A Missão do Anjo escrita por Echo


Capítulo 6
O Anjo.




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A Missão do Anjo.

O Anjo.

As noites de Creek Hill sempre se caracterizaram por serem frias e densas, com uma breve neblina pairando sob a cabeça dos moradores da pequena cidade. Independente da temperatura ou dos calafrios que subiam por seu corpo, Mary Jane Whiles pisou no chão com delicadeza em frente a porta de casa, vendo pela janela que havia apenas uma luz acessa, dando um breve contraste na sala.

Abriu a porta com certa hesitação e adentrou sua moradia, encontrando-se envolvida pelo doce calor e aconchego que sua casa lhe proporcionava. Direcionou seu olhar a Jane Whiles, sua adorada mãe, que rapidamente virou-se para encara-la com um certo brilho de realização e orgulho brilhando em seus olhos. Após o movimento da mulher, Mary Jane pode ver claramente quem estava ali também, fazendo companhia a sua mãe – um belo homem alto, dono de um corpo exuberante, em contraste com a pele branca e os cabelos igualmente aos seus, louros, juntamente com os olhos verde-água. Suas asas douradas, tão majestosas, eram incríveis comparadas a sua grande auréola, que pairava sobre sua cabeça.

— Oh, Mary, minha amada! – Jane choramingou emocionada, juntando ambas mãos em seu peito enquanto alternava seu olhar entre o magnífico Arcanjo e a filha. – Você conseguiu encontrar a sua missão, minha filha! Estou tão orgulhosa de você! – seus longos braços rodearam o corpo magro de Mary Jane, que sorriu timidamente e aconchegou-se naquele delicioso calor materno. – Ah, sim, eu gostaria de lhe apresentar ao seu–

— Pai...? – a mestiça murmurou incrédula, vendo como aquela bela figura envolta de uma graciosa graça sorriu-lhe de volta, simplesmente concordando com um breve aceno. Jane afastou-se da filha, permitindo que a mesma cambaleasse até seu pai e joga-se em seus braços, circulando sua grossa cintura com seus pequenos e finos braços. – Pai...! Papai!

— Estou em casa, minha pequena. – o Arcanjo Oliver murmurou paciente, acariciando os longos cabelos louros de sua filha, maravilhado com suas conquistas e coragens. – Eu esperei anos para fazer isso, minha criança, mas você precisa entender que eu simplesmente não podia... sacrifiquei minha estadia na Terra pois acreditava que você conseguiria encontrar sua missão como anjo, e eu sequer planejava em lhe interferir, mas olhe só para você! – a jovem afastou-se do abraço, mostrando com orgulho sua graça como anjo. – Uma bela e formada anja, com a missão de amar e proteger os humanos... eu não poderia estar mais do que orgulhoso, pequena!

Entretanto, antes mesmo que mais alguém se pronunciasse ali, a porta de entrada foi batida contra a parede com certa violência, chamando a atenção dos três. Arthur Miles respirava fundo devido a corrida até a casa dos Whiles, mas ao deparar-se com Mary Jane, a bendita mestiça que tanto procurava, parada a algumas distâncias de si, completamente orgulhosa de sua formação como anjo, o jovem viajante sentiu o cansaço desaparecer de seu corpo como um passe de mágica.

Arthur murmurou o sobrenome de Mary Jane enquanto aproximava-se da mesma, encarando-a cara a cara, vendo como um belo e gigantesco sorriso formou-se em seus lábios finos. O jovem de cabelos negros mandou um adeus ao seu orgulho naquele momento, jogando-se sobre o pequeno corpo de Mary Jane, prendendo-a em um forte abraço. A mestiça sequer pensou antes de retribuir, sorrindo satisfeita com aquele ato enquanto sentia o mesmo em seus braços tremer suavemente.

— Arthur, seu bobo, você está chorando. – a jovem Whiles riu suavemente, passando suas mãos pelos cabelos negros de Arthur.

— Não estou não, Whiles... cale esta maldita boca. – o Miles de cabelos negros e orbes igualmente escuros soluçou, tentando ao menos conter as lágrimas que corriam livremente por seu rosto magro. – Sua imbecil, retardada... parabéns em ser a única mestiça imbecil a fazer-me chorar como um bebê.

