MeetYou escrita por ThaísFru


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá gente, mais uma One, espero que gostem.

Boa Leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/687821/chapter/1

Chapter Only

(Capítulo Único)

 

Abri a porta da entrada com dificuldade, já que eu estava com uma caixa de papelão em mãos, mais a minha mochila. Logo joguei a mochila no sofá, e coloquei a caixa com cuidado no chão.

— Amor, tá ai? — chamei, mas a única resposta que eu tive foi o barulho da rodinha dos esquilos.

Tínhamos um viveiro na sala, feito de acrílico embutido na parede. Era lindo e perfeito para os bichinhos, cheio de troncos e outros brinquedinhos para eles, eram apenas três, Bebê, Dingo e a Yuko, dois machos e uma fêmea, eles já tinham dois anos, mas não perdiam o pique para correr na rodinha.

— É garotão, estamos sozinhos. Bem-vindo ao seu novo lar. — disse olhando para o filhote de Golden Retriever, que apenas balançou o rabo para mim enquanto me fitava curioso.

Suspirei cansada, já me sentando no sofá, claro que quando realizei meu sonho eu sabia a quantidade de dor de cabeça que eu teria, mas não imaginava que seria tão cansativo como nos últimos dias. A competitividade entre as montadoras de automóveis era grande demais, inclusive onde eu trabalhava, para o meu chefe havia apenas um rival, então se nos perdêssemos a posição para ela, teríamos que aguentar muitas cobranças para podermos passa-la de novo, no ranking particular dele. Era até engraçado, até porque ninguém poderia entrar na montadora com o carro da rival, e a mesma coisa acontecia na outra.

Mas hoje era um dia especial, e eu não poderia me deixar abater pela dor de cabeça que me afligia, era melhor tomar um analgésico logo. Apenas coloquei uma roupa que me deixava confortável, lavei minhas mãos, coloquei um avental e separei as coisas para o jantar.

Eu amava cozinhar, e era melhor ainda quando eu fazia isso para quem eu amava. O que eu iria fazer? Sushi, Shimeji, Bifum, tudo que eu sabia da sobre a culinária asiática, mas claro que para sobremesa eu iria fazer pavê e pudim. Sim, muita coisa, mas eu adorava fazer aquilo. Adorava mimar a minha garota, principalmente em seu aniversário.

O pequenino me perseguia para onde eu ia, logo parei no balcão para enrolar os sushis e o vi tentar tirar o laço que estava em seu pescoço. Ri com a cena, pensando o quanto aquele filhote era fofo.

— Você não pode tirar o lacinho ainda. — ele novamente me fitou com cara de curioso, olhei para o relógio e eram 16hrs30min.

Mesmo com o dia no trabalho cheio, consegui sair mais cedo, queria deixar tudo pronto para quando ela chegasse, fora que também nossos familiares iam vir. Não muita gente, minha mãe, os pais dela e o meu cunhado. Seria um belo jantar japonês.

Enrolar sushis, ralar os vegetais, fritar os hot rolls, colocar o pudim no fogo, entre outras coisinhas, poderia ser muito, mas ao mesmo tempo em que eu fazia tudo com um sorriso no rosto pensando nela, era como se não fosse nada, e logo quando dei por mim já tinha acabado, claro que antes de ir para o trabalho eu já tinha deixado algumas coisas prontas para ser rápido. O único problema era que a minha dor de cabeça ainda continuava firme e forte, ou talvez tivesse piorado. Suspirei, deixei o avental pendurado em um canto qualquer e fui para o quarto, apenas separei uma regata e uma cueca boxer, sim eu usava cuecas, eram confortáveis e pareciam shortinhos.

Tomei novamente outro analgésico para dor, pensando que horas ela iria chegar. Lembro que ela havia saído cedo, porque estava com muitos projetos para fazer, fui ver a hora no relógio do criado mudo e acabei por pegar um porta retrato que havia ali. Sentei na cama com ele em mãos, e logo a bolota de pelos sentou nos meus pés.

