Patrícia:

— Olá linda!

O sol tinha acabado de nascer e Patrícia estava a caminho do local onde seriam entregues as tarefas quando ouviu Drew sussurrando no seu ouvido.

— Olá Drew…- disse ela pondo distância entre eles os dois.

— Excitada pelo primeiro dia de trabalho?- disse Drew com um sorriso sarcástico.

— Alguém não está muito feliz por ter de por as mãos na massa.- Respondeu Patrícia sentindo um certo prazer com o descontentamento de Drew.

— Eu fui enviado aqui para disparar armas e lutar contra malucos em caso de necessidade, não para carregar troncos para um muro.- Respondeu Drew chateado.

— No entanto eu estou contente por não haver disparos de armas e lutas- disse Patrícia sem perceber o problema de Drew.- E bem que os teus braços precisam de algum trabalho.

Após isto ela foi-se embora deixando Drew boquiaberto com tamanho insulto. Na verdade os braços de Drew eram ótimos. Ela já tinha passado algum do seu tempo olhando para forma de como os seus braços ficavam musculados quando este cruzava os braços. Para Patrícia era a ação em que ele ficava mais gostoso. Ela abanou a cabeça para afastar esses pensamentos sobre Drew e continuou o seu caminho.

Ben:

Ben tinha sido colocado na construção do muro. Estava muito calor e este decidiu tirar a blusa que vestia. Ia no seu caminho para levar um tronco quando viu Eleonor também construindo o muro, numa zona mais afastada. Foi até ela e disse-lhe:

— Olá trabalhadora.

Eleonor que estava emersa no trabalho de juntar os troncos assustou-se batendo com a cabeça num tronco que estava mais desviado do resto.

— Estás bem?- perguntou Ben preocupado.

— Estou bem.- Disse Eleonor rindo do ocorrido.

Só então notou que Ben estava sem camisola. Ela percorreu os olhos pelo seu abdómen definido e quando percebeu que Ben tinha notado que ela o olhava, corou fazendo com que este lhe sorrisse.

— Então, vejo que tens estado ocupada.- Comentou Ben tentando evitar que Eleonor ficasse ainda mais constrangida.

Ela agradeceu mentalmente a mudança de assunto e respondeu:

— Estou com problemas em colocar estes dois troncos equilibrados…

— Deixa-me ajudar-te – disse Ben pousando o tronco que trazia no chão. Porém olhou para as bochechas coradas dela e continuo- Logo depois de eu vestir a minha blusa.

Ben vestiu a blusa, sorriu para Eleonor e ambos continuaram a construção do muro.

Jake:

Jake tinha sido colocado no grupo de exploração onde também estava Carly, Louis, Mary, Constance, Max, Ruth, Eric e Bellamy. Naquele momento esperava que Carly e Bellamy decidissem os companheiros daquele dia. Viu pelo canto do olho que Bellamy olhava para ele enquanto Carly escrevia os nomes no que parecia ser um pedaço de papel velho. Ele segurou o olhar de Bellamy até que este virou a cara quando Carly lhe perguntou algo que ele apenas respondeu com um abanar de ombros. Jake observou Carly afastar-se da mesa para que os outros adolescentes pudessem ver com quem tinham ficado e vir na sua direção.

— Eu fiquei contigo- disse ela sorridente.

Jake sorriu ainda mais. Ele adorava passar tempo com Carly. E também ajudava muito o facto de ela ser linda de morrer. Com os seus cabelos castanhos, compridos e encaracolados e a sua atitude sensual, colocava a maioria das raparigas daquele acampamento a uma ponta.

Carly começou a andar para fora dos muros que estavam a ser construídos.

— Onde vamos?- perguntou ele.

— Para onde o vento nos levar- respondeu Carly enigmática e Jake segui-a.

Anthony:

Tinha sido colocado na construção das tendas juntamente com Francis. O seu trabalho era montar as tendas que vinham dentro da nave. As tendas eram fáceis de montar e por isso eles já estavam bastante avançados para aquela hora do dia. Anthony decidiu colocar o nome dos adolescentes nas tendas correspondentes. Francis após montar a última tenda juntou-se a ele.

— Onde devemos meter a Constance?- perguntou Francis.

— Ao pé do muro, ouvi dizer que ela gosta de olhar as estrelas.- Respondeu Anthony.

