A Metade Que Nunca Irei Conhecer escrita por TaniNoru


Capítulo 10
Duvídas


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, devo me desculpar com todos vocês por esse tempo inteiro sem postar um capítulo novo. O motivo disso foi que estava bastante atarefado com as avaliações escolares, então não tinha tempo nem para escrever a fanfic. Peço desculpas novamente e farei o possível para que isso não se repita :3



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Estou muito irritada com Hina, pois ela está me fazendo de idiota todos estes dias. Não veio na minha mente que ela estava se escondendo de mim, até que Kayo mencionou essa hipótese. Volto para sala de aula arrumar minhas coisas e ir embora, quando me encontro com Hiro do lado de fora me esperando.
—Está tudo certo pra amanhã, né? - O coitado não conseguia esconder seu nervosismo.
— Pela milésima vez, Hiro! Já disse que está tudo certo. Se acalme um pouco, hein?
—Desculpe, estou muito ansioso
— Isso qualquer um percebe, garoto - Pego minha mochila e empurro ele carinhosamente para fora da sala e fomos até os portões do colégio. Seguimos o caminho até o ponto de ônibus e nos despedimos. Meu ônibus chega bem rápido e ele estava vazio como sempre. Ponho meu headphone e aprecio a bela pasigens artificial de casas e edifícios que ali estavam. Desço no ponto e vou andando até a livraria como todos os dias. Chego, cumprimento as recepcionistas e preparo-me para mais um dia no emprego. Nele haviam os dois mocinhos que conferiam as novas encomendas, chamados Muse e Seki. Eles são bastantes animados e tenho crises de risos com ambos. O Muse é mais tímido, porém fica irritado quando o Seki fica dando encima das clientes. O gerente chamado James, costuma ficar emputecido com Seki por causa disso, tanto que ele chegou a demitir o safado uma vez, mas voltou atrás. O dia se passa ligeiro como sempre e preparo minhas coisas para ir embora, quando Muse me chama.
— Misaaaa, tem uma garota lhe esperando lá foraaaa - Ele tem o costume de falar arrastando as palavras
— Hein?! Já estou indo! - Creio que seja minha irmã talvez, ou minha mãe o que é menos provável. Não perguntei pra Muse como ela se parecia então me arrumo rapidamente e vou até a saída, me deparando com Hina. Por mais estranho que pareça, este início de noite faz bastante frio, então ela usava um casaco bege e um cachecol rosa. Ela parecia apreensiva e nervosa ao me ver
—Te procurei na escola toda! Onde esteve?- Ela se mantém em silêncio e sw aproxima de mim com suas pernas trêmulas. Deve estar com medo de me ouvir gritar com ela - Não vai responder, menina? - Reforço a voz
—Estava me escondendo de vergonha. Desculpa, Veterana - Eu me aproximo dela e dou um forte abraço. Não conseguia ficar com raiva dela. Ela retribui e pergunta - Ouvi dizer que você vai sair com um garoto amanhã, é verdade? - Não me sinto disposta a dizer isso para ela, mas eu me sinto obrigada a esclarecer as coisas
— Eu aceitei sair com o Hiro sim, mas não significa que escolhi ele e nem que vou escolher você. Preciso pensar um pouco mais, entende? - Me empurra raivosa e esbraveja
— E a melhor forma de pensar nisso é aceitando sair com ele? Quer saber? Me esquece, Misa - Se vira contra minha direção e sai correndo antes que eu pudesse chama-la. Eu senti muito medo, pois no fundo algo me dizia que talvez ela nunca mais poderia ter a chance de me explicar, sendo que eu mesma não sei dizer o que estou querendo com tudo isso. Pego minhas coisas e vou até o ponto esperar meu ônibus chegar. Ele vem se aproximando, dou o sinal, entro e me acomodo em um dos diversos assentos desocupados. Chorei um pouco em disfarce durante a viagem até minha casa. Desço do ônibus e vou andando até ser encontrada pelo carpete em frente à porta. Retiro meus sapatos e giro a maçaneta, enfim entrando em minha residência. Dirigo-me até o quarto, vou me despindo calmamente enquanto punhava algumas vestes do armário e fui até banhar-me. Nesse trajeto, recebo diversas ligações em meu celular, mas estava sem cabeça para atendê-las. Provável que seja minha irmã, já que não deve ter percebido minha chegada e está ligando para saber onde estou. Penduro minhas vestes em um suporte e mergulho em gotas gélidas do chuveiro que aos poucos comecavam a fervilhar minha pele. O tempo passou sem eu perceber e alguém não parava de bater na porta do banheiro. A dócil sintonia de sua voz entregava- lhe enquanto berrava preocupada me chamando. Minha irmã parecia ter pego gripe novamente, pois aparentava rouquidão. Grito dizendo para esperar, enquanto seco-me na toalha e me visto. Pego um elástico azul que estava acima da pia e com sua ajuda fiz um rabo de cavalo. Pessoalmente, acho esse penteado tão pratico que poderia deixá- lo por toda a vida. Giro a maçaneta e descubro minha irmãzinha se acomodando na minha cama que estava preparada para uma noite de sono. Deito-me ao seu lado e enquanto brinco com seus cabelos, pergunto como foi o seu dia hoje. Respondendo com o bom humor de sempre e com um sorriso tímido no rosto, ela contava em detalhes tudo sobre seu dia. Admito que essa é a hora mais esperada pra mim, pois por um breve momento posso esquecer meus problemas um pouco e viajo na inocência dela. Conversamos bastante a ponto de pegarmos no sono ali mesmo e acordando só pela manhã. No meu caso, acabei despertando na madrugada um pouco aflita e ansiosa, enquanto cobria a Jô com meu cobertozinho que estava em frangalhos e depois voltei a dormir. O sol daquela