Indefinível escrita por MaluPierce


Capítulo 2
Capítulo 2 — Fala sério


Notas iniciais do capítulo

Comentem!! Plss ♥



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You see these shackles? Baby I'm your slave

I'll let you whip me if I misbehave!

It's just that no one makes me feel this way

(Take em' to the chorus

 

Justin Timberlake - Sexy Back

Após sair da academia e ir para casa, tomei um banho e esperava Caroline me servir do macarrão que ela mesma fez. Peguei o garfo e brinquei com um macarrão enquanto meu pensamento estava em outro lugar. E a loira percebeu isso.

“Você nem está comendo, o que foi?” Ela sentou-se do meu lado e começou a comer o macarrão.

“Acho que conheci o homem mais lindo que já vi.” Lembrei-me dele imediatamente.

“Como ele é? Alto, magro, loiro, moreno, olhos azuis...” Eu sorri com a curiosidade da loira. Larguei o garfo e apoiei o cotovelo direito na mesa e apoiei meu rosto na mão.

“Alto. Magro. Moreno. Olhos azuis...” Ah, que olhos...

“E rolou uma paquera?” Ela perguntou enquanto comia o macarrão.

“Ele não é homem de paquerar.”

“Todos são e todos gostam de uma paquera inofensiva de vez em quando.”

“De inofensivo ele não tem nada, Carol.”

Ela sorriu de canto e deu mais uma garfada antes de dizer:

“Ah, sei. Esses caras são divertidos, mas é melhor não se mexer com eles.”

Carol obviamente sabia do que estava falando. Homens e mulheres caiam aos seus pés toda hora. Ainda assim, de alguma forma, ela conseguia fazer a escolha errada. Já tinha saído traída, perseguida...

“Não vejo como poderia conseguir algo com ele. Ele era intenso demais, mesmo assim deve ser incrível na cama com toda aquela intensidade, nossa.”

Ela riu e preferimos trocar de assunto.

*

Vinte andares acima e cheguei no hall de Originals & Mikaelson. Já na entrada, havia um vidro à prova de balas e podia-se ver a recepcionista.

“Olá, Bonnie.” Cumprimentei a morena que aparentava ser baixa. Ela sorriu e liberou a entrada.

“Klaus ainda não chegou. Mas sabe onde ir, certo?” Concordei com a cabeça e fui para meu cubículo bem aconchegante. Sentei na cadeira e mexi no computador para me acostumar à ele.

“Bom dia, Elena.” O sotaque britânico invadiu o silêncio que havia se estabelecido. Sorri e levantei, me estendendo minha mão à ele. Ele é loiro, encantador, mas não mais que o moreno que havia conhecido no dia anterior. A manhã e a tarde passaram-se depressa. Klaus era atencioso e amigável, sinto que ele sentiu o mesmo.

Meu telefone tocou enquanto eu estava o elevador e notei uma mensagem de Caroline dizendo que ia me esperar no bar, já que no dia anterior eu havia fugido. Sorri e respondi. O elevador tocou seu alarme de que já estaria no meu andar e enquanto mexia no celular dei um passo à frente. Senti um arrepio na nuca e levantei meu olhar do celular e encarei um belo par de olhos azuis me encarando. Ele era a única pessoa do elevador. Prendi a respiração. Ele aparentava estar calmo, deu uma encarada na minha roupa e em mim - que estavam bem diferentes do dia anterior. Havia optado por uma camisa social branca e uma saia preta alta com um sapato preto e branco. E também, uma gravata preta. E os cabelos soltos.

Observei-o novamente. Seu terno cinza, e a gravata cinza também. Seus cabelos sedosos, me segurei para não levar minha mão até eles para ver se eram realmente sedosos. A porta começou a se fechar. Ele pôs a mão na porta e a segurou, me olhando.

“Tem espaço suficiente para nós dois, Elena.”

Aquela voz me tirou de transe e sorri meio atrapalhada.

