Twin Beach escrita por Metal_Will


Capítulo 79
Capítulo 79




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Capítulo 79 - Um naufrágio cheio de confusões!

 Resumo dos acontecimentos: nossos seis corajosos amigos Thiago, Mariana, Renata, Raquel, César e Stephany tiraram a sorte grande ao ganhar um passeio de barco na faixa. O problema é que o capitão da embarcação não parecia ser alguém tão experiente assim...o resultado é que os seis acabam presos numa ilha, enquanto o capitão tenta ir à cidade mais próxima buscar ajuda e combustível (mesmo não sabendo exatamente onde estava). Segundo ele, em três horas ele estaria de volta, mas...três horas já haviam passado, na verdade, já estavam se passando quatro horas.

- Cadê? Cadê o capitão? - reclama Mariana - Já se passaram três horas faz tempo!

- Calma, amor! - Thiago tenta acalmar - Err...você sabe..esse mar é grande...talvez ele ainda não tenha achado nada! Ele só saiu com o barquinho...hehe

- E isso que é pior! - reclama a loirinha - O cara é tão doido que sai pelo mar com um barquinho salva-vidas! E ele falou que mesmo que não achasse nada voltaria! Agora estamos aqui, no meio do nada, sem nem saber o que fazer!

- Calma, calma...a gente pode dar um jeito...não é, pessoal?

Raquel parecia nervosa.

- Eu quero voltar pra casa! - ela chora - Nem nossos celular funcionam aqui!

- Calma, calma! - César tenta acalmar - Não podemos entrar em pânico...err...o capitão falou que tinha comida no barco, não falou?

- Ah, sim...ele falou! - diz Stephany, chegando do barco com uma cara cínica - Essa é a comida de que ele tava falando!

 Ela joga meia dúzia de barras de cereal no chão. Era a única comida que tinha no barco.

- Vai ver ele esqueceu de fazer compras, né? - fala Thiago.

- Muito competente - fala Mariana - Mas é melhor que nada, não é?

- É verdade....dá pra se virar - diz Stephany, enquanto tomava um pouco de água da garrafa. Na verdade, tomava toda a água da garrafa.

- Stephany! O que está fazendo? - Thiago grita pasmo.

- Tomando água, ué?

- Mas tudo? Essa não é a única água que temos?

- Acho que sim - fala a garota - Ops. Foi mal

- É verdade...precisamos dar um jeito de arranjar água - fala Renata - Tem coqueiros nessa ilha, não tem?

Todos olham ao redor. A ilha era meio sinistra...a praia onde estavam até tinha algum coqueiro, mas no fundo tinha uma mata mais fechada. Parecia perigoso. A situação não era nada boa.

- Bom, tem alguns ali

- Cocos sempre tem água - lembra Mariana - Precisamos pegar alguns!

- Boa ideia, gata! - fala Thiago - Mas...quem vai pegar o coco?

Todos olham para Thiago. A resposta parecia óbvia. Poucos instantes depois, Thiago se vê tentando subir no coqueiro para pegar alguma coisa lá em cima. E claro que isso era não era uma tarefa muito fácil, ainda mais se tratando de alguém não muito atlético como Thiago.

- Como você é mole, Thiago! - grita Stephany - É só subir aí!

- Aiii!  - grita o rapaz, escorregando vinte centímetros a cada dez centímetros que conseguia escalar - Se é tão fácil porque você não vem pegar, Stephany?

- Isso é jeito de um cavalheiro tratar uma dama? Você é o líder daqui, não é?

- Ora, sua... - mas Thiago sempre escorregava.

- Acho que desse mato não sai coelho - fala Mariana.

- Não tem outro jeito de pegar os cocos?

- Podíamos balançar o coqueiro, não podíamos? - fala Renata.

Thiago ouve aquilo meio incrédulo. Mesmo com muita força, ele não achava que daria algum resultado. Mesmo assim, Stephany tenta.

- Se é assim...deixa comigo! - se oferece a mocinha para sacudir o coqueiro. Agora a esperança estava em Stephany.

- Vai, Sté! Vai! - torce Raquel.

- Sei não...mesmo com muita força, não acho que os cocos vão cair e... - mas não deu nem tempo de Thiago terminar de falar que logo um, opa,. dois cocos caem na cabeça dele.

- O que estava dizendo? - provoca Stephany.

- Sua cabeça dura não rachou os cocos? - fala Mariana.

