Collide I e II [Degustação] escrita por Allie Próvier


Capítulo 11
Agradecimentos




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    Assim como a Ally, eu sempre acreditei muito em destino.

   Não que nossas vidas estejam predestinadas a acontecer de apenas uma forma, isso não. Mas cada escolha que fazemos, eu acredito que nos leva a um caminho dentre os infinitos que existem. O Universo é infinito e existe um universo de possibilidades. 

   Entre 2013 e 2015, eu passei pelo meu primeiro relacionamento. Eu era boba, ingênua, acreditava em tudo & todos, me sacrificava e acreditava veemente que poderia mudar tudo de errado que havia em meu namoro. Acreditava que poderia mudar, inclusive, a forma abusiva como o meu ex-namorado me fazia acreditar que eu era responsável por toda aquela mudança; que eu deveria consertá-lo; que eu deveria aceitar as suas atitudes porque - nas palavras dele - ele era impulsivo mesmo e não conseguia se controlar; que eu deveria me sacrificar por ele porque, oras!, amor é isso, certo? Amor é você pensar mais no outro do que em você, amor é você esquecer de si, amor é você sentir uma dor constante porque isso significa estar vivo, é viver a vida do outro, privilegiar os sonhos do outro. Mas não é.

   Em dois anos de namoro, dos meus 15 aos 17 anos de idade, eu levei tantos socos em formas de palavras e atitudes, que achei que não fosse me recuperar. No nosso primeiro relacionamento sempre acreditamos que será para sempre e aquela baboseira toda. Então, quando a vida nos dá uma rasteira e passamos por mentiras e traições - principalmente tão cedo -, dói. Por dentro. E eu acho que essa é a dor mais angustiante que existe; a dúvida e frustração.

   Mas eu me recuperei. Após a primeira traição (e inúmeras tentativas da parte dele anteriormente), o Universo me presenteou com a benção da visão. Eu passei a enxergar tudo que antes a minha mente via, mas não assimilava. Era como se eu me tornasse incapaz de negar tudo que havia de errado e não conseguisse mais relevar/ignorar nada. Foi então que eu fiquei enojada e - OBRIGADA, DEUS -, eu consegui terminar.

   Foi então que comecei a escrever Collide. Após anos ignorando tudo o que eu amava, deixando de fazer as coisas que gostava, acreditando que minha escrita e minhas histórias eram uma porcaria (graças ao dito cujo que mencionei acima), eu voltei a escrever. No início, como fazia um bom tempo que eu não escrevia, eu planejei criar uma história curta e leve. Algo bonitinho, romântico e simples. A ideia era essa, até chegar na reta final... e as leitoras me pedirem uma continuação.

   Eu admito que não fazia ideia do que escrever em uma continuação, por isso fiquei em dúvida, mas sentia que realmente não era a hora de parar. Ainda não. Então, quebrei a cabeça tentando criar caminhos e caminhos e caminhos que me levassem a um bom desenvolvimento. Até que, um dia, lembrando de tudo o que passei, eu pensei que gostaria de passar adiante algumas coisas que aprendi sozinha, na marra. 

    Allison Jones sempre foi uma parte de mim, em diversos sentidos. Nossa cor favorita é azul, amamos massas e doces, vivemos em um eterno dilema com nossos cabelos curtos e bagunçados, não sabemos o que fazer com a nossa indecisão, aprendemos a aceitar a nossa falta de altura e nosso amor por gatos é imenso. E a magia de escrever Collide foi justamente essa: pôr em palavras os meus pensamentos e sentimentos, através de uma personagem que, ao mesmo tempo que é igualzinha a mim, também é tão diferente.

   Ally aprendeu, sim, tudo o que eu aprendi. Ouviu exatamente as mesmas coisas que eu ouvi, passou por algumas coisas que passei, sentiu as mesmas dores que senti. Hoje em dia, eu me considero uma pessoa muito amadurecida e mais forte, mas devo admitir: eu quero ser igual a Ally quando eu crescer. Acredito que a magia de escrever reside aí: você cria pessoas reais e elas se tornam reais.

   Ao mesmo tempo que eu "ensinava" a Ally a amadurecer e correr atrás de si mesma, eu me vi crescendo novamente e reaprendendo tudo o que achava que já sabia. Isso me ajudou a largar situações que me desagradavam e eu - novamente - aceitava sem fazer nada sobre. Consegui sair do meu segundo relacionamento, no qual eu realmente nunca desejei ter entrado, e entrei na faculdade. Passei por momentos incríveis enquanto escrevia essa história. Voltei a crescer, junto com a Ally. Me redescobri. 

   Collide existe porque o Universo me deu a oportunidade e eu decidi dar o primeiro passo. Mas ela só terminou porque vocês estavam aqui. Por isso, eu gostaria de agradecer imensamente a todxs que leram, comentaram, acompanharam e amaram essa história, assim como eu amei estar aqui, no outro lado da tela, escrevendo-a.

   Uma história existe independente de quem a lê, mas um escritor existe graças aos seus leitores. Obrigada por me darem essa oportunidade e obrigada por todo o carinho! Espero ter conseguido passar tudo o que precisava passar, de coração. Foram dois anos incríveis e sinto um calorzinho no coração só de lembrar do início...

   Espero poder escrever ainda mais e espero poder reencontrá-lxs em outros mundos, meus amores. Obrigada por tudo! ♥

   E lembrem-se: Vocês não são as coisas ruins que dizem sobre vocês, não são fracos, podem e vão alcançar tudo o que sonham e, podem ter certeza, encontrarão um Daniel no caminho. Aquela pessoa que vai derrubar os seus muros, te mostrar as coisas mais bonitas, te mostrar que você é incrível (e ter orgulho de poder estar com você por isso), ouvir o que você tem a dizer, ser seu amigo acima de tudo e te fazer enxergar que amor é isso: felicidade e certeza. Nosso Daniel pode vir em diversas formas: como um amigx, nossos pais, irmãos ou namorado, quem sabe? Mas ele vem.

   Quando vier, vocês vão saber...

   A colisão é inevitável e é impossível não ver.

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