e mandou uma mensagem após o ver pedindo mil desculpas e mandando o mesmo a deletar. Ele riu e o fez com calma, logo voltando no chat e o mandando a seguinte mensagem:

Bela bunda.

Claro, Allen não o respondeu além do emoji do dedo do meio, e o garoto voltou a descer para a sala, vendo Irene levantando e indo em direção a porta da casa, ajeitando o cabelo. Todo o ser de Irene mudava quando ela ajeitava seu cabelo, ela parecia uma rainha e todos abriam o caminho para ela.

Bom, não era atoa que mesmo que as heroínas fossem bonitas, as supostas vilãs fossem um pouco mais atraentes com sua atitude.

Abriu a porta sem retirar a corrente da tranca.

— Boa noite. — disse e olhou as duas pessoas que estavam ali. — ...Que merda é essa?

Os três mais velhos pararam de fazer o que estavam sempre fazendo e foram até ela.

— OI IRENEEEEE! — gritou uma vez que eles arregalaram os olhos, e Irene fechou a porta com uma violência questionável.

— O que essa vadia esta fazendo aqui?! — exclamou extremamente irritada.

— Ih, ela está aí? — perguntou Dimitri abrindo a porta e Irene revirou os olhos. — Ah, e o cachorro do Pavel também.

— MEU NOME É VALDIR!

— Foda-se. — disse Dimitri calmamente.

— Nossa, a gente está entrando na Câmara Secreta? — perguntou entrando na casa e Valdir a olhou confuso.— O basilisco ali.

Irene riu de desgosto e a olhou.

— É péssimo ver você também, Sasha.

***

O fim de semana foi complicado, principalmente naquele domingo mesmo que para Nikolai foi tudo muito calmo. Até assustava.

Ele retirou os sapatos e os trocou para o que era obrigatório usar no colégio, respirando fundo e entrando no mesmo cumprimentando alguns conhecidos. No entanto, viu Katherine vindo em sua direção e acenou, mas ela logo saiu correndo para o lado ao contrário. Arqueou a sobrancelha, confuso, mas não tentou entender e entrou na sala e sentou-se no lugar de sempre, bocejando e abaixando a cabeça por apenas dois segundos apenas para descansar um pouco. Se alguém o  chamasse, iria ver Jesus mais cedo.

— Niko. — disse uma voz masculina que o fez levantar a cabeça meio sem vontade de viver. Pelo menos não era o Jake, e sim Midorikawa. — Você fez o dever de geografia?

— Sim.

— Pode me emprestar?

— Não. Faça você o seu. —disse meio sem vontade voltando a abaixar a cabeça.

— Educado.

— Meu avô paga o colégio para eu estudar, e não para não fazer dever de casa de uma matéria que eu tenho implicância.

— Nossa, quer realmente discutir?

Ele levantou a cabeça.

— Não, falar com você me estressa. Por isso… — ele abaixou a cabeça e voltou a dormir.

Midorikawa riu e foi andando para o outro canto da sala. Logo ele escutou uma gritaria e levantou a cabeça, estressado, e saiu correndo até a muvuca para mandar parar de briga por aqui.

Jake estava brigando com Fudou, de xingar e quase deixar um sangrando no olho. O que diabos estava acontecendo ali?

Nikolai ia ficar parado, mas assim que Dimitri o olhou, o mesmo mandou segurar Jake e o moreno, sem muita vontade, pegou Jake por uma chave de braço e o prensou contra a parede para não soltar-se.

— Pavel deveria olhar mais de perto. Você tem poros horríveis.

Eles escutaram um grito pedindo passagem no meio da multidão e Jake o olhou com uma cara de morte e logo viram Kira chegando com o professor de Física, que apenas fez o sinal de “sala dos professores”. Nikolai soltou Jake, que se controlou um pouco, e então o mesmo disse as seguintes palavras para todos:

— Vocês agora, na sala dos professores. Vão ganhar detenção.

Nikolai arqueou a sobrancelha.

— Mas eu nem sabia porque eles estavam… — Nikolai e Dimitri começaram.

— O que eu disse, Sr. Romanov? Detenção. 

Nikolai olhou Dimitri, que retribuiu o olhar de ódio e respiraram fundo, sussurrando baixinho a seguinte frase: “A vida é uma calcinha atolada no cu.”.


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Notas finais do capítulo

http://weare-just-humans.tumblr.com/ - Tumblr
Desculpa, mas preciso postar rapido. Eu preciso dormir hehe
Banoite ~~
XOXO



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