- Muito obrigado por se preocupar com a minha cabeça - reclama Thiago, massageando sua pobre cabeça atingida - Bom, mas o importante é que conseguimos os cocos, não é?

- Sim! - todos comemoram, até Renata perceber algo ainda mais urgente.

- Então...como vamos quebrar os cocos? - ela pergunta.

- Bem...posso tentar usar minhas técnicas - diz Stephany, pegando um coco, colocando-o em cima de uma pedra próxima e tentando quebrá-lo com um golpe de caratê, mas não consegue - Ai, ai...é mais duro do que pensei

- Por que não tenta batê-lo na pedra? - sugere César. Stephany começa a bater, mas ainda não consegue quebrar. Thiago acha uma pedrinha mais pontiaguda e tenta ajudar Stephany, claro, não sem antes receber uma cocada na cara dada acidentalmente quando ela jogava o coco para trás antes de jogá-lo na pedra.

- Ai, ai...por que querem tanto me dar cocadas? - Thiago bronqueia.

- Ops. Desculpe

- Aqui! Tente usar isso! - ele oferece a pedrinha que achou - Uma pedra mais pontiaguda...isso deve ajudar

- Sério?

- Se é pontiaguda tem uma área de contato menor e, portanto, vai ter uma pressão maior para quebrar o coco! - explica Thiago. Bem ou mal ele tinha passado no vestibular e entendia alguma coisa de Física.

- Bem pensado - fala Mariana - Tente, Sté!

Dessa vez dá certo. Ela quebra o coco e todos conseguem se hidratar com a água de dentro. Mas a polpa não era suficiente para matar a fome.

- Tô com fome - reclama Raquel.

- Eu também - concorda César, que, se tivesse alguma comida, certamente dividiria com Raquel...ou com a Renata...ele ainda não havia se decidido.

- Já está anoitecendo - repara Mariana - E aquele capitão folgada não deu sequer sinal de vida! Vamos ter que nos virar para passar a noite aqui

- P-Passar a noite?! - repete Thiago.

- Sim. O problema é que não sabemos nada sobre essa ilha...ela pode ter animais selvagens ou coisa parecida

- É verdade...pode ter leões por aqui. Já pensou, que da hora! - grita Stephany.

- Você é mesmo uma doida! - bronqueia Thiago - E não tem leões selvagens no Brasil!

- Mesmo?

- Talvez tenha onças

- Nossa...legal! - os olhinhos de Stephany brilhavam.

- Seria bom se fizéssemos uma fogueira - fala Mariana.

- Boa ideia - concorda Renata - Eu tenho um isqueiro aqui

- Você trouxe um isqueiro? - estranha Thiago

- Trago comigo...às vezes o tio Natan não tem um para acender o cigarro - ela explica - Acabei me acostumando a carregar um

"Acho que o tio Natan simplesmente achou mais prático por nunca achar um isqueiro nas coisas dele", pensa Thiago.

- A fogueira espanta os animais selvagens...a gente pode até dormir no barco, mas enquanto estivermos aqui fora é bom ter um pouco de fogo - diz Mariana - Procurem alguns galhos por aí...se todo mundo trabalhar, vai mais rápido

- Vamos, Raquel? - chama Renata

- Sim, sim. Vamos lá

- Ah, eu vou com vocês! - César se oferece.

- Ajuda também, Thiago! Eu vou dar uma outra olhada no barco pra ver se não tem mais comida mesmo!

- T-tá...nossa, você parece entender de sobrevivência, Mari

- Meu pai deu algumas dicas sobre isso...ele tem treinamento militar, lembra?

- Claro que lembro - diz Thiago, embora não gostasse muito de lembrar (*)

- Bom...eu vou ver o barco mesmo. Procure lenha com o resto do pessoal...se achar alguma fruta no caminho, pode trazer para cá também. Precisamos do máximo de suprimentos possível

- T-Tá - fala Thiago. "Puxa...", ele pensa, "Ela é boa mesmo nisso...e, espera, quer dizer que estamos todos aqui...numa ilha deserta...e se.."

* Imaginação do Thiago *

O dia amanhece, Thiago está junto com as meninas na praia, em um sol nada piedoso.

- O capitão nunca vai voltar...já estamos há dois dias aqui

- Cadê o César? - pergunta Mariana, junto com as outras meninas.

- Foi procurar mais comida - diz Thiago - Nossas reservas estão acabando

- Será que ele volta? - pergunta Raquel.

- Eu não sei - fala Renata - Só sei que...está tão quente...e minhas roupas já estão todas suadas

- As minhas também - fala Mariana

- Idem - continua Stephany.

