Corações Feridos escrita por Tais Oliveira


Capítulo 30
Trinta e Três dias de Rosas Vermelhas


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde gurias ♥ que surpresa não? Capítulo postado no Domingo, é a primeira vez... :) Bom, eu gostaria de agradecer ao apoio da maioria de vocês, depois da postagem do capítulo anterior... Muitas acreditam em mim, que apesar de tudo, eu vou dar um jeito de conciliar tudo, acreditem que sim! :) ♥ Claro que tem algumas leitoras que não gostaram, e eu não julgo, porque sinceramente eu também não aprovei essa escolha, mas eu já tenho todos os pontos principais da história finalizados, desde que comecei com a fic... optei por continuar, o que havia planejado... Gostaria de agradecer ao carinho que venho recebendo de todas, vocês são pessoas incríveis, e saber que a fic está chegando ao fim, me deixa sensibilizada... Mas buenas, prosseguindo... ainda tem muita coisa pela frente, digamos que estamos no começo do fim...

CHAMADA DO CAPÍTULO:
https://www.youtube.com/watch?v=58k3IeSAcfQ&feature=youtu.be

Boa leitura ♥



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 Sete dias haviam se passado. Regina tentava encontrar conforto na dor, seguir em frente era a opção ideal. Entretanto, tornava-se difícil, fora traída pelos seus oceanos azuis.

Durante tanto tempo havia acreditado que ele era o homem perfeito, criou grandes expectativas. Ele foi seu refúgio e seu principal martírio. Contudo, ainda o amava. No silêncio da noite, sozinha em seu quarto, escutava os sussurros poéticos de Robin em seu ouvido. Concluía que seu relacionamento não havia passado de versos bonitos e rosas que apodreceriam com o tempo...

 Estava a caminho do escritório. Nos últimos dias, adentrar nele era uma tortura, ter que enfrentar os olhares curiosos de todos sobre ela, sentia que alguns a culpavam pela saída de Robin da empresa.

Nunca esteve tão frágil, não tinha forças para comandar tudo sozinha, sentia-se impotente. Sequer conseguia manter sua imagem autoritária, o coração da “Dama de Gelo” havia derretido. Tinha certeza que era perceptível. Certa tarde, ao entrar repentinamente na sala de descanso, escutou um de seus funcionários proferir; “A Dama de Gelo está mais humana.” Entrou, sendo encarada por diversos olhares piedosos, ignorando. Serviu sua caneca de café e retirou-se. Sabia que tinham razão, certa vez havia lido que o sofrimento humaniza as pessoas, de fato, ela era a prova viva disso.

 Caminhou em passos rápidos até sua sala, já não tentava transmitir confiança, sabia que não conseguiria.

Tentava se concentrar na leitura de papéis importantes, até ser interrompida por Emma, que entra apressada, sem bater na porta; o que a fez lembrar de Robin imediatamente.

—Você precisa comer alguma coisa.

Disse a loira, colocando um pacote de biscoito em sua mesa.

—Não, obrigada. Estou com náuseas.

—Eu prometi ao Killian que iria fazer com que você se alimentasse, ele está preocupado com você.

—Não vejo motivo algum...

—Você já esqueceu que ele te encontrou desmaiada na semana passada?

Regina engole seco, mas logo responde:

—Como você acabou de dizer, isso foi na semana passada... Aquilo não passou de uma crise de nervos.

—E... Você está bem?

—Já estou cansada de ouvir essa pergunta.

Respondeu, encarando os papéis. Não queria adentrar no assunto que Emma queria chegar, já estava evitando essa conversa há dias... Não tinha intenção de compartilhar sua dor com ninguém. Sofria sozinha, em silêncio.

Sua mente divagava, como de costume nos últimos dias. Até Emma prosseguir:

—Não foi isso que eu perguntei, eu quero saber como está sua saúde.

—Estou ótima.

Mente.

—Tem certeza? Você acabou de dizer que está com náuseas...

—Já disse que estou bem.

Respondeu, ríspida. Emma suspira.

—Quem sabe, podemos almoçar no restaurante da esquina?

—Não tenho tempo. Estou adiantando meu trabalho... Antecipei minha mudança para Washington.

Emma fitava com pesar. Caminhava em direção a porta, criou coragem e perguntou:

—É por causa do meu irmão?

Diante da expressão que se formou no rosto de Regina, deduziu que Robin obviamente era o motivo daquela decisão.