“Obrigada.” Dei um passo à frente e entrei no elevador, fiquei ao seu lado.

Ah, que ótimo. Ele trabalha no mesmo prédio que eu e eu teria que vê-lo todos os dias praticamente. Admirar sua beleza e me perder nele toda vez. O silêncio havia pairado sobre o elevador quando ele perguntou:

“Gostou do seu primeiro dia?”

Como ele sabia que era meu primeiro dia?

“Tranquilo. E o seu?” respondi tranquilamente.

“Não foi meu primeiro dia, mas foi tranquilo também.” Ele sorriu, o que me fez morder os lábios. “Mas tudo tende a melhorar a cada dia.”

Dei um sorriso discreto, não sabendo o significado do que havia dito.

O elevador parou no décimo terceiro andar e entraram três pessoas. Me isolei no canto oposto do moreno e ele percebeu isso, veio até meu lado e deixou outra pessoa ocupar seu antigo lugar. Respirei fundo e inebriei seu cheiro. Loção corporal, perfume... Shampoo, talvez?

Ele ajustava o nó da gravata enquanto roçava o braço no meu. Tentei ignorar o efeito que sua presença exercia sobre mim, procurando me concentrar em outra coisa. Impossível. Ele estava ali, bem ali. Perfeito e maravilhoso. Meus pensamentos se perderam, fantasiando sobre como seria seu corpo firme debaixo daquele terno, sobre como seria apertá-lo contra mim...

E então, o elevador chegou a térreo. Soltei um gemido de alívio. Dei um passo à frente. Senti um toque de mãos na minha coluna e ele me guiou até a saída do prédio Salv. Olhei para ele e estava me olhando. Quando ele tirou a mão em senti com uma sensação de abandono.

“Até mais, Elena.”

Aquilo era injusto, ele sabia meu nome e eu não sabia o seu. E ele saiu em direção ao Bentley preto. Me olhou rapidamente e deu seu sorriso de canto encantador e sedutor. Coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha e fui até a calçada pedir um táxi.

*

Cheguei no bar e olhei ao redor a procura de Caroline, a encontrei numa mesa sozinha enquanto bebia um copo de vinho. Ela me viu e sorriu, me chamando com um aceno de mão. Suspirei e caminhei até lá.

“O que foi?” Franzi o cenho não entendendo sua pergunta.

“Está toda bamba, cabelo desarrumado, vermelho. Viu o moreno de novo?” Ela perguntou e riu em seguida. Mostrei a língua para ela.

“Cala boca. Preciso beber.” Chamei o garçom e ele me atendeu.

Acordei na manhã seguinte com um dor atrás da nuca, consequente da quantidade de vinho que havia bebido na noite passada. Não me arrependo. Precisava beber para ver se tirava o moreno da minha cabeça. Quando cheguei ao meu andar pelo elevador, fui em direção ao meu cubículo e joguei as coisas na gaveta. Sentei-me atrás da tela do computador e comecei a digitar algumas coisas. Vendo meu blog favorito de publicidade. Eu poderia criar um e conseguir várias visualizações com o dinheiro que o quarto marido da minha mãe dava, mas gosto de começar as coisas debaixo sem depender de ninguém pra isso.

Claro que Isobel insistira bastante para que deixasse John pagar tudo - meu padrasto. Mas eu não aceitaria, já havia deixado que pagasse o aluguel do meu atual apartamento. Isso já era demais.

Mystic Falls era uma cidade pequena demais para conseguir algo no ramo que eu amo, que é a publicidade. Quando recebi uma proposta de emprego em Nova York, não pensei duas vezes. Já que minha mãe morava aqui na época.

