She will be Loved escrita por Boo


Capítulo 2
Intro ..




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~    Destruir: Verbo. Arruinar, demolir, extinguir, desaparecer, exterminar, matar~

 

Já era tarde da noite e o meu quarto estava escuro – quase um breu. Era impossível que eu sequer enxergasse minha mão à frente dos olhos – eu demorava para me acostumar com o escuro. Sentei-me na cama, me encolhendo com o edredom enrolado no corpo nu, os olhos acinzentados atentamente analisando cada pequena parte do meu quarto, até encontrá-la. Por alguns segundos eu cogitei se tudo aquilo era sonho, fruto de todos os pensamentos indecentes que eu vinha tendo com ela pelo resquício de tarde enquanto estava enfurnado em meu quarto pensando na melhor forma de pedir a mulher da minha vida em casamento, o que acabou se tornando difícil visto que há uma determinada altura eu já conseguia ouvir seus gemidos altos em meu ouvido sussurrando meu nome, era tão real que me assustava, e agora isso, eu estava sonhando com ela e a imaginando em meu quarto. E se era um sonho – um sonho ou um pesadelo, eu ainda não sabia – como os que eu mais gostava de ter, porque diabos ela ainda estava vestida e me olhando como se procurasse as palavras certas para dizer “Me foda”, mais polidamente? Foi ali que eu a vi realmente pela primeira vez, eu não vi uma mulher, um objeto sexual, ou uma transa depois de um baile inútil, eu não vi a mulher que era capaz de me tirar do sério com um mísero toque de seda em meu corpo. Eu vi uma criança. Uma criança encolhida no canto do quarto, de pé, cujo corpo subia e descia como se ela estivesse soluçando incansavelmente, uma criança de lábios muito vermelhos e olhos grandes, que tinha os braços envoltos no próprio corpo como se estivesse se protegendo, como se precisasse, se proteger. Eu tateei no escuro em busca da varinha e acendi as luzes, eu jamais estivera pronto para ver tudo o que vi.

Ela realmente estava encolhida, e da pior forma possível, se abraçava com força deixando o corpo frágil pender para frente e para trás, seus olhos azuis estavam vermelhos, inchados, demonstração de que estivera chorando por pelo menos as ultimas horas, e ela se contorcia, e me olhava com um desespero assustador. Eu me sentei na cama com o corpo ereto, sem saber o que fazer exatamente – sem opções melhores, eu fiz sinal para que viesse e se sentasse junto à mim. Ela hesitou por um minuto ou dois, como se estivesse analisando seriamente a proposta de compra de um apartamento e eu fosse um dos melhores e carregasse uma placa dizendo ter exatamente o que ela planejava e buscava para sua nova casa. Bati a mão novamente no colchão, indicando o lugar a se sentar, e ela veio lentamente como se lutasse contra o certo e o errado durante o percurso. Sentou-se jogando o corpo sobre o meu em um choro desesperado e soluços não contidos, seus braços finos e pálidos envolvendo meu pescoço e me apertando contra ela. A colcha esmeralda caiu pela cama me deixando completamente descoberto, e nem mesmo o sinal de vida que eu estava dando fora suficiente para afastá-la com seu desespero impossível. Era a primeira vez que eu a via tão descomposta, suas unhas estavam roídas, suas bochechas não tinham cor, havia marcas roxas abaixo de seus olhos e cortes pelo seu braço e mãos – o sangue secara ali. Seu cabelo estava desgrenhado e sua capa pendeu para fora da cama.

— Eu... eu não queria. _ ela soluçou e sua voz saiu ainda mais baixa do que de costume.
— Não queria o quê, Astoria? Pelas barbas de Merlin! Isso são modos? Foi assim que sua família deplorável lhe ensinou a agir? _ falei desgostoso, escondendo todo e qualquer tom de preocupação em minha voz _ Se é isso _ fiz sinal para meu próprio corpo _ o que você quer você não precisa chegar desta forma. _ dei uma risada de escárnio, jogando a cabeça um pouco para trás, e os cabelos loiros se movimentando junto e logo em seguida caindo sob os meus olhos.
— Eu não vim aqui pra... isso. _ ela lançou um ligeiro olhar para minha nudez e mordeu o lábio. 
— Não, com certeza não. Ou já estaria em cima de mim subindo e descendo como se deve, e não com essa cara de cachorro assustado. _ resmunguei impaciente. Agora eu queria tê-la. Maldita.
— Não vim aqui para isso. _ ela soluçou, porém seus olhos pareciam famintos por mim.
— Isto não é mais do meu interesse.

A tomei em meus braços antes que eu pudesse pensar duas vezes, se eu queria mesmo me casar, eu merecia uma despedida, não é mesmo? Eu merecia tê-la uma ultima vez, e sentir me ir e vir dentro dela até que eu não me agüentasse mais, eu merecia o poder de puxar seus cabelos para trás enquanto estava de quatro à minha frente e eu a desejava mais do que qualquer outra coisa na vida. Ela não parecia achar ruim que eu a estivesse colocando deitada e que eu rasgasse sua roupa enquanto a abria, botões me tiravam qualquer resquício de paciência que eu pudesse ter em algum momento da vida, mordia o lábio com força e segurava meu corpo cada vez mais próximo do seu com uma pressa e urgência que eu desconhecia – ela sempre fora bastante dedicada, mas nunca havia forçado nenhuma situação daquela maneira.

Eu puxei sua saia para baixo, junto a calcinha e a penetrei de uma vez – sem esperar nenhum aviso prévio, sem sequer uma preliminar que fosse. Eu estava com raiva, e eu precisava extravasar aquilo de alguma maneira. Quando eu a olhei percebi que lágrimas escorriam de seus olhos e me senti ligeiramente culpado – eu poderia tê-la causado alguma dor. Mas eu não era do tipo que se desculpava então me movimentei novamente, um pouco mais rápido e indo ainda mais profundamente do que da primeira vez, ela soltou um gemido alto.

— Draco, ela está morta.


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