Francis foi até ao outro lado do acampamento de modo a colocar o nome de Constance numa das tendas mais afastadas. Apenas uma parte do acampamento seria destinada aos chamados dormitórios, que neste caso seriam as tendas. Os restantes seriam espaços para armazenar a comida, as armas que neste momento eram escassas e espaço para treinamento e lazer. Alguns adolescentes estavam inclusivo trabalhando na construção de uma espécie de bar. Anthony agarrou o seguinte nome que estava na caixa de onde vinham tirando os nomes. Mary. Anthony tinha a impressão de a ter visto há dois dias atrás quando estava com Lori na floresta. E também tinha a certeza que Mary tinha tido uma impressão totalmente errada do que estava ali a acontecer. Continuou a olhar para o nome e a refletir sobre o assunto até que Francis chegou. Este olhou para o nome e perguntou-lhe:

— Estas interessado na Mary?

— Não é isso- Anthony respondeu e Francis

— Então não estás interessado na Mary?- perguntou Francis achando piada à situação.

— Também não é isso.- Respondeu Anthony percebendo onde o amigo queria chegar.

— Então o que é?- perguntou Francis, já curioso.

— Lembraste daquela história com a Lori no dia em que chegamos?- perguntou Anthony, começando a explicar a situação.

— Sim, o que é que isso tem a ver?- retrucou Francis não percebendo onde Anthony queria chegar.

— Bem, eu acho que ela me viu. Aliás, eu tenho a certeza que ela me viu porque ela anda a evitar-me.- Disse Anthony.

— Como é que ela te pode evitar quando vocês nem sequer se conhecem?- perguntou-lhe Francis que estava a achar imensa piada à situação.

— Não sei, mas ela está a fazer isso…- respondeu Anthony já não tão certo da situação.

— Como bom amigo que sou, irei colocar-te num grupo de busca com ela para que possas resolver essa tua situação. E perceber se estás ou não interessado na Mary.- Francis disse esta última parte com um levantar de sobrancelhas e com um sorriso de lado.

— És o maior!

Anthony e Francis riram e continuaram o seu trabalho que ainda estava para durar.

Louis

Os deuses deste planeta só podiam estar a conspirar contra ele. Tinha sido colocado numa equipa com a sua ex, Mary e um gajo estranho que se dizia chamar Eric. Naquele momento estavam a andar pela imensa floresta. Mary não parava de tocar em todos os animais voadores que apareciam enquanto o outro rapaz continuava a apanhar coisas do chão achando que lhe iriam ser uteis para algo. Sobre a primeira, Louis continuava a rezar para que nenhum daqueles bichos a come-se viva e sobre o segundo, bem, Louis achava que o segundo bem que podia ser comido por um bicho voador.

— Acham que podemos usar isto?- perguntou Eric

— Isso é uma folha…- retrucou Louis revirando os olhos em seguida.

— É uma folha bem grande e macia, pode ser usada para fazer de cobertor.- Respondeu Eric já pensando em todas as possibilidades que aquela folha poderia ter.

— Ele tem razão, devíamos levar a folha gigante.- Concordou Mary.

Louis sabia que Mary não tinha realmente essa opinião. Para Mary uma folha era só uma folha e não um cobertor e sabia que ela apenas estava a concordar com Eric para o irritar. Porém, para espanto de Louis, esta foi ajudar Eric a enrolar a folha gigante/cobertor de modo a que pudesse ser colocada dentro das malas que eles traziam.

— Não vais ajudar?- perguntou Mary, olhando para ele com um olhar afiado.

Louis revirou os olhos e foi ajudar a dobrar a folha e coloca-la dentro da mala de Eric. Eles continuaram a sua caminhada e mais para dentro da floresta encontraram um lago. Mary sorriu e aproximou-se tirando as suas roupas.

— Mas que raio pensas que estás a fazer?- gritou Louis à medida que Mary ia em direção à água.

— O que achas? Vou dar um mergulho… Anda Eric!- respondeu Mary, gritando para o outro colega que também tirou as suas roupas e foi em direção a ela dando um mergulho nas águas geladas.

Louis sentou-se numa rocha ali perto e decidiu deixar as crianças divertirem-se um pouco. Após 5 minutos de os ouvir rir e brincar com a água decidiu começar a afiar um pau que se encontrava ao seu lado para o caso de precisar dele para matar Eric ou Mary. Louis estava a acabar de afiar o pau quando notou algo a mexer-se dentro de água em direção a Mary.

— Mary! – Gritou- Sai da água!

— Nem penses! – disse ela, ignorando-o completamente.

Eric porém também avistou algo na água e foi em direção a Mary, lentamente.

— Nós precisamos de sair da água.- avisou Eric, sussurrando no ouvido de Mary.

Mary que percebeu o terror na voz de Eric começou a ir lentamente em direção à costa. Quando já estavam quase a chegar uma criatura parecida a um hipopótamo só que com dentes afiados saltou da água e correu na sua direção. Louis meteu-se na frente deles e a criatura saltou-lhe para cima.