Mas deixando Mystic Falls, deixei meu pai lá, Grayson. Sentia falta dele, mas precisava ser uma mulher adulta e encarar o meu futuro de braços abertos. Como eu não vivia sem Caroline - minha melhor amiga há cinco anos, desde... Enfim -, convidei ela para vir morar comigo. Ela aceitou, já que Isobel e John a consideravam como uma filha também. Ela se daria bem no seu emprego de modelo, com certeza. Fui despertada de meus desvaneios com Klaus à minha frente, bem contente pelo jeito.

“Então,” Klaus começou “recebemos uma proposta da vodca Ridal. Temos uma reunião no final do dia de amanhã.”

“Uau. Essas coisas acontecem rápido assim?”

“Normalmente não,” ele deu um gole do copo de café “mas mencionaram o meu e eles realmente gostaram. Podemos comemorar quando conseguirmos algo.”

“A reunião normalmente seria com um grupo de pessoas, não?”

“Sim. Mas eles sabem como funcionava por aqui. Apenas o executor sênior. E você também irá. Para fazer anotações e me ajudará hoje, claro.” Ele sorriu.

“Claro.” Peguei meu bloco de anotações e o segui até sua sala. Fizemos anotações de propostas até umas sete horas da noite quando seu celular tocou e ele atendeu, colocando no viva-voz.

“Elijah. O que há?”

“Jantar em família. Hoje às oito. Cadê você?”

Klaus suspirou e tirou seus olhos do papel e recostou-se na cadeira. “No trabalho.” O seu tom alegre e divertido desapareceu.

“Às oito, Niklaus.” E a chamada foi encerrada. Ele bufou e se levantou, olhou seu relógio e olhou para mim.

“Amanhã de manhã continuamos e vamos para a reunião.” Confirmei com a cabeça e me despedi dele. Fui para casa e pesquisei sobre marcas de vodcas e suas publicidades.

Caroline entrou em casa após meia de eu ter tomado banho e ter colocado uma calça moletom e uma camiseta branca básica com os cabelos molhados. Ela veio toda sorridente sentar do meu lado.

“Consegui um emprego!”

Coloquei o meu notebook de lado e a abracei.

“Parabéns, Carol!”

“Estou muito contente, sério. Vou ser modelo de roupa, vou aparecer em cartazes!” Ela disse toda animada e eu fiquei feliz por ela. Carol merecia algo de bom em sua vida depois de tudo. Ela tinha sido abandonada por seus pais ao quatro anos de idade e adotada ao seus seis pela Xerife da cidade. A mãe ele dava muito amor, mas Carol sempre fora muito carente.

Quando teve seu primeiro namoro, ela aceitou de tudo. Tudo mesmo. Principalmente masoquismo que quase a levou a morte; que levou-a ao coma por seis meses. Depois disso, nos conhecemos na terapeuta da cidade, Jenna. Que foi um amor para nós, como uma segunda mãe, que fez superar nossos traumas.

A manhã seguinte passou rápido, nem havia notado que faltava vinte minutos para a tal reunião com os donos da vodca Ridal.

“Está pronta?” Niklaus perguntou enquanto a secretária do tal dono da vodca segurava a maçaneta da porta nós entrar - tal que, não parava de secar Klaus.

“Estou.” Sorri, meio nervosa. Já que seria minha primeira reunião. A porta se abriu, e eu fui a primeira a ser conduzida para dentro.

Abri um sorriso enorme ao entrar... Um sorriso que congelou no meu rosto ao ver o homem que estava diante de mim logo na entrada da sala. Minha parada repentina bloqueou a passagem, e Klaus acabou trombando nas minhas costas arremessando-me para frente. O moreno me apanhou pela cintura, tirando meus pés do chão e me obrigando a me amparar em seu peito. O ar foi arrancado de dentro de mim com o impacto. Senti seus bíceps endurecerem como pedra sob o contato das minhas mãos - o que me fez ficar vermelha.

Quando ele respirou perto de mim, eu endureci. Ah não, só poderia estar sob uma maldição.

“Olá de novo.” Ele deu seu sorriso que me fez perder o ar. “Sempre um prazer topar com você, Elena.


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