Corações Partidos(Segredos e Mentiras) escrita por calivillas


Capítulo 1
Naquela manhã




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Naquela manhã especial, ele estava ansioso e atrasado para a uma importante reunião com a diretoria da empresa, seria a primeira da nova gestão, na qual todo futuro deles seria traçado, mesmo assim, parou na cafeteria para comprar seu café com leite habitual, não podia ficar sem ele, ainda mais, hoje. Até que o atendimento foi rápido, escolheu um para viagem, pagou e saiu, apressado, parou na porta, inquieto, esperando a entrada de um grupo de jovens mulheres, que conversavam, despreocupadas e animadas, então passou pela porta.

 Era uma manhã igual as outras, ela parou na calçada, para conversar, rapidamente, com uma amiga, com quem cruzou e lhe contou as novidades, se despediram, alegres. Quando, com um gracioso rodopio, ela se virou, rapidamente, ainda falando e rindo, para entrar na cafeteria, onde suas amigas a esperavam para tomar o café da manhã.

Os seus corpos se chocaram, o copo de café descafeinado com leite desnatado, que estava na mão dele, voou pelos ares, derramando por inteiro no chão, respigando sobre os seus sapatos de couro italianos e a calça do terno feito sobre medida e molhando a barra da saia colorida dela.

Ele, ainda sem acreditar, olhou para o seu copo no chão, para seus sapatos e suas calças, levantou a cabeça, lentamente, irritado, pronto para brigar, quando seus olhos se encontraram com aqueles enormes e meigos olhos castanhos, então, se esqueceu o que iria falar.

Ela encarou, espantada, o copo caído no chão, os respingos nos sapatos e nas calças de aparência cara dele, envergonhada, ergueu os olhos, pronta para se desculpar e se prontificar de pagar outro café, quando seus olhos se depararam com aqueles olhos de um azul translúcido, como nunca havia visto igual.

— Desculpe-me! A culpa é toda minha, eu estava distraída! – Ela se lamentou, constrangida, abaixando os olhos, para se concentrar, mas ele continuou a encará-la, prestando atenção nos movimentos da sua boca rosada e carnuda, naquela pele dourada, imaginado qual seria o seu sabor. Ela sorriu e ergueu o olhar para ver a barba loura bem aparada e tratada, parecia macia, teve vontade de acariciá-la – Eu posso comprar outro para você – propôs, sorrindo, sem jeito.

— Não será necessário – ele respondeu, ainda, parados no mesmo lugar, atrapalhando a passagem dos outros clientes.

— Com licença – pediu uma senhora impaciente, querendo transpor a porta, eles perceberam que estavam interrompendo a passagem e foram para a calçada.

— Olhe, eu preciso ir agora, tenho uma reunião importante – ele se desculpou. – Aqui tem o meu cartão, por favor, me liga, você me deve um café – ele brincou, entregando-lhe um elegante cartão de visita pessoal.

— Mathews – Ela leu, alto, o primeiro nome dele, que soou melodioso aos seus ouvidos. – Muito prazer, Mathews, meu nome é Teresa – ela se apresentou estendendo a mão, que ele apertou, sentindo a pele sedosa e macia dela. – Pode deixar, que eu ligarei – respondeu, sorrindo, ele sorriu de volta.

— Não se esqueça, me liga! Preciso ir agora, já estou muito atrasado. Até mais, Teresa – ele disse, já andando de costa, sem tirar os olhos dela.

— Até mais, Mathews – ela falou alto, gostava do som daquele nome, então, ele se virou e andou, rapidamente.

Teresa ficou ali, parada, olhando ele se afastar, com o cartão na mão, até perdê-lo de vista na virada de uma esquina, então, entrou na cafeteria.

Suas amigas já estavam sentadas, com seus copos de café, de variados tipos, pães e bolinhos, a observando, curiosas.

— O que foi aquilo? – perguntou uma delas, no momento, que Teresa se sentava, com o seu café, elas tinham assistido toda a cena de longe.

— Não sei, ele me entregou um cartão e pediu para eu ligar – Teresa respondeu, dando de ombros.

— E você vai ligar? – Uma outra quis saber – Ele é bem bonitinho, um pouco sério demais para mim.

— Mas, é gostoso! Qual é o nome dele? – quis saber outra.

— Mathews Bauner – Teresa respondeu, lendo o cartão na sua mão, gostava do som daquele nome.

— Com esse nome e com aquela cara deve ser estrangeiro – uma das colegas observou. — Liga, boba! O que você tem a perder? – Ela a incentivou, com uma pontinha de inveja, pois o cara deveria ter dinheiro.

 Teresa ficou pensativa, rodando o cartão entre os dedos, suas colegas tinham razão, além do mais havia algo naquele homem, que mexeu com ela, quem sabe, ligaria mais tarde.

Mathews entrou, apressado, no corredor do andar da diretoria da empresa.

— Já estão todos o esperando na sala de reunião, senhor Bauner – A secretária o encontrou no corredor, aflita, lhe entregando os papéis referentes àquela reunião, sem pararem de andar – O que houve com as suas calças? – ela perguntou, curiosa, ao observar os respingos de café.

— Só um pequeno acidente – disse, abrindo a porta da sala, onde em volta de uma grande mesa um grupo de executivos com seus semblantes tensos e preocupados o esperavam, ansiosos para conhecer o seu futuro – Bom dia e desculpe-me pelo atraso, senhores e senhoras – continuou, de modo formal, tomando o seu lugar na cabeceira da mesa – Podemos começar? O primeiro assunto será a aquisição dessa empresa.

Depois de mais uma reunião para discutir e remanejar a nova aquisição, Mathews estava exausto e estressado, sabia que ainda faltava umas boas horas de trabalho antes de ir para casa, quando seu telefone pessoal tocou, ele atendeu o número desconhecido, com impaciência.

— Mathews Bauner – respondeu, com a voz firme e sem emoção.

— Mathews, aqui é Teresa, a moça da cafeteria, que derrubou o seu café, hoje pela manhã, lembra-se de mim? – Mathews levou alguns instantes para saber quem se tratava, sua cabeça estava a mil, mas, de repente, ele se lembrou daquela pele dourada, daquela boca carnuda, daquela mulher, suspirou, satisfeito.

— Claro, que eu me lembro de você, Teresa, fico feliz por você ter ligado – ele falou, mais calmo, podia até imaginá-la ao telefone, naquele momento, linda e sensual.

— Desculpe-me se eu liguei em má hora, posso ligar mais tarde, se preferir – ela estava um pouco encabulada.

— Não, por favor, eu fiquei com medo que você não me ligasse, porque queria muito revê-la — ele confessou, com a voz suave, o seu corpo e sua cabeça mais leves.

— Eu, também, quero me encontrar com você – ela revelou, não conseguiu tirá-lo da cabeça desde que o viu naquela manhã.

— Que tal hoje? – Ele estava inquieto.

— Hoje? Você é apressado! – Teresa brincou, mas gostando da proposta.

— Normalmente, não sou assim, mas eu queria muito encontrar com você, Teresa — Mathews confessou, pois nunca se sentiu assim antes.

— Hoje está ótimo — ela concordou, sem querer fazer nenhum joguinho.

— Onde eu encontro você? – Mathews perguntou, tentando esconder a ansiedade.

— Bem, Só tem um pequeno problema – ela começou, sem graça — Uns amigos meus irão tocar em um bar, eles têm uma banda, que toca rock clássico, eu prometi que assistiria o show deles. Mas, nós podemos nos encontrar depois da apresentação. Tudo bem para você?

— Claro, é só me dê o endereço que eu a pegarei lá.


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