— Posso ver que você é o tão falado Arthur Miles. – o Arcanjo Oliver falou compreensivo, fazendo com que ambos adolescentes afastassem do abraço, fazendo com que o viajante finalmente percebesse a presença do mais velho. – Muito prazer em conhece-lo, meu jovem, sou o Arcanjo Oliver e, como pode ver, pai de Mary Jane. – naquele exato momento, o interior de Arthur revirou-se ao ver aquele semblante educado transportar uma careta de insatisfação. – Não pense que só porque estava no Paraiso que deixei de acompanhar a trajetória da minha pequena. É bom você matar a saudade dela antes de termos uma séria conversa.

— Oliver, não assuste o garoto. – Jane riu divertida enquanto intrometia-se na conversa, piscando solenemente para os mais novos. – Deixe-os conversando um pouco, tirando dúvidas e colocando a matéria da prova em dia! São apenas crianças, deixe-os aproveitar esse tempinho... vem comigo até a cozinha, querido, deve estar com fome~

O Arcanjo apenas deu uma ultima olhada de aviso a Arthur antes de aceitar o convite de sua esposa – tempos se passaram, sempre acompanhando e guiando a segurança de sua primogênita, tanto tempo fora para chegar na cozinha e sentar-se à mesa, não demorando muito a comer com gosto qualquer coisa que era posta a sua frente.

Em certos momentos, Arthur deixou-se levar pelo aconchego da casa dos Whiles antes de decidir que já estava na hora de ir embora, com a simples desculpa de que ambos precisavam acordar cedo. Antes de sair da casa e dirigir-se em direção à rua, o jovem Miles virou-se para encarar os doces olhos castanhos de Mary Jane, franzindo o cenho ao vê-la sorrir tão abertamente.

— Espero que esteja preparada para amanhã, Whiles, pois você será o centro das atenções! – Arthur caçoou de mal humor, vendo com nitidez a expressão de confusão no rosto da loira. – Você nos deu um susto e tanto, tá certo? E espero que esteja bem disposta a aguentar aquela Strife irritante... que guria mais inconveniente!

— Uma boa noite para você também, Arthur. – Mary Jane riu divertida do mau humor do outro.

. . . .

A correria de final de ano estava aí, pairando sobre o consciente de todos os alunos e professores, que esperavam ansiosamente que aquela rotina de acordar cedo fosse logo substituída por uma mais relaxada, com direito a acordar tarde e passar altas horas da madrugada em frente ao computador, fazendo e conversando sobre idiotices. Quando o sinal do último período daquela rápida terça-feira ecoou pela escola inteira, todos os alunos entraram em surtos, rezando para que logo pudessem voltar para casa.

Mary Jane Whiles terminava de guardar seus livros, sem antes ver se não havia deixado nada pendente para amanhã. Helena Strife caminhou até a amiga, sorrindo animadamente enquanto a cumprimentava, passando de leve seu dedo sobre a maravilhosa aureola da de cabelos louros, que riu divertida com o ato.

— Você vai ir no baile de fim de ano? – Helena perguntou rapidamente, bagunçando algumas mexas de cabelo, fazendo com que Mary Jane a olhasse um tanto quanto confusa. – Vai haver um baile de fim de ano, para comemorarmos nossas loucuras! Você vai, né?!

— Eu... não sabia disso. Acabei faltando a reunião do grupo da turma. – Mary Jane riu envergonhada, lembrando-se do fatídico sábado de tarde onde optou por faltar a reunião para cumprir algumas de suas novas responsabilidades como anjo. – Sinto muito, Helena, mas não posso lhe garantir se irei ou não, tudo depende da decisão da minha mãe... e do Conselheiro.

— Ah, sim, os seus negócios como anjo. – a jovem Strife ajeitou a mochila em seu ombro enquanto ambas dirigiam-se a porta, enfim notando que Arthur Miles já havia saído mais cedo do que elas – talvez o garoto não estivesse muito interessado em ouvir conversas de meninas e fofocas sobre o baile. – Entendo que agora que você encontrou sua missão está sendo bastante dedicada, mas você precisa se divertir um pouco, Mary! E falo isso como sua amiga, e não como uma pessoa egoísta que quer lhe arrastar a uma festa!