Era uma foto dela com seus amigos, estavam comemorando com uma taça em mãos enquanto confetes caiam sobre eles. Fora um dos dias mais felizes de sua vida, KingsBurst havia ganhado um campeonato gamer. Uma pessoa viciada em jogos era ela, eu sempre a perturbava enquanto jogava, porque adorava ver ela brava, claro que eu não poderia reclamar do castigo depois.

Lembro que um dos seus amigos de equipe gostava dela, o que me deixava com muito ciúmes, na verdade, minha mulher era linda, e eu sabia que era fácil se encantar, o que me fazia ter ciúmes até mesmo de uma sombra atrás dela.

Fazia algum tempo que ela não participava dos campeonatos, o trabalho estava consumindo o seu tempo, aos finais de semana, ela ainda jogava uma partida ou duas, era sempre engraçado ouvir seus berros e palavrões a cada jogada.

19hrs30min, suspirei preocupada. Liguei em seu celular e ela não atendeu, eu evitava demonstrar preocupação ou ciúmes, mas a verdade e que quando ela sumia, eu ficava toda neurótica sempre imaginando o pior.

Deitei na cama e logo escutei o filhote chorar, virei de bruços e fui até a beirada, ele começou a me fitar com aqueles olhos pedintes e não aguentei, coloquei ele em cima da cama comigo, e o folgado deitou em minhas costas.

Quando eu a conheci, achei que não daria em nada, alguns dias eu ficava insegura por causa da distância e pensava, será que ela realmente gostava de mim? Será que ela irá me esperar para vê-la? Será que estava me iludindo de novo? Eu tinha muitas perguntas, principalmente quando você conhece alguém em um aplicativo de relacionamento.

Nunca me imaginei casada, principalmente indo em igreja ou cartório, mas ao mesmo tempo não custava nada sonhar um pouco e me imaginar com alguém que realmente me amasse e cuidasse de mim, acho que é isso que todo mundo quer, alguém em quem confiar, alguém que cuide e que se importa

Lembro que eu estava realmente magoada, eu não queria saber mais de nada da vida e, principalmente, cuidar de alguém novamente, é triste quando a gente gosta e é tratado como se nunca tivesse sido algo na vida da pessoa. Até que uma amiga fez um inferno na minha vida para começar a utilizar o mesmo aplicativo que ela. E em uma brincadeira do sim e não, eu a conheci. A primeira coisa que me chamou atenção em sua foto foram seus olhos, ela usava óculos e a sua expressão de pessoa com intelecto me chamou atenção. Dei um sim, e para a minha surpresa ela também tinha me dado um sim, acabei por sorrir amargurada pensando que era somente uma brincadeira e que não daria em nada, mas começamos a conversar, tínhamos o mesmo gosto e de cara ela disse: “Gostei de você”. E eu pensei: “Nossa que garota fofa, quero guardar”. E foi o que eu disse, na hora que eu vi aquela foto e ela começou a conversar comigo já senti uma necessidade louca de guardá-la em um potinho para que ninguém mais a visse ou a pegasse.

Eu tinha toda essa possessão, porque eu havia achado uma raridade, e até hoje eu penso o que seria de mim se eu a perdesse.

Viciada em jogos, leitora, lutadora, guitarrista, inteligente, esforçada, ciumenta, brava, engraçada, preocupada, divertida. Tantas qualidades que me encantavam, e a cada segredo novo que eu descobria só fazia com que eu me apaixonasse cada vez mais por ela, a cada conversa, a cada áudio, ligação e vídeo. O jeito único dela se importar, ela sempre me surpreendia. Por um lado, era triste, porque comecei a sentir mais saudades de sensações que a gente nunca havia compartilhado, e infelizmente demorou um pouco para que nós pudéssemos nos ver. Lembro que antes da gente realmente namorar, na minha cabeça já estava tudo certo e todo dia 15 eu tentava fazer algo especial para ela, como se fosse mais um mês de namoro, mas é claro que nem tudo foi fácil, teve a família dela e depois a sua faculdade em outra cidade. Já havíamos discutido, ela tinha um gênio forte e eu era ciumenta demais, mas no final uma ou outra acabava cedendo, mais eu na verdade.