Os olhos de Regina lacrimejaram, logo tratou de encarar o chão. Diante do silêncio, Emma prosseguiu:

—Ele precisa de você.

—Robin ama Marian.

Respondeu, com amargura, recordando as palavras dele: “Eu me apaixonei por você, mas eu a amo.”

Suspirou ao concluir:

—Está feliz com a família dele.

—Eu conheço o Robin, se tem uma coisa que eu posso garantir é que não há felicidade nos olhos dele. Algo está acontecendo, tenho certeza...

—Claro que você vai ficar do lado dele, é o seu irmão.

—Regina, antes de sermos cunhadas, somos amigas uma da outra. Eu quero que vocês sejam felizes, não concordo com a atitude de vocês, quero que ele se explique e que você não fuja.

—Robin fez a escolha dele, e eu estou fazendo a minha.



                                             ***

 

 Daniel terminava de finalizar um dos projetos mais importantes de sua carreira, geraria lucros importantes para a sua empresa.

É interrompido por Taylor, que adentra em sua sala, carregando vários papéis...

—Até que enfim! Não sabe o quanto eu aguardei por isso!

Afirmou, apontando para os papéis.

—Está tudo aqui... Não consigo entender o que você quer com ele, parece ser um homem de família...

—Você não está aqui para questionar, Taylor, pegue seu pagamento e retire-se.

Concluiu, entregando um pacote com dinheiro.

Logo, começou a ler as primeiras informações os papéis referentes a vida de Robin.

“Robin  Locksley, nascido em 18/03/1977, 39 anos. Abandonado pelo pai, órfão de mãe. Formado em direito, sua esposa Marian Locksley, nascida em 24/04/1980, 36 anos. Sofreu um grave acidente de carro, tendo como consequência, um coma. Pai de dois filhos, Roland Locksley ,nascido em 14/01/2012, 4 anos. Filho legítimo, e Valerie Locksley, nascida em 15/07/1997, 19 anos. Filha adotiva.”

Seus olhos estagnaram diante daquela informação, sequer imaginava que Valerie era adotada, uma grande curiosidade pairou sobre si. Algo que certamente o assustava, insistia que seus pensamentos estivessem equivocados, tudo não devia passar de uma coincidência. Um pressentimento lhe sobreveio, guiando seus instintos procurou por todas as informações de Valerie Locksley.

“Nascida em 15/07/1997, abandonada recém-nascida em uma famosa pensão, Granny’s Dinner, em uma pequena cidade chamada Storybrooke, localizada no Maine...”

Interrompeu sua leitura de imediato. Seus olhos marejaram, não sabia mais o que devia fazer... Acabara de encontrar a filha que havia abandonado.

 

                                               ***

 Regina havia terminado de elaborar sua defesa, aquele seria seu último caso antes de se mudar. Belle lhe fazia companhia, organizava alguns arquivos que a chefe havia pedido, os colocava alinhados em uma caixa.

Logo, a secretária é surpreendida por Regina, que se aproxima, começando a ajudá-la. Esta é observada por Belle, que resolve quebrar o silêncio:

—A senhora vai fazer falta.

— Eu?

Regina pergunta, espantada.

—Sim.

—Mas, eu pensei que vocês me detestavam, me chamam até de “Dama de Gelo”.

Belle suspira ao responder:

—Nem todos, alguns de nós gostam da senhora.

—E você é uma delas? Mesmo depois da maneira que eu te tratei?

—Apesar de tudo, a senhora me ensinou diversas coisas, o convívio rotineiro só serviu para que eu confirmasse minhas suspeitas... Com todo o respeito, a senhora não é tão rude assim, como todos pensam.

Um pequeno sorriso se formava no rosto de Regina, até a mesma sentir uma tontura, colocou a mão direita na cabeça, a outra depositou sob a mesa, na tentativa de se apoiar. Escutou apenas o eco da voz de Belle perguntar:

—A senhora está bem?

Sem obter resposta a funcionária continua:

—Eu vou chamar o Dr. Killian.

Recobrando a consciência, responde:

—Não chame ninguém, estou bem. Só preciso me sentar.

—A senhora tem certeza? Está tão pálida.

—Deve ser porque eu não comi nada ainda. Você pode buscar algo para mim, por favor?

—Claro! Cappuccino, como sempre?

—Cappuccino, não, ele me deixa enjoada.

—Nossa, que estranho, é o seu favorito.

—Me traga um café forte, e um croissant.