— Eu entendo o que você quer dizer, Helena. – ambas saíram pelo portão principal, e os olhos castanhos de Mary Jane logo avistaram o luxuoso carro prato que a esperava. – Mas você tem razão, eu preciso me divertir um pouco, contudo, preciso antes me informar melhor com o Conselheiro. Não quero estragar minha nova imagem como anjo!

— Seria um desastre! – Helena gritou eufórica, rindo antes de se despedir da amiga com um rápido beijo na bochecha corada da mestiça. – Se acontecer alguma coisa, ou se lhe derem já a resposta, me dá um toque, tá?

— Claro! – despediu-se por fim da amiga e correu em direção ao carro, abrindo a porta e entrando lá.

. . . .

Jane Whiles remexeu o arroz na panela com uma colher de madeira enquanto ouvia atentamente sua filha contar como fora seu dia. Mary Jane Whiles não descansava nem um segundo para tomar fôlego, sempre animando-se com pequenas coisas que ocorreram em sua tranquila manhã.

— ... e Helena me disse que haverá um baile de fim de ano, para comemorarmos nossas loucuras, como ela mesma disse! – a mestiça enfim fez uma pausa para beber um pouco de suco antes de voltar a tagarelar. – Estou realmente muito tentada em comparecer no baile, para despedir-me dos colegas antes de todos nós seguirmos caminhos diferentes no ensino médio. Mas não sei se vou poder ir.

— E porque não, querida? – Jane arqueou uma sobrancelha enquanto adicionava uma colher de sal de legumes no ar, remexendo-o antes de tampar a panela.

Mary Jane apenas respirou fundo antes de bater as unhas na mesa, claramente pensativa.

— Agora que sou um anjo, mamãe, tenho minhas responsabilidades com a humanidade, e não posso abandona-las para ir a uma festa de despedida. – ajeitou cuidadosamente os talheres a sua frente, mordendo o lábio inferior. – Helena está em certa quando disse que preciso me divertir algumas vezes, mas fico preocupada com as minhas coisas... há tantos humanos que preciso proteger que ponderou se sobrara tempo a ir este baile.

Jane apenas balançou a cabeça compreensiva, colocando uma tabua de madeira sobre a mesa. O Conselheiro, com sua matinal visita aos Whiles com a intenção de receber o relatório de Mary Jane, apareceu na cozinha, fazendo com que ambas mulheres pulassem com aquela aparição repentina. O velho homem tossiu enquanto segurava sua maleta firmemente, deixando os nós de seus dedos ficarem brancos.

— Ah, Conselheiro, que bom que está aqui! Precisamos falar com o senhor! – o velho apenas sentou-se em uma das cadeiras, deixando a maleta em seu colo enquanto aceitava o copo de suco que lhe era estendido. – Haverá um baile de final de ano na escola de Mary Jane, e ela realmente gostaria de saber se o senhor a deixara ir.

— Um baile? – a voz rouca do Conselheiro ressoou pela cozinha, fazendo Mary Jane enrubescer com a atenção voltada a si.

— Sim... estava preocupada em relação a minhas responsabilidades como anjo, nesta questão de ser encarregada de proteger a humanidade, e gostaria de saber se o senhor deixara-me um tempo livre para ir ao baile. – a mestiça falou lentamente, logo abanando as mãos. – Digo, mas entenderei perfeitamente se o senhor achar melhor que eu fique e realize minhas tarefas! Entenderei perfeitamente, Conselheiro!

O Conselheiro vagou um pouco em seus pensamentos antes de lançar um olhar cansado a Mary Jane, que encolheu-se na cadeira.

— É claro que a senhorita poderá ir ao baile. – o Conselheiro falou calmamente, fingindo não nota a euforia de Mary Jane. – É uma oportunidade única na vida de um adolescente que está deixando os rastros infantis para trás. E, além do mais, você merece uma folga pelo seu trabalho duro desde que assumiu-se como anjo.

— Conselheiro... – a jovem Whiles levantou-se da mesa, jogando-se sobre o velho homem e depositando um beijo em sua bochecha enrugada. – Muito obrigado! Muito obrigado! Mãe, onde está o telefone!?

