Registro Panorâmico escrita por Titi


Capítulo 34
Rompimento


Notas iniciais do capítulo

Gente, não me batam pelo título, por favor, eu gosto de vocês.
Uma outra coisinha: Parece que eu calculei mal e serão três capítulos (ou alguma coisa assim) antes de terminar. Esse daqui ficaria imenso se eu tivesse colocado toda informação que veio à mente. Espero que gostem, RP está chegando ao fim!



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Já faz algumas semanas que Hebrom e eu estamos... Como posso chamar? Enrolando, digamos assim. Ainda sinto um pouco de vergonha por ele ficar tentando me tocar o tempo todo. Não mudou tanta coisa... Continuamos indo à escola juntos, fui outra vez com ele à igreja adventista, parece que Edgar aceitou um pouquinho minha convivência com aquele canadense. Kyara e Ariadne demonstram desgostar cada vez mais de mim (Mas, tudo bem, caguei pra isso) e Wendel ainda com uma namorada virtual.

Eu não estou me importando tanto com a amizade de Judith e Greta. Por mais que eu me incomode com algumas coisas, eu não vou poder mudar os fatos... Não estou falando com elas, mas não por ódio ou coisa assim. Ao longo desses dias, Brom foi me apresentando às razões que eu tinha pra deixar pra lá... Além disso, ele falou todo sorridente que seria meu melhor amigo pra sempre, não deixaria eu me sentir “fisicamente sozinha”. Ele é um amor...

Na sala de aula, quando eu estava tentando explicar a matéria de português para Hebrom (que aparentemente não estava conseguindo se concentrar):

—Você quer sair comigo hoje? –ele não parava de me encarar feliz.

—Eu não sei se Edgar vai deixar...

—Tenta perguntar pra ele e me dá uma resposta, pode ser? Eu quero te levar a um lugar...

Enquanto ele me chamava pra um encontro, Judi apareceu ali nos interrompendo toda sem graça. Eu não entendi muito bem o que ela estava fazendo ali, mas logo mostrou que queria falar comigo:

—Quésia... Você tem um minuto?

—Tenho vários minutos, mas agora eu estou ocupada. –fiz questão de deixar clara a minha preferência por estar com Hebrom. Porém, ele olhou pra mim como se implorasse pra eu falar com ela. –Ah... O que você quer?

—Eu queria te convidar pra ir à minha casa, pra gente resolver aquela questão... Greta disse que você ouviu uma coisa fora do contexto e que pode estar interpretando errado, por isso não está mais falando com a gente.

—Não precisa resolver, eu não ligo. O que eu penso de vocês não é problema seu... Além disso, eu já tenho um programa pra hoje.

—Sério? Qual?

Não é da sua conta, linda.

—Vou sair com... –Hebrom se intrometeu bem naquela hora.

—Ela ia se encontrar comigo, mas eu posso sair com ela à tarde e você pode buscá-la à noite. Não há problema! Certo, Qué?

—É... Eu acho. –respondi de maneira suspeita.

—Legal! Ah... Hm... O meu endereço é esse aqui, ó... Cunhadinho, me empresta uma caneta? –ela pediu.

—Sim, aqui... –estendeu o objeto pra ela.

—Valeu... Me empresta uma folha também?

—Sim! –arrancou uma do caderno que estávamos usando para estudar.

—Aqui, Quésia. Eu moro no quinto andar, tá? Porta número 58. Vou fazer uma festa do pijama pra nós três. Eu te busco às 18h. Tchauzinho! E valeu por aceitar, Qué.

—Por que raio de motivo você fez isso, Hebrom?

—Ainda vamos sair, então você não precisa ficar assim... Eu quero que você faça suas pazes com sua amiga.

—Ela não é minha amiga, Salamander.

Hebrom pareceu triste e ficou quieto... Depois de alguns segundos, ele preferiu mudar de assunto:

—Eu pego você às duas horas e meia, tudo bem? Aí a gente volta às quatro...

—Não pode ser às cinco?

—Acho melhor não! –ele fez uma cara de bobo, ficando contente por eu querer passar mais tempo com ele. –Eu sei que você demora a se arrumar, então eu não queria te entregar tão perto de você ir pra casa de Judi.