—Tudo bem.

—Belle?

—Sim.

—Não mencione com ninguém o que aconteceu por aqui.

 

                                          ***

 

 As chamas da lareira estalavam. Regina bebeu, de uma única vez, toda a dose de Whisky que havia se servido, já havia consumido uma garrafa e meia da bebida.

Seus olhos fitavam as rosas que estavam posicionadas uma ao lado da outra, sob a mesa de centro. Analisava cada uma delas, desde as mais rubras, até as mais esmaecidas, estas já haviam adquirido uma tonalidade marrom, ambas desgastadas pelo tempo.

Foram exatos trinta e três dias de rosas vermelhas inteiramente maravilhosos, dos quais,
agora, ela precisava esquecer...  

“Eu adorei a rosa.”

“Então… Como a senhorita deseja ser amada?”

“Eu nunca vou deixá-la sozinha.”

Logo após essa recordação, indignada, jogou a taça com força contra o espelho, que refletia
sua imagem, causando um som estridente.

Minutos depois foi surpreendida pela chegada dos seus pais.

—Mãe? Pai? O que vocês estão fazendo aqui?

Perguntou enquanto se levantava, cambaleante.

—Theresa nos ligou, estava preocupada com você. Agora percebo o porquê...Você está bêbada.

Cora lamentou.

Regina com dificuldade, tentava encontrar as palavras certas para responder:

—Eu... Não... Estou bêbada. (Após uma pausa continua...)- Meu estado de sanidade mental está ótimo!

Percebeu a expressão curiosa da mãe encarando as flores.

—Você quer? Eu estava prestes a queima-las. Sabe o que elas significam? Elas são o símbolo da falsidade do Robin.

Disse desequilibrando-se, sendo segurada pelo seu pai.

—Filha, você precisa se sentar. Venha, vamos para o sofá.

—NÃO! (Exasperou.)- Esse é o sofá do perjúrio. Robin, prometeu não me decepcionar e olha o que ele fez comigo?

Cora, com pesar, intervém:

—Nós sentimos muito, estamos aqui para te ajudar...

Regina gargalha, irônica.

—Ajudar? Você? Mudou mesmo, hein, mãe... Meses atrás só me condenava... Sinto muito ter sido fruto de um estupro, aliás, você devia ter me abortado, minha vida é um tormento. Meu filho morreu, meu marido me traiu, e o homem que eu amava desistiu de mim...

—Não fale assim, você é muito mais que isso, filha!

Afirmou S. Henry, que afagava suas mãos no rosto de Regina. Ao encarar Cora, percebeu que a mesma estava com os olhos marejados, nada conseguiu dizer. Culpava-se ainda mais pelo comportamento rude que manteve com a filha durante tanto tempo... Estava disposta a fazer de tudo para se redimir, aquela era a oportunidade perfeita, sua filha precisava dela. Estava na hora de ser sua mãe.

A segurou pelo braço:

—Venha, você precisa tomar um banho, e depois beber um café bem forte. Henry me ajude a leva-la para cima.

Subiam as escadas, Regina tropeçou em um dos degraus.

— Opa!

Gritava, em meio as gargalhadas.

Assim que chegaram em seu quarto, a colocaram sentada em sua cama.

—Henry, peça para Theresa fazer um café bem forte.

Sentou-se ao lado de Regina, segurando sua mão.

—Filha, desabafe comigo, chega de sofrer sozinha.

Embora demonstrasse dor, não conseguia dividi-la. Até então, somente uma pessoa havia derrubado aquele muro. Fatidicamente ele não participava mais de sua vida.

—Ninguém é forte o tempo todo, Regina.

Conclui Cora.

—Você sempre esteve certa. Eu passei a minha vida toda seguindo seu código estúpido: “sem erros, sem falhas”, quando deixei que o quebrassem, me tornei frágil. Olhe para mim! Amá-lo foi um erro, um descuido. Não sei como não fui capaz de ver isso, e agora não consigo esquecer essa dor que me corrói por dentro.

—Não se vê amor, se sente. Não se esquece a dor, se supera.

As palavras comoventes de sua mãe, fizeram com que seus olhos marejassem. Cora a abraçou. Regina soluçava de dor e rejeição causadas pelo homem que amava.


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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam? Sobreviveram até aqui?
Daniel irá contar a verdade? Ou irá optar pelo silêncio? Não deixem de comentar...
Corre lá que já saiu o próximo capítulo... ♥



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