- Não tem ninguém aqui.. - fala Mariana - ...acho que...não precisamos ficar de roupa

- O quê?! - Thiago cora.

- Também acho - concorda Renata, tirando a camiseta - Acho que nem de biquini nós precisamos

Nisso, Raquel e Stephany também começam a se despir. Thiago sente seu nariz sangrar.

- Esperem...o que estão fazendo? Eu também estou aqui e...

- Tira tudo também, Thiago! - fala Mariana, enquanto Renata e Raquel começam a despi-lo - Aqui ninguém tem maldade

- Ei, calma...assim desse jeito nós...

- Thiago! - grita César

* Fim da imaginação do Thiago *

- César? Você também vai entrar nessa? - fala o rapaz, sem nem abrir os olhos.

- Do que está falando? Vai ficar aí parado? Vai logo, buscar alguma lenha!

- Hã? Ah, sim! Claro! Claro!

No fim, o grupo consegue arrumar uma fogueira e Mariana acha um pacote de salgadinhos num armário do barco. E nada do capitão aparecer.

- Podem comer...eu vi a data de validade e ainda tá no prazo - fala Mariana, enquanto passa o pacote para os amigos.

- Pelo menos a gente engana o estômago com alguma coisa, né? - diz Renata.

- Tentei várias vezes, mas o celular não dá sinal mesmo - diz Mariana - Precisamos pedir ajuda de algum jeito...talvez esse sinal de fumaça atraia alguma autoridade

- Espero - diz Raquel - Que situação...quero ir logo para casa!

- Eu também - diz César - Não se preocupe...vai dar tudo certo!

César abraça Raquel em sinal de carinho, o que Renata vê e dá uma risadinha.

- Hihi...vocês estão bem amigos, né?

- Hã? Renata? Espere...nós...

- César - fala Raquel.

- O que foi, Raquel?

- É que...você gruda muito suado desse jeito - ela fala.

- Oh, desculpe, desculpe!

- Cadê a Stephany? - pergunta Mariana.

- Acho que foi ao banheiro - fala Thiago - Tudo bem...acho que já é hora de irmos para o barco e dormir um pouco

Mas, nisso que eles decidem ir para o barco, ouvem um rugido ou algo assim. Raquel se agarra com Renata, mesmo ela também estando suada. César também fica apavorado. Thiago começa a gelar.

- O que foi isso?

- Calma, calma - Mariana tenta tranquilizar - Não deve ser nada demais

O problema é que era algo demais. Assim que se aproximam do barco veem um tipo de lobo ou cachorro do mato ou algo do gênero, furioso.

- O...o que é isso? - pergunta Thiago.

- Acho que é um lobo - fala César.

- Não é um coiote? - pergunta Raquel.

- Acho que não tem coiotes por aqui - fala Thiago.

- Coiote, lobo, cachorro do mato...o que importa? - fala Mariana - Ele parece bravo

- E agora? - Raquel parecia nervosa.

- Até que ele é fofo, né gente? - fala Renata

"Essa menina tem medo de alguma coisa?", pensa Thiago, "Caraca! O que a gente faz?"

- Tudo bem - fala Mariana - Temos fogo! O fogo sempre espanta os animais selvagens!

O problema é que justo na hora que o grupo recuava para perto da fogueira começa a chover e a chuva começa a cair rápido.

- Algum plano B? - pergunta Thiago, enquanto o olhar do lobo ou coiote ou cachorro do mato ou o que quer que fosse ficava cada vez mais nervoso.

- Sim..CORRAM!!!! - grita a loirinha. O grupo corre e os cinco conseguem subir numa árvore da mata fechada. Mas o cachorro não queria desistir..ele fica ali embaixo, esperando.

- E agora? - fala Thiago, enquanto se segurava nos galhos. César e Renata estavam na parte mais acima. Mariana e Raquel conseguem um galho logo abaixo. Thiago é quem estava mais perto do lobo e via a cara nada amigável dele. Por outro lado, conseguia ter uma visão panorâmica da bunda da Renata do galho onde estava...ou seja, tinha um lado bom em tudo.

- Ele não pode ficar aí para sempre! Oh, merda...e a Stephany? Ela ainda tá lá atrás! - lembra Mariana.

 É verdade...Stephany estava com problemas. E agora? Como eles vão sair dessa?

(*) = ver capítulos 42 a 44


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Notas finais do capítulo

Será que alguém ainda lê Twin Beach? Dê sinal de vida, povo!



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