— Acho que na sala, querida. – Jane riu divertida quando viu sua filha correr para a sala, deixando um corado Conselheiro para trás, que aceitava um prato e dois talheres. – Agradeço por esta gentileza, sr. Conselheiro, sei que este baile é importante para minha filha. Agradeço por este favor.

— A garota precisa de um tempo para se divertir. – o Conselheiro falou brevemente, colocando um sorriso em seus lábios finos.

. . . .

A música que ecoava pelo ginásio era demasiada alta até ser abaixada a um nível razoável, fazendo com que todos os nonos anos e o pessoal do ensino médio parassem de gritar para falar uns com os outros. Mary Jane Whiles admitia que o baile estava ótimo, com comidas e bebidas, luzes coloridas para todos os lados, e alunas e professores dançando para lá e para cá, entusiasmados com o próximo ano que os aguardaria.

Por mais que estivesse ali para se divertir, a mestiça viu que nem em seus dias de folga as coisas se acalmavam – já fora chamada a manter certeza de que nenhum tipo de bebida alcoólica entrasse para a festa. Descansou um sorriso relaxado quando sentiu seus pequenos pés doerem devido a sua constante movimentação, e aquelas delicadas sapatilhas não foram feitas para tantos movimentos.

O ar já estava ficando abafado e muitas pessoas já soavam devido a tantas danças. Saindo pela lateral da quadra, Mary Jane dirigiu-se a entrada no ginásio, onde ficara a mercê de uma deliciosa brisa suave, calma, que balançava seus longos cabelos louros. Descansou suas mãos na barra de seu vestido branco, mantendo seu típico casaco preto em seus ombros, afim de esconder a maior região afetada por cicatrizes e machucados.

— Sabe, eu odeio festas. – Mary Jane pulou ao ouvir a voz monótona de Arthur Miles ecoar ao seu lado. Virou-se para encara o novo amigo, surpreendendo-se ao vê-lo em um belíssimo terno negro. – Odeio música alta, odeio pessoas se jogando de um lado pro outro, odeio essas malditas luzes coloridas, e não suporto ver uma pista de dança na minha frente... sem contar com essas risadinhas histéricas que ecoam pelo ginásio inteiro!

— Então porque você veio? – a anja sorriu divertida, vendo o jovem Miles prontamente ignorar os olhares de garotas que eram jogados para cima de si.

— Não tinha mais nada para fazer, e tinha esse terno ridículo no fundo do meu armário. – Arthur murmurou batendo os dedos conta sua coxa, olhando brevemente para a saída do ginásio. – Quer ir um pouco lá fora? Esse bafo de gente está me deixando irritado.

— Claro, eu até que preciso exercitar as pernas! – concordou prontamente, lançando um último olhar a todos aqueles que festejavam antes de sair do ginásio acompanhada de Arthur.

A extensão ao redor do ginásio era composta por um pequeno lote de terra a frente, com uma pequena casinha de construção que possuía uma simples churrasqueira e bancada, usada quando havia ocasiões especiais para alunos e funcionários, ao lado uma pequena parte com uma enorme árvore e uma caixa d’água. Havia três quadras para a pratica de esportes, sendo uma do lado direito um pouco abaixo, um campo consideravelmente grande para atividades de gincanas e pratica de futebol e outros esportes; outra quara considerada grande para a pratica de basquete, separada por um portão de grades um tanto velho, separando a pequena quadra com areia para algumas atividades com voleibol.

Ambos sentaram-se aos pés da grande árvore, observando um pouquíssimo movimento de alunos e professores naquela parte – a festança estava ocorrendo dentro do ginásio, com direito à música e comidas, é claro que a maioria ficaria lá dentro. Mary Jane respirou fundo e balançou a cabeça, apreciando a leve brisa da noite.

— Sabe, eu sempre tive inveja de você. – Arthur novamente retomou a fala, fazendo com que a mestiça fechasse os olhos e descansasse os ombros, murmurando para que o garoto prosseguisse. – Enquanto você tinha uma família que lhe amava, uma horda de anjos para lhe proteger e guiar, um grupo grande de amigos para fofocar, eu não tinha nada além de minha orientação... e dos demais anjos que se pontearam a me ajudar. Você era feliz e cheia de sorrisos, enquanto eu apenas tentava esquecer de tudo.

