“Por quanto tempo ficaremos juntos?

Para todo o sempre.” – Kindred.

 Reza uma lenda antiga numa pequena cidade , que um cordeiro e um lobo foram unidos corpo a corpo, há mil anos. Nas noites mais sombrias, ouviam-se uivos lamentosos por toda a aldeia, assombrando cada pedaço dos seres ainda vivos.

Alguns católicos alegavam que o ocorrido era consequência da realização de um dos setes pecados, ou simplesmente queriam acreditar na conclusão. Byun Baekhyun, Park Chanyeol. Personalidades completamente opostas. Sentimentos diferentes, faces diferentes. Entretanto, o famoso ditado que “os opostos se atraem” era aplicado para as pessoas cujo contavam o famoso mito do Lobo e do Cordeiro, ou conhecidamente como Kindred.

Era certeiro ditar que as afirmações feitas pelos padres e freiras eram obviamente falsas. Estes queriam apenas que as pessoas seguissem os mandamentos da igreja, usavam como desculpa o casal Kindred para justificar.

“Se não seguirem as leis impostas na bíblia, irão morrer. O Lobo e o Cordeiro voltarão para sugarem-lhes a alma. Levarão-vos para o inferno, onde apodreceram queimados nos domínios de Lúcifer.”

Ao ver dos verdadeiros ocorridos, era tudo patético. Byun Baekhyun, o pequenino Cordeiro Branco, sempre ria juntamente ao companheiro quando as lorotas ditas pelos religiosos adentravam seus ouvidos. Aqueles que diziam seguir a religião com tanta fé e lealdade, no fim, tornavam-se os pecadores rudes e hipócritas. Para conseguirem entender mais, irei contar-lhes parte da verdadeira história do casal assassino.

*Um pequeno Cordeiro saltitava alegremente pelo gramado dos campos onde seu rebanho permanecia. Todos estavam perplexos, amedrontados e cansados. O motivo? As mortes constantes que estavam acontecendo. Basicamente, os lobos das florestas negras próximas às montanhas, estavam famintos desde as últimas refeições, ou seja, tinham de se alimentar obviamente.

A pequena criação de ovinos era a principal vítima dos temidos predadores, por isso, estes buscavam viver sempre no limite das cercas de madeira. Em hipótese alguma pensavam em simplesmente pular o cercado para se aventurarem além do que a segurança lhes permitia.

E olhem que coincidência. Justamente esse Cordeirinho alegre nada temia. Pouco o importava se ao cruzar a entrada daquela floresta negra acabasse perdendo a vida como castigo pela coragem excessiva.

Mesmo sabendo que a estava rumando para a morte, a felicidade crescia no peito daquele animal curioso. Convenhamos que ele não se importasse em morrer, afinal, como fora dito antes, estava pronto para enfrentar o que viesse.

O vento soprou como um chicote atravessando as copas das árvores, o pelo branco balançou conforme a brisa tocava-o, então, o som dos cascos batendo contra o chão rochoso da trilha que seguia para dentro do local tenebroso, por entre os pinheiros cobertos pela neve majestosa. As vozes dos amigos restantes no campo ainda ecoavam mesmo que baixos, clamando-lhe para que não corresse tal perigo. Conforme se afastava da única chance oportuna, era como se soubesse o que enfrentaria.

E quando o silêncio reinou no tempo, um uivo não tão feroz fez-se presente, deixando aquele pequeno cordeiro em estado de alerta.

— Ora ora... — outra voz soou como um ruído, igualmente a um par de olhos dentro de um arbusto próximo. — Que fazes aqui, caro intruso? — então, um misto de atrevimento e alegria apoderou-se do cordeiro.

— Não sabia que esta área era restrita. — retrucou.

— Talvez o fato de que não saiba muitas coisas, tenha feito-o burro. Uma vez que se entra nas profundezas desse lugar, nunca mais se sai dele.

— Mostre sua forma.

O animal pensou em negar ao mandato, entretanto, porque não divertir-se com a comida?! Ainda mais esta que digamos, era diferente.

— Você não me dá ordens, cordeiro.

— Pois bem, isto não me importa. — proferiu em alto e bom som, as orbes num misto de ansiedade e curiosidade vagavam à procura do ser temido. Limitou-se a suspirar brevemente, ao passo em que se aproximava do amontoado de folhas secas, onde a probabilidade de estar sendo usado como esconderijo pelo o outro animal era alta. Certamente enganou-se. — O-Onde foi?

Sentiu um arrepio percorrer-lhe a coluna espinhal, instintivamente prendera a respiração, um vento levemente gélido fazendo-se presente atrás de si. E o que viera em seguida quase fizera-o pular com devido susto.

— Atrás de você, Cordeirinho.*

Não preciso descrever o que acontecera depois . Até seria considerado um trágico fim como resultado da curiosidade em demasia, se, pouco a leste dali, Lee Kyu, conhecida pelos animais habitantes da floresta como a Feiticeira Sombria, não presenciasse a cena com um sorriso de canto. Os olhos brilhavam, conforme retirava da própria bolsa um dos livros de encantamento.

Para falar a verdade, Kyu estava entediada com o fato de sempre ser avisada das mortes constantes, causadas sempre pelo mesmo lobo, Chanyeol. No entanto, dessa vez seria diferente. Os lábios proferiam calmamente as palavras escritas, alto o suficiente para que o bicho se assustasse e tentasse fugir. Mas era tarde demais.

Aos poucos, o cordeiro começava a ser modificado. Primeiro dois braços, depois, duas pernas, e assim seguiu-se até formar-se um ser humano. Os olhos agora eram azulados, como duas safiras. Os cabelos brancos e macios, iguais ao pelo que antes havia de ser manchado com o sangue escarlate. E bom, o mesmo aplicou-se ao outro. Chanyeol possuía uma estatura mais alta que a de Baekhyun, além dos músculos e masculinidade. A feiticeira riu internamente, jogando os cabelos para trás.

— Magnífico. — Lee Kyu disse, aumentando o sorriso. — Pois bem... – e analisou a figura do ex-lobo, lambendo a boca com certo desejo. Havia feito um belíssimo trabalho. — Como punição para ti, Park Chanyeol, pelos assassinatos cruéis, mesmo que por instinto, irás passar toda a eternidade com sua recente presa, Byun Baekhyun, que também está sendo punido pela curiosidade sem tamanho. Tomarão suas antigas formas quando for preciso, mas, sempre, ficarão juntos. O lobo protegerá o cordeiro, e o cordeiro amará o lobo. Juntos, punirão com a tortura e insanidade, os que matam, roubam e levam a discórdia por onde passam. Nomeio-vos de Kindred.

De inicio, os agora, rapazes, protestaram com tamanha idiotice. Aquilo era desnecessário, mas sabiam que Lee Kyu não iria desfazer o feitiço. Observaram-na desaparecer pelos pinheiros após uma falha tentativa de convencê-la a tal coisa.

Então, somente tiveram de aceitar o destino, passando a viver como então, o casal assassino.