Havia dias que eu nem mesmo sabia o que havia feito, eu ficava sem saber o que fazer, mas no final adorava as birras dela.

Eu estava feliz quando ela estava feliz e ficava triste quando ela ficava triste, eu odiava vê-la chorar, sentia-me mal por não fazer nada, eu sempre pensei que pelo sim e pelo não o que eu menos queria era vê-la triste ou chateada por algo. Eu a defendia com unhas e dentes, sempre.

Ela, uma mulher decidida e focada, quando queria algo ia até o final e não importava quantos tombos levasse, ela seguia em frente, claro que eu sempre estaria ali para ajudá-la. E depois de muitos desafios estávamos ali, ela com seu escritório de designer e eu trabalhando na montadora e na área que sempre quis.

.

.

.

Eu não havia percebido quando cai no sono, sei que senti um carinho gostoso em minhas costas, logo um peso e um afago em meus cabelos. Isso era tão bom, foi então que passei a sentir cócegas em minhas costelas, e praticamente levantei em um pulo rindo.

— O que está fazendo? — reclamei enquanto sentava na cama.

— Quando vi o seu sorriso, já percebi que estava acordada. — ela riu, ela adorava me fazer cócegas, e adorava me acordar desse jeito. Ela tinha sorte que eu não ficava mal humorada com isso. — Não resisti quando vi você dormindo, e essa coisa fofa do seu lado. — Ela pegou o filhote e o abraçou.

— Vai esmagar o coitado.

— Desculpe, cheguei tarde, a Riots está me enchendo de serviço e está me dando curtos prazos de entrega. — ela suspirou, mas mesmo sendo cansativo eu sabia o quanto ela adorava fazer o seu trabalho — Vi a sua ligação, mas eu já estava terminando um desenho, aí não consegui atender.

— Tudo bem, eu sabia, por isso liguei uma vez só. — ela sempre estava ocupada, e eu sabia o quão concentrada ela ficava quando desenhava.

— Qual o nome dele?

—  Eu não dei, deixei pra você escolher, ele é seu.

Ver o sorriso dela e seus brilhosos olhos castanhos claros faziam com que eu ganhasse a noite, o dia, a semana, o ano. Na verdade ter ela, por todos os dias, mesmo com todas as discussões, fazia com que eu sentisse que minha vida estava mais que perfeita.

— Então vai ser... Bolota de Pelos.

— Que nome é esse?! Não! Coitadinho, deixa que eu escolho.

— Mas ele é meu.

— Nosso. — ela fez aquele bico de brava e com isso revirei os olhos, imaginem uma pessoa submissa?

— É um nome, diferente né Bolota. — brinquei com ele, então o vi latir e balançar o rabo, não é possível que ele havia gostado desse nome.

Escutei-a rir, ela sempre fazia isso toda vez que conseguia o que queria. Mas não era sempre assim, ela não poderia ter tudo.

— Vi o jantar que você fez, e agora essa coisa fofa. Obrigada, obrigada por tudo.

—Você sabe... — ela me interrompeu com um beijo, segurei o seu rosto para aproveitar mais dos seus doces lábios, até que o som da campainha ecoou, nos tirando do nosso momento.

— Acho que chegaram.

— Quem você chamou?

— Seus pais ué, seu irmão e minha mãe. Vou lá abrir a porta. — levantei em um pulo já correndo até a porta do quarto.

— E você vai recebê-los assim? — ela franziu o cenho, foi então que me lembrei de como estava vestida. — Eu vou — ela riu e ainda com o filhotinho dos braços ela parou na minha frente e me deu outro beijo rápido.

— Sabe que amo você.

— Eu também amo você.

Sorri, porque sim eu sabia, porque ela sempre esteve ao meu lado quando eu estava triste, sempre falava que queria me fazer feliz todos os dias, sempre se preocupava, sempre me fazia surpresas, era a pessoa que eu queria ficar pelo resto de meus dias, para sempre.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.

Kissus!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "MeetYou" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.