A mulher do retrato 2 escrita por Lady Town


Capítulo 3
Capítulo 3




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/688058/chapter/3

 

 

Vitória abriu a porta pois já esperava por Emília. A proprietária da Beraldini viera, em pessoa, negociar a vinícola. Devia estar mesmo muito interessada. Bento não havia sido avisado da visita, Vitória queria ela mesma tratar, antes, dos detalhes, que depois reportaria ao enteado. Emília permaneceu parada, olhava Vitória como se tivesse visto um fantasma; não assustada mas com muito interesse. Vitória resolveu quebrar o silêncio pois já se incomodava:

— Como vai, dona Emília?
— Bem...bem...Não me chame de dona, por favor, assim como não pretendo chamá-la de dona Vitória, se me permitir...
— Entre, fique à vontade!

Emília entrou observando a sala. Pareceu a Vitória uma mulher desconfiada, estranha...
— Que bela casa, que bela casa...
— Sim...Eu adoro esta casa, fui muito feliz aqui!
— Eu imagino...
— Sente-se, por favor. Bebe alguma coisa? Um vinho branco, talvez?
— Claro! Um vinho branco! Por que não?

Vitória pediu que trouxessem o vinho da Ventura.
— É um vinho excelente...não sei se teve oportunidade de degustar em São Paulo...
— Não...não tive, e é de fato excelente.

Ambas ficaram olhando-se, analisando-se, embora os motivos de Emília para tal interesse fossem muito diversos dos de Vitória.
— Bom...como sabe, vim a Campobello pela Ventura. Mesmo sem conhecê-la, posso dizer que estou muito interessada em fechar este negócio.
— E nós interessados em fazer o melhor negócio possível! Digo nós porque somos eu e meu enteado os herdeiros da Ventura.
— Não teve filhos, então?
— Não...não tive!
— E onde está seu enteado?
— Ele não sabe que a estou recebendo. Prefiro que ele não participe deste tipo de negociação. Bento tem uma personalidade difícil...

Emília sentiu que talvez o tal enteado representasse algum empecilho em sua missão.

— Falemos às claras, Vitória! Quanto querem pela vinícola?

— Veja, não se trata apenas da vinícola, mas das terras cultivadas e também desta casa, que, como pode ver, é belíssima...nós precisamos vender tudo, acho importante salientar, para que possamos pagar os credores...

A fisionomia de Emília não se alterou.

— Portanto, por tudo, estamos pedido oito milhões.

— Oito milhões? Espero que tenham considerado se tratar de uma empresa falida!

— Sim, mas...

— Eu pago sete. Sete milhões. Veja com seu enteado se o negócio interessa...além do mais, nem conheci a vinícola ainda...

— Mas claro...se quiser, amanhã mesmo podemos ir e lhe mostrarei tudo.

Então ficamos combinadas assim. E se o Bento...é Bento, certo? Se ele puder nos acompanhar amanhã...seria ótimo conhecê-lo.

— Claro, claro! Eu arranjarei tudo!

 

E Vitória despediu-se da mulher misteriosa com uma sensação estranha. Parecia que o negócio estava fechado mas ela havia feito uma proposta sem ao menos conhecer o que iria comprar. Não importava. Convenceria Bento de que a oferta de sete milhões era excelente e pagaria todas as dívidas que tinham.

 

De volta ao hotel, Luíza quis saber da tia o que havia tratado com a proprietária da Ventura.

— Negócio praticamente fechado! Amanhã ela me levará para conhecer tudo e a senhorita vai comigo.

— Está bem! Mas como o negócio está quase feito se você nem conhece a vinícola?

— No momento certo você vai saber que meu sexto sentido não falha!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A mulher do retrato 2" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.