manhã de sábado me estapeava levemente para que eu acordasse. Ainda sonolenta, me levando com o cabelo destroçado e com muito frio, enquanto Jô estava toda encolhida na coberta entrando no quinto sono. Ponho meus pés na pantufa rosa que ganhei da minha mãe há um tempo atrás e caminho até a o banheiro do meu quarto. Escovo meus dentes, lavo o rosto e tento prender meu trapo capilar em um rabo de cavalo novamente. Escolho minhas melhores roupas no armário escasso e as separo para passar o ferro depois. Dou uma olhada no celular para ver que horas eram. Dez e vinte e cinco da manhã, então podia deixar minha irmã dormir mais um pouquinho porque ela merece. Vou até a cozinha e preparo o café da manhã que em resumo seria pão frio com mateiga e o bom e velho café com leite. Depois de preparar tudo e pôr na mesa, surge Jô com o rosto sonolento enquanto arrastava a coberta pelo chão. Meio embriagada, acena com a mão dando bom dia e se acomoda na mesa da sala para tomar seu café. Em seguida, surge minha mãe, já arrumada para o trabalho, com seu blazer negro e gravata, com uma saia da mesma cor, cabelos soltos escorrendo em seus ombros e um salto alto bem discreto. Ela nos concebe um leve beijo na testa, pega um pão e vai embora sem sequer se sentar a mesa. Após nosso pai nos deixar, a mãe sempre fazia das tripas o coração para cuidar de todos nós e eu também vivo me esforçando no emprego para pagar as contas da casa. Raramente eu tenho chance de trocar uma palavra com ela, o que me torna um pouco carente de amor materno, mesmo sendo um pouco egoísta da minha parte, já que ela está trabalhando até a fadiga por nós. Parte de mim faz pensar que ela usa o trabalho como disculpa para não ter tempo com a gente, onde na verdade ela não consegue nos encarar depois que o pai nos deixou. O tempo passou e já era hora do almoço. Mandei uma mensagem para Hiro perguntando se estava tudo confirmado e ele respondeu como um raio dizendo que sim. Passei o ferro nas roupas e comecei a vestir-me, mesmo sendo cedo demais pra isso. Deixei o almoço pronto na mesa e sai de casa uma hora mais cedo. Fui até a estação de trem, pois eu não posso usar o cartão do ônibus em fins de semana, além do trem ser particularmente melhor. Chegando lá, pude avistar Hiro ao longe roendo as unhas e aparentemente nervoso. Me aproximo atrás dele e o assusto, fazendo-o cair no chão de uma forma bem cômica. Eu me racho de rir com a cena e acabo caindo sentada no chão. Ele se levanta meio sem graça por ter tomado susto e estende a mão para que eu pudesse me levantar. Entrelaçalo levemente meus dedos nos seus e ergo-me do chão desamarrotando a roupa. Ele olha em meus olhos depois desvia perguntando
— Eu posso te elogiar? - Meio nervosa respondo espontânea
— Claro, Hiro! - Ele aproxima suas mãos grandes até meu rosto e desliza ela levemente até chegar em meus lábios de forma delicada, e enfim afasta sua mão me deixando atônita e conclui
— Você é muito linda - Perdi o pouco do ar que me restava naquele momento. Não tive qualquer reação a não ser balançar a cabeça e agradecer
— Valeu, eu acho - Antes que parecesse rude, acabei pensando alto - Não sei o que responder ao ouvir algo assim - Ele dá um leve sorriso e segura minha mão levemente
— Não precisa dizer nada. Só você ter aceitado o convite é suficiente - Ele continua sorrindo e me puxa calmamente como um pedido para que o acompanhasse. Apenas sigo o movimento sem esbanjar reluta e o sigo, apertando forte sua mão até chegamos numa barraca de pipoca. Ele fala com o vendedor e pega uma pipoca média com bastante queijo e bacon. Ele entrega pra mim e indaga, já sabendo a resposta
— É sua favorita, né? - Pergunto em imediato
— Como você sabe? - Ele volta a mostrar seu belo sorriso pra mim e responde
— Eu sempre te observei ao longe, Misa. Você nunca me percebia, mas eu sempre prestei atenção em você - Ele suspira nervoso e conclui - É vergonhoso dizer isso logo no primeiro encontro, mas você precisava saber - Gente! Estou morta! Isso foi uma declaração indireta?! Não tenho reação, então simplesmente pego o saco de pipoca da sua mão e começo a comer desesperadamente. Em seguida, peço para caminharmos um pouco no parque antes de ir para o shopping. Passeamos de mãos dadas o tempo todo pelo perímetro do parque, até cansarmos da vista dos arredores. Parecia que eu estava flutuando, quando acabo me encontrando com Hina, que estava com um grupinho de garotas. Parece que ela não me viu e decido fingir que não a vi, para não causar um desconforto nela. Enquanto estávamos a um passo de nos afastar da visão de Hina, uma das meninas exclama
—Ei! Aquela não é sua amiga, Hina? - A menina pergunta, com um sorriso maldoso no rosto, ao perceber Hiro e eu de mãos dadas. Hina suspira, conserta a tiara que estava torta e responde
— Ela está em um encontro agora. Faça o favor de não interrompê-la, okay? - A menina esconde o sorriso e range os dentes, demonstrando irritação. Em todo momento, Hiro não demonstrou qualquer reação. Continuamos andando, até decidirmos ir para o shopping. Nesse instante, avisto um garoto correndo desesperado até a saída. Meus olhos não param de o seguir e sinto meu coração bater de forma diferente. Não sei explicar, mas se Hiro não tivesse me chamado naquele instante, eu teria ido atrás daquele garoto.


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Notas finais do capítulo

Digam o que acharam do capítulo. Críticas e sugestões!



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