Young and Beautiful escrita por Sáskya


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Estou muito animada com essa one-shot! Eu realmente estava querendo escrever sobre outro casal da saga que não fosse Bella e Edward, então essa música veio e com ela a ideia.
Eu espero que gostem dela como eu gostei e que expressem isso nos comentários.
Boa Leitura!
p.s: a letra da música não está na ordem.



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|Rosalie|

Eu vi o mundo, fiz de tudo

Tive meu pedaço do bolo agora

Diamantes, brilhantes

E Bel-Air agora

A brisa fria da noite tocou o meu corpo desnudo, e eu sorri com a sensação. Tinha acabado de ter uma noite quente com o meu marido em uma pré-festa de aniversário. Daqui a exatamente quinze minutos eu estava completando trinta e dois anos. Um frio na barriga fez-me estremecer.

Emmett apertou-me mais contra si, e eu sorri com o ato. Estava confortavelmente deitada em seu peito, desenhando coisas desconexas sobre ele. Adora quando ficávamos apenas assim, curtindo um ao outro.

— Será que Alice fará algo muito grandioso? – seu tom de voz melódico e brincalhão fez-me rir.

— Provavelmente. Sua irmã tem tendência para coisas exageradas. – dei de ombros, não me importando muito para isso.

Alice Cullen-Whitlock era uma força da natureza. Amante da moda, alegre, perfeccionista, assustadora, amiga e a melhor cunhada que alguém poderia ter. Nós nos conhecemos desde a época do high school. Ela era minha cúpida particular, sempre em prol de juntar Emmett e eu.  Minha cunhada teve uma parcela de ajuda significativa para a nossa união.

— Espero que Brandon e Stacy não façam muita bagunça com a babá provisória, já que Jane entrou de férias. – comentou Emmett. Sorri, lembrando-me dos nossos filhos.

Sim. Tínhamos duas crianças. Brandon tinha quatro anos e era o nosso filho mais velho, ou a cópia do Emmett, se preferir. O garoto tinha os mesmos cabelos pretos e olhos azuis do pai. Sem falar no fofo sorriso de covinhas, o que faz do meu filho uma miniatura irresistível. Meu marido vive se gabando do filho que tem.

Já Stacy era nossa caçula, de apenas dois anos. Ela também era uma cópia do pai, a única coisas que veio de mim foram os cabelos loiros e os olhos cor de mel. As feições do rosto lembravam muito as do pai, e às vezes eu me questionava se eu não tive beleza suficiente para dá aos meus filhos. Eu fui uma modelo de muito sucesso, e ainda faço alguns trabalhos nos dias de hoje – apesar de cuidar mais da minha agência de modelos. Isso tem que contar para alguma coisa, hm? Mas, contudo, não posso reclamar de nada. Meu marido era lindo e os meus filhos perfeitos.

— 00h! – exclamou Emmett, saltando da cama.

Ele correu nu pelo quarto e eu sentei-me no colchão, fitando o meu marido um pouco assustada. Ele entrou no closet e saiu dois segundos depois, ainda sem roupas, usando um chapéu de aniversário e uma língua de sogra. Carregava um pacotinho consigo e antes que eu pudesse perguntar o que isso, um dos conteúdos foi jogado em cima de mim.

Confetes.

— FELIZ ANIVERSÁRIO, AMOR! – desejou, jogando mais confetes em mim e assoprando a cornetinha maldita.

Eu acabei por rir.

— Você sempre tem que fazer alguma palhaçada? – indaguei, tentando parecer brava e falhando miseravelmente.

Meu marido mostrou seu típico sorriso de covinhas. O meu favorito.

— Este é o meu melhor charme, baby. A gente não se desfaz das coisas boas. – beijou o meu rosto e colocou um chapéu igual ao seu em minha cabeça. Ele estava escondido no saco.

— Você é um idiota.

— E você me ama. – sorriu de lado.

Eu balancei a cabeça, sorrindo. Eu o amava. Fodidamente amava.

Toda aquela graça, todo aquele corpo

Todo aquele rosto me faz querer festejar

Ele é meu sol, ele me faz brilhar

Como diamantes

Emmett sentou-se a minha frente, pegando em minhas mãos e olhando em meus olhos.

— Agora falando sério... Eu estou muito feliz por passar mais um ano da sua vida ao seu lado. Eu posso ter perdido alguns aniversários no caminho, mas no momento em que você disse sim para mim naquela igreja, há oito anos, eu prometi que estaria em todos até o dia que morresse. Talvez até além. – sorrimos um para o outro – Não vou te desejar sucesso, pois você transborda dele. Nem vou desejar amor, porque o nosso lar é feito disso. O único clichê que eu quero te desejar é os muitos anos de vida, para que eu possa passá-los todos ao seu lado. Eu amo cada detalhe seu, Rose. Feliz aniversário.

Eu era um poço de lágrimas. Meu marido era tão idiota e tão doce ao mesmo tempo. E eu amava isso loucamente.

— Eu também amo cada detalhe seu. – funguei, rastejando-me para o seu colo – Agora o meu presente.

Ele riu e tirou algo do seu chapéu. Era uma caixa mediana. Peguei o objeto em minhas mãos, passando a mão pela textura de veludo preto e abrindo logo em seguida. Lá estava um delicado colocar de ouro com quatro bonequinhos e um cachorro. Era a nossa família.

O sorriso que cresceu em meus lábios foi ofuscante.

Sem me conter mais, puxei meu lindo e gostoso marido para um beijo que desentupia até a alma. Não demorou muito para que nós voltássemos a nos embolar nos lençóis, fazendo aquilo que sabíamos fazer de melhor.

[...]

Acordei pela manhã com o meu colchão vibrando com intensidade. Confusa, abri os olhos, vendo meus dois anjinhos rindo e fazendo a festa em minha cama. Emmett também estava pulando com eles e eu contive a vontade de revirar os olhos para o meu marido. Às vezes ele era mais infantil que os próprios filhos.

— FELIZ ANIVERSÁRIO! – gritou os meus dois garotos.

— Feliz anivesalio, mamãe. – desejou minha garotinha, deixando um beijo babado em minha bochecha.

Puxei-a para o meu colo, enchendo o seu rosto de beijos e provocando-lhe risada.

— EBA! FESTIVAL DE BEIJOS! – Emmett gritou.

Ele e Brandon vieram para cima de nós, tentando ter um pouco de beijo também. Enchi o rosto de ambos com beijos.

— Ok. Chega de festival de beijos por agora.

Eles riram.

— Meu pesenti! – gritou Stacy, entregando-me um pequeno embrulho retangular.

Curiosa, abri o papel de presente, encontrando uma pintura lindamente feita por quem tinha apenas dois anos de idade. Eram quatro pessoas, as meninas de vermelho e os meninos de azul. Em cima estava escrito ‘’family’’, arte que provavelmente foi feita pelo Emmett. Aqueles palitinhos éramos nós.

— É lindo, querida. – elogiei, beijando-lhe a testa.

— Agora abre o meu. – Brandon sorriu, entregando-me um pacote em formato de coração com uma flor em cima.

Cheirei a rosa e abri o coração, vendo-o cheio de chocolates com um cartão em cima, escrito por ele mesmo. Brandon estava aprendendo a escrever e este era o seu maior orgulho no momento.

O cartão trazia a seguinte mensagem:

Mamãe,

Hoje é o dia que a senhora completa mais um ano e eu to muito feliz por isso. Te amo para sempre!

Com amor, Brandon.

Com lágrimas nos olhos, beijei a cabeça do meu filho.

— A senhora gostou? – perguntou com hesitação na voz.

— Eu amei, querido. E também vou te amar para sempre.

Ele secou as lágrimas do meu rosto e partiu para abraçar-me.

— ABRAÇO EM FAMÍLIA! – gritou Emmett, abraçando-se a nós. Minha pequena garota se juntou também.

Emmett e eu concordamos em ensinar aos nossos filhos a nos dar presentes que venham do coração, e não só algo que veio de uma loja. Não é porque éramos ricos que tínhamos que esquecer a essência das pequenas coisas. Elas ainda eram coisas, afinal.

[...]

CHEGUEI!— o grito de Alice poderia ser ouvido pela casa toda.

Eu revirei os olhos, terminando de abotoar minha sandália. Ela estava vindo com Bella – nossa amiga e esposa do Edward, irmão de Emmett e Alice – para que pudéssemos passar um dia no SPA e salão de beleza. A nanica queria que ficássemos perfeitas para festa mais tarde.

Minha porta foi aberta e por ela passaram minhas duas melhores amigas. Alice trazia um sorriso enorme no rosto. Já Bella tinha um semblante de quem pedia desculpas pela baderna de Alice. Stacy estava em seu colo. Ela sempre adorou Bella.

— FELIZ ANIVERSÁRIO VADIAAA! – berrou Alice, jogando-se em meus braços.

Eu revirei os olhos, tentando esconder um sorriso. Aquela anã nunca deixava de ser louca!

— Temos crianças no recinto, Alice. – Bella ralhou, tapando um dos ouvidos de Stacy. Minha garota ria no colo da tia de consideração.

— A Stacy é uma moça educada. Ela só falará palavras desse tipo quando atingir a puberdade. – minha cunhada falou seriamente, achando-se muito elegante.

Revirei os olhos.

— Alice! – repreendeu Bella.

A baixinha fez sinal de desdém com a mão. Bella suspirou, colocando minha filha no chão e vindo para dar-me um abraço também.

— Feliz aniversário para loira mais vadia louca e sexy do mundo. – gracejou, beijando-me o rosto.

Sorri arrogantemente pelos elogios. Eu adorava elogios.

Bella revirou os olhos para mim.

— E convencida também. – acrescentou, sorrindo sarcasticamente.

Dei-lhe a língua.

— Realista, Bella. – enfatizei.

— Claro. – falou, não dando muito crédito.

— Estamos prontas? – indagou Alice, cortando o assunto.

— Onde estão meus presentes? – cruzei os braços, arqueando uma sobrancelha.

Qual é. Eu adorava presentes!

— Somente na festa. – Alice avisou.

Bufei.

Peguei minha bolsa e desci as escadas com as três senhoritas. Na sala, encontrei o meu marido, Edward, Jasper e Nessie, a filha de sete anos de Bella e Edward.

— Tia Rose! Feliz aniversário. – desejou a pequena ruiva, correndo para agarrar minha perna.

Beijei seus cabelos.

— Obrigada, anjinho.

— Oh, isso é um cabelo branco? – escandalizou Edward, aproximando a mão do meu cabelo.

Bati nela, espantando-a de perto dos meus preciosos.

— Muito engraçado você, querido cunhado. – ironizei.

Edward riu, pegando-me em um abraço apertado que poderia muito bem esmagar meus órgãos internos. Meninos Cullen e seus abraços de urso!

— Parabéns, loira! Felicidades e juízo para não enlouquecer com o Emmett. – desejou, rindo no final.

— Ei! – meu marido resmungou, com a boca cheia de cupcake.

Provavelmente foram trazidos por Bella. Ela tinha uma confeitaria no centro de Los Angeles e já estava abrindo uma nova filial.

— Faço das palavras de Edward as minhas. – concordou Jasper, abraçando-me também – Parabéns Rose.

Sorri para ambos.

— Obrigada meninos.

— Vocês só sabem falar mal de mim. – dramatizou Emmett, levantando a mão para pegar um novo cupcake.

— Pare de comer os doces de Rose. – reclamou Bella, batendo na mão do Emmett.

Meu marido fez um bico enorme, olhando para mim com os olhos pidões.

— Posso comer, tigrinha?

Sorri amorosamente para ele, aproximando-me da bandeja.

— É claro... – seus olhos começaram a brilhar – que não! Os doces são meus. – peguei a bandeja possessivamente.

Os lábios do meu marido tremeram como os de uma criança que acabara de perder seus doces. O que não deixava de ser verdade, de certa forma.

— Deixa de ser idiota, Emm. – resmungou Edward, dando uma tapa na testa do irmão.

Emmett o fuzilou com os olhos.

— Chega disso! Estamos indo. – falou Alice com impaciência. – Comportem-se e cuidem direito das crianças. – alertou, olhando-os mortalmente.

Os três assentiram com os olhos arregalados de medo. Aquele meio metro de gente metia mais medo em alguém do qualquer cara bombado.

Alice nos arrastou para o seu carro amarelo (e bastante chamativo). Nos primeiros minutos, fiquei receosa em deixar meus filhos com aqueles três, mas assim que Alice colocou A Thousand Miles, relaxei. Era nossa música, afinal.

Juntas, começamos a cantar.

— Making my way downtown/Walking fast/Faces passed/And I'm home bound/Staring blankly ahead/Just making my way/Making my way/Through the crowd.

Jogamos os braços para cima, rindo, e eu quase pude me sentir uma adolescente outra vez.

[...]

Sentada na penteadeira do meu closet, olhei fixamente para o meu reflexo no espelho. Meu rosto estava perfeitamente maquiado, aparentando menos idade do que eu realmente tinha. Porém, mesmo assim, algo ainda estava lá. Minhas feições não eram mais as de uma adolescente cheia de sonhos, e sim as de uma mulher que conseguiu realizá-los.

Passei a mão pelo meu rosto, indagando-me por quanto tempo ele ainda permaneceria firme, sem muitas rugas, nem qualquer expressão efetiva da idade. Indaguei-me também se ele ainda seria bonito, se ele ainda continuaria com aquela vivacidade e brilho.

As indagações assombraram-me por instantes. O meu rosto e o meu corpo sempre foram o meu ganha pão, algo que eu sempre tive zelo em cuidar, tanto porque gostava como precisava. E agora imaginar que tudo um dia iria embora...

— Você é linda. – sussurrou a voz do meu marido ao meu ouvido, fazendo-me sobressaltar e virar para ele.

Emmett estava atrás de mim, vestido perfeitamente em sua blusa branca, calça e blazer azul. Apesar da rala barba em seu rosto e as expressões mais acentuadas, Emmett ainda parecia tão lindo quanto o conheci.

Sorri, lembrando-me do dia em que nos conhecemos.

— Você se lembra de quando nos conhecemos? – indaguei, pegando-o de surpresa por um momento. Emmett logo se recuperou e sorriu, colocando as mãos nos bolsos da calça.

— Como não lembrar? – arqueou uma sobrancelha para mim, sorrindo torto.

Aquela pose fez com que eu viajasse no tempo. Especificamente no tal dia em que nos conhecemos.

|Flashback – ON|

Passei o brilho labial rapidamente, jogando-o dentro da bolsa e praticamente voei pela casa. Percebendo minha agitação, mamãe colocou a cabeça na entrada que dava da cozinha para sala.

— Que agitação toda é essa, Rose?

— Alice está esperando-me. Vamos ao show do irmão dela em um barzinho. Lembra-se quando lhe disse? – questionei, começando a ficar nervosa.

Se mamãe não deixasse mais eu ir a esse show, eu surtaria. O irmão da Alice, Emmett Cullen, era baterista de uma banda de colegial. Ele estudava no mesmo colégio do que eu, e ambos fazíamos o último ano do colegial. Mesmo com esse último fato, tinha o visto poucas vezes, mas foi o suficiente para sentir-me atraída. Alice garantiu que nos apresentaria esta noite e eu estava em polvorosa! Rezava para que desse tudo certo.

— Ah, sim. Só não chegue muito tarde. Seu pai não gostaria e é perigoso. – alertou, fazendo-me suspirar aliviada.

Papai estava trabalhando a noite toda no hospital, então era apenas mamãe e Ryan, meu irmão mais novo, em casa.

Soltei um beijo para linda mulher que em plenos quarenta anos ainda parecia jovem. Ela sorriu, voltando a fazer suas coisas.

Abri a porta, encontrando Alice com Bella no carona. Minha outra amiga parecia nervosa, os olhos fixos no nada.

— Relaxa Bella. O Charlie não vai atrás de você com uma maldita arma no punho. – reclamou Alice, revirando os olhos.

— O que foi? – perguntei, indo para o banco traseiro.

— Bella e suas paranóias. Renné está tranquila quanto a nossa pequena aventura, mas Bell está com medo que Charlie surte.

— Você não conhece o papai. – resmungou Bella.

— Conheço. Charlie é um cara tranquilo, apesar de protetor. Apenas relaxe, Bella. Você está com uma Cullen, e Charlie adora Cullens.

Bella revirou os olhos. O motivo para que o Charlie adorasse os Cullens era por causa do filho mais velho deles, Edward, que deu algumas aulas de trânsito para um grupo de jovens infratores no último verão. Ele estava na universidade de direito, mas era um excelente motorista. Charlie não perdeu tempo quando Alice comentou a sabedoria do irmão depois de algumas reclamações do chefe. Talvez os bolinhos da Esme também tenham ajudado.

Fomos o caminho todo cantando A Thousand Miles, nossa nova música preferida, com capota do conversível abaixada para apreciarmos a brisa de uma noite de verão. Quando chegamos ao local, já dava para escutar a banda terminando de afinar os instrumentos. Entusiasmadas, descemos do carro, quase correndo em direção a entrada.

O local estava cheio de pessoas, a maioria estudava no nosso colégio. Como éramos populares por lá, acenamos para algumas pessoas e abraçamos outras. Em seguida, tomamos um lugar perto do palco.

— Ai meu Deus. – sussurrou Bella de repente – Eu preciso ir ao banheiro. Volto já. – avisou apressadamente e saiu quase correndo entre as pessoas.

Alice e eu olhamos por onde Bella tinha saído e depois nos entreolhamos, ambas estranhando o comportamento da garota. Segundos depois, duas pessoas chegam ao nosso lado. Edward e James.

— Querido! – exclamou Alice, jogando-se nos braços do seu namorado na época e o beijando furiosamente.

Edward olhou de cara feia e eu rir.

— Eles são nojentos. – murmurou para mim.

— São namorados, Edward. – falei como se fosse o óbvio.

— Mesmo assim são nojentos.

Revirei os olhos, desistindo da discussão. Eu não via muito o Edward, mas sempre nos demos bem. Ele nunca ficou de frescura com as amigas mais novas da irmã. Era um cara legal.

Percebi que ele olhava em volta, aparentando procurar alguém.

Você viu a Bella por ai? – perguntou como quem não quer nada.

— Ela disse que foi ao banheiro. Por quê? – diferente de mim, Edward e Bella nunca pareceram ter muito assunto.

— Nada não. – balançou a cabeça, ainda olhando em volta.

Estranhei, mas não me manifestei, pois o solo de uma guitarra anunciou que o show ia começar. Empolgada, voltei-me para o palco a fim de gritar e olhar muito para o meu baterista favorito.

Eles começaram com um cover de Sweet Child O’Mine e galera foi a loucura. Inclusive as três pessoas ao meu lado – e eu logicamente. Comecei a cantar junto, pois assim como eu adorava pop, também amava um bom rock.

Em algum momento do show, Bella apareceu outra vez, cantando e dançando feito uma louca juntamente com Alice. Eu também cantava, mas trabalhava muito para manter meu foco no belo baterista que dava tudo de si para que as músicas saíssem com perfeição.

Quando o vocalista parou para falar com a platéia, os olhos de Emmett passaram por todos e caíram brevemente em mim. Ele sorriu. Eu derreti. Bella teve que me segurar.

— Gente apaixonada é uma merda. – resmungou minha amiga.

Arregalei os olhos para ela, chocada com aquela informação. Eu estava apaixonada pelo Emmett?

— Você acha que eu estou?

— É claro! – exclamou como se fosse o óbvio — Você passou o show todinho com cara de idiota pro Cullen. Acho que alguém fisgou seu coração.

Coloquei as mãos sobre o dito cujo, sentindo-o mais acelerado que o normal. Se aquilo fosse paixão, eu esperava arduamente que fosse correspondida.

— Acha que ele vai olhar para mim? – perguntei com temor em minha voz.

Bella sorriu, colocando as mãos sobre os meus ombros.

— Rose, você é linda, simpática e charmosa. Um tanto geniosa, mas isso são detalhes. Ele vai amar você. – a voz de Bella saiu tão doce que eu até estranhei.

— Você está afim de alguém, Swan?

Seus olhos cresceram e ficaram como luas.

— Não! Que ideia louca é essa. – olhou ao redor – Eles vão cantar agora, presta atenção. – virou meu rosto para o palco, tentando desviar o foco de si.

Continuamos a curtir o show até que ele chegou ao seu fim, dando lugar a um DJ que tocava as músicas do momento. Alice nos encaminhou para uma mesa e Bella quase jogou Alice no chão para sentar-se ao meu lado. Franzi o cenho para ela, mas Bella parecia interessada na decoração. Edward, estranhamente, olhava para ela.

Será que aí tinha? Voltei meus olhos para Alice, notando que ela tinha achado algo estranho também. Antes que pudéssemos fazer qualquer tipo de comentário, Emmett chegou a nossa mesa, sorrindo largamente. Ele tinha duas covinhas nas bochechas, aumentando ainda mais o seu grau de beleza.

— Gostaram do show? – questionou, olhando para nós.

— Arrasou maninho. – arrulhou Alice, pendurando-se em seu pescoço e beijando sua bochecha.

Ah, como queria que fosse eu...

— Muito bom, Emm. Você tem chances. – elogiou Edward, dando tapinhas de leve nas costas do irmão.

— Eu adoro música, mas minha paixão é engenharia química. – confessou e Edward sorriu.

— Muito bom o seu som, cara. – elogiou James.

Bella sorriu, concordando com os dois polegares para cima. Ele bagunçou seu cabelo. Bella tinha mais contato com ele por ter algumas aulas juntos.

Os olhos do moreno caíram em mim e ele sorriu.

— Rosalie Hale, sim?

Acho que meus olhos brilharam quando ele disse meu nome. Ele sabia quem eu era! Fiquei estática, sem saber o que responder.

— Ela é a amiga que eu te falei, Emm. – apressou-se Alice, parando ao meu lado – Ela amou seu show, não foi Rose?

— Incrível. – murmurei meio perdida. Eu era um pouco idiota para paixões naquela época.

Emmett coçou atrás da cabeça, parecendo tímido.

— Fico feliz que tenham gostado.

Uma nova música começou a tocar e Alice se animou.

— Vamos dançar!

— Essa música se dança em pares, Alice. – Bella revirou os olhos.

— Nós estamos em pares. – sorriu maliciosamente. – Você – puxou Bella, empurrando-a para Edward – Vai com o Ed. E você – puxou, empurrando-me para Emmett – Vai com o Emm. E eu com o James. Divirtam-se!

Então ela saiu com o namorado, deixando quatro pessoas para trás em um bolo de vergonha. Bella parecia que ia vomitar a qualquer momento.

Emmett pigarreou, colocando as mãos no bolso da calça jeans e sendo o primeiro a tomar alguma atitude.

— Eu adoraria dançar com você. – falou, arqueando uma sobrancelha e fazendo-me derreter pela quinquagésima vez naquele dia.

Ele estendeu a mão para mim, sorrindo torto.  Eu a peguei, tendo certeza de uma única coisa: eu nunca mais queria soltá-la.

|Flashback – OFF|

Dias quentes de verão, rock and roll

A maneira como você tocava para mim no seu show

E todos os modos em que conheci

Seu belo rosto e sua alma elétrica

— Rose? – a voz de Emmett fez com que eu voltasse para o presente. Ele tinha as sobrancelhas franzidas. – Tudo bem?

— Viajei no tempo. – sorri, balançando a cabeça.

Emmett riu.

— Aquele dia foi a coisa mais louca da minha vida. Nunca vou esquecer também da cena que Bella fez, acusando o meu irmão de sedutor barato.

Eu rir também, relembrando-me deste detalhe. Todo aquele desconforto da Bella se deu porque ela e Edward tinham trocando uns amassos no verão que ele veio para as aulas. Ela ficou paranoica, porque estava com medo de namorá-lo, então fugiu o máximo que pode dele naquele dia, até Edward colocá-la contra parede e ela começar a gritar, chamando-o de sedutor barato. O coitado só tinha os quatro pneus arriados pela louca da minha amiga.

— Temos história, sim? – arqueei as sobrancelhas para ele, aconchegando-me em seu peito. Emmett me recebeu de bom grado, passando os braços pela minha cintura.

— Muitas. E espero que tenhamos muito mais. – beijou o topo da minha cabeça – Vamos festejar? A babá já está ai e eu estou muito a fim de encher a cara.

Bati em seu peito.

[...]

Olhava fixamente para o bolo em minha frente, as duas velas da cor branca brilhavam com a chama que lhes foi posta, seduzindo-me para o seu brilho. Eu estava realmente completando trinta e dois anos, os números postos em cima do grande bolo branco não me deixava esquecer-se disso.

Ao redor, várias pessoas presentes em minha festa cantavam o famigerado ‘’parabéns para você’’. Algumas já estavam um pouco bêbadas, mas eu não podia julgá-las. O lugar estava uma total loucura desde que cheguei, com muita gente dançando, bebendo e jogando conversa fora.

Alice fez algo realmente grande, como era do seu feitio, mas eu não pude reclamar. Estava perfeito. Minha cunhada sabia fazer uma festa. Muitas luzes, música boa, mesa decorada com o bolo e doces, uma pista de dança maravilhosa, garçons passeando com vários drinques nas bandejas e outros lindos artigos decorativos – como fofas poltronas em formato de nuvem. Havia também a presença de uma pilha considerada de presentes, sem contar nos inúmeros abraços que recebi.

Assim que a canção acabou, apaguei as velas com um sopro, gerando uma nova onde de palmas.

— O primeiro pedaço de bolo vai para quem? – gritou Alice, partindo um pedaço e o entregando para mim em um prato. Ela era uma das pessoas que já estava alta.

Eu sorri, pegando a fatia.

— Eu ofereço essa fatia a mim mesma, afinal, só fazemos trinta e dois uma vez na vida. – pisquei um olho, causando algumas risadas e uns resmungos de ‘’isso não vale’’.

Peguei um pedaço do bolo com o garfo e assim que o coloquei na boca, um flash foi disparado pelo fotografo contratado por Alice. E então o momento foi eternizado em uma fotografia.

— Ok, gente. Os garçons vão servir bolo para todos nas mesas, então tomem seus lugares, pois está na hora dos discursos! – anunciou Bella, batendo palmas alegremente.

— E quem começa é a aniversariante! – agitou Edward, apontando para mim.

A galera pareceu apreciar o seu pedido, e logo todos falavam ‘’discurso’’ em coro. Sem alternativas, apenas deixei meu pedaço de bolo para trás e me encaminhei até o pequeno palco montado. Ele ficava em frente às mesas, tudo estrategicamente planejado.

Quando todos estavam devidamente acomodados, pigarreei, aproximando-me do microfone.

— Primeiramente, gostaria de agradecer a todos os presentes aqui nesta noite. Significa muito para mim, de coração. – sorri – Agradeço também pela incrível festa planejada pela minha cunhada, e por todos que a ajudaram. – pisquei para Alice e Bella – Cada idade que completamos é única, o que é uma conclusão muito óbvia, porém interessante, porque cada ano que comemoramos o nosso aniversário, a chance de fazermos coisas únicas é renovada. Então, eu espero que eu consiga aproveitar mais essa chance.

O salão explodiu em palmas e alguns assobios – vindos principalmente do meu marido. Eu desci do pequeno palco, um pouco corada, e caminhei até a mesa onde Emmett estava. Alice acabou assumindo o meu lugar no palco.

— Você foi ótima querida. – Emmett elogiou, beijando minha têmpora.

— A pedido, o próximo a fazer seu discurso é o marido da aniversariante, Emmett Cullen!

Emmett sorriu e levantou-se do seu lugar, caminhando até o palco. Alice afastou-se para dá lugar a Emmett, mas continuou no palco.

— Eu tentei pensar em algo decente para falar a minha esposa hoje à noite, mas eu acho que eu já fiz um belo começo durante a nossa comemoração particular, sim, querida? – piscou maliciosamente para mim, causando alguns comentários e risadas maliciosas de todos.

Foi impossível não corar com aquilo. Emmett não tinha jeito.

— Emmett! – ralhei.

— Desculpe-me, querida. Sabe que às vezes não consigo me controlar.

Bufei.

— O dia começou quente. – maliciou Edward, beijando a bochecha da esposa para esconder a risada. A mesma também tentava esconder a sua, mordendo furiosamente o lábio inferior.

— Traidores. – resmunguei para eles, que riram, acompanhados de Jasper.

Alice bateu na nuca do irmão e sussurrou algo para ele.

— Ok. Vamos continuar de forma séria. – pigarreou – Lembra-se daquele dia de julho, que tudo que queríamos era prolongar as nossas férias antes da universidade e você sugeriu que pegássemos o carro e saíssemos sem destino? Dirigimos por toda costa oeste, e você sorria tão feliz no banco do carona do meu mustang. Isso é uma cena que eu nunca vou esquecer. – sorriu para mim.

Os olhos de Emmett eram quentes nos meus, justamente como naquele dia, e eu pude ver todo o flashback através deles.

|Flashback – On|

Eu estava sendo um pouco insana ao fazer aquele pedido, sabia bem disso, mas não conseguia evitar. Tudo que eu queria era aproveitar mais um pouco do Emmett, do meu Emmett, antes que todo conto de fadas se acabasse. Prometemos um ao outro manter contato, mas seria difícil. Minha carreira de modelo estava decolando e ele estava indo para a universidade em outro estado. Nossos futuros estavam sendo traçados longes um do outro, e não tínhamos muito que faz a respeito.

— Rose...

— Emm, nós temos dezoito anos e é o nosso último verão. Deus sabe quando nos veremos outra vez. – peguei seu rosto em minhas mãos, olhando bem em seus olhos – Eu te amo. Mais do que podia imaginar. Eu só quero ter você para mim o máximo que eu puder.

Depois daquelas palavras, não precisou de mais nada para convencer Emmett. Ele beijou selou meus lábios – forte e rápido – e levantou-se, falando para que eu organizasse uma mochila que ele pegaria uma para si.

Meia hora depois, o mustang de Emmett estava na estrada. A capota estava abaixada para que os raios quentes do sol tocassem a nossa pele e se infiltrassem em nossa alma. Eu liguei o som em uma música qualquer, sorrindo animada ao perceber que a melodia era agitada e espirituosa. Da mesma forma que eu estava me sentindo.

Noites quentes de verão, meados de julho

Quando você e eu éramos eternamente selvagens

— NÓS SOMOS LIVRES, BABY! – gritei, levantando os braços e rindo das minhas próprias palavras.

— Sim, querida. Hoje podemos ser o que quisermos. – Emmett falou para mim, suas palavras escorrendo docemente.

Beijei-lhe a bochecha rapidamente e afastei-me o suficiente para fitar-lhe. Ele tinha um chapéu em sua cabeça, óculos escuros em seu rosto e um sorriso exuberante nos lábios. Ele era a personificação de um doce sonho. Ele era o meu sonho.

— Eu amo você. – sussurrei, ainda perdida na beleza do seu perfil.

— E eu amo você. – falou para mim, desviando os olhos rapidamente da estrada – Você sempre será aquela que tem o meu coração, Rose. Não se esqueça disso.

Eu sorri, olhando para baixo.

— Como posso esquecer-me da pessoa que obtém o meu também?

Seus dedos traçaram a lateral do meu rosto, fazendo com que eu olhasse para cima. Emmett parou o carro no encostamento para poder beijar-me de voluptuosa, prometendo-me seu amor com o gesto.

Eu também prometi o meu a ele.

Dirigimos sem destino por algumas horas, apenas cantando e nos beijando eventualmente. Ao chegarmos a um motel beira de estrada, deixamos nossos outros desejos falarem mais altos e nos entregamos um ao outro, de forma lenta e apaixonada, a fim de registrar tudo em nossa mente.

E, mais uma vez, selando o nosso amor.

|Flashback – OFF|

Meus olhos focaram para realidade. As memórias foram rápidas em minha cabeça, não me deixando perder nenhuma palavra do discurso de Emmett.

— Também me recordo de quando nos reencontramos, cerca de cinco anos depois. – olhou para o lado, sorrindo torto – Foi como se eu estivesse vendo o sol depois de mil noites. E eu acho que a sensação foi a mesma para você, porque seus olhos brilharam para mim e eu me senti um adolescente de novo. E desde aquele dia eu nunca mais te deixei ir.

E nem eu te deixei ir, querido. Completei em pensamento.

— Nós temos uma história bonita de amor. Realmente temos. Não vou dizer que ela é perfeita, porque passamos por muitas coisas – inclusive a separação – mas eu aprendi que histórias não precisam ser perfeitas para serem bonitas. Precisam ser verdadeiras, e a nossa é, Rose. Sempre foi e sempre será. – olhou para mim com os olhos transbordando no mais puro amor. – Eu amo você. Obrigada pela vida extraordinária que estamos tendo.

Sem conseguir me conter mais, corri para os braços de Emmett, sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Mais uma vez, o salão foi preenchido por palmas.

— Eu amo você. E obrigada por tudo também. Eu não tenho nem palavras, Emmett. Você me quebrou. – rir em meio as lágrimas.

Emmett nos afastou, para poder secar as lágrimas do meu rosto. E foi ai que notei que minha cunhada chorava copiosamente.

— Vocês são tão lindos. – fungou, agarrando-nos pelo pescoço e fazendo com que pendêssemos um pouco para baixo, afinal, salto não faz milagres em pessoas baixinhas. – Eu amo vocês também. Amo muito. Amo de coração. É o meu casal do coração, eu fiquei muito feliz com o casamento, chorei pra caralho! Você se lembra, Rose? – olhou para mim com os olhos vermelhos – Bella, você e eu tomamos uma garrafa de vinho antes de você subir no altar e eu chorei para caralho. Chorei tanto que...

— Chega Alice. – Bella chegou, tirando uma Alice bêbada de cima de nós – Todo mundo sabe que você chorou, então vamos continuar com os discursos.

Alice ainda resmungou alguma coisa, mas Bella ainda conseguiu colocar-lhe um pouco de linha. Emmett e eu voltamos para os nossos lugares, rindo do estado de embriaguez da sua irmã.

— Tinha me esquecido o quanto tua mulher fica mais louca ainda bêbada, Jasper. – zombou Emm.

Jasper sorriu de lado.

— Eu falei para ela maneirar na bebida, mas Alice tem uma inclinação de não me escutar por vezes. – murmurou pensativamente.

— Alice nunca perde a oportunidade de encher a cara em festas. Ela se empolga com a pluralidade das cores. Ela diz que é algo mágico. – Edward comentou, revirando os olhos.

Jasper, Emmett e eu rimos do seu comentário, concordando que era verdade. Alice não batia muito bem da cabeça.

Os discursos continuaram. Depois de Emmett, Bella e Alice fizeram um discurso em conjunto, falando sobre nossa amizade, momentos e micos inesquecíveis. Todos riram da história de como nós três ficamos bêbadas pela primeira vez – com direito a dança em cima da mesa, ameaça de strip-tease e beijos nada decentes — e recebemos um baita castigo por isso. Isso, lógico, foi contado por Alice. Ela só não contou mais alguns podres, porque tinha Bella para colocar freio.

Meu irmão também foi outro que soltou uma pérola de nossa infância – o infame dia que nós comemos terra por achar que parecia chocolate – e lembrando-me do almoço que teríamos com os nossos pais no final de semana – essa seria a minha comemoração com eles.

Mais algumas pessoas vieram – amigos que fiz na minha jornada como modelo – para então Bella mandar o DJ soltar o som outra vez e a festa rolar solta, sem ter hora exata para acabar.

Estava dançando novamente na pista de dança com Bella e Alice, quando uma mão forte e conhecida me puxa para longe. As meninas nem perceberam, estavam envolvidas demais na letra e em seduzir seus respectivos maridos.

— Tenho uma surpresa para você. – murmurou Emmett sedutoramente em meu ouvido.

Sorri, apreciando o tom daquelas palavras.

— E o que seria?

— Vamos embora daqui que eu te mostro. – piscou.

— Mas é minha festa.

Fez um sinal de desdém com a mão.

— Foda-se.

Eu voltei meus olhos para trás, notando meus convidados perdidos em seu próprio espaço de dança ou então conversando em alguns lugares. Eles ficaram bem sem mim.

Sem mais delongas, peguei firmemente na mão do meu marido e deixei que ele me guiasse.

[...]

— Posso tirar essa venda? – perguntei pela centésima vez, chateada com aquele pedaço de pano tampando a minha visão.

Emmett obrigou-me a usá-la, falando que eu não poderia ver nada até que chegássemos ao nosso destino.

— Segura só mais um pouco. – pediu.

— Emmett! Estamos nesse carro há quase uma hora. – resmunguei.

— Calma. Estamos... – o carro parou – Chegamos!

Levei a mão para a venda, mas Emmett me impediu.

— Ainda não, querida. Só mais um minuto.

Senti Emmett se mexer no carro, seguido de um barulho de porta abrindo e fechando. Logo, a porta ao meu lado estava sendo aberta e meu marido estava me tirando de uma forma muito romântica: colocando-me em seus braços.

— Emm! – exclamei com uma risadinha.

Ele não falou nada, apenas andou um pouco e colocou-me no chão. A venda foi tirada dos meus olhos e eu finalmente pude ver onde nós estávamos.

— Uau. – foi o que eu consegui dizer.

Nós estávamos em frente à casa de praia de Malibu da família Cullen. A mesma casa de praia que Emmett e eu nos reencontramos. Foi impossível conter as lembranças.

|Flashback – ON|

Passava protetor solar delicadamente pelas costas de Alice, enquanto ela tagarelava sobre algumas coisas do seu trabalho.

Estávamos passando as férias de verão na casa de veraneio dos Cullen. Alice e Bella tinham insistido muito nisso, falando que eu estava trabalhando demais e quase não tinha mais tempo para as amigas. Sem alternativas, e com muita saudade das minhas amigas – e dos seus respectivos companheiros – eu as acompanhei nessa viagem.

Agora estávamos todos na área da piscina, curtindo o dia de sol com muita tranquilidade. Ou nem tanta.

— Edward Cullen, eu acho bom que você não esteja tirando fotos ridículas minhas para ficar zoando depois. – ameaçou Bella, deitada de bruços em uma das espreguiçadeiras.

Ao seu lado, porém um pouco mais afastado, Edward tentava conter o riso enquanto fazia altos cliques da noiva. Eles dois tinham marcado o casamento para o próximo mês – agosto – e eu realmente estava com medo do que aconteceria com a pouca sanidade mental deles. Desde o início, Edward e Bella nunca formaram o tipo de casal normal. Alice costumava dizer que eles viviam entre tapas e beijos, brigas e cama.

— Querida, apenas aproveite o sol. – murmurou Edward com um sorriso sacana no rosto.

Sem avisos, a morena pegou um protetor solar e tacou no noivo, acertando-lhe bem no meio da testa.

— Ai! Tá doida mulher? – resmungou, esfregando a testa.

— Eu vou ficar se você não apagar essas porcarias. Escuta o que tô te falando Edward. – alertou Bella, sem sair da sua posição por nenhum momento.

Assustado, meu ex-querido-cunhado começou a cutucar em seu celular, provavelmente apagando as fotos. Bella pode ser bem má quando quer.

— Quero nem ver o desastre que vai ser esses dois casados. – murmurou Jasper para Alice e eu. Ele estava sentado ao nosso lado, lendo um livro.

— Eu só espero que eles sobrevivam até o casamento. – riu Alice – Meu irmão sabe enlouquecer alguém.

— E Bella não fica muito atrás. – completei, fechando o tubo de protetor – Você está pronta para uma tarde de sol, Lice.

Alice sorriu para mim, beijando o meu rosto e indo se aconchegar em seu marido – e jogando o livro dele de lado no processo. Eles tinham se casado no começo do ano, o que não foi muita surpresa para nós. Alice e Jasper sempre deram indícios de que seriam os primeiros a se casar.

Sentindo sede, levantei-me da cadeira em que eu estava e fui atrás de água na cozinha. Lá eu só encontrei Nelly, a empregada da casa. Ela estava fazendo o almoço e eu tinha que dizer que o cheiro estava maravilhoso.

— Vejo que cheguei em um bom momento. – não, não fui eu quem disse aquilo.

Foi Emmett Cullen.

O homem que eu não via por mais de quatro anos.

A última vez que nos encontramos foi em um natal promovido pela família Cullen. E agora ele estava ali, em minha frente, impecável como sempre. Cabelos pretos arrumados, barba por fazer, as vibrantes covinhas enfeitando o seu sorriso e o corpo malhado dentro de uma blusa de botões azul e calça social preta. Ele sempre fora a personificação de um deus, isso não era novidade. As coisas só melhoraram com o passar dos anos.

Os incríveis olhos azuis de Emmett estavam nos meus. Eles eram maduros, mas ainda continham a doçura que eu conhecia. E o meu coração pulsou forte, revigorante em meu peito, anunciando-me que nada tinha mudado por ali.

— Rose. Não sabia que estava vindo para cá. – falou, quebrando o silêncio que tinha se instalado e olhando-me de cima a baixo.

Sorri sem jeito, tomando consciência do que eu trajava: a parte de cima de um biquíni amarelo, short jeans e chinelos de dedo. Era um dia de sol, afinal.

— Foi meio que de última hora. – dei de ombros – Eu também não sabia que viria. – e não sabia mesmo. Será que aquilo tinha sido arquitetado pela mente diabólica dos meus amigos?

Emmett sorriu.

— Acho que alguém te deixou de fora de algo, ou então se esqueceu de dizer. – piscou um olho, com a sua simpatia de sempre.

— Deve ter sido. – sorri de forma mais ampla.

Peguei meu copo de água, enquanto Emmett falava com Nelly e tentava roubar alguma comida das panelas – e sendo devidamente repreendido por ela.

— Vá com a menina Rosalie fazer companhia ao restante. Eu tenho trabalho aqui na cozinha e acho que vocês têm algum trabalho também. – falou maliciosamente, olhando de mim para Emmett de forma falsamente inocente.

Acabei cuspindo um pouco de água.

— Nelly!

Ela riu e sussurrou algo com ‘’Jovens. Tão bobos’’.

Eu acabei acompanhando mesmo Emmett para a área externa, ainda sentindo-me um pouco corada com as palavras de Nelly. Apesar de sempre ter amado Emmett, isso não quer dizer que íamos voltar de uma hora para outra. Talvez os sentimentos dele nem fossem mais os mesmos.

Ao chegarmos perto dos outros, Alice correu para abraçar o irmão e logo uma fila se formava atrás dele. Ao que parece, o menino mais velho dos Cullen estava em falta com as visitas também.

— Eu não mereço um abraço também, Rose? – indagou, arqueando uma sobrancelha. Todos já tinham o abraçado e agora olhavam em expectativa para nós dois.

Eu sorri e caminhei para abraçá-lo. Quando os braços de Emmett cercaram-me e trouxeram-me para o seu peito de forma apertada e nostálgica, eu me senti em casa.

— Senti sua falta. – sussurrou em meu ouvido, apertando-me um pouco mais no processo.

Enterrei ainda mais o meu rosto em seu peito, sentindo meu coração bater forte com aquelas palavras.

— Não foi o único.

|Flashback – OFF|

Desde então não voltamos mais para cá, sem motivo certo para isso. Acho que o trabalho e os filhos tomaram muito de nosso tempo.

— Lembranças? – Emm sussurrou, percebendo que eu tinha ficado fora de ar por alguns minutos.

— Sempre.

Emmett beijou minha bochecha e pegou em minha mão, guiando-me para dentro do imóvel.

[...]

Enquanto eu retirava a maquiagem do meu rosto, a aflição de mais cedo voltou com força total. Até quando eu manteria aquele rosto bonito?

Sentindo-me estranhamente insegura, caminhei para banheira apenas de roupão, livre de roupas, de maquiagem e acessórios. Eu estava natural, limpa.

Emmett já estava lá, enchendo duas taças de champanhe para nós. Tirei o roupão lentamente do meu corpo, captando a atenção do meu marido, que sorriu com os olhos desejosos para mim. Juntei-me a ele na grande banheira, ficando no lado oposto ao seu para que eu pudesse olhar melhor o seu rosto.

Passamos alguns minutos daquela forma, nos olhando cruamente e em silêncio. Memorizei mais uma vez os detalhes do seu rosto: o seu maxilar levemente quadrado, a rala barba por fazer, os pequenos – mas expressivos – olhos azuis que me conquistaram há tanto tempo, as suaves covinhas que davam o seu ‘’oi’’ por conta do leve sorriso em seu rosto, as pequenas rugas ao redor dos seus olhos, o nariz bem delineado e a boca cheia na medida certa. Emmett era lindo e eu sabia que aquilo era algo imutável.

Querido Senhor, quando eu for para o céu

Por favor, deixe-me levar o meu homem

Quando ele chegar, diga-me que deixará

Pai, diga-me se puder

— Você ainda irá me amar? – as palavras romperam da minha boca, antes que eu pudesse pensar, e quebraram o silêncio.

Ele fitou-me confuso.

— Se eu ainda vou amá-la? Que pergunta é essa, Rose?

— Você ainda irá me amar quando eu não for mais jovem e bela? Quando eu não tiver nada além de uma alma dolorosa? – voltei a perguntar, ignorando seu questionamento.

Emmett veio até mim, abrindo espaço entre as minhas pernas para que ele pudesse se ajoelhar entre elas. Suas mãos grandes tomam o meu rosto para si, para que meus olhos não corressem o risco de fugir dos seus.

— Eu vou amar você mesmo com cabelos brancos, rugas e doenças que acometem os velhinhos – sorriu, tirando um fio de cabelo do meu rosto – Eu vou amá-la até o fim das nossas vidas. – prometeu ele.

Emmett toca o meu rosto e, no hábito de selar nossos acordos, seus lábios tocam os meus no mais leve e doce beijo. Assim como da primeira vez, meu coração tripudia em meu peito, mostrando que ele batia com força por aquele amor. Senti-me tola em apenas cogitar a hipótese de que ele me deixaria por algo tão banal.

Nós éramos para sempre desde o começo.

Sei que você irá, sei que você irá

Sei que você irá

Young and Beautiful – Lana Del Rey


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Notas finais do capítulo

Awwww! O que acharam? Ficou bom? Uma porcaria? Dá pro gasto? fghjkl espero que alguém venha ler e comentar!
Ela é realmente capítulo único, não vai ter continuação depois daqui, inclusive já marquei como terminada. Fiz só para me divertir escrevendo sobre outro casal.
Vou deixar o link da música para quem quiser ouvir: https://www.youtube.com/watch?v=Te11UaHOHMQ
Beijos!



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