Prove escrita por suibichen


Capítulo 1
Capítulo Único




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Hinata já estava entediado de ficar por tantas horas seguidas grudado naquela montanha de livros e cadernos. Preenchidos por cálculos que não entravam em sua cabeça, que pensava a todo tempo sobre voleibol. Kageyama não se encontrava diferente. Se esses dois tinham algo em comum, com certeza, é a obsessão por tal esporte. 

Kageyama e Hinata se encontravam na casa do moreno, pois foi feito um grupo de estudos com membros do time de vôlei da Karasuno, para ajudar nas notas escolares dos estudantes do primeiro ano da equipe. Afinal, não poderiam permanecer no time se notas baixas fossem frequentes. Mas todos já haviam ido embora, por terem compromissos, mas insistiram que Hinata deveria ficar e estudar mais com Kageyama, pois ambos estavam com notas terrivelmente baixas em matemática. Contudo, não durou muito tempo de estudo em dupla e os dois já estavam largado de qualquer jeito no quarto.

— Pra que tantos números misturado com letras? — Resmungou Hinata apoiado na mesa.

— Não me pergunte. — Respondeu Kageyama deitado de forma relaxada na chão.

— Acho que já posso ir embora — Disse Hinata prestes a se levantar.

— Calma, a gente ainda nem comeu nada — Kageyama disse se levantando.

— Hã? Você vai fazer algo para a gente comer? — Perguntou com um sorriso e olhos brilhando de expectativa.

— Claro que vou, idiota. Sua barriga está roncando há um tempo já. Espere aqui, já volto — Disse e saiu do quarto indo em direção da cozinha.

— Certo! — Hinata deixou-se cair no chão deitado em um travesseiro ao lado da cama — Tédio... — Resmungou. Viu algumas HQ's do Kageyama e subitamente se lembrou da revista que Yachi havia lhe emprestado; uma revista sobre Horóscopo. Tratou de pegar a mesma em sua mochila e logo abriu onde dizia curiosidades sobre seu signo, começou a ler as páginas sobre.

Poucos minutos depois Kageyama apareceu na porta com o lanche.

— Hinata? — Mas Hinata estava tão concentrado lendo uma revista em suas mãos que não parece ter ouvido a pergunta do moreno. - Ei, idiota! - Disse com um aumento do tom de voz. O que despertou a atenção de Hinata, que olhou na direção do Kageyama.

— Comida! — Disse entusiasmado, sentando-se na mesa, mas não largando a revista. Kageyama também se sentou.

— O que é essa revista? Ver você concentrado com algo que envolve leitura é estranho.

— É uma revista sobre os signos do Zodíaco - Respondeu.

— Por que está lendo uma revista sobre signos? E onde conseguiu uma? - O moreno perguntou estranhando o fato, afinal, as únicas vezes que viu o ruivo lendo revista eram ou sobre voleibol ou alguma HQ.

— Eu fiquei curioso depois de ouvir uma conversa de umas meninas na sala. Comentei sobre com a Yachi, ela tinha essa revista e me emprestou. Tem algumas coisas que são muito eu, mas outras não. — O ruivo respondeu enquanto ainda dava umas olhadas nas informações contidas nas páginas.

— É perda de tempo. Isso é tudo mentira.

— Como pode saber? Parecem verdade, leia aqui sobre seu signo — Estendeu a revista para Kageyama, mas o moreno negou.

— Não quero. Eu já disse, é perda de tempo. Hinata bufou e continuou a ler.

Kageyama achava incrível o fato do ruivo acreditar naquilo. Não era óbvio que essas coisas são enganosas?

— Oh, aqui no final tem umas curiosidades sobre a vida familiar, social, sobre o...beijo de cada signo. - O ruivo corou, entretanto continuou a ler sobre — Cancerianos tem um beijo carinhoso e suave.

"Carinhoso e suave" Pensou Kageyama. "Ele parece mesmo ter esse tipo de bei..." Espantou-se ao perceber em que pensava, ignorou seu embaraçamento olhando para outro lado.

— Que diferença faz saber sobre o beijo se você nunca beijou.

— Como pode saber? E-eu já beijei sim...— Defendeu-se o ruivo, mentindo. 

— Mentiroso.

— E você? Certeza que também nunca beijou - Acusou o moreno.

— É claro que já b-beijei. Quem nessa idade nunca beijou? Ah...você! - Kageyama zombava do ruivo, mas ele estava na mesma situação. Nunca antes experimentou a sensação de beijar alguém.

— Para de zombar de mim. Deve estar com inveja porque meus beijos são carinhosos. Garotas gostam disso. — Disse todo orgulhoso.

— Pare de ser idiota, idiota! A revista mente.

— Vou provar que você está com inveja. Você nasceu em 22 de dezembro...Ah, Capricórnio - Disse ao chegar nas páginas do signo, começou a procurar o tópico que queria - O beijo do Capricorniano é profundo e...quente - O ruivo ficou envergonhado. Não sabendo ao certo por achar que teria uma resposta negativa sobre o beijo de um Capricorniano, ou pela informação em si do beijo.

"Profundo e quente...isso soa tão...Kageyama..." Pensava o ruivo, surpreendendo-se consigo mesmo.

— O que você dizia mesmo sobre eu ter inveja, Hinata? - Perguntou maroto ao ruivo envergonhado. Mas Kageyama também estava um pouco corado pela informação. Mas tal lhe agradou — Algo mais?

— Idiota, agora tem interesse? Essa revista realmente é mentira. — Disse jogando a mesma ao lado da mesa.

— Você está com inveja porque meu beijo é profundo e quente. Garotas gostam disso - Respondeu citando a frase do outro.

— Essa revista não é confiável. Você beija mal. — Disse o ruivo proferindo qualquer insulto que veio em mente.

— De onde tirou essa conclusão? Você que deve beijar mal — Kageyama já estava estressado com o menor, seu tom de voz aumentara.

— Não, você. Você que beija mal - Bufou - Profundo e quente, duvido. — Respondeu Hinata, ambos começando uma discussão um tanto infantil.

— Se você insiste tanto que beijo mal, por que não prova? — Perguntou Kageyama. Sua linha de pensamento dizia que se ele tem tanta certeza que seu beijo não é bom, ele deve ter prova de tal conclusão. Mas ao olhar para o menor, e ver a expressão envergonhada e surpresa, percebeu o duplo sentido da frase inconscientemente proferida.

"Se você insiste tanto que beijo mal, por que não experimenta?"

— Quer dizer.... — Tentou se corrigir, mas tropeçou nas palavras e foi interrompido pelo menor.

— Certo —O ruivo disse baixinho.

— O quê?

— Eu vou provar se você beija mal. Esteja preparado para perder — Hinata desafiou o maior, apontando para ele. Mas era difícil levar esse desafio a sério quando o menor estava tão corado de embaraçamento.

Mas o que surpreendeu a ambos, foi a repentina atitude por parte moreno. Ao ouvir Hinata o desafiando de provar de seu "mal beijo", ele aproximou-se do ruivo e segurou o pulso apontando para si e puxou Hinata para de encontro com seu peito, encostando seus corpos.

Afinal, Kageyama é competitivo e não aceita uma fácil derrota em um desafio.

Hinata não sabia o que fazer ao certo. Ele desafiou, mas não esperava algo assim.

— Eu não vou perder. E vamos ver se é realmente eu que beijo mal ou você. — Provocou ao menor.

— É c-claro que é você. — Respondeu a provocação, sorrindo maroto.

— Hm... —Aproximou seu rosto do ruivo, as bocas quase encostando — Veremos! — E então preencheu o espaço entre eles, seus lábios finalmente tocando o do menor. Nunca beijou antes, então Kageyama só seguiu um próprio ritmo. Não esperou muito e pediu passagem com a língua para um beijo francês.

Profundo

Hinata não sabia ao certo o que fazer, então se deixou ser guiado por Kageyama. O beijo seguia um ritmo atrapalhado, ambos sendo novos em meio a essas sensações, mas quem o ruivo queria enganar? A droga da revista estava certa.

Hesitante de começo, Kageyama colocou uma mão na cintura do menor e a outra ao lado do rosto. Aproximando mais os corpos. As suas línguas se tocavam e o beijo se tornava mais intenso.

E quente.

Os rostos de ambos estavam vermelhos. A temperatura do quarto parecia ter aumentado — ou eram seus corpos que pareciam terem esquentados? — Os corações de ambos palpitavam fortemente em seus respectivos peitos. E eles não queriam ter que parar aquele beijo. Aquele contanto dos seus lábios, as línguas agradavam a ambos. Não conseguiam nem pensar em como uma tarde de estudo pode ter chego a um beijo daquele, perdidos e envolvidos no ato.

Separaram-se para regular a respiração. Estavam ofegantes e as mãos de Kageyama permaneciam onde estavam. Enquanto as de Hinata seguravam a camiseta do maior.

Encararam um ao outro e desviaram os olhares, sentiam-se bem mas confusos. Porém permaneciam naquela posição. Um silêncio impregnando o cômodo por alguns segundos.

— E então? — Perguntou um Kageyama envergonhado e ansioso. Retirou a mão do rosto do ruivo. Mas não a da cintura.

— Merda, Kageyama...— Respondeu se dando por vencido — Você ganhou.

— Então não beijo mal?

Hinata resmungou alguma coisa inaudível.

— Que? Fala alto.

— Não, você beija bem — Aumentou um pouco seu tom de voz e se arrependeu logo depois.

Hinata ia se afastar mas Kageyama o puxou novamente e sussurrou próximo ao ouvido do menor:

— Você também — E então se afastou.

Hinata estava muito vermelho e com o coração a acelerar em seu peito. Juntos seguiram a mesa, mas a fome já não ganhava espaço em seus estômagos no qual borboletas pareciam tomar posse de suas sensações.

Kageyama poderia estar confiante por fora, mas por dentro estava um turbilhão de emoções, exatamente como o ruivo.

— Você já deve ter mesmo beijado muitas vezes... — Disse Hinata, repentinamente.

 — Na verdade...eu nunca beijei antes — Respondeu Kageyama, abaixando a cabeça.

  Hinata se surpreendeu com a revelação. Ele beija tão bem, mas nunca beijou antes? Ficou envergonhado mas sentiu uma satisfação ao saber disso, saber que o primeiro beijo de ambos foram compartilhados.

Ambos terminaram de lanchar depois de um tempo. Trocando olhares, mas sempre desviando quando esses se encontravam. 

♋    ♑ 

— Então...até! — Despediu-se o mais alto.

— É...tchau! — Respondeu o ruivo virando em direção a saída, mas antes de pisar fora da casa, parou e voltou-se para o moreno.

— O que fo...? — Antes que pudesse completar, foi interrompido por lábios sobre os seus. Permitiram aprofundar o beijo, de forma terna.

— Nos vemos. Tchau! — Hinata disse envergonhado mas parecia entusiasmado. Pegou sua bicicleta e rumou pra rua, em direção a sua casa. Com um leve sorriso no rosto.

Na casa que o ruivo deixou, Kageyama seguia o caminho do ruivo com o olhar. Levou seus dedos à boca, ainda com a sensação do toque dos lábios do menor nos seus. E não resistiu a um sorriso.

A maldita revista estava certa.

Hinata tinha mesmo um beijo suave e carinhoso.


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