Mary Jane abriu minimamente os olhos, tombando a cabeça para o lado, olhando curiosamente para o viajante.

— Mas depois que aquela irritante da Strife me contou que, independente dos seus sorrisos tão grandes, você sofria, e muito, com a ausência do seu pai. Depois disso, passei a meio que identifiquei-me com você. – claro que Arthur não falaria que havia sido no dia em que descobrira que a mestiça cairá no Purgatório. – Você sofria, eu sofria, ambos sofriam...

— Que coincidência. – sorriu divertida, sorrindo compreensiva para o jovem Miles, que encarou-a com uma expressão indecifrável em seu rosto magro. – Mas eu nunca me importei com as suas provocações, sabe. Vez ou outra me flagrava querendo chorar, mas eu apenas sorria, dizia a mim mesma que era apenas uma fase, e que logo você seria o meu amigo. – a jovem Whiles colocou uma mecha de seu cabelo louro atrás da orelha, corando levemente. – E, com toda a certeza, eu prefiro vê-lo sorrir.

— ... Eu gosto de você. – Arthur falou simplista, virando-se para frente e encarando as breves estrelas que apareciam no céu, fingindo-se ignorar a vermelhidão do rosto da jovem mestiça.

Um pouco afastado de ambos, escondido atrás de um pequeno murinho, o anjo caído Lúcifer sorriu minimamente, vendo o quão envergonhada sua sobrinha estava enquanto revelava suas asas e passava uma atrás das costas do jovem de cabelos negros, protegendo a ambos da brisa fria da noite.

Sua sobrinha é um amor de pessoa.— uma voz calma e suave ecoou ao seu lado, fazendo o anjo de cabelos curtos olhar ao seu lado, vendo o espírito de Ally Madson, parada ao seu lado, olhando-o com seu típico brilho de desafio em seus olhos azuis sem vida. – Uma garota tão pura... o amor em forma de perfeição. Você tem tanta sorte em ser tio dessa figurinha.

— Se você não tivesse inventado de morrer, teria a chance de conhece-la pessoalmente. – anjo caído comentou vagamente, vendo agora como Mary Jane tagarelava com suas bochechas vermelhas. -–Mas você tem razão, Madson, minha sobrinha é uma pessoa muito doce, não há como odiá-la quando ela inventa de sorrir daquele jeito.

Ela é uma criança doce, sem dúvidas. – Ally fechou os olhos e passou por seu rosto incrivelmente mais pálido que o normal, observando calmamente a figura tão animada da mestiça de olhos castanhos claros. – Você é um cara com uma puta de uma sorte por ter alguém como Mary Jane ao seu lado.

— Eu tinha você ao meu lado, mas aí a senhorita Senhora Mercenária inventou de se meter onde não foi chamada, resultando em sua trágica morte!

Mas como você mesmo disse, morri sendo aquela bela mulher que sempre fui.

Lúcifer apenas balançou a cabeça, sorrindo minimamente.

— Sinto sua falta, Madson...

Por mais que eu não te suporte, ainda sinto falta de lhe incomodar.— Ally olhou brevemente para o céu, sabendo que nunca seria digna de estar em uma imensidão maravilhosa como aquela. – Espero que aproveite o seu novo recomeço, Lúcifer, e esteja ao menos ao lado de Mary Jane, ela precisara para continuar em frente.

Lúcifer mal falou nada, apenas concordou com um aceno de cabeça, prometendo a si mesmo que mesmo que fosse um anjo caído, traidor da ordem de Deus e de seus demais irmãos, ele não abriria mão de sua sobrinha, cuja sempre fora a compaixão, o amor e a esperança em pessoa – sem contar em ser a dona dos mais belos sorrisos.

Ao seu lado, onde o espirito de Ally Madson estivera alguns segundos atrás, cresceu uma bela flor branca.


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Notas finais do capítulo

Por fim, decidi que não iria fazer um epílogo :)

Espero que tenham gostado de A Missão do Anjo, mesmo não sendo um projeto tão grande. Agradeço a todos pelo acompanhamento :)



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