Pura Provocação escrita por Lily


Capítulo 3
Distrações


Notas iniciais do capítulo

Olá! Tudo bem?
Capítulo um pouquinho mais fofo dessa vez... Espero que gostem!



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Alguns dias tinham se passado sem mais incômodos ou indiretas vindas de Victoire Weasley. Mas eu sabia que não demoraria pra ela aprontar novamente. Aquela menina tem o dom dos marotos. Sempre inovando no jeito de provocar. Cada hora um plano pior do que o outro.

Estava sentado numa escrivaninha simples e isolada na sala comunal da Grifinória. O livro de poções aberto na página 394. Tentando absorver alguma coisa dessa matéria horrível. Sim, eu costumava estudar bastante. Hábitos do meu pai pelo que me disseram.

Encontrava-me completamente concentrado. Até sentir uma mão passeando pela gola da minha camisa. Fechei os olhos sem acreditar. A mão ia e voltava, arranhando-me, propositalmente com certeza. Desceu um pouco por dentro da minha camisa e a única coisa que fui capaz de fazer, foi suspirar. O perfume dela invadiu minhas narinas. Essa loira está mexendo com fogo. Iria me deixar louco se continuasse assim. A mão foi subindo até a beirada da minha touca. Ela estava tentando me distrair para alcançar um fim. Típico.

Virei-me de repente, interrompendo o contato. Seu sorriso se abriu ainda mais naquele rosto perfeito.

— Tedie, tira essa touca, vai. Você é tão lindo... Mas fica escondendo o cabelo! Não vai me dizer que tem problemas com calvície?

Merlin, de onde essa menina tirava essas ideias? Tem hora que da até vontade de rir. Fala sério.

— Você sabe o porquê Weasley. – Falei tentando manter o tom de voz neutro.

— Tem vergonha de expor o que sente Tedie? Bom, não vejo nenhum problema nisso. A escola inteira sabe que eu quero você, aliás.

Essa garota sabia como ser direta. Devia ser contratada como ministra da magia e acabar com aqueles discursos intermináveis no ministério.

Estava pronto para responder quando vi uma figura ruiva baixinha passar chorando pelo retrato da mulher gorda.

— Rose, vem aqui, o que aconteceu minha flor? – Victoire foi mais rápida e já puxava a menina pelo braço para se sentar na cadeira ao meu lado.

— O... O Malfoy... Foi ele que aconteceu. – A menina limpava as lágrimas que teimavam em escorrer freneticamente por seu rosto.

Puxei-a para perto e ela enterrou o rosto em minhas vestes, encharcando-as em poucos minutos. Assim que a pequena se acalmasse eu teria uma conversinha com aquele sonserino arrogante. O que ele fez para deixar a minha ruivinha assim deveria ter sido muito grave.

Ela sempre foi a mais educada e paciente da nova geração Weasley. Não que não soubesse se defender, mas ela preferia ferir a si mesma a ferir qualquer outra pessoa. Por isso, desde que era pequena, prometi a mim mesmo que sempre cuidaria daquela pirralha.

Rose se afastou depois de algum tempo, recebendo o carinho delicado da Vic em seus cabelos.

— Estávamos na aula de poção – ela começou ainda com voz chorosa – Sentei-me na carteira ao lado do Malfoy, porque a mamãe pediu que eu fosse educada com ele, já que ele poderia ter dificuldade em fazer amigos graças à má fama da família. Ele pediu para que eu me afastasse e sentasse com alguém que queria a minha companhia...

— Que grosso! – Victoire interrompeu indignada. Continuei em silêncio ouvindo a confissão da minha pequena.

— ... Achei que ele fosse só um pouco tímido e não me importei com a falta de educação - uma última lágrima escorreu e eu a enxuguei com a ponta dos dedos – continuei lá. Mas ele me ignorou o resto da aula. O professor mandou fazermos a poção Wiggenweld, super fácil, eu já havia decorado o modo de preparo tempos atrás. Mas... Mas ele adicionou mais ditamno no meu caudeirão enquanto eu não estava olhando. Quando fui finalizar a poção e ela não ficou na cor verde, ele simplismente me olhou e disse que foi uma vingancinha básica por eu não tê-lo escutado e tentado fazer amizades com pessoa da minha própria casa. O professor me olhou com desprezo por ter feito a poção errada. Foi horrível!

— Rosinha, - comecei – esse filhote de comensal vai pagar. Não se preocupe. Vou pendurá-lo de cabeça para baixo na porta do salão comunal pra escola inteira ver o idiota que ele é!

— Não... Teddy, não faz nada. Ele vai me achar fraca por ter vindo contar pra você. Só... Deixa que na próxima aula eu recupero os pontos perdidos.

— Rose, olha aqui querida. – Vic tentou consolar a prima que acabara de chegar em Hogwarts e já havia conseguido problemas. A menina se virou pra ela e levantou os olhos. – Os menios geralmente são bobos assim mesmo quando enfrentam algo desconhecido. O Malfoy com certeza não teve muitas amigas, sendo filho único, carregando um sobrenome quase amaldiçoado e morando numa manção enorme sem nenhuma criança para brincar... Não deve ser realmente uma pessoa sociável. Tenha paciência com ele, flor.

— Não, eu não quero nunca mais olhar na cara daquele ser! Eu gostei dele e só fui tentar ser legal. Olha só o que ele fez comigo! – A menina respondeu brava e já se levantando para subir as escadas do dormitório feminino.

— Ai minha querida, tanta coisa pra aprender – Victoire deu uma risadinha – Não se deve desistir só porque ouviu um “Não”. E olha que eu já ouvi muitos... – Ela olhou pra mim e se voltou para Rose novamente. – Sabe de uma coisa? Já que estamos as duas bravas com dois incríveis idiotas que dizem não nos querer por perto, que tal irmos pra cozinha pedir um pouco de sorvete aos Elfos?

— Hum... não me parece uma má ideia... Mas é contra as regras invadir a cozinha, não? – Me manti quieto, já que o teor dessa conversa se tornou extremamente feminista. E havia grande chance de eu estar envolvido nela também. Vic nunca fora muito boa com indiretas.

— Você realmente tem muitas coisas pra aprender, pequena. – Vic respondeu rindo.

As Weasley saíram rebolando até a porta da sala comunal, não antes da mais velha inocentemente esbarrar a bunda na minha perna e piscar um olho pra mim logo em seguida. Suspirei.

Sortudo seria o homem que tivesse Victoire Weasley.

 Pena que não seria eu.


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Notas finais do capítulo

Comentem! Adoro saber o que acharam ♥



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