Cartas para Harriet escrita por Ahelin


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Hay!

Obrigada por ter dado uma chance, é minha primeira fic nesse estilo e realmente espero que goste.
Ah! Esse capítulo ficou bem pequeno, mas é só uma introdução! Relaxe, os próximos serão um pouco maiores :3

Dito isso, até lá embaixo o/



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— E não se esqueça de apagar as luzes antes de dormir. — Ela inclinou-se e beijou a testa do homem, que a olhava com carinho.

— Ora, Harry, eu sei me cuidar — sorriu ele, empurrando as rodas de sua cadeira para frente num impulso, de modo que Harriet caiu em seu colo. Riram, e nesse momento não lhes importava o que pensariam os vizinhos.

— Não faça isso, Luke — sussurrou a moça, com um sorrisinho maroto no rosto enquanto colocava os braços em volta do pescoço de seu marido. Os cabelos claros que desciam uns poucos centímetros abaixo das orelhas, num tamanho inaceitável para qualquer homem naquela cidade, somados ao rosto sem barba e o delicioso cheiro de loção só a fizeram suspirar mais uma vez por ele. Olhou para os olhos verde-claros, que contrastavam tão bem com os seus, castanho-escuros. — Vou sentir sua falta...

— Ah, eu sei. — Ele riu de novo, uma risada leve e divertida. Sentiria falta dela, sim, mas os soldados feridos da Guerra precisavam de uma enfermeira. Além do mais, cuidaria de tudo durante o tempo em que a esperasse. — Agora, senhora Oliviera, que tal uma última dança? — propôs, se deslocando até o toca-discos e girando devagar a manivela. Harriet, sem se levantar, colocou a agulha e logo uma suave música preencheu a sala. — Fique sentada, você vai acabar pisando no meu pé outra vez.

— Não pode culpar uma enfermeira por não saber dançar.

— Eu danço melhor que você e nem posso mover as pernas.

As palavras saíam em tom de brincadeira, adiando o máximo possível o sentimento de saudade que se instalaria ali assim que ela colocasse os pés na varanda. Não poderia ser evitado: em 1915, em meio a uma guerra mundial, ser convocado para servir o país era uma honra. Luke, por ser paralítico, já havia sido rejeitado duas vezes pelo exército, mas agora Harriet poderia ajudar pelos dois.

O silêncio entre eles foi confortável. Ele girava devagar, com uma mão apoiando a cintura dela e a outra controlando os movimentos. Ela deitou a cabeça em seu ombro, fechou os olhos e procurou guardar cada sensação ali.

— Vai passar rápido, eu sei disso — murmurou ele, parando de dançar e a abraçando com força. Seus dedos roçavam no sobretudo verde-escuro e buscavam agarrar-se a cada centímetro dela, eles não queriam deixá-la ir. Beijou-lhe o pescoço e os ombros, sentindo o doce cheiro da colônia, e acariciou pela última vez os macios e curtos cachos castanhos. — Eu amo você, nunca se esqueça disso.

— Como poderia esquecer? — Ela sorriu, derramando uma lágrima que ameaçava cair há muito tempo, e que foi seca pelo polegar de Luke. — Eu te amo. Vai me esperar, não vai?

— É claro que vou. Só não se esqueça de voltar para mim, Harriet.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?
Gostaram do Luke e da Harriet?
Tudo que posso prometer é que o Luke enviará muitas cartas de amor para sua esposa. O que será que elas nos contarão?


Beijinhos ♡