—Quatro e meia então...

—Está bem! –riu.

Mal consigo acreditar... Nosso primeiro encontro... Bem... Ele me chamou pra um encontro, não foi?... NÃO FOI?

Fatos psíquicos de Judith

Eu estava saindo da sala com Gre para o intervalo quando avistei Zac... Já faz um tempo que estou tentando falar com ele, mas não consigo, não tenho coragem... Um dia na cantina, nós duas estávamos falando sobre como tudo começou entre ele e eu... Quésia ouviu parte da conversa e não entendeu... Preferi esperar um tempo pra ver se ela esfriava a cabeça. Já que ela sai muito com Hebrom, eu imaginei que ele fosse dar algum recadinho pra ela não continuar com raiva de mim.

Ele é um cara legal... Só que eu não gosto mais do irmão dele... E acredito que Zacur precise saber disso o mais rápido possível. Eu quero dar a notícia como se fosse um arrancar de band-aid, sabe? Dói na hora, mas depois passa. Afinal, hoje completamos  dois anos de namoro. Nosso relacionamento já deu o que tinha que dar.

—Amor! – chamei quando ele estava virando as costas para ir ao refeitório... Ele nem me espera na porta da sala mais... Só sente minha falta quando viajo. Será que ele não percebe que eu preciso de atenção? Eu realmente comecei a fazer trabalho voluntário pra fazê-lo me notar, mas não significa que virar colega de Quésia fez parte desse jogo... A Greta às vezes não sabe se colocar.

—Oi, minha lindinha! –me deu um abraço rápido. –Como vão as coisas?

—Bem... É exatamente disso que quero falar com você.

—O que foi? Ah, não, não me diz que você quer ter uma DR logo agora... A gente está no intervalo, Judi, e mais: no corredor. A gente pode falar disso outra hora, não? –segurou minha mão, queria me levar pra comer com ele no refeitório.

—Não. Eu quero terminar.

—O quê? –agiu como se não tivesse escutado direito.

—Eu não agüento mais namorar você. Já estou com outro.

—VOCÊ ME TRAIU DE NOVO?

—Para de gritar, seja discreto! Há gente no corredor... Você não me trata como antes desde a vez que eu cometi aquele erro... Eu não quis beijar o Cristiano, ele que me forçou da outra vez! Mas você também parece incapaz de me perdoar . Você diz que quer recomeçar, mas nunca recomeça. –sussurrei.

—Você está de palhaçada com a minha cara, Judith? Não brinca com isso! E outra, ele não acharia que você está dando mole se você não fosse pra todo show deles e fizesse questão de pagar pra ver de perto.

—Quem dera eu não achasse isso necessário ir embora desse jeito... Estou já com Cristiano. A diferença é que dessa vez é por vontade própria. Ele me dá a atenção que eu mereço.

—Quer falar agora que eu não te dou atenção? Carência... Isso foi desculpa pela última vez, Barcelos... Eu até entendo que você faça novos amigos e queira se divertir na minha ausência, mas é só nesse tipo de diversão que você pensa? Cara, eu sempre larguei tudo pra ir te ver! Por que você diz que não te dou atenção?

—Você nem me liga mais!

—Pra que eu vou te ligar se você mora no meu quarteirão? Eu posso ir te ver andando! E eu sempre faço isso!

—Agora já é tarde pra desculpas, eu já nem gosto mais de você...

—Judi, não faz isso comigo...

—Já fiz. Eu não aguento mais correr atrás de você. Se você me deixa correndo atrás, é porque não me quer do seu lado! Você só fica querendo saber dessas suas coisas de igreja o tempo todo...

—Você também tem seus assuntos pra tratar na igreja, mas eu sempre respeito que você não possa ficar comigo o tempo todo!

—Eu não coloco meus pés numa igreja cristã já faz um ano! Você se preocupa tanto comigo que nem sabia disso! Como você diria, estamos num jugo desigual. E, como eu sei que você detesta isso, eu estou te fazendo o favor de ir embora. É um bem mútuo, até porque você está tão ocupado com suas coisas que não cuida mais de mim. Parece que as coisas realmente esfriaram depois de um tempo. Não é mais a mesma coisa... Sabe a viagem?

—O que tem?

—Foi pra ver um show da banda dele... Foi lá que a gente se falou melhor e ficou junto... Estamos namorando.

—Eu ainda não aceito que você me traiu com o cara que ferrou a vida o sonho do meu irmão, começa a namorá-lo enquanto ainda está num relacionamento comigo... E ainda tem coragem de dizer que a banda dele é a sua preferida.

—Não interessa, você não é mais nada meu e eu não te devo satisfação.

—Por favor, não vá embora... Eu não suporto a ideia de te perder... Por favor, não vá... Eu preciso de você perto de mim. –ele começou a chorar.

—“Por favor” digo eu! Não se humilhe desse jeito. Você teve sua oportunidade.

—Eu posso melhorar, Judi, eu prometo que vou melhorar.

—Eu não duvido disso... Pena que não vou estar aqui pra ver.

—Judith... –Zac disse meu nome soluçando enquanto chorava copiosamente... Eu odiava vê-lo daquele jeito. Além de namorado, ele foi meu amigo... Eu não podia tolerar ver aquela cena que me doía tanto e não tomar uma atitude... Por isso eu fui embora.

Fatos psíquicos de Ágata

—Judi, você viu o Zac por aí? Em qual mesa ele estava? –perguntei enquanto segurava o braço do meu primo.

—Não o vi no refeitório, mas o vi. Só não sei onde ele está agora.

—Ele não passou esse tempo do intervalo com você?

—Não. –ela saiu como se tivesse um compromisso.

—Espera! Aconteceu alguma coisa? –Judith não me respondeu.

Eu olhei pra cara de Francis e ele deu os ombros, como quem também não sabe o que está acontecendo. Fomos continuar a procurá-lo. Se não o encontrarmos, nós podemos sentar em algum lugar e comer juntos.

Fatos psíquicos de Francisco

O melhor amigo da Gata não está por aqui... E parece que ele brigou com a namorada de vez... Isso me preocupa. Ela já gostava de Zacur antes mesmo de aquela menina aparecer, mas esse otário só a quis como amiga, mesmo ela insinuando o tempo inteiro que queria mais alguma coisa (não sei como ele não se apaixonou por ela, minha prima é a menina mais bonita desse colégio... Eu só relevo por ela também ser a mais bruta).

Não gosto da ideia de Gata se aproximar desse garoto pra conseguir alguma coisa... Ele teve várias oportunidades de se aproximar dela... Enquanto eu quero apenas uma.

—Gata...

—Por favor, não me chama por esse apelido em público...

—Foi mal. Então... Ágata, você pode ir comigo à academia hoje depois da aula? Eu queria uma ajuda sua, quero ver se meus golpes e meu tempo estão bons.

—A gente pode falar disso depois? –ela deixava evidente que estava mais preocupada em encontrar Zacur. –E eu não sei se vou poder te ajudar.

—Ah, por favor! Vai ser só um pouco, prometo não demorar muito. Só precisa dizer “sim” ou “não”. Particularmente eu prefiro “Sim”.

—Eu sei, mas o que eu faço é judô, por isso não sei se posso te ajudar em kickboxing...

—Você parece ser do tipo que sabe lutar tudo... Por favor, pelo menos tenta! Você se saiu muito bem no seu torneio, eu queria ganhar alguma coisa no meu, ele está bem perto...

—Tá bem... Só porque eu te amo.

—Há! Obrigado! Eu também te amo! –abri um sorriso bem largo e ela sorriu com o cantinho da boca. Caraca... Eu não soube o que fazer pra acabar com minha queda por essa garota. Por isso eu resolvi aceitar. A porcaria da oportunidade finalmente chegou pra mim!


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Notas finais do capítulo

Francis gosta de Ágata.
Ágata gosta de Zacur.
Zacur gosta de Judith.
Judith gosta de Cristiano.
Mas... Pera... Quem é Cristiano mesmo?
Feliz